Em Shippados, o amor não precisa ser perfeito

A imagem é de uma das cenas da série Shippados. Nela, os personagens de Tatá Werneck, à esquerda, e Eduardo Sterblitch, à direita, estão caminhando juntos em uma praça, é possível visualizar o corpo deles da cintura para cima. Tatá é uma mulher branca, de cabelos castanhos escuros e compridos, ela está vestindo uma blusa branca com detalhes azuis e está usando uma mochila da cor vinho. Tatá está com o olho esquerdo fechado e o rosto virado em direção ao Eduardo, e segurando as duas alças de sua mochila. Eduardo é um homem branco de cabelos castanhos escuros ondulados, ele veste uma camisa cinza de manga curta e está usando uma mochila preta nas costas. Eduardo está com o rosto virado em direção à Tatá.
Série do Globoplay aponta as falhas da conectividade virtual a partir de uma perspectiva romântica e bem-humorada (Foto: Reprodução)

Vitória Silva

O amor em tempos modernos. As primeiras trocas de olhares foram substituídas por matches em aplicativos de relacionamento. As conversas deram espaço para emojis e figurinhas do Whatsapp. Chegamos num ponto em que até ouvir a voz da outra pessoa se tornou um grande ato de intimidade à primeira vista. Essa digitalização do romance é apenas mais um exemplo de como nos reconstruímos no meio virtual e somos cada vez mais dependentes dele para criar e manter nossas relações. 

Há quem diga que essa mediação tecnológica não é tão vantajosa quanto parece, Fernanda Young e Alexandre Machado decidiram mostrar isso. O casal de roteiristas que deu origem a séries grandiosas, como Os Aspones e Os Normais, decidiu encarar uma comédia-romântico-dramática no contexto dos tempos atuais. Quase que sucessores da dupla Vani e Rui, surgiram Rita (Tatá Werneck) e Enzo (Eduardo Sterblitch). E, dessa combinação, nasceu Shippados.

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Tudo Bem no Natal que Vem: filme da Netflix vai do riso às lágrimas

Pôster promocional do filme Tudo Bem no Natal que Vem. Nela os personagens se encontram lado a lado, com o protagonista Jorge, um homem branco, cabelos escuros, roupa azul e gorro de papai noel, está sentado no centro, com luzes pisca-pisca em volta de seu corpo. De um lado de Jorge temos Laura, mulher branca, de cabelos escuros e curtos, e Aninha, menina branca, cabelos castanhos e longos. Do outro lado Márcia, mulher branca, cabelos longos e loiros, e Léo, homem branco, cabelos curtos e escuros. Todos vestindo roupas em tons azuis, com o fundo verde.
Tudo Bem no Natal que vem é o primeiro filme de Natal brasileiro da Netflix (Foto: Reprodução)

Letícia Depiro

Quando Jorge, personagem de Leandro Hassum, acorda no dia 24 de dezembro de 2010, tudo parece errado para ele, que se levanta e passa o dia resolvendo todas as pendências para a festa de Natal daquela noite, enfrentando calor, trânsito e lugares lotados. Depois de uma introdução em que o protagonista expõe toda sua complicada relação com a festa, que coincide com seu aniversário, o filme faz um bom trabalho em apresentar o conflito entre Jorge, a data e as relações familiares que o permeiam. Tudo Bem no Natal Que Vem é um filme que mistura todos os clichês natalinos com a típica comemoração brasileira.

