Persona Entrevista: Lemohang Jeremiah Mosese

Diretor de “Isso Não É um Enterro, É uma Ressurreição” comenta sobre o filme dentro da sua geração e relembra o trabalho com Mary Twala

O Persona recebe Lemohang Mosese, que brilhou com seu filme na Mostra SP (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

Fechando definitivamente a cobertura da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o Persona apresenta hoje uma conversa com o simpaticíssimo Lemohang Jeremiah Mosese, que conta um pouco sobre como enxerga seu trabalho de cineasta e a importância da unificação entre as pessoas como força política.

Responsável pelo magnífico Isso Não É um Enterro, É uma Ressurreição, que discute a perda e o luto no processo de resistência, o diretor lesotiano ainda relembra seu trabalho com a falecida Mary Twala e revela os motivos pelo qual espera ansioso pela nova geração ainda não nascida. 

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Persona Entrevista: Bahman Tavoosi

Diretor de “Os Nomes das Flores” detalha a importância da memória e do legado da arte e ainda revela o segredo da sopa da professora

Arte vermelha retangular. No canto superior direito, há o nome do entrevistado, Bahman Tavoosi. A foto dele está na parte inferior central da arte e ele é um homem iraniano, com cabelo curto e barba. Ele está vestindo uma jaqueta de couro e está com a mão no queixo e a fotografia está em preto e branco. Ao lado direito dele, o pôster de seu filme, Os Nomes das Flores, que mostra uma senhora de idade em tom desbotado, e flores ao redor dela. Do lado esquerdo da imagem, foi adicionado o texto "Persona Entrevista" várias vezes, de forma perpendicular à orientação da imagem.
O Persona recebe o iraniano-canadense Bahman Tavoosi, responsável pelo tocante Os Nomes das Flores, presente na Mostra de SP (Foto: Reprodução)

Caroline Campos e Vitor Evangelista

Como é que um diretor nascido no Irã e atual residente do Canadá acabou estreando na ficção fazendo um filme em espanhol na Bolívia? Bahman Tavoosi, o tal cineasta, esbanja talento e versatilidade. Ainda na leva de entrevistas provindas da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Tavoosi é o foco do texto de hoje.

Realizador do estupendo Os Nomes das Flores, filme sensível que usa a figura de Che Guevara para debater legado e memória, Bahman conversou com o Persona sobre as influências que angariou ao longo de sua jornada na área, além de revelar, com exclusividade, qual o sabor da quase mítica sopa que Che provou antes de sua morte.

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Persona Entrevista: Dani Rosenberg

Diretor de “A Morte do Cinema e do Meu Pai Também” destrincha o caráter biográfico da obra

Arte vermelha retangular. No canto superior direito, há o nome do entrevistado, Dani Rosenberg. A foto dele está na parte inferior central da arte e ele é um homem branco, com cabelo curto e barba. Ele está vestindo uma jaqueta jeans e a fotografia está em preto e branco. Ao lado direito dele, o pôster de seu filme, A Morte do Cinema e do Meu Pai Também, que mostra dois homens no chão, um está deitado e outro sentado, olhando para ele. Do lado esquerdo da imagem, foi adicionado o texto "Persona Entrevista" várias vezes, de forma perpendicular à orientação da imagem.
O Persona entrevista Dani Rosenberg, diretor e roteirista de A Morte do Cinema e do Meu Pai Também (Foto: Reprodução)

João Batista Signorelli 

Dando continuidade à série de entrevistas realizadas pelo Persona durante a cobertura da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o entrevistado da vez é o diretor israelense Dani Rosenberg. Rodando festivais ao redor do mundo com seu seu segundo longa A Morte do Cinema e do meu Pai também, e inclusive marcando presença na Seleção Oficial do Festival de Cannes, o diretor compartilhou um pouco do seu processo de criação, que mistura documentário e realidade para construir um relato pessoal sobre perda e memória familiar. 

O diretor narrou sua trajetória desde sua graduação na Jerusalem Film School, passando pela produção e circulação de seu filme, chegando às dificuldades criativas decorrentes do momento atual de pandemia. De maneira muito simpática e empolgada, ele se abriu para falar tanto sobre as questões familiares pessoais retratadas no filme, quanto sobre sua paixão e influências no cinema. 

