Nota Musical – Dezembro de 2021

Arte retangular na cor azul. Do lado direito está a caixa de um CD, este decorado por uma foto de quatro artistas: Alicia Keys, Joshua Bassett, Arca e BK’. Já ao lado esquerdo, está escrito, em branco, na área superior, “nota musical”. Ao centro, o logo do persona, um olho com a íris na mesma cor do fundo. Logo abaixo, o texto em preto “dezembro de 2021”.
Destaques do mês de dezembro: Alicia Keys, Joshua Bassett, Arcar e BK’ (Foto: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate/Texto de Abertura: Raquel Dutra)

Quando as canções natalinas não preenchem mais o ambiente e Mariah Carey libera o topo das paradas musicais, é sinal de que o último mês do ano acabou. Ao longo dos últimos 12 meses, o Persona acompanhou cada movimento do mundo da Música nas edições do Nota Musical, e para encerrar o ciclo embalado pelas mais diversas trilhas sonoras de 2021, é hora de ouvir o que o mês de dezembro tem a nos dizer.

Que o ano apelidado de 2020.2 seria repleto de ironias, nós já sabíamos. Mas quando Olivia Rodrigo explodiu suas decepções românticas nos ouvidos do mundo inteiro com o maior hit de 2021 logo em janeiro, ninguém poderia imaginar que terminaríamos o ano em dezembro ouvindo o outro lado da história. O trio de canções Crisis / Secret / Set Me Free parece ser a maneira que Joshua Bassett encontrou para se livrar das maldições liberadas por drivers license, e deixar a confusão com a nova estrela pop no passado.

Enquanto alguns aproveitaram dezembro para resolver suas últimas pendências do ano, outros usaram o mês para iniciar novos projetos e vislumbrar 2022. Este é o caso de Angèle, a artista belga que ganhou repercussão global depois de cantar Fever junto de Dua Lipa, e seu segundo disco, Nonante-Cinq. Em um synth-pop gracioso, fresco e melancólico, Angèle mostra o porquê é um dos nomes francófonos mais populares da atualidade – e porque pode ir muito além disso.

Na mesma direção, Arca continua com sua música ambiciosa e intensa. Em dezembro, a venezuelana indicada ao Grammy colocou no mundo não um, não dois, não três, mas quatro discos, que dão sequência ao seu aclamadíssimo KiCk i. Os admiradores de SASAMI também têm material para iniciar o novo ano, já que a promessa do metal norte-americano continua a preparar o lançamento de seu segundo disco, que vai suceder sua estreia homônima muito bem recebida pela crítica, com o single Say It.

Falando nos jovens, a estreia de No Rome, pupilo de Matty Healy, o frontman do The 1975, é parada obrigatória dos textos abaixo. O artista filipino começou a espalhar suas canções lo-fi pelo SoundCloud e hoje ecoa por aí o que ele chama de “shoegaze R&B” em It’s All Smiles, contando com a produção mais famosa da Música alternativa contemporânea. Outro destaque é a nova música de Ruel, que reflete sobre amadurecimento em GROWING UP IS ____. Enquanto isso, SZA terminava o ano com raiva de alguém e Khalid embarcou em uma viagem suave.

A atmosfera retrospectiva de dezembro também nos levou à memória daquele fatídico 29/12/2001, que levou a voz mais marcante do rock brasileiro alguns dias depois da data destinada à celebrar a sua vida. Cássia Eller é dona de uma presença muito poderosa para desfazer-se entre nós, e os 20 anos de sua morte e 59 de vida foram marcados por Espírito do Som. Ainda resgatando a memória da Música brasileira, nos lembramos de que completaremos 40 anos sem uma das nossas maiores estrelas. A inauguração das homenagens ao legado da eterna Elis Regina começou através do lançamento de Elis, essa saudade, disco que reúne gravações feitas pela artista entre 1979 e 1981.

