Kid Krow: a matéria-prima de Conan Gray é a tristeza

Conan Gray definiu seu álbum de estreia como ‘chaotic neutral’ (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Conan Gray nunca foi de pedir muito. ‘Take me where the music ain’t too loud’, ele canta numa das faixas que abrem seu encantador debut. O californiano de 21 anos é filho do Youtube e da Geração Z, é filho também de pais divorciados, mas disso falamos depois. Suas canções mantém uma máxima: são súplicas. O músico versa sobre corações partidos e amizades distantes. Temas comuns mas que ganham fôlego quando ele faz uso de suas vivências, seus respiros e, principalmente, a maneira como lida com a rejeição. No fim das contas, Kid Krow é uma prisão macia. Nunca seremos felizes? Não há resposta certa mas, se a incerteza vier com trilha sonora de Gray, tudo é suportável.

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The Strokes: nem tão novo, nem tão anormal

(Foto: Reprodução)

Maria Carolina Gonzalez

‘Descongelamos’. Foi dessa forma que Julian Casablancas deu boas vindas a 2020 antes de apresentar ao público do Brooklyn’s Barclays Center a música “Ode to the Mets”, faixa que compõe o novo trabalho do Strokes: The New Abnormal

A escolha do nome foi apropriada para definir este ano. Assim como aconteceu em outubro de 2001, Nova York ainda se recuperava do 11 de setembro quando o Is This It chegou em terras americanas, oferecendo a trilha sonora da década que começava de forma inusitada. Quase 20 anos após a estreia ofegante, o quinteto nova-iorquino mais uma vez dita o ritmo dos novos tempos. Tempos completamente anormais.

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As dúvidas e incertezas de um relacionamento chegam até mesmo para Lara Jean

Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você é a segunda adaptação da trilogia de livros de Jenny Han (Foto: Reprodução)

Vinícius Santos

Quando se trata de comédias românticas, a Netflix não se recusa em exagerar nos caprichos. E não foi diferente em Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você, a sequência do longa de Susan Johnson. O primeiro trabalho de Michael Fimognari como diretor traz reviravoltas na trajetória dos personagens que conquistam fãs desde a trilogia literária. Inclusive, com o lançamento do trailer, a obra já vinha recebendo críticas mesmo antes de sua estreia.

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Em Future Nostalgia, Dua Lipa é o presente

Nossa Penélope Charmosa. Capa do álbum (Foto: Hugo Comte/Warner Music)

Jho Brunhara

Quando Madonna sampleou ABBA em Hung Up, todo apreciador de música pop que se preze sabia que é preciso muita coragem para referenciar diretamente um clássico e ainda soar original, e a rainha do pop o fez. 15 anos depois, Dua Lipa se inspira no próprio Confessions on a Dance Floor de Madonna para fazer uma afirmação: a música disco ainda tem algo a dizer para as novas gerações. 

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Os ensinamentos de Rebecca Sugar e a animação ocidental pós Steven Universo

(Foto: Reprodução)

Fellipe Gualberto

“Se você venceu uma luta, é como se não houvesse problema algum em se estar em uma luta”. A frase dita pela criadora de Steven Universe em uma entrevista ao LA Times resume muito bem sua filosofia e os ensinamentos de sua obra. Finalizada em maio com Steven Universe Future (SUF, ou como ficou conhecida por aqui, Steven Universo: O Futuro), esta última temporada radicaliza as lições da desenhista em uma conclusão após 6 temporadas, um filme e 7 anos.

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Maldição e luto se encontram em Dois Irmãos

A narrativa simples não implica que esta animação não tem nada a dizer (Foto: Reprodução)

Fellipe Gualberto

Dois Irmãos foi um dos poucos filmes que conseguiu furar a quarentena mundial e ainda desbancar Sonic. O novo feito da Pixar, estúdio responsável por obras que revolucionaram a animação mundial, como Toy Story (1996), chegou aos cinemas carregando altas expectativas. O longa tem a direção de Dan Scalon, de Toy Story 4 (2019) e Universidade Monstros (2013) e é parte do processo do artista para superar seu luto pessoal.

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É Preciso Falar de Amor Sem Dizer Eu te Amo, mesmo que não haja amor nenhum

Pilar e Bento, em um dos momentos descontraídos da peça (Foto: Divulgação)

Mateus Conte

A peça É Preciso Falar de Amor Sem Dizer Eu te Amo, estrelada pelo casal Priscilla Fantin e Bruno Lopes, foi apresentada no dia 29 do último mês no Teatro Municipal de Bauru. Em sua turnê no interior paulista, a peça levou ao teatro mais de três mil pessoas, divididas em seis sessões em cinco cidades; na cidade-lanche, foram duas sessões.

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Arlequina e as Aves de Rapina em: o feminismo liberal

Como a luta das mulheres mascara o caráter mercadológico das produções

O colorido mosaico de Aves de Rapina explode em tela a loucura e extravagância de suas personagens (Foto: Warner Bros.) 

Julia Paes de Arruda

Empresas como Avon, O Boticário e Marisa têm as mulheres como seu público-alvo. Recentemente, elas vêm integrando o movimento feminista aos seus produtos. O exemplo clássico é a adesão de um girlpower nas camisetas. Porém, isso não fica restrito à beleza e vestuário. O Cinema também acompanha essa onda. Não é à toa que Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, a nova produção da DC Studios, ganhou esse título. 

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O retrato da saúde mental toma forma em I Am Not Okay With This

I Am Not Okay With This é a segunda adaptação das HQs de Charles Forsman na plataforma (Foto: Reprodução)

Bruno Azevedo

Ano após ano a criação de conteúdo original na Netflix só aumenta. Apenas em 2019, foram lançadas 371 produções. Nessa enxurrada de filmes e séries, I Am Not Okay With This chama a atenção não só por ser dos mesmos produtores de Stranger Things, mas também por compartilhar da estética e da direção de The End of the F***ing World. O atrativo maior, no entanto, é a premissa da série, que prende pela mistura de drama e comédia irônica desde o primeiro episódio.

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Há 15 anos, Avatar: A Lenda de Aang entrava para a história da televisão

(Foto: Reprodução)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Medir com precisão o impacto real que a mídia tem sobre nós pode ser uma tarefa complicada. Mesmo que a popularidade de um determinado filme ou série possa ser tão grande e absoluta que pareça impossível escapar de seu olhar, é complicado dizer como o tempo vai julgá-la. Há cerca de um ano atrás, acompanhávamos fervorosamente o final de Game of Thrones, inegavelmente uma das séries mais populares de todos os tempos, enquanto hoje, não fossem pelas controvérsias de seus criadores e os derivados prometidos pela HBO, talvez sequer falaríamos mais do programa.

No entanto, algumas obras sobrevivem tão ferrenhamente ao teste do tempo – de fato, melhorando com ele – que é impossível não gravá-las em nossas mentes e reverenciá-las além da mera nostalgia. Tal é o caso de Avatar: A Lenda de Aang, que estreava há pouco mais de 15 anos na Nickelodeon, em 21 de fevereiro de 2005.

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