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Persona Entrevista: Jonathan Cuartas

Diretor de “Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir” conta as influências do filme vampiresco e revela sua paixão pelos Irmãos Coen (e pelo Adam Sandler)

Arte vermelha retangular. No canto superior direito, há o nome do entrevistado, Jonathan Cuartas. A foto dele está na parte inferior central da arte e ele é um homem branco, com cabelo curto na altura da orelha e barba. Ele está vestindo uma blusa preta e a fotografia está em preto e branco. Ao lado direito dele, o poster de seu filme, Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir, que mostra um homem e uma mulher divididos por uma faixa avermelhada. Do lado esquerdo da imagem, foi adicionado o texto "Persona Entrevista" várias vezes, de forma perpendicular à orientação da imagem.
O Persona entrevista o diretor Jonathan Cuartas, responsável pelo sensível e visceral Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Ainda no recém-nascido quadro de entrevistas do Persona, dessa vez a conversa é internacional. Jonathan Cuartas vive em Miami, se formou na faculdade de cinema em 2016 e Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir é o seu filme de estreia. Exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e ovacionado por esse que vos escreve, o longa abre uma porção de debates sobre doença, vulnerabilidade e sobre o amor familiar.

O jovem cineasta bateu um papo honesto conosco e abriu o próprio coração, contando a sensibilidade de sua criação e o que ele almejava no primeiro trabalho em longa metragem. Como de praxe, ao fim do texto temos um bate-bola mais descontraído, e Jonathan até revela seu time dos sonhos para trabalhar futuramente no cinema.

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Persona Entrevista: Moara Passoni

A cineasta, co-roteirista do comentado Democracia em Vertigem, fala sobre sua experiência com a anorexia que motivou Êxtase, seu primeiro longa-metragem e sobre a indicação ao Oscar 2020

O Persona entrevista Moara Passoni, diretora de Êxtase e roteirista de Democracia em Vertigem (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

Semana passada, estreamos uma novidade aqui no site: o Persona Entrevista. O quadro ainda tem o gostinho da nossa cobertura da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo porque traz para seu início conversas que tivemos com alguns diretores de filmes exibidos no festival. A abertura se deu com João Paulo Miranda Maria, diretor de Casa de Antiguidades, filme que representou o Brasil no Festival de Cannes este ano. 

Dessa vez, o Persona recebe Moara Passoni, roteirista de Democracia em Vertigem que, depois de nos representar entre os Melhores Documentários do Oscar 2020, estreia na direção com Êxtase, seu primeiro longa-metragem premiado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) na Mostra SP deste ano. Ela conversou conosco sobre o longo processo de criação do filme que, brincando com a linha tênue existente entre a ficção e a realidade, atravessa a experiência da própria com a anorexia e dá voz a relatos de muitas outras mulheres que participaram de sua concepção compartilhando suas vivências.

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Persona Entrevista: João Paulo Miranda Maria

Diretor de “Casa de Antiguidades” comenta suas inspirações e o impacto do filme, único brasileiro na seleção de Cannes 2020, no exterior 

Arte com fundo vermelho, no lado esquerdo as palavras PERSONA ENTREVISTA aparecem na vertical, intercalando entre letras pretas e brancas, uma cor por linha, ao lado das 4 linhas, está uma colagem em preto e branco do diretor, seu busto, ele é um homem branco que usa óculos de grau e uma camiseta polo com os botões abertos. Ao lado do homem, está o pôster do filme Casa de Antiguidades, que tem o desenho de um homem usando uma cabeça de touro preta, acima do pôster, em letras pretas está escrito o nome do diretor, João Paulo Miranda Maria
O Persona entrevista João Paulo Miranda Maria, diretor do filme Casa de Antiguidades (Foto: Reprodução)

Caroline Campos e Vitor Evangelista

Como parte da cobertura da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o Persona entrevistou realizadores de alguns dos filmes presentes no festival. Nos próximos dias, os leitores do site poderão ter acesso na íntegra a essas conversas exclusivas (coordenadas pela nossa equipe), e que foram realizadas através de videochamadas. Assim, mesclamos o texto clássico narrativizado do Persona com as perguntas e respostas em forma de pingue-pongue, chegando à uma leitura mais fácil e menos carregada.

