Nota Musical – Abril de 2022

Arte retangular na cor verde musgo. Do lado direito está a caixa de um CD, este decorado por uma foto de quatro artistas: Harry Styles, Fontaines D.C., Orville Peck e Anitta. Já ao lado esquerdo, está escrito, em branco, na área superior, “nota musical”. Ao centro, o logo do persona, um olho com a íris na mesma cor do fundo. Logo abaixo, o texto em preto “abril de 2022”.
Destaques de Abril de 2022: Harry Styles, Anitta, Orville Peck e Fontaines D.C. (Foto: Reprodução/Arte: Nathália Mendes)

O quarto mês de 2022 nos trouxe muitos motivos para comemorar junto de um carnaval fora de época. Como de costume para o amplo espectro da Redação do Persona, estivemos seguindo os lançamentos, eventos, notícias e celebrações do mundo da Música, dentro e fora do Brasil, durante os últimos 30 dias. Então, acompanhados de uma Rita Lee curada, Anitta internacionalizada e Harry Styles emplacado, sonhamos com uma São Paulo primaveril e apresentamos o Nota Musical de Abril

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Cineclube Persona – Abril de 2022

Arte retangular de fundo na cor marrom. Ao lado direito da imagem, foi adicionada uma televisão antiga de tubo, com a divisão de quatro telas: a primeira delas mostra um casal deitado em uma toalha na praia, a segunda mostra um homem segurando o rosto de uma mulher e a olhando fixamente, a terceira mostra dois homens negros parados lado a lado, espantados, e a quarta mostra uma mulher posando antes de começar a desfilar. Ao lado da televisão está escrito Cineclube com letras brancas preenchidas e abaixo Persona, com letras brancas vazadas. Ao centro está o logo do persona, um olho com a íris na mesma cor do fundo, e logo abaixo em letras pretas está escrito abril de dois mil e vinte e dois.
Destaques de Abril de 2022: Heartstopper, o fim de Ozark, Medida Provisória e a 14ª temporada de RuPaul’s Drag Race (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan)

Se o mês passado esquentou as telonas com a versão em couro e tesão do Batman de Robert Pattinson, Abril foi marcado pelo verdadeiro estopim de múltiplos lançamentos imperdíveis. Mas, antes de destrinchar o amor perfeito de Heartstopper, as tragédias de Ozark, a potência de Medida Provisória e a resiliência de RuPaul’s Drag Race, é hora de nos despedirmos do Blue Sky Studios, propriedade adquirida pela Disney no ano passado e agora oficialmente extinto. Responsável por sucessos que iam de Rio à Era do Gelo, os animadores da empresa atingiram a jugular do público quando, no tchau, recompensaram o esquilo Scrat com a sonhada noz que movimentou uma saga de filmes jurássicos e gélidos. 

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Estante do Persona – Abril de 2022

Arte retangular de cor rosa pastel. Ao centro há uma estante branca com três prateleiras. A primeira prateleira é dividida ao meio, a segunda prateleira é dividida em três e a terceira prateleira é dividida em três. Na parte superior lê-se em preto 'estante’, na primeira prateleira lê-se em preto 'do persona', à direita nessa prateleira está a logo do Persona, um olho com íris magenta. Na segunda prateleira, ao meio, está a capa do livro “A estrutura da bolha de sabão”. Na terceira prateleira, à direita, está o troféu com a logo do persona. Na parte inferior lê-se em branco ‘abril de 2022'.
Em abril, o Clube do Livro do Persona se debruçou sobre os conscientes e inconscientes da antologia de contos A Estrutura da Bolha de Sabão, da eterna Dama da Literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles (Foto: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate/Texto de Abertura: Jamily Rigonatto)

“Aprendi desde cedo que fazer higiene mental era não fazer nada por aqueles que despencam no abismo. Se despencou, paciência, a gente olha assim com o rabo do olho e segue em frente.”

– Lygia Fagundes Telles

O mês de Abril de 2022 marca a data de falecimento de Lygia Fagundes Telles, uma das maiores escritoras do país. A autora é considerada uma referência na Literatura pós-modernista, e usou as vozes de personagens femininas e suas múltiplas nuances como protagonistas em muitos de seus escritos. Lygia foi a terceira mulher a ocupar uma cadeira na ABL (Academia Brasileira de Letras), recebeu o Prêmio Camões em 2005 e chegou a ser a primeira mulher brasileira indicada ao Prêmio Nobel de Literatura, aos 96 anos de idade. 