Mas hoje, temos o prazer de apreciar e valorizar Maria Gadú. Um dos principais nomes da MPB contemporânea completou 35 anos no último dia 4 e celebrou a data através de Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor, álbum que traz regravações de grandes sucessos da Música Popular Brasileira e principais influências para a identidade musical da artista. Já para a banda de destaque no pop-rock brasileiro atual, falar de memórias é só mais um pretexto para manifestar sua típica descontração. É que o terceiro álbum da Lagum segue naquele antro de sinceridade, ironia e irreverência, características fortes da música do grupo mineiro. 

Um dos maiores fenômenos pop contemporâneos no Brasil também tomou parte das comemorações de dezembro. Pabllo Vittar encerrou um ano de ouro em 2021, marcado pelo sucesso de Batidão Tropical, com I AM PABLLO, seu primeiro registro ao vivo, que ficou responsável por iniciar as celebrações de seus meteóricos cinco primeiros anos de carreira. Lá fora, o aniversário foi de 5 Seconds of Summer, que exatos 10 anos depois de seu primeiro show, festejou seus 10 anos de existência com a canção 2011, que relembra a história e reverência a amizade do quarteto australiano.

Só estava faltando o encerramento dos 20 anos de carreira de Alicia Keys, perfeitamente concluídos por KEYS. O novo álbum da rainha do neo-soul sucede o colorido ALICIA (2020) com muita ambição: como um disco duplo, 26 músicas as levam de volta às suas origens que construíram o sucesso absoluto de seu primeiro disco em 2001, para desbloquear sua criatividade e reimaginar suas próprias canções. Entre os lados intitulados Originals e Unlocked, o ouvinte de Alicia Keys pode entrar em contato com a cantora, compositora, pianista e produtora que foi um dos maiores fenômenos musicais do século – e que nunca saiu de perto de nós.

Quem também esteve presente foi Black Country, New Road. Enquanto o novo disco da banda britânica, que foi destaques do mês de janeiro, não é lançado, ela aparece aqui com o EP Never Again, apresentando quatro covers inusitados. Também na lista das melhores revelações do ano, Arooj Aftab convenceu até o Grammy com a preciosidade de seu álbum lançado em abril e nos abençoou em dezembro com sua performance no Tiny Desk. E para os brasileiros, a conquista do mês foi ver MC Dricka, que brilhou no lançamento de seu álbum em maio até na Times Square, apresentando o hino Gadinho de Faz Tempo no palco do projeto musical internacional COLORS.

Há sete meses, Luísa Sonza abalava o pop nacional com DOCE 22, e agora, foi vez de encerrar os lançamentos do projeto com ANACONDA *o*~~~. Já em junho, foi a vez de Doja Cat colocar em órbita Planet Her, e em dezembro, a novidade foi o clipe de Woman, o single da vez que aquece sua corrida até as premiações. Na mesma função, está a nova favorita do Grammy Billie Eilish, promovendo sua campanha para Happier Than Ever, com o vídeo de Male Fantasy. A esnobada do ano, infelizmente, foi Lorde, que segue sob o poder do sol desde agosto, e agora traz uma narrativa visual para Leader of a New Regime.

Assim, o que mais teve em dezembro foi presente de fim de ano. A Música brasileira ganhou o lançamento do disco de Elza Soares & João de Aquino, uma releitura de Nara Leão feita por Márcia Tauil, Roberto Menescal e Ana Lélia, e a descoberta de Lucidayz, o projeto solo indie-rock do artista sergipano Samuel Elijah. De fora, Moses Sumney, artista ganês-americano que aparece vez ou outra na trilha de Euphoria, trouxe a experiência espiritual de seu primeiro álbum ao vivo; Katy Perry e Alesso entregaram uma boa canção para uma noite animada; e Art School Girlfriend, pseudônimo da galesa Polly Mackey que apareceu por aqui pela primeira vez em setembro, realizou um tributo a Prince.

Seguindo com os mimos para os sobreviventes de 2021, Tame Impala apresentou a inédita No Choices, introduzindo a edição comemorativa de The Slow Rush, o quarto disco de estúdio da banda, indicado a Melhor Álbum de Música Alternativa no Grammy 2020. Superchunk aproveitou os últimos dias do ano para fazer seu retorno com a canção Endless Summer, e Rostam remixou o seu segundo disco solo. Por último, a maior se fez presente: dois dias antes do Natal, Joni Mitchell presenteou o mundo com um vídeo especial de River, para encerrar a comemoração aos 50 anos de Blue.

