Em Rye Lane, o amor é urbano

O longa foi um dos destaques do Festival de Sundance 2023, de onde saiu com os direitos de distribuição adquiridos pela Disney (Foto: Searchlight Pictures)

Nathan Nunes

Três personagens movem a trama de Rye Lane: Um Amor Inesperado, disponível no catálogo da Star+ (em breve Disney+). O primeiro é Dom (David Jonsson), um contador que, nos minutos iniciais, se encontra desolado pela traição da ex-namorada Gia (Karene Peter) com Eric (Benjamin Sarpong-Broni), melhor amigo do rapaz. A segunda é Yas (Vivian Oparah), uma aspirante a figurinista também recém-saída de um término com o pretensioso artista plástico Jules (Malcolm Atobrah). A situação dos dois parece a mesma, mas as personalidades são completamente diferentes. Ele é um ‘filhinho de mamãe’ introvertido, neurótico e com problemas de autoconfiança. Ela é extrovertida, de espírito leve e carisma imbatível. 

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Entre um muro e um rei, a decisão que mudou a vida de Rainha Charlotte

Cena do primeiro episódio de Queen Charlotte, Futura Rainha. Na imagem, o rei George III (a esquerda) e Charlotte (a direita) se encontram pela primeira vez, minutos antes do casamento, no jardim do palácio real. George estende a mão para Charlotte que a encara com dúvida, ambos estão vestidos para o casamento, o rei em um terno cinza claro com bordados dourados e a futura rainha em um vestido de um tom claro de bege, também com bordados dourados e babados nas mangas
A personagem secundária de Bridgerton agora é protagonista em Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton (Foto: Netflix)

Gabriela Bita

Inglaterra, 1761. Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton se inicia no momento em que uma jovem chega da Alemanha para se casar com o príncipe George III (Corey Mylchreest). Após ser examinada dos pés à cabeça pela princesa-viúva e futura sogra, Charlotte (India Amarteifio) começa a sentir a pressão que a aguarda em seu novo posto. A aristocrata precisa unir todas as suas forças para cumprir o papel para o qual foi preparada desde o berço, o que não deveria ser algo complicado, afinal, quem não gostaria de ser a rainha da maravilhosa corte inglesa? 

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Faith In The Future demonstra ser uma fonte de otimismo e esperança

Capa do álbum Faith In The Future. No centro da imagem é possível ver Louis Tomlinson, um homem branco, com olhos azuis e olhos castanhos, dos ombros para cima. Veste um casaco quadriculado em preto e vermelho, fechado na gola alta listrada nas mesmas cores. Todo o fundo da imagem é preto e metade do rosto de Louis está coberto pelas sombras; no lado direito, ao lado de sua cabeça, está o título em vermelho.
Louis Tomlinson é uma promessa para o futuro (Foto: BMG)

Gabrielli Natividade 

Para quem gosta de música, 2022 foi um ótimo ano, com diversos lançamentos incríveis de vários grandes artistas. Entre os novos projetos, está o segundo álbum do britânico Louis Tomlinson, Faith In The Future, que chegou ao público no dia 11 de Novembro. O disco é, desde de seu título até a última faixa, um exemplo de otimismo, esperança, mudança e maturidade, além de demonstrar perfeitamente que Louis finalmente se encontrou como artista solo, que sabe o que quer e está pronto para crescer cada vez mais como pessoa e como cantor.

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O drama de My Policeman: Nem meu, nem seu, nem dele mesmo

Cena do filme My Policeman, retratada na década de 1950. David Dawson, que interpreta Patrick, é um homem branco com cabelos curtos e castanhos e veste um terno cinza. Sua mão direita está estendida ao que ele explica uma obra de arte para Emma Corrin, que interpreta Marion, e Harry Styles, que interpreta Tom. Ela é uma mulher branca com cabelos loiros na altura dos ombros que veste um casaco vinho e tem seus olhos direcionados para o lado esquerdo, atenta à explicação. Ele é um homem branco com cabelos curtos e castanhos que veste uma jaqueta azul sob um colete cinza e olha fixamente para frente. Os três estão dentro de um museu, de costas para uma parede roxa em que diversos quadros estão pendurados.]
My Policeman teve sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Toronto e chegou ao Prime Video no dia 4 de novembro de 2022 (Foto: Amazon Studios)

Raquel Freire

Há um ditado popular que diz que mais vale um pássaro na mão do que dois voando, o que, em outras palavras, quer dizer que a garantia é melhor do que a expectativa. Até que ponto isso é real? Qual é o preço a ser pago por escolher contar com aquilo que já se tem e abrir mão da possibilidade do que se pode vir a ter? O futuro é incerto, claro, mas qual é o sentido da vida quando nos conformamos com a nossa realidade? Essas são questões que vivem no subconsciente de Tom Burgess (Harry Styles, em sua versão mais nova, e Linus Roache, na mais velha) em My Policeman, nova obra dirigida por Michael Grandage.