Ciranda de Pedra, Verão no Aquário, As Meninas e Seminário dos Ratos são alguns dos títulos mais conhecidos da escritora, e apesar de sua destreza como romancista, os contos foram o grande destaque de sua carreira. Diante da grandeza de Lygia Fagundes e seu recente falecimento, a atual leitura do Persona não poderia ser diferente. Por isso, o escolhido da vez foi o compilado de contos A Estrutura da Bolha de Sabão. Publicado pela primeira vez sob o nome de Filhos Pródigos em 1978, o livro junta oito contos narrados por personagens variados, em que a grande brincadeira fica por conta das transições entre realidade e pensamento. 

No único encontro do mês, os membros do Clube discutiram as entrelinhas do texto e tentaram desvendar os encantos por trás do ar enigmático da linguagem utilizada pela autora. Entre os comentários, a sutileza ao emparelhar o intrínseco dos personagens e o mundo externo a suas individualidades, os leitores do Persona destacaram a objetividade com a qual Lygia especulava a complexidade humana. 

A capacidade de organizar as palavras como charadas condutoras de uma narrativa particularmente imprevisível e aberta a tantas possibilidades também foi um dos destaques da discussão. Além disso, as reflexões sobre o fator que unia tantas histórias diferentes em um produto só deu espaço para os leitores criarem suas próprias teorias. E seja pela tensão que ronda as relações interpessoais e intimistas ou pela certeza dos desenlaces decepcionantes, a conclusão foi que, se Lygia descobriu os segredos da estrutura da bolha de sabão, ela não pretendia deixá-la às claras. 

A política e discussões socioculturais abraçadas pela obra não foram esquecidas, e os retratos de conflitos, preconceitos e desigualdade reafirmaram a imagem de uma autora ousada e sabiamente desafiadora. Ainda, a leitura de A Estrutura da Bolha de Sabão resgatou nas memórias as narrativas de Hilda Hilst e Clarice Lispector, mostrando como mesmo seus pontos em comum se exprimem com uma singularidade incomparável.  

A leitura do mês expulsou a temida Lygia dos vestibulares e deu a sua obra um passe para a imortalidade. Nesse cenário tomado por despedidas e eternização, a Literatura não pretende deixar saudade, então fique agora com as indicações dos membros do Clube do Livro para o Estante do Persona de Abril.

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As realidades do 27º Festival É Tudo Verdade

Arte retangular horizontal de fundo azul com estrelas azul claro. Lê-se o texto: “as realidades do 27º Festival É Tudo Verdade It’s All True”. Foi adicionado o olho do Persona no canto inferior direito, com a íris em azul claro.
Entre os dias 31 de março e 10 de abril, o Persona acompanhou o 27º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de abertura: Raquel Dutra)

Está aberta a temporada de festivais na cobertura do Persona. Entre os dias 31 de março e 10 de abril, a realização do 27º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade inaugurou o ano para as nossas aventuras cinematográficas. Depois de um 2021 marcado pelo Cinema das mulheres, da cidade maravilhosa, das experimentações e fantasias, 2022 se inicia com a única coisa da qual não podemos fugir: a realidade.

Mas na verdade, o espectro contemplado pelo maior festival de documentários do mundo era muito desejado para integrar o horizonte das nossas experiências. Dessa vez, o anseio se tornou possível graças ao formato de realização do É Tudo Verdade, que aconteceu de forma totalmente gratuita e híbrida, sendo presencialmente nos cinemas das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, e virtualmente através da plataforma de streaming do festival e das dos parceiros Itaú Cultural Play e Sesc Digital. 

A seleção é tão vasta quanto o tema que a define: 70 filmes, que entre curtas, médias e longas-metragens, se dividiram nas mostras competitivas e nas demais categorias de exibição (Foco Latino-Americano, Sessões Especiais, O Estado das Coisas, Clássicos É Tudo Verdade). Trazendo o Cinema documental realizado em mais de 30 países, o alcance do É Tudo Verdade é reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, de forma a classificar diretamente os filmes vencedores dos prêmios dos júris nas Competições Brasileiras e Internacionais de Longas/Médias e de Curtas Metragens para apreciação ao Oscar do ano que vem.