Os votos finais do ano partiram de Rodrigo Alarcon, que em Rivotril e a Fé traz uma mensagem descontraída de compreensão para com quem viveu os momentos difíceis dos últimos dois anos. Da mesma forma, Anná e Flaira Ferro refletem resumem o espectro emocional dos últimos dois meses em Ô Ano Doido. E para mais um futuro fevereiro sem Carnaval, Ivete Sangalo e Carlinhos Brown nos servem música nova pra festejar em casa.

Sobre a vida em sociedade, BK’, como sempre, empresta sua música cirúrgica para analisar as relações que mantemos com o mundo ao nosso redor. A obra da vez é Cidade do Pecado, que traz uma identidade ainda mais urbana para o trabalho do rapper carioca. Precisa de um refresco depois disso? Pois aqui está a dupla Arnaldo Antunes & Vitor Araújo com o paradisíaco Lágrimas no Mar.

Por fim, restou à Mitski aumentar as expectativas para Laurel Hell, seu sexto álbum e um dos mais esperados de 2022 com Heat Lightning. Phoebe Bridgers – também conhecida por aqui como uma das artistas que mais trabalhou em 2021 – deu continuidade à sua tradição anual de direcionar os lucros de seus lançamentos natalinos à instituições humanitárias. A música do ano foi Day After Tomorrow, numa releitura do sucesso de Tom Waits.

Para o ano ou para esse post, se você chegou aqui, merece os parabéns e a nossa bonificação. É hora de colocar os fones para ouvir o último mês de 2021 e apreciar a última edição do Nota Musical como conhecemos hoje. Um novo ciclo está começando, e o Persona guarda muitas novidades para o próximo ano. O que não muda é nosso compromisso com a valorização da Arte, da Cultura e do Jornalismo, que só podem existir se a vida também for preservada. Cuide-se, pois contamos com a sua companhia para um grandioso 2022!

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A mordida de Teen Wolf comemora uma década

Cena da série Teen Wolf. Nela está Scott, homem branco de cabelo preto, com feições mais animalescas. Sua boca está aberta, mostrando dentes de lobo. Seus olhos tem a cor avermelhada. No fundo é possível ver a entrada de um túnel, e o ambiente está escuro.
Tyler Posey é quem viveu o protagonista Scott McCall há uma década, e foi o primeiro a comemorar os 10 anos com a novidade de que seu bando voltaria para mais uma aventura em um filme (Foto: MTV)

Mariana Chagas e Nathália Mendes

Se a adolescência por si só é um caos, imagine para Scott McCall (Tyler Posey) ter garras, dentes afiados e pelos por todo o rosto crescendo durante um jogo de lacrosse. Teen Wolf pareceu ingênuo por surfar na onda de Crepúsculo e Diários de um Vampiro lá em 2011, aproveitando as lendas de lobisomens e vampiros que se tornaram uma febre. No entanto, o criador Jeff Davis conseguiu mergulhar um lobo adolescente na complexidade da mitologia e, ao mesmo tempo, lidar com problemas profundos da passagem para a vida adulta.

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10 anos de Born This Way: a igreja de Lady Gaga

Capa do disco Born This Way, de Lady Gaga. A imagem está em preto e branco, apenas com o batom de Gaga em vermelho. Na parte superior, foi adicionado o texto “BORN THIS WAY”. Abaixo, foi adicionada uma montagem que mostra a cantora sendo metade humana, metade motocicleta. De seu corpo, a cabeça está onde deveria estar o guidão da moto, e os braços seguram a roda da frente.
“A moto representa a jornada. E agora, como na capa do álbum, eu sou um veículo. Sou o veículo para a voz de todos os meus fãs” (Foto: Universal Music)