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A abóbora antes da meia-noite de Harry & Meghan

 Fotografia em preto e branco de príncipe Harry e Meghan Markle. Na imagem, o casal comemora o casamento enquanto a câmera captura os dois sentados em uma escadaria. Meghan, uma mulher negra de cabelos e olhos escuros, veste um longo vestido de noiva branco de mangas compridas. Ela também usa uma tiara de cristais e carrega um buquê de flores nas mãos. Harry, um homem branco de cabelos e olhos claros, veste um traje de gala militar com condecorações, o uniforme é preto e de mangas compridas. Ambos sorriem.
Anunciado como um evento global pela Netflix, Harry & Meghan alcançou o Top 10 em 85 países (Foto: Alexi Lubomirski)

Nathalia Tetzner

Fugir da madrasta má por um princípe, encontrar a fada madrinha, perder o sapatinho de cristal e assistir a carruagem voltar a ser uma mera abóbora. A história da princesa Cinderela é um clássico que tem início, meio e um final popular entre os seres que habitam a Terra, mas amam sonhar com as estrelas: o famoso ‘felizes para sempre’. Em paralelo com a vida real, os contos de fada são construções fictícias almejadas por uma mídia cada vez mais idealista, sendo o meio responsável pela narrativa ilusionista elaborada em torno da monarquia britânica. Na série documental Harry & Meghan, a diretora Liz Garbus ajuda o duque e a duquesa de Sussex a derrubar as cortinas da fantasia criada sobre eles e a instituição.

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Entre o moderno e o tradicional, não foi dessa vez que Persuasão ganhou uma adaptação à altura

Imagem do filme Persuasão no formato retangular. A paisagem é formada por um céu azul e um campo coberto de uma vegetação rasa. Ao centro da imagem está um casal sentado na grama se abraçando. Do lado esquerdo está a personagem Anne Elliot, uma mulher branca, de cabelos pretos e lisos, amarrados em um coque. Ela veste um vestido branco, comprido e de mangas longas. Do lado direito está o personagem Frederick Wentworth, um homem branco, de cabelos pretos e cacheados em um penteado estilo topete. Ele usa um grande casaco azul com botões dourados.
Muito distante de Anastasia Steele, de 50 Tons de Cinza, Dakota Johnson vive agora a heroína Anne Elliot de Jane Austen (Foto: Netflix)

Isabella Lima 

“Austen nos dá a fantasia histórica e ainda fornece uma dura ridicularização daqueles que são muito esnobes em suas distinções de classe” é o que escreve Linda Troost e Sayre Greenfield no livro Jane Austen in Hollywood. Publicado entre os anos 1990 e 2000, as autoras acompanharam o auge das adaptações audiovisuais das obras literárias de Jane Austen. De fato, todos esses elementos, juntos da narrativa romântica, encantam os entusiastas da escritora inglesa e foram bem incorporados em  Orgulho e Preconceito (2005), Emma (2020), ou até mesmo em As Patricinhas de Beverly Hills (1995), uma adaptação mais reconstruída e modernizada. Ao contrário desses títulos, Persuasão, a nova aposta da Netflix  inspirada no livro homônimo de Jane Austen, não conseguiu proporcionar uma experiência capaz de estabelecer conexão com a tradição, nem com a reinvenção da direção inaugural de Carrie Cracknell, nome já conhecido no teatro britânico. 

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Um brinde às batalhas internas e memórias da juventude em 15 anos de Skins UK

Fotografia da série Skins. A foto mostra quatro personagens principais da primeira temporada, da cintura para cima. Eles estão sentados, próximos da câmera, e todos são jovens. Da esquerda para a direita: Chris é interpretado por Joe Dempsie, um homem branco, de cabelos castanhos-claros, lisos e médios. Ele está sorrindo, usa uma camiseta cinza sobre uma blusa branca de mangas compridas e segura um jarro de vidro, que contém um líquido laranja, em uma das mãos. Ao seu lado está Sid, interpretado por Mike Bailey, um jovem branco. Ele tem cabelos lisos e escuros, que vão até a altura dos ombros. Usa um gorro preto sobre a cabeça e óculos retangulares. Ele tem um rosto fino, um nariz pontudo e usa uma camiseta azul. Ao seu lado está Maxxie, interpretado por Mitch Hewer. Mitch é um homem branco, de pele bronzeada, olhos azuis, rosto fino e cabelos loiros e lisos, com uma franja que cai sobre os olhos. Ele usa um moletom branco com listras. Por último, está Tony, interpretado por Nicholas Hoult. Ele é um homem branco, de olhos azuis, rosto fino e cabelos castanhos. Ele usa uma blusa preta de frio, com as mangas arregaçadas.
Oh baby, baby, it’s a wild world (Oh baby, baby, é um mundo selvagem) (Foto: E4)

Mariana Nicastro

A juventude é a fase da intensidade. De dramas, sensações, desejos e sonhos. Nela, as amizades são eternas, os amores são infinitos num dia, efêmeros no outro, e os problemas são o fim do mundo. É a fase da rebeldia e das descobertas. Há 15 anos, Skins (UK), ou Juventude à Flor da Pele, explorou tudo isso de forma intimista, sob perspectivas de distintos jovens ingleses que tinham uma coisa em comum: a consciência de que crescer não é fácil, mas que amizades, família e empatia tornam o processo menos cruel.