À distância, o Persona selecionou 25 títulos a fim de compreender a seleção de 2022, que elegeu como os homenageados da vez Ana Carolina e Ugo Giorgetti, dois dos nomes mais importantes do Cinema de não-ficção brasileiro. As obras de abertura propuseram uma reflexão sobre o passado, presente e futuro da Sétima Arte, enquanto o encerramento do festival ficou na responsabilidade de um dos premiados pelo público e pelo júri da edição mais recente do Festival de Sundance.

A curadoria do Persona conferiu todos eles, além das obras vencedoras e demais títulos que chamaram a atenção de Bruno Andrade, Enrico Souto, Raquel Dutra e Vitor Evangelista. O resultado dessa aventura você pode conferir abaixo, e em meio a experiências milagrosas, figuras históricas, lutas urgentes e muitas reflexões filosóficas, vale o aviso: não se esqueça que é tudo verdade.

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Nota Musical – Março de 2022

Arte retangular na cor vermelha escura. No canto direito está a caixa de um CD, este decorado por uma foto de quatro artistas: Charli, ROSALÍA, Karol Conká, e Miley com Anitta. No canto esquerdo, na parte superior, está escrito "nota musical" em branco, depois há a logo do Persona, um olho com a íris na mesma cor do fundo da imagem. Mais abaixo, está escrito em preto "março de 2022".
Destaques de Março de 2022: Charli XCX, ROSALÍA, Miley Cyrus & Anitta e Karol Conká (Foto: Reprodução/Arte: Vitória Vulcano)

O terceiro mês do ano foi o mais movimentado de 2022 até então. Entre perdas inestimáveis para o mundo da Música, o Brasil voltou a receber artistas nos palcos do Lollapalooza e o Oscar 2022 tomou parte, com destaque especial para as apresentações de Beyoncé, Billie Eilish e as do filme Encanto. Quem tomou as manchetes para si, entretanto, foi a morena misteriosa Anitta, que alcançou o posto de canção mais popular do mundo com Envolver

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Cineclube Persona – Março de 2022

Arte retangular de fundo na cor rosa. Ao lado direito da imagem, foi adicionada uma televisão antiga de tubo, com a divisão de quatro telas, uma mostrando um homem e uma mulher se beijando; ao lado um homem segurando uma estatueta dourada; abaixo um homem com uma máscara preta cobrindo a parte superior do rosto, usando uma roupa e capa pretas e ao lado uma mulher olhando para uma enorme criatura vermelha escondida atrás de uma cortina. Ao lado da televisão está escrito Cineclube com letras brancas preenchidas e abaixo Persona, com letras brancas vazadas. Ao centro está o logo do persona, um olho com a íris na mesma cor do fundo, e logo abaixo em letras pretas está escrito março de dois mil e vinte e dois.
Destaques de Março de 2022: Bridgerton, o Oscar de Drive My Car, Batman e Red: Crescer é uma Fera (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan)

Da ficção da Pixar aos documentários da Netflix, da comédia de Taika Waititi ao drama de Ryûsuke Hamaguchi, fomos presenteados com produções nacionais e internacionais para os amantes da Sétima Arte em Março de 2022. Tudo isso regado com a cobertura do caótico Oscar e muitas outras movimentações nas premiações de Cinema. Teve de tudo, mas não se estresse a ponto do panda vermelho se libertar! Entre a cozinha de Sebastian Stan, a caverna de Robert Pattinson e os aposentos nobres de Jonathan Bailey, o Cineclube de Março esmiuça a TV e o Cinema do Mês da Mulher

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A luz no fim do túnel do Grammy 2022