Jho Brunhara

Over The Rainbow, I Will Survive, I’m Coming Out, True Colors, Express Yourself, Beautiful, Firework. Ao longo da história, a comunidade LGBTQIA+ encontrou nas músicas de grandes cantoras o conforto proporcionado por letras sobre esperança, libertação e expressão. Algumas dessas, com uma mensagem quase explícita sobre aceitação direcionada ao público queer, confirmada pelos clipes, onde tinham maior liberdade do que nas letras (que poderiam ser boicotadas pelas rádios). Quando Lady Gaga lançou a faixa Born This Way e colocou a canção para tocar no mundo todo, ela também estava transmitindo o trecho “Não importa se você é gay, hétero ou bi/Lésbica ou transgênero/Eu estou no caminho certo, baby/Eu nasci para sobreviver”.

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10 anos de Suck It and See: a sátira corrosiva que marcou profundamente o Arctic Monkeys

Capa do álbum Suck it and see, da banda inglesa Arctic Monkeys. Foto quadrada com um fundo branco, com os escritos suck it and see ao centro, em fonte de cor preta.
Suck It and See, um dos melhores álbuns do Arctic Monkeys, completou 10 anos de lançamento em 6 de junho de 2021 (Foto: Domino Records)

Bruno Andrade

É comum ouvir dizer que Alex Turner interpreta um personagem diferente em cada álbum, e que isso pode ser visto de forma mais visceral em Tranquility Base Hotel & Casino (2018) – o mais recente trabalho do Arctic Monkeys –, no qual ele realmente transforma-se em uma persona. Mas em Suck It and See, quarto álbum de estúdio do grupo, que completou 10 anos em junho deste ano, não é somente Turner que assume uma nova identidade. No disco, o quarteto inglês assumiu a influência do rock estadunidense – principalmente dos anos 1960 –, e deixou transcorrer por todas as faixas suas referências, dando ao projeto um ar de álbum conceitual. 

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Dez anos depois, a vingança de Amanda Clarke ainda tem gosto amargo

Cena da série Revenge. A imagem mostra o rosto penetrante de Amanda Clarke, que é uma mulher branca de cabelos loiros, veste camisa jeans e está com as duas mãos entrelaçadas apoiando o rosto.
Revenge, sucesso americano da ABC, também veio para a rede aberta do Brasil e teve suas 4 temporadas transmitidas pela Globo (Foto: ABC)

Nathália Mendes

10 anos atrás, em setembro de 2011, estreava Revenge, um dos maiores sucessos que a ABC já transmitira. Nem o próprio canal tinha noção de que a novela de vingança de sua querida Emily Thorne (Emily VanCamp), vulgo Amanda Clarke, teria a audiência de dez milhões de espectadores logo na primeira temporada. Sua história, de fato, possui um apelo popular viciante e prazeroso. Enquanto a protagonista e seu companheiro Nolan Ross (Gabriel Mann) arquitetavam a ruína dos responsáveis por destruir seu pai, estávamos em volta da TV por 4 temporadas para saborear o gostinho de destruição que a poderosa, e podre de rica, família Grayson merecia.

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Game of Thrones: 10 anos da série que mudou a cultura pop

Cena da série Game of Thrones. A imagem mostra a personagem Daenerys no alto de uma escadaria, de costas para a câmera, olhando no horizonte para baixo dessa mesma escadaria. Lá embaixo, há seu exército. A paisagem está coberta de neve e ao fundo vemos uma cidade em chamas.
Uma das últimas cenas de Emilia Clarke vivendo sua primeira personagem principal (Foto: HBO)

Giovani Zuccon

No dia 17 de abril de 2011, a HBO exibiu o primeiro episódio de Game of Thrones, dando início a um dos maiores marcos da cultura pop da década passada. A experiência de acompanhar a série durante o lançamento de seus capítulos, e até mesmo a decepção do final, pode ser comparada à de assistir Lost, a todo momento um cérebro explodindo e um olhar desesperado de “e agora?”. 