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30: o amor é um jogo e parece que Adele finalmente aprendeu a jogar

Capa do álbum 30, de Adele. Essa é uma foto quadrada. À esquerda da foto é apresentado um close-up do perfil da cantora britânica Adele que toma toda a superfície da imagem. Ela é uma mulher de idade mediana, branca, de cabelos longos e loiros e seus olhos são verde claro. Ao fundo, temos uma visão embaçada com as cores azul escuro e preto. A cantora possui um semblante neutro, sem expressões faciais.
Capa de 30, o quarto álbum da cantora inglesa Adele Laurie Blue Adkins (Foto: XL Recordings)

Vinícius Santos

Muito bem, então, estou pronta. assim Adele termina a primeira música do seu novo álbum, 30. Acontece que, além dela, ninguém mais estava preparado para o que viria por aí. Lançado no dia 19 de novembro de 2021, este é o quarto CD da carreira da cantora britânica desde sua estreia em 2008 com o 19. Aclamado pelos críticos, Adele contou à Vogue, em outubro, que a obra era sua maneira de explicar seu divórcio ao filho e estava muito perto de seu coração, dizendo que ela “não estava desistindo deste”.

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Sob escombros do pós-guerra, nasceram os escultores do heavy metal: o quarteto desajustado que se tornou o sinistro Black Sabbath

Capa do primeiro disco do Black Sabbath, o qual recebe o mesmo nome da banda. Fotografia quadrada com o nome do grupo na parte superior central. A região parece ser rural. O clima é nublado e as folhas, secas. Em segundo plano, há uma casa e, pela textura da imagem — meio desfocada e não tão nítida — dá a sensação de ser mal-assombrada. No primeiro plano, ao centro, uma mulher muito pálida e vestindo capa preta olha diretamente para o espectador, instaurando um ambiente misterioso.
A capa do primeiro disco do Black Sabbath serviria muito bem para um filme de terror: a figura central pode tanto ser uma bruxa como a figura misteriosa vestindo preto, mencionada na faixa inicial; fato é: era uma amiga da banda e nunca recebeu direitos pela foto (Foto: Black Sabbath)

João Pedro Piza

A Segunda Guerra Mundial, em muitos aspectos, mudou os rumos da humanidade. As atrocidades presentes no front, o medo constante da vigilância proveniente dos membros dos Estados totalitários e o horror disseminado pelas mais modernas técnicas de batalha forjaram no inconsciente dos cidadãos europeus um grande sentimento de desesperança. A Inglaterra, uma das potências mundiais da época e, por isso, grande alvo de Hitler na parte ocidental do continente, foi bombardeada pelos aviões alemães da Luftwaffe em 1940. Sob escombros e com pelo menos 450 mil mortos, os ingleses buscavam reestruturar o país a partir dos anos 1950, após a vitória dos aliados e dos efeitos do Plano Marshall. Mas não era nada fácil.

Nesse contexto, seria pouco coerente as manifestações artísticas do cenário cultural de Birmingham, cidade industrial e protagonista da metalurgia na Inglaterra, rodeada pela miséria, desemprego e crises, apresentarem o mesmo tom de paz, amor e esperança dos hippies — especialmente poetas e músicos norte-americanos. Dessa forma, Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward possuíam uma ótica pessimista e distópica no que tange a maneira de encarar a sociedade e ver o futuro. Naturalmente, trocaram as roupas coloridas e as flores por jaquetas de couro e crucifixos. 

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Drácula: o horror de um clássico

Capa do livro Drácula de Bram Stoker pela editora Principis. Na imagem, aparecem representados em um tom de azul escuro: o castelo do Conde acima de um monte envolto por um grande portão e árvores tortuosas, na frente do portão está a sombra do próprio vampiro e de pequenos morcegos. Ao fundo a cor vermelho sangue toma conta do espaço do céu e o nome do livro e do autor aparecem estampados.
Exprimindo a atemporalidade da literatura gótica, Drácula de Bram Stoker é a prova de que existem clássicos que envelhecem como vinho (Foto: Editora Principis, com tradução de Karla Lima)

Jamily Rigonatto

“Quando o Conde viu meu rosto, os olhos dele brilharam com um tipo de fúria demoníaca, e de repente ele fez um movimento para agarrar meu pescoço. Eu me desviei, e a mão dele tocou a corrente onde estava o crucifixo. Aquilo provocou uma mudança instantânea, pois a fúria passou tão depressa que eu mal podia acreditar que tinha existido.”

Não há quem escute o nome Drácula e não reconheça a famosa representação vampiresca e suas lendas folclóricas. Ao longo dos anos, o Conde se consolidou como um personagem clássico dos gêneros de Terror e Horror e ganhou diversas releituras das mais variadas áreas, nas quais é descrito do grotesco ao carismático. A figura imponente criada por Bram Stoker no livro Drácula, de 1897, popularizou os vampiros no imaginário do público e alimentou mitos sobre o assunto. Hoje, a obra segue ganhando novas edições e sendo um dos textos mais apreciados pelos leitores do gênero. 

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