Do parque para as telas, a Mansão Mal-Assombrada está de volta

Cena do filme. Cinco personagens do filme, na esquerda vemos uma criança, ao lado uma mulher de roupão rosa segurando uma lanterna, o personagem principal um pouco atrás, um homem de pijama e gorro vermelho e uma mulher que também segura uma lanterna e veste pijamas. Todos com feição de preocupação em uma casa escura.
Em um clima menos cômico que o do filme anterior, os personagens voltam a explorar uma casa cheia de fantasmas (Foto: Disney+)

Laura Sipoli

Em 2003, Mansão Mal-Assombrada foi dos parques para os cinemas estrelando o icônico Eddie Murphy, no que viria a se tornar um dos clássicos do Halloween infanto-juvenil. No filme, que foi baseado em uma das atrações mais famosas dos parques da Disney, o protagonista fica preso em uma casa mal-assombrada com a família e tenta quebrar a maldição que prende fantasmas no local, enquanto lutam para sobreviver. Para os personagens que a adentram, uma mensagem assustadora; para quem assiste ou vai aos parques, um ingresso para diversão.

Duas décadas depois da estreia, temos o prazer de vivenciar o comeback nostálgico da mansão cheia de espíritos nas telas do cinema, com o remake de Mansão Mal-Assombrada. Nesta versão, a comédia de horror carrega o mesmo nome de seu antecessor e conta com uma história completamente diferente. Apesar de cheia de referências na tentativa de despertar a memória afetiva dos fãs do original, a narrativa não tem conexão com o anterior, mas a proposta permanece a mesma: uma casa com 999 fantasmas procura mais almas para aprisionar.

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O Homem dos Sonhos: quando o onírico encontra as redes sociais

Cena do filme O Homem dos Sonhos. Na cena, vemos, ao centro, da cintura para cima, Nicolas Cage, um homem branco, aparentando cerca de 60 anos, com cabelos castanhos nas laterais da cabeça, barba grisalha e óculos quadrados. Ele veste uma camisa e gravata azul claros e paletó azul escuro. Ele está sentado atrás de uma mesa e tem suas duas mãos unidas em frente a ele, apoiadas na mesa. Atrás, vemos uma parede lilás com os dizeres “Thoughts?” duas vezes.
Você já sonhou com Nicolas Cage? (Foto: California Filmes)

Vitória Gomez

Você já sonhou com este homem? Em 2006, um boato correu na internet: mais de oito mil pessoas de diversas cidades do mundo estavam sonhando com o mesmo homem, sem nunca o terem visto antes. Posteriormente, o que era um mistério virou uma piada nas redes sociais, com a verdade sendo revelada. Mas e se, subitamente, isso realmente acontecesse e moradores ao redor do planeta vissem uma mesma pessoa desconhecida durante o sono, todas as noites? É assim que O Homem dos Sonhos começa.

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Segredos de Um Escândalo prova que a Arte não passa a história a limpo

No Oscar 2024, May December concorre à categoria de Melhor Roteiro Original (Foto: Diamond Films)

Vitória Gomez

Pode a Arte imitar a realidade sem se basear nela? Pode a vida de alguém virar arte se não houver autorização? Todd Haynes prova que sim. Tão melodramático quanto bem-humorado, Segredos de Um Escândalo, inspirado em uma história real, mostra que o papel da arte não é necessariamente passar as coisas a limpo. Do contrário, a obra disseca os restos do que um dia foi um escândalo, reimaginando os ecos reais dele muito tempo depois que os noticiários se esqueceram. 

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Há 10 anos, Questão de Tempo redefiniu os rumos de uma comédia romântica através de viagens no tempo

Cena do filme questão de tempo. Na imagem está o ator Domhall Gleeson, um homem jovem, magro e de pele branca com cabelos ruivos sentado em uma mesa com um olhar de desespero. Logo atrás dele, está um casal se beijando. Um homem alto, branco de cabelos pretos e uma mulher baixa de cabelos castanhos na altura do ombro, ambos estão com casacos verdes em uma cafeteria.
Richard Curtis é o roteirista de comédias românticas famosas como Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) e Simplesmente Amor (2003) [Foto: Universal Pictures]
Henrique Marinhos

Lançado em 2013, Questão de Tempo foi um experimento muito bem-vindo. Dirigida e roteirizada por Richard Curtis, a comédia romântica, que completa uma década em 2023, explora as possibilidades e os limites das viagens no tempo, tanto como um recurso narrativo quanto uma metáfora para as escolhas e os arrependimentos da vida. O maior acerto do clássico moderno e despretensioso é não se preocupar em explicar mirabolantemente as ciências da viagem no tempo, mas usar seu espaço para relacionar a temporalidade – que quase se personifica – aos afetos dos personagens e suas relações com o mundo.