Arte retangular. O fundo é um degradê roxo e lilás. Da esquerda para a direita, foram adicionadas as imagens de 4 artistas segurando troféus vencidos na cerimônia do Grammy. No canto esquerdo, foi adicionada a imagem do artista Jon Batiste. Ele é um homem negro adulto de pele retinta. Ele tem cabelo crespo curto. Ele está sorrindo. Ele usa uma blusa preta de gola com detalhes prateados. Ao lado direito dele, foi adicionada a imagem da artista Doja Cat. Ela é uma mulher adulta negra de pele clara. Seu cabelo é preto e liso, com penteado em coque. Ela usa um vestido decotado rosa que mostra os ombros. Ela sorri. Ao lado direito dela, foi adicionada uma imagem da artista SZA. Ela é uma mulher negra adulta. Seu cabelo é preto, liso e comprido. Ela usa um vestido bege com flores coloridas. Ela sorri. Ao lado direito dela, foi adicionada uma imagem da artista Olivia Rodrigo. Ela é uma mulher jovem amarela, de ascendência filipina. Ela tem cabelo preto liso comprido. Ela usa um vestido preto que mostra os braços e o peito. Ela usa dois colares, rosa e roxo escuro. Ela sorri, mostrando a ponta da língua.
Os sorrisos que iluminaram o sombrio Grammy 2022: Jon Batiste, o melhor nome para assinar o disco consagrado como o Álbum do Ano; Doja Cat e SZA, as hitmakers que foram premiadas pela primeira vez; e Olivia Rodrigo, que aos 19 anos, encerrou um ano de ouro com seu título de Artista Revelação (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara)

Raquel Dutra

Como uma de suas metáforas musicais favoritas, o Grammy encerrou a caliginosa caminhada que o levou até a sua 64ª edição ao fim luminoso da noite do dia 3 de abril de 2022. Sob os holofotes da MGM Grand Garden Arena, no glamour de Las Vegas, cantores, compositores, produtores e instrumentistas se reuniram, junto da Academia de Gravação, para reconhecer “o melhor da Música” realizada entre o dia 1 de setembro de 2020 e 30 de setembro de 2021 e submetida à consideração da premiação. No palco, brilharam os nomes de Jon Batiste, Olivia Rodrigo, Doja Cat, SZA, Bruno Mars e Anderson .Paak, que com suas celebrações fervorosas e feições vitoriosas, encerraram um período que aconteceu exatamente de acordo com uma das leis mais fundamentais da natureza que produz tais fenômenos – antes da luz, vem a escuridão. 

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Estante do Persona – Março de 2022

Arte retangular de cor azul. Ao centro há uma estante branca com três prateleiras. A primeira prateleira é dividida ao meio, a segunda prateleira é dividida em três e a terceira prateleira é dividida em três. Na parte superior lê-se em preto 'estante’, na primeira prateleira lê-se em preto 'do persona', à direita nessa prateleira está a logo do Persona, um olho com íris azul clara. Na segunda prateleira, ao meio, está a capa do livro “Homens sem mulheres”. Na terceira prateleira, à direita, está o troféu com a logo do persona. Na parte inferior lê-se em branco ‘março de 2022'.
Em Março, o Estante do Persona discutiu o melancólico Homens sem mulheres, do escritor japonês Haruki Murakami, e recuperou algumas obras de destaque para o Cinema das adaptações literárias (Foto: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate/Texto de Abertura: Bruno Andrade)

Depois de acompanhar os relatos cruéis de Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de despejo, o Clube de Leitura do Persona chegou em Março inspirado pela quase onipresente cerimônia do Oscar 2022, e decidiu reunir-se para debater a coletânea de contos Homens sem mulheres, do escritor japonês Haruki Murakami

Drive My Car, história que abre Homens sem mulheres, foi incrivelmente adaptada para o Cinema pelo diretor Ryûsuke Hamaguchi, em um filme de quase três horas com trechos inspirados em mais dois contos da mesma obra, Sherazade e Kino. Após suas quatro indicações no Oscar, vencendo na categoria de Melhor Filme Internacional, o tão aguardado longa chegou ao Brasil no dia 1º de abril, através da plataforma MUBI

No único encontro do mês, os membros do Clube do Livro debateram as nuances da obra, observando sua melancolia – que perpassa as sete histórias do livro –, a maneira a qual o autor reproduz homens quebrados e falidos em seus textos, e, principalmente, a forma como Murakami retrata o gênero feminino em seus contos. 