Se ficou curioso, é só acompanhar abaixo o resultado da nova empreitada da editoria: apresentamos o Persona Entrevista. E, para iniciar com o pé direito, que tal conhecer um pouco mais sobre o filme e o diretor que representaram o Brasil virtualmente em Cannes neste ano?

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Isso Não É um Enterro, É uma Ressurreição: a marcha dos mortos e dos vivos

A beleza da cinematografia do longa que estreia no Brasil pela 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Divulgação Imprensa)

Caroline Campos

O luto é uma figura de muitas faces. Talvez exista um limite para o número de pessoas amadas que podemos perder sem passarmos a excomungar toda e qualquer força superior que rege a ordem natural da vida. Quando conhecemos Mantoa, protagonista de Isso Não É um Enterro, É uma Ressurreição, passamos a duvidar, junto com ela, da benevolência do Deus-Todo-Poderoso. Exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, a obra do diretor lesotiano Lemohang Jeremiah Mosese é um retrato duro e belo do clamor pela morte em harmonia com o direito à vida. 

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Walden arma uma arapuca sentimental

Walden, presente na 44ª Mostra de SP, defende a máxima de que a memória engrandece o homem, ou a mulher (Foto: Divulgação Imprensa)

Vitor Evangelista

Não tem jeito, somos nossos maiores inimigos. Jana, a calejada protagonista de Walden, prova dessa verdade da pior maneira possível, a do coração quebrado. Ela se lembra do antigo namorado da época da adolescência, e cria um escudo ao redor da memória desse amor, mantendo-se obstinada à voltar para sua terra de origem, de onde esteve exilada por trinta anos. Parte da seção Perspectiva Internacional da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Walden é um filme simples de dor e arrependimento.

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Tudo é lento em Dias

O longa faz parte do eixo Perspectiva Internacional da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Divulgação Imprensa)

Jho Brunhara

Muito se discute qual é o ponto em que o cinema se divide entre entretenimento e arte, ou se é que esse ponto existe, afinal, o que é entretenimento e por que a arte não pode entreter? Dias, filme do premiadíssimo cineasta malaio Tsai Ming-Liang, adiciona uma camada ainda mais grossa para esse debate.

Em Rizi, que faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, acompanhamos Kang (Lee Kang-Sheng) e Non (Anong Houngheuangsy), dois taiwaneses. Depois de um dia de preparações, os homens se encontram no quarto de um hotel para esquecer suas realidades por uma noite. Desde o começo, Dias é claro em sua proposta: esse não é um filme de cinema comercial. Antes mesmo do longa começar, vemos uma mensagem que diz ‘filme propositalmente sem legendas’. O primeiro take, uma câmera parada que grava Kang olhando a chuva, beira os dez minutos. Mais a frente, vemos Non preparando uma refeição. Câmera parada, quase quinze minutos. E segue esse padrão até o fim.

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Êxtase dissolve os limites

Depois de celebrar sua indicação ao Oscar, a roteirista de Democracia em Vertigem estreia na direção documentando sua experiência com a anorexia na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

É sempre surpreendente como algo profundamente pessoal pode ressoar de maneira tão universal. Fenômeno que é objeto de estudos das ciências humanas é também matéria-prima da arte, especialmente na que surge das mentes e mãos de uma nova geração de documentaristas brasileiras. Depois de explorar esse aspecto em produções como Elena, agora eu falo de Êxtase, documentário que participa da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo marcando a estreia de Moara Passoni – também roteirista do anteriormente citado – na direção. A partir das vivências da própria com a anorexia, o filme estabelece uma narrativa que em nada compreende as estruturas clássicas do cinema para nos conectar com outras realidades e mostrar que, mesmo com as nossas individualidades, muitas das nossas angústias podem ser similares e mesmo com manifestações diferentes, podem carregar a mesma origem.

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