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10 anos de O Lobo de Wall Street: eis que a caça vira o caçador

Cena do filme O Lobo de Wall Street. Na imagem, Leonardo DiCaprio interpreta Jordan Belfort em um iate. Ele, um homem branco de cabelos escuros e olhos claros, veste uma camisa polo branca e calça bege com cinto preto. Em uma de suas mãos, Belfort carrega uma taça e, na outra, ostenta um relógio. A câmera o captura a partir do joelho, com o enquadramento também mostrando a bandeira dos Estados Unidos e um grande edifício ao fundo.]
The Wolf of Wall Street arrecadou mais de 400 milhões de dólares em bilheteria (Foto: Paramount Pictures)

Nathalia Tetzner

Poucos diretores sabem explorar o lado mau dos homens como Martin Scorsese e, no campo dos atores, são raros aqueles que, à la Leonardo DiCaprio, sabem se despir para viver na pele uma figura ‘8 ou 80’. Na floresta do capitalismo selvagem, O Lobo de Wall Street surge, em 2013, sem escrúpulos ou moralismo para retratar a trajetória de Jordan Belfort pelos edifícios carnívoros do distrito financeiro mais cobiçado do mundo.

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Reality shows são uma mentira – e Jury Duty é uma muito engraçada

Cena da série Jury Duty.
Depois de arrancar risadas, Jury Duty abocanhou quatro indicações ao Emmy (Foto: Prime Video)

Vitória Gomez

12 jurados participam de um julgamento relativamente simples nos Estados Unidos. Um funcionário versus uma empregadora que o acusa de destruir o patrimônio de sua empresa. Por lá, o júri é formado apenas por civis e é dever constitucional de cada um comparecer quando for convocado – então por que não filmar o processo? É assim que Ronald Gladden acaba entre o grupo de 12 pessoas da vez, com a promessa de participar de um documentário sobre esse rito da justiça no país. O que ele não sabe é que ele é o único que está lá com esse propósito: todo o resto, incluindo os outros 11 jurados, os agentes federais, o juiz, a acusadora e até o réu são uma mera armação para emboscá-lo nas situações mais constrangedoras possíveis.

Jury Duty já deixa o público ciente da grande pegadinha acontecendo ali desde o primeiro momento. Apesar de algo realmente estar sendo gravado naquela corte, não é nada parecido com um documentário. No entanto, ao invés de se escorar em um mero programa de chacotas que caçoa do protagonista desavisado, a série cresce justamente por causa da humanidade de Ronald. No estilo mockumentary, a estrela da produção (que sequer sabe que é o centro das atenções) encara o dia a dia do julgamento com a certeza de que tudo está sendo registrado, mas ignorante às reais intenções das câmeras.

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Como Perder um Homem em 10 Dias: 20 anos do clássico que uniu humor e emoção em uma aposta oculta de paixão

Cena do filme Como Perder um Homem em 10 Dias. Um homem segura o rosto de uma mulher com suas duas mãos. Ambos estão sorrindo e próximos um do outro. Observa-se os dois de perfil, virados de lado e se olhando. De fundo, uma avenida com carros passando pode ser observada, assim como uma porta de táxi próxima da mulher.
Com sucesso enorme de bilheteria desde seu lançamento, a clássica comédia romântica protagonizada por Kate Hudson e Matthew McConaughey comemora seus 20 anos de renome em 2023 (Foto: Paramount Pictures)

Luiza Lopes Gomez

Inspirado em um quadrinho de comédia, Como Perder um Homem em 10 Dias comemora seus 20 anos de lançamento no ano de 2023. Conhecido como uma das maiores romcoms da atualidade, o longa mantém sua relevância atemporal, mesmo sendo alvo de certa necessidade de reparação mediante concepções antigas e sexistas perpetuadas na época de sua criação. Manter sua notabilidade não é um problema para o filme de Donald Petrie graças ao desenvolvimento de personagens comuns e identificáveis, estrelados pelos renomados atores Kate Hudson e Matthew McConaughey, que formam um par romântico imperfeito, porém certeiro.

