No Oscar do cachorro, ainda falta humanidade

Arte que faz menção a 96ª edição do Oscar. Nlea, vemos, da esquerda para a direita e recortados: Christopher Nolan, um homem branco de cabelos loiros e que veste smoking e camiseta branca; Da'vine Joy Randolph, uma mulher negra, de cabelos loiros e que veste um vestido azul claro; Messi, um border collie de pelos brancos e pretos e que veste uma gravata borboleta preta; Emma Stone, uma mulher branca de cabelos ruivos e que veste um vestido branco e colar prateado; Mahito e a Garça da animação O Menino e a Garça. Ryan Gosling, um homem branco de cabelos loiros que veste smoking, camisa e calça rosa e Cillian Murphy, um homem branco de cabelos pretos e olhos azuis que veste smoking preto, camisa branca e gravata preta. Ao fundo, a imagem é laranja com alguns detalhes em roxo. No canto direito, a logo de um olho na cor laranja e um play na cor preta e no canto superior esquerda os escritos "Persona faz" seguido por "Artigo Oscar 2024" logo abaixo.
A busca por identidade da premiação já demora (e incomoda) demais [Arte: Aryadne Xavier]
Guilherme Veiga

É a principal premiação da temporada, a mais popular, mais glamourosa, que mais dá o que falar e a mais emblemática. Com todos os holofotes voltados para meados de Março, é natural pensar que são essas as razões que fazem com que o Oscar seja a passagem de ciclo entre as temporadas de premiação. O pensamento faz total sentido, mas a própria indústria não o leva em consideração e ano após ano prova esse descaso.

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Entre herói e espião, Navalny acende uma luz vermelha

Cena do documentário Navalny. Na cena, à esquerda, vemos, do peito para cima. Alexey Navalny, um homem branco, aparentando ter cerca de 40 anos, de cabelos castanhos curtos, por detrás de um computador da Apple. Ao lado dele, à direita da cena, vemos sua assessora, uma mulher branca, aparentando cerca de 40 anos, de cabelos castanhos presos, segurando um celular filmando em sua direção e com uma das mãos sob a boca. Por detrás dos dois, vemos mapas e fotos de pessoas interligadas por fios vermelhos.
Indicado ao Oscar de Melhor Documentário, Navalny estreou em Sundance e passou pelo festival brasileiro É Tudo Verdade (Foto: HBO Max)

Vitória Gomez

Em Agosto de 2020, Alexei Navalny, líder da oposição russa contra Vladimir Putin, foi envenenado durante um voo para Moscou por Novichok, um composto produzido pelo governo nacional. Quase dois anos após o mal sucedido pelo ataque e uma estreia estarrecedora no Festival de Sundance 2022, o documentário joga luz no intricado e criminoso jogo político do leste europeu – ainda pré-Guerra da Ucrânia – a ponto de agraciar as morais estadunidenses: Navalny, obra que acompanha o opositor do Kremlin, recebeu aplausos ianques e uma indicação como Melhor Documentário no Oscar 2023.

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As realidades do 27º Festival É Tudo Verdade

Arte retangular horizontal de fundo azul com estrelas azul claro. Lê-se o texto: “as realidades do 27º Festival É Tudo Verdade It’s All True”. Foi adicionado o olho do Persona no canto inferior direito, com a íris em azul claro.
Entre os dias 31 de março e 10 de abril, o Persona acompanhou o 27º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de abertura: Raquel Dutra)

Está aberta a temporada de festivais na cobertura do Persona. Entre os dias 31 de março e 10 de abril, a realização do 27º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade inaugurou o ano para as nossas aventuras cinematográficas. Depois de um 2021 marcado pelo Cinema das mulheres, da cidade maravilhosa, das experimentações e fantasias, 2022 se inicia com a única coisa da qual não podemos fugir: a realidade.

Mas na verdade, o espectro contemplado pelo maior festival de documentários do mundo era muito desejado para integrar o horizonte das nossas experiências. Dessa vez, o anseio se tornou possível graças ao formato de realização do É Tudo Verdade, que aconteceu de forma totalmente gratuita e híbrida, sendo presencialmente nos cinemas das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, e virtualmente através da plataforma de streaming do festival e das dos parceiros Itaú Cultural Play e Sesc Digital. 

A seleção é tão vasta quanto o tema que a define: 70 filmes, que entre curtas, médias e longas-metragens, se dividiram nas mostras competitivas e nas demais categorias de exibição (Foco Latino-Americano, Sessões Especiais, O Estado das Coisas, Clássicos É Tudo Verdade). Trazendo o Cinema documental realizado em mais de 30 países, o alcance do É Tudo Verdade é reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, de forma a classificar diretamente os filmes vencedores dos prêmios dos júris nas Competições Brasileiras e Internacionais de Longas/Médias e de Curtas Metragens para apreciação ao Oscar do ano que vem.

À distância, o Persona selecionou 25 títulos a fim de compreender a seleção de 2022, que elegeu como os homenageados da vez Ana Carolina e Ugo Giorgetti, dois dos nomes mais importantes do Cinema de não-ficção brasileiro. As obras de abertura propuseram uma reflexão sobre o passado, presente e futuro da Sétima Arte, enquanto o encerramento do festival ficou na responsabilidade de um dos premiados pelo público e pelo júri da edição mais recente do Festival de Sundance.

A curadoria do Persona conferiu todos eles, além das obras vencedoras e demais títulos que chamaram a atenção de Bruno Andrade, Enrico Souto, Raquel Dutra e Vitor Evangelista. O resultado dessa aventura você pode conferir abaixo, e em meio a experiências milagrosas, figuras históricas, lutas urgentes e muitas reflexões filosóficas, vale o aviso: não se esqueça que é tudo verdade.

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