Além do escritor japonês, outro nome que se destacou no meio literário em Março foi o de Abdulrazak Gurnah. Ao final do mês, a Companhia das Letras lançou Sobrevidas, a primeira obra lançada no Brasil do tanzaniano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2021. A publicação dá início a uma série de quatro lançamentos do autor que a editora deve entregar futuramente. Entre eles, além de Sobrevidas, estão Paradise (finalista do Booker Prize de 1994), By the Sea e Desertion

A editora também montou uma campanha de arrecadação de fundos, junto ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), para as vítimas na Guerra da Ucrânia; por esse motivo, o livro Contos de Odessa, do ucraniano Isaac Bábel, passou a ser vendido no site da editora com mais de 65% de desconto, sem a cobrança de frete, cujo valor integral das vendas será entregue ao CICV. A obra clássica do autor captura o dia a dia na Ucrânia do século XX.

Como uma despedida de viagem – mas com o retorno breve e já agendado –, você fica agora com as dicas de leitura que os membros do Clube do Livro deixaram no Estante do Persona, as quais se pode ler no carro, deitado, no smartphone, ou como bem entender.

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As Mulheres do Grammy 2022

Onde estamos depois de tantas mudanças para contemplar as mulheres no lugar de reconhecimento mais importante da Música mundial? Uma seleção de 12 nomes para entender o passado, o presente e o futuro das mulheres no Grammy

Arte retangular. O fundo é lilás. No lado esquerdo, existe uma foto de Nathy Peluso. Ela é uma jovem branca, de cabelos castanhos presos, e usa uma franjinha sobre a testa. Nathy veste uma blusinha branca de alças e uma jaqueta preta por cima. Do lado esquerdo dela, existe uma foto de Olivia Rodrigo. Ela é uma jovem de cabelos castanhos longos e usa um vestido lilás. Ao lado dela, existe uma foto de H.E.R.. Ela é uma jove negra, de cabelos longos ondulados e pretos, e usa um vestido cor de vinho e óculos transparentes roxos. Por fim, no lado direito da imagem, existe uma foto de Arooj Aftab. Ela é uma mulher paquistanesa, de cabelos escuros curtos, e está usando uma jaqueta prateada.
O Persona preparou uma seleção de 12 artistas que se destacaram nas indicações do Grammy 2022, que se revela com uma temporada complexa para o avanço das mulheres na Música (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/Texto de abertura: Raquel Dutra)

Se a edição de 2022 da premiação mais importante da Música mundial apresenta um cenário interessante para as mulheres, é como o resultado árduo de uma longa caminhada. Em 2019, o Grammy inaugurou um marco para as artistas reconhecidas pela Academia de Gravação sediada na Califórnia: vindo de um controverso 2018, onde era possível contar nos dedos de uma mão as artistas consideradas para as 4 categorias principais da premiação, assim como as dos gêneros de mais destaque, como rap, rock, R&B e country, a premiação se envergonhou de seu conservadorismo e atraso em se adaptar ao novo ambiente musical. Para trabalhar a situação, a premiação mudou sua forma de reconhecer “o melhor da Música”, ampliando o número de indicados em suas categorias centrais (o chamado ‘Big 4’: Álbum do Ano, Gravação do Ano, Canção do Ano e Artista Revelação) e instaurando comitês específicos para acompanhar as nomeações nichadas.

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star-crossed: a feliz tragédia de Kacey Musgraves

As míseras duas indicações ao Grammy 2022 colocam o novo disco de Kacey Musgraves num lugar não tão reluzente quanto o de seu antecessor, mas para a história da artista, é uma obra perfeitamente acertada (Foto: Jasmine Safaeian)

Raquel Dutra

O brilho dourado da juventude, do amor e do sucesso era o que reluzia em Kacey Musgraves desde 2018. Em seu quarto disco, a artista country se aproximou do pop para louvar o auge de sua vida e oportunamente nomeou o momento de Golden Hour. Superando seu nicho e os tabus de seu gênero, a glória da paixão plena e da ascensão da carreira a levou aos lugares de mais prestígio da Música, onde ela superou todas as adversidades e se consagrou como a detentora do Álbum do Ano no Grammy 2019. Mas nos anos seguintes, acabou-se o que era doce. O seu relacionamento com o também cantor country Ruston Kelly chegou ao fim em 2020 e a opulência de seu auge tão aclamado havia se desfeito na volatilidade da Indústria da Música. E agora, Kacey? Perguntaram-se as palavras da própria compositora, que ao fim de sua festa em 2021, assumiu para o mundo, ansioso pelo sucessor de seu melhor disco, tudo o que poderia entregar naquele momento: a sua era desafortunada. 

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