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O drama cômico da terceira temporada de Disque Amiga para Matar realmente é de matar

Cena da terceira temporada da série Disque Amiga para Matar. Na cena, vemos as personagens Jen Harding e Judy Hale de braços dados. Jen, uma mulher branca e loira, usa roupa preta e apresenta uma expressão séria. Judy, uma mulher branca com cabelos castanhos e franjas curtas, também usa roupa preta e tem um óculos posicionado em sua cabeça, como uma tiara. Ela parece estar segurando um pedaço de papel e apresenta uma expressão assustada. As personagens estão em um evento cujo espaço é aberto. Ao fundo, desfocado, é possível ver algumas cadeiras, plantas e pessoas que usam roupas na mesma paleta de cores que elas.
A 3º temporada de Disque Amiga para Matar conquistou 33,33 milhões de horas assistidas somente na primeira semana (Foto: Netflix)

Vitória Borges

Considerada uma das melhores séries de comédia produzidas pela Netflix, Disque Amiga para Matar conta com humor perverso em meio a ironia, exageros e muita sinceridade. O enredo do seriado é centrado na história de Jen Harding – papel interpretado por Christina Applegate – que perdeu o marido em um trágico acidente de carro e que, em meio a tanta desordem, conhece Judy Hale (Linda Cardellini), uma simples mulher que guarda segredos sombrios a respeito de seu passado.

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A quarta temporada de What We Do in the Shadows nos ensina o que não fazer nas sombras

Cena da série What We Do in the Shadows. A imagem apresenta três pessoas, sendo dois homens e uma mulher. Os três apresentam estilos diferentes, sendo que o homem mais a esquerda utiliza uma blusa preta com chamas vermelhas, um chapéu de pescador azul marinho, calças em um tom que parece ser esverdeado. O homem do meio usa um terno todo preto, com um cinto e uma gravata colorida, sendo ela laranja. Por fim, a mulher usa um conjunto de roupas rosas. A ambientação do local é uma sala cheia, seja por luminárias, livros e cacarecos presentes na fotografia. A tonalidade mais presente na foto é alaranjada, indo para o amarelado
Às vezes uma família é composta por três vampiros centenários, uma criança vampira de energia e um familiar que está esperando há 13 anos para se tornar um sanguessuga (Foto: FX)

Dante Zapparoli

A quarta temporada de What We Do in the Shadows tinha a faca e o queijo na mão, desde os colegas de quartos vampiros voltando de suas jornadas separadas que os fariam evoluírem como mortos-vivos até a apresentação de conceitos como família, amor e outras construções sociais as quais estamos acostumados – e que são estranhas para seres centenários. No entanto, o queijo foi jogado fora e a faca parece mirar em uma desvalorização ainda maior dos subplots femininos de Nadja (Natasia Demetriou) e em temáticas com contextos racistas, como com Marwa (Parisa Fakhri).

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10 anos de The Office: o adeus à filial de Scranton

Cena da série The Office. Na imagem, a personagem Pam, uma mulher branca e loira, está pendurando um quadro, com moldura preta, de um desenho do prédio da empresa em que trabalha. A sua esquerda, outros funcionários estão se direcionando à saída. Vemos as costas de um homem branco calvo e, atrás dele, um homem branco com cabelos castanhos e uma mulher branca e loira, menor que ele, abraçados de lado enquanto se olham.
“No fundo, todos nós gostaríamos que houvesse uma maneira de saber que estamos vivendo os bons e velhos tempos antes da gente ter que deixá-los”. (Foto: NBC)

Agata Bueno

Nove gerentes regionais, três casamentos, seis festas de Halloween, sete festas de Natal, duas edições do Dundies, um atropelamento, um filme e um documentário.  A adaptação estadunidense da série de Ricky Gervais e Stephen Merchant reproduziu a rotina de uma empresa de papel no interior da Pensilvânia entre Março de 2005 e Maio de 2013.  Em meio às inúmeras ameaças de fechamento, as nove temporadas de The Office mostraram o dia a dia das pessoas que se encontram das 9h às 17h na Dunder Mifflin. Ou melhor, de uma família que se formou diante das câmeras no decorrer dos 201 episódios e acumulou uma audiência que se tornou mais do que clientes interessados em papel.

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