Black is King traz ao mundo a luz de um continente um dia esquecido

A imagem é uma foto do filme Black Is King. Nela, a cantora Beyoncé está sentada em cima de um carro com estampa de oncinha. Beyoncé é uma mulher negra, com cabelos longos em tranças, ela veste uma calça, blusa de manga comprida e um salto de estampa de oncinha e usa um óculos escuro no rosto. Ao redor do carro, estão vários homens negros com terno e calça de estampa de oncinha.
Black is King estreou no Disney+ no dia 31 de julho de 2020 e nos mostra Beyoncé como a artista multifacetada que é; com figurinos deslumbrantes e um roteiro de tirar o fôlego, ela nos leva a uma viagem ao continente-mãe da humanidade (Foto: Reprodução)

Felipe Bascope

Em 2016, Beyoncé lançou o álbum visual Lemonade, trazendo para o topo grandes discussões sobre questões raciais, e revolucionando a indústria da música de muitas formas. Em sua nova obra visual, Black is King, ela cria uma linda ponte entre a cultura pop e o continente africano, entre as gerações anteriores e as novas. E mostra um lado do continente antes desconhecido, cheio de cores, vida, bem vibrante, como podemos ver nos primeiros minutos do filme, onde são mostradas diversas regiões da África. A narrativa de O Rei Leão serviu como inspiração para uma linda e repaginada história tão marcante em nossas vidas.

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Solução de Dois Estados: um país onde não existe reconciliação

A imagem contém a capa do livro, e a versão dela sem o título a frente. Baseada na obra Carteira de Identidade (Auto Polegar Direito), do artista Rubens Gerchman, a capa é verde escura, com um rosto estampado em vermelho escuro, e com o nome do livro e do autor em letras brancas grandes, ao lado está a capa sem as palavras, e o rosto possui tom mais alaranjado.
Com o título como referência ao falho projeto de coexistência entre Israel e Palestina, o romance trata de uma relação familiar conturbada sem uma reconciliação eminente (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Dispensando sutilezas e panos quentes, Michel Laub escancara o Brasil com maestria em Solução de Dois Estados. Lançado em outubro de 2020, o premiado escritor traça uma narrativa sobre um problema familiar e privado para abranger todo o ódio existente entre dois lados opostos, mas igualmente raivosos e ressentidos. Apesar das primeiras impressões quanto a sinopse carregada, onde o primeiro pensamento é menos é mais, chega-se à conclusão de que seus exageros são carregados de verdades.

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Daisy Jones & The Six é a banda que queríamos que existisse

A imagem é uma colagem de diversas capas de álbuns rasgadas. No centro, a capa de Daisy Jones & The Six está escrita em letras pretas, e embaixo está o rosto de uma mulher branca com nariz fino e batom vermelho.
Figuras como Janis Joplin amariam ser amigas de Daisy Jones e Billy Dunne (Foto: Caroline Campos)

Caroline Campos

O mundo nunca foi tão caótico e subversivo quanto nas ruas e bares de Los Angeles em plenos anos 70. Se você estivesse procurando um bom lugar para curtir um som, se drogar ou tentar virar uma estrela internacional, era para lá que você se dirigia. E foi na cidade das estrelas que nasceu uma das maiores bandas de rock ‘n roll que o mundo já havia conhecido: Daisy Jones & The Six. Apesar do premiado e polêmico grupo só poder ser encontrado nas 360 páginas escritas por Taylor Jenkins Reid e traduzidas por Alexandre Boide, sua música e trajetória ecoam por um bom tempo na cabeça dos leitores, e passamos a desejar que tudo não fosse apenas ficção.