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Borat: Fita de Cinema Seguinte mostra que a comédia vai além de risadas

Sacha Baron Cohen, um homem branco de 50 anos, está à esquerda da imagem, usando um paletó cinza, cabelos curtas escuros e bigode grosso escuro. Em suas mãos, possui uma placa com os escrito "US+A PLEASE ACCEPT GIFT". À direita, uma pessoa está embrulhada em um papel de presente listrado nas cores azul, amarelo e branco. De fundo, está a Casa Branca, dos Estados Unidos.
Jagshemash! – expressão utilizada por Borat provinda do polonês “Jak sie masz” que quer dizer “olá, como você está?” (Foto: Reprodução)

Vitor Tenca

No longínquo ano de 2006, um jornalista cazaque recebia a missão de gravar um documentário em solo americano, com o intuito de trazer costumes e conhecimentos de uma nação “mais avançada” para seu país natal. No entanto, digamos que os resultados não saíram conforme o esperado. Em Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que só foi lançado no Brasil em 2007, nosso querido jornalista, mais conhecido como Borat Sagdiyev, sofreu algumas represálias diante o fracasso nacional da produção, desde humilhação em público, cassação de seu direito jornalístico e até o sentenciamento à prisão perpétua nos gulags do Cazaquistão. 

(In)felizmente, suas missões não pararam por aí. Borat: Fita de Cinema Seguinte, fruto da Amazon Prime Video, vem, em 2020, nos mostrar o porquê do personagem interpretado – ou melhor dizendo, vivido – por Sacha Baron Cohen precisar viajar para os EU e A novamente, dessa vez para aproximar seus líderes ao glorioso McDonald Trump: o responsável por restaurar todos os valores do americano de bem. E, mais uma vez, lá ia nosso esquisito repórter em direção as terras ianques, levando consigo o Ministro da Cultura, Johnny the Monkey – exatamente, um macaco – como presente para aproximar os dois países em níveis diplomáticos. 

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Dash & Lily é o clichê que precisávamos

Midori Francis está sentada em uma mesa. Ela tem os cabelos curtos e escuros, usa uma blusa florida de mangas cumpridas e um colar de pérolas alaranjado. Em suas mãos, está um caderno vermelho que ela segura aberto. Ao fundo, outras pessoas conversam em mesas.
Série produzida por Nick Jonas é a nova comédia romântica da Netflix (Foto: Reprodução)

Ana Marcílio

Nova York, Natal e dois jovens totalmente opostos é uma ótima receita para um clichê. E é nessa ambientação que Dash & Lily, a mais nova aposta da Netflix, se desenvolve. Com a produção executiva assinada por Shawn Levy (diretor e produtor de Stranger Things) e Nick Jonas, o caçula dos Jonas Brothers, a série é um aconchego para este fim de ano. Além das músicas muito bem escolhidas, o cenário e a fotografia sabem explorar o que se tem de melhor nos romances adolescentes. 

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Muito é o que parece em O Caminho para Moscou

Exibido na seção Perspectiva Internacional da Mostra de SP, o filme trata com leveza a polarização da Guerra Fria (Foto: Divulgação Imprensa)

João Batista Signorelli

Oriunda de um país com histórico político pouco convencional, a comédia suíça O Caminho para Moscou, exibida na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, não se isenta ao relembrar o vazamento de documentos da polícia que revelavam a invasão à privacidade de 900 mil pessoas. Ainda assim, a História é apenas pano de fundo para a narrativa que se destaca frente a esse cenário. 

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How I Met Your Mother: 15 anos da enrolação mais amada da TV

Ao lado de Naruto, How I Met Your Mother é uma das melhores enrolações já feitas (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

15 anos atrás, Ted Mosby começava uma longa história sobre como conheceu a mãe de seus filhos. A partir daí, pode se dizer que How I Met Your Mother é um eterno filler, mas no bom sentido. A sitcom fez sua estreia pela CBS em 2005, e aproveitava o momento para adotar os órfãos de Friends, que acabara um ano antes. Com aquela mesma fórmula sobre um quinteto jovem em Nova York, mas dessa vez aproveitando os dias em um pub. Contudo, apesar das ressalvas, foram nove temporadas incríveis que acompanharam o amadurecimento (ou não) de personagens muitos cativantes.