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Há uma década, Maria Rita abençoou seu Elo com os fãs

Foto retangular da Maria Rita. Nela está a cantora Maria Rita. Uma mulher branca de cabelos castanhos e ondulados. Ela veste um vestido preto. Sua mão direita está apoiada em sua cintura. O fundo é uma parede branca manchada de preto.
Lançado em 2011, Elo é o quarto disco da cantora Maria Rita (Foto: Vicente de Paulo)

Ana Júlia Trevisan

Partir para outro trabalho após uma grandiosa, desafiadora e bem sucedida turnê pode ser uma tarefa dificílima, e Maria Rita sabe muito bem disso. O fim do Samba Meu assombrava as noites de sono da cantora mesmo antes do show de encerramento acontecer. A saída para o problema seriam seis meses de merecidas férias, mas, retomando, estamos falando de MR, rata de palco, e por mais doloroso que o desligamento com o projeto anterior fosse, até os menos céticos desconfiavam que ela aguentaria esse período sem produção. 

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Um bilhão de hits traçam os 10 anos de Austin & Ally

Cena do seriado Austin & Ally. Da esquerda para a direita, estão os atores Calum Worthy, Ross Lynch, Laura Marano e Raini Rodriguez. Eles estão dentro de um escritório, com três quadros pendurados ao fundo. Uma porta cinza escuro com vidro e persiana. Calum é um homem ruivo. Ele veste uma camisa branca estampada e uma jaqueta azul clara. Ele está de lado, olhando para Ross, e passando a mão do amigo com a mão direita. Ross é um homem de cabelo loiro claro liso. Ele veste uma camisa verde militar e uma calça estampada estilo militar, com cinto preto. Ele está sorrindo, olhando para Calum, o abraçando com a mão direita. Ao seu lado, mais abaixo, está Laura. Ela é uma mulher de cabelos ondulados castanhos com luzes loiras. Ela veste uma blusa vermelha com bolinhas esverdeadas na parte superior e 3 pulseiras de fitas pretas. Ela sorri de olhos fechados e está abraçando Ross, com os braços ao redor do pescoço dele. Atrás de Ally, está Raini. Ela é uma mulher de cabelos pretos cacheados compridos. Ela veste uma regata azul e, por baixo, uma regata verde e usa pulseiras coloridas no braço esquerdo. Ela está sorrindo de olhos fechados e engloba Austin e Ally em um abraço. 
“Esse amor nunca vai desaparecer/Nós somos infinitos” (Foto: Disney)

Júlia Paes de Arruda

São seis horas da tarde. O Zapping Zone começa com aquele gosto de comida de vó no jantar. Os olhos estão compenetrados na TV, aguardando o primeiro episódio da nova série do Disney Channel. A sinestesia é tão grande que quase posso me imaginar no sofá, com o olhar vidrado na vinheta promocional. Infelizmente, já não é 2011 e não tenho mais 11 anos. Porém, a lembrança permanece tão fresca na memória que nem parece que uma década se passou desde a estreia de Austin & Ally.

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Giles Corey: 10 anos de uma visita pelos cantos mais sombrios de uma mente desesperada

Aviso de prevenção de gatilho: Giles Corey pode contar com elementos possivelmente prejudiciais aos que sofrem com pensamentos suicidas ou depressão.

Capa do disco Giles Corey. A imagem é uma pintura em preto e branco, de uma pessoa, vestindo um terno com um pedaço de pano cobrindo a cabeça e o escrito Giles Corey na parte central da imagem.
Capa do disco Giles Corey (Foto: The Flenser)

Frederico Tapia

Em 2011, Dan Barrett, membro da banda Have A Nice Life, lançou o primeiro e único LP sob o nome Giles Corey. A origem do nome adotado por Barrett é de um fazendeiro com o mesmo nome que viveu no século 17 e foi morto durante os julgamentos das bruxas de Salem. Ao longo dos 56 minutos que constituem o álbum, ele fala abertamente sobre suas lutas internas, principalmente contra a depressão e o suicídio. Ele mesmo afirma em seu perfil no Bandcamp: Giles Corey são músicas acústicas sobre depressão, suicídio e fantasmas”.

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