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Em Shippados, o amor não precisa ser perfeito

A imagem é de uma das cenas da série Shippados. Nela, os personagens de Tatá Werneck, à esquerda, e Eduardo Sterblitch, à direita, estão caminhando juntos em uma praça, é possível visualizar o corpo deles da cintura para cima. Tatá é uma mulher branca, de cabelos castanhos escuros e compridos, ela está vestindo uma blusa branca com detalhes azuis e está usando uma mochila da cor vinho. Tatá está com o olho esquerdo fechado e o rosto virado em direção ao Eduardo, e segurando as duas alças de sua mochila. Eduardo é um homem branco de cabelos castanhos escuros ondulados, ele veste uma camisa cinza de manga curta e está usando uma mochila preta nas costas. Eduardo está com o rosto virado em direção à Tatá.
Série do Globoplay aponta as falhas da conectividade virtual a partir de uma perspectiva romântica e bem-humorada (Foto: Reprodução)

Vitória Silva

O amor em tempos modernos. As primeiras trocas de olhares foram substituídas por matches em aplicativos de relacionamento. As conversas deram espaço para emojis e figurinhas do Whatsapp. Chegamos num ponto em que até ouvir a voz da outra pessoa se tornou um grande ato de intimidade à primeira vista. Essa digitalização do romance é apenas mais um exemplo de como nos reconstruímos no meio virtual e somos cada vez mais dependentes dele para criar e manter nossas relações. 

Há quem diga que essa mediação tecnológica não é tão vantajosa quanto parece, Fernanda Young e Alexandre Machado decidiram mostrar isso. O casal de roteiristas que deu origem a séries grandiosas, como Os Aspones e Os Normais, decidiu encarar uma comédia-romântico-dramática no contexto dos tempos atuais. Quase que sucessores da dupla Vani e Rui, surgiram Rita (Tatá Werneck) e Enzo (Eduardo Sterblitch). E, dessa combinação, nasceu Shippados.

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Nós não nos falamos mais: 5 anos de Nine Track Mind e a premissa de Charlie Puth

Capa do álbum Nine Track Mind. Fotografia retangular com fundo amarelo. Charlie Puth, homem branco de cabelos castanhos escuros, está de perfil voltado para a direita e encontra-se no centro. Ele possui uma cicatriz na sobrancelha direita. Ele veste uma camisa verde musgo. Na parte inferior, pode ser ler “Charlie Puth” em preto seguido de “Nine Track Mind” em branco.
“Eu pensei que o dinheiro era suficiente/É apenas uma corrida temporária/Vou tentar ir encontrar alguma outra diversão” (Foto: Reprodução)

Júlia Paes de Arruda

Quem vê Charlie Puth agora, dono de hits como Attention e Girlfriend, mal sabe que o álbum Nine Track Mind, lançado em 2016, é um produto de sua autoria. Ele mesmo afirmou que esse disco era sua tentativa de se encontrar e se descobrir como artista. Porém, isso não significa que não possamos apreciar sua genialidade e seu imensurável talento na música. A verdade é que, 5 anos depois, o álbum só reafirma a preciosidade de cantor, compositor e produtor que Puth é. 

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Lupin é uma reinvenção com charme e autenticidade de sobra

Foto promocional da série Lupin. Assane, um homem negro interpretado por Omar Sy, se apoia contra uma escrivaninha. Assane usa um casaco escuro e uma boina que se mesclam com o fundo. Uma única fonte de luz fria o ilumina diagonalmente. Atrás dele há uma estante com livros e alguns papéis presos contra a parede.
Protagonizada por Omar Sy, a nova versão do clássico entrou para o catálogo da Netflix em 8 de janeiro de 2021 (Foto: Reprodução)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Uma quasi adaptação dos livros publicadas por Maurice Leblanc entre 1905 e 1935, a nova série francesa da Netflix busca tanto resgatar a figura misteriosa do infame ladrão de casaca, Arsène Lupin, quanto reinventá-la. Quem assume o manto nessa versão da história é Omar Sy, interpretando não o personagem homônimo, mas um ladrão igualmente astuto chamado Assane Diop que se inspira nos contos escritos por Leblanc para elaborar suas próprias escapadas mirabolantes.

Há um elemento de autoconsciência em Lupin que a separa de premissas similares, como Sherlock, da BBC. A existência das obras de Leblanc serve de um ponto chave na narrativa tanto pelas referências que ela proporciona quanto pela importância que o personagem original tem para Assane. Assim, é aberto um caminho para que os roteiristas busquem inspiração no texto original ao mesmo tempo em que tecem uma narrativa autêntica ao redor de um novo personagem.