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Com humor e reflexão, Ninguém Tá Olhando mostra que a vida não é aleatória por acaso

Os angelus Úli, Chun, Greta e Fred, mais a humana Miriam, vão te fazer questionar (Foto: Netflix)

Mauê Salina Duarte

Lançada em novembro de 2019 pela Netflix e dirigida por Daniel Rezende, a série Ninguém Tá Olhando usa o humor para discutir temas existenciais, lembrando um pouco a aclamada The Good Place. No entanto, enquanto a produção americana explora a vida após a morte, a brasileira foca na vida mundana. Contando com a atuação de nomes bem conhecidos pelos jovens, entre eles Kéfera, que interpreta a personagem Miriam e Projota, que dá vida a Richard. Entretanto, o protagonista é o carioca Victor Lamoglia, intérprete de Úli, um anjo da guarda novato do Sistema Angelus De Proteção Aos Humanos.

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A química entre seus protagonistas é o que incendeia O Método Kominsky

Estrelada por Michael Douglas e Alan Arkin, O Método Kominsky é sucesso da crítica e encanta a todos com seu bom humor (Foto: Reprodução)

Milena Pessi

Se você está já terminou de assistir as seis temporadas de Grace and Frankie e não vê a hora da próxima ser lançada, O Método Kominsky é uma ótima opção pra matar a saudade dessa vibe cômica. Mas cuidado, as chances de se apaixonar pela série são muito grandes. Criada em 2019 por Chuck Lorre, nome que assina os grandes sucessos Two And A Half Men e The Big Bang Theory, Kominsky conta a história de amizade entre Sandy Kominsky e Norman Newlander. Encarando os desafios e os questionamentos da terceira idade, como crises existenciais, o medo da morte, a perda de amigos e pessoas amadas, doenças inesperadas e questionamentos sobre a vida. 

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Até Van Helsing assistiria What We Do in the Shadows

A série recebeu uma indicação surpresa, mas merecida, no Emmy 2020 (Foto: FX)

Jho Brunhara

“Você achou que os vampiros de Crepúsculo eram diferentões? Espere até conhecer as figuras de O Que Fazemos nas Sombras. As trapalhadas dessa turma vão fazer você rir até o sol nascer!” Essa poderia ser a chamada de What We Do in the Shadows se fosse um filme da sessão da tarde, e acredite, existem momentos dignos do lendário programa da Rede Globo. Aliás, a série da FX é na verdade um spin-off do longa de mesmo nome, lançado em 2014. O filme, criado, escrito, dirigido e atuado por Jemaine Clement e Taika Waititi é tão genial quanto seu desmembramento para TV. 

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De boba, Schitt’s Creek não tem nada

Schitt’s Creek foi a primeira série da rede Pop TV a ser indicada ao Emmy (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

As séries americanas de comédia passaram por uma bela repaginada nos últimos anos. O consagrado formato de sitcom (comédia de situação) cedeu espaço para produções menos derivadas, e histórias diferentes foram sendo contadas na telinha. Isso, é claro, se refletiu nas premiações. Se, no começo da década, a tradicional Modern Family era aposta certa no bolão, com o passar dos anos outras abordagens receberam o devido destaque e ganharam os holofotes. Olhando apenas para o Emmy dos últimos cinco anos, o grupo de vencedores denota a diversidade.

Veep, a sátira política da HBO, ganhou o caneco 3 anos seguidos, depois da avalanche da família moderna cansar os votantes. Em sua pausa, The Marvelous Mrs. Maisel roubou a atenção. A comédia de uma hora da Amazon perdeu o posto ano passado para outra produção do Prime Video: Fleabag. Singular e dolorosa, a criação de Phoebe Waller-Bridge surpreendeu no Emmy 2019 quando fez a rapa, de surpresa. Chegamos então a 2020, ano caótico tanto nas artes quanto fora delas. Mas nem uma pandemia parou a cerimônia do Oscar da TV. E, após longos anos, assistiremos uma sitcom ‘simples’ e alegre ser aclamada e aplaudida. Está na hora de você conhecer Schitt’s Creek.

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