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excuse me, i love you: um presente em cheio para os fãs de Ariana Grande

Fotografia da artista Ariana Grande. De pé, a imagem capta suas pernas dobradas para o lado esquerdo e seus braços levantados. Ariana olha para o chão com a boca aberta. Seus cabelos castanhos são longos, na altura da cintura, e são divididos em um rabo de cavalo pela metade. Ela veste um sutiã e saia rosa e uma meia calça branca. Ariana está na parte central da imagem.
“Eu não acreditei que eu conseguiria fazer show algum, e agora chegamos a 80 shows”: em meio ao caos, Ariana Grande triunfa (Foto: Kevin Mazur)

Laís David

De cantora prodígio na Broadway, atriz da Nickelodeon até grande nome da música pop, foi quase impossível não escutar sobre Ariana Grande na última década. Entre álbuns que lideram os charts, um Grammy, múltiplos hits e turnês esgotadas, ela alcançou sucesso em tudo que se propôs. Agora, a jovem se aventura estreando na Netflix com excuse me, i love you, um show e documentário sobre a última turnê de Grande, a Sweetener World Tour.

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Em clima de ansiedade e sem saber quando ouviremos o seu sucessor, o emblemático ANTI completa 5 anos

Criada pelo artista Roy Nachum, a capa é a primeira na música a trazer um poema escrito em braille (Foto: Reprodução)

Giovanne Ramos

O oitavo álbum de Rihanna, ANTI, completa seu quinto aniversário neste dia 28 de janeiro. Sob o selo da sua própria gravadora, Westbury Road Entertainment, o CD se tornou em pouco tempo um ícone musical, o que já é esperado da barbadiana que faz sucesso com tudo o que lança, desde a sua estreia no cenário. Marcado pela sua mistura de R&B contemporâneo com pop – e algumas outras influências -, o trabalho apresenta uma Rihanna madura, confiante e com mais controles de sua própria carreira.

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Daniela Arbex nos relembra da tragédia na Boate Kiss em Todo dia a mesma noite

A imagem é um mosaico com várias fotografias de pessoas jovens. Essas pessoas são as vítimas do incêndio da Boate Kiss. No canto inferior da imagem há a frase “Todo dia a mesma noite” escrita na cor preta.
O livro se aprofunda na tragédia que aconteceu em Santa Maria (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Rodrigues

242 mortes, 680 pessoas feridas, dor e saudades marcam o dia 27 de janeiro. Isso porque nessa mesma data, em 2013, Santa Maria (RS) e o Brasil presenciaram o segundo maior incêndio do país em número de vítimas fatais. A tragédia da Boate Kiss deixou feridas e cicatrizes que são impossíveis de serem esquecidas. O medo e o desespero dos pais, sobreviventes, bombeiros, e todos os envolvidos no incêndio não deixou de existir quando o outro dia começou, e aquela noite é assistida milhares de vezes por todos que presenciaram os resultados do incêndio. Intencionada a não deixar essas histórias apagadas, a jornalista Daniela Arbex lançou em 2018 o livro Todo dia a mesma noite – A história não contada da Boate Kiss

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O Apanhador no Campo de Centeio: a voz do jovem que nunca se cala

Cultuado livro de J.D. Salinger completa 70 anos em 2021; nova tradução chegou ao mercado editorial em 2019.

 

A imagem é uma foto da capa do livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger. Na capa, há o desenho de um cavalo vermelho, com uma lança atravessando o seu corpo. Na parte superior, acima do cavalo, há o título do livro, escrito em um fundo vermelho com uma fonte de cor amarela. Abaixo do cavalo, na parte inferior direita, sob um fundo branco, está o nome do autor em fonte de cor preta.
A mais recente edição brasileira foi publicada pela editora Todavia, em 2019, com tradução de Caetano Galindo e capa da 1ª edição (Foto: Reprodução)

Bruno Andrade

“Se você quer mesmo ouvir a história toda…” — então lá vai. Em 1951, um certo feito literário mudou os rumos da literatura produzida nos EUA e, posteriormente, na literatura mundial. Jerome David Salinger, veterano de guerra e já conhecido no cenário literário após a publicação de alguns contos, lançou O Apanhador no Campo de Centeio, livro que, em pouco tempo, se transformou em um clássico norte-americano, e que completa 70 anos no dia 16 de julho.

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