Há 20 anos, O Grinch nos apresentava um monstro

A imagem mostra o personagem Grinch usando um gorro vermelho com a base de pêlos brancos. O personagem é verde, possui um nariz arrebitado e olhos grandes. Ele é peludo e está na frente de um fundo azul. A sua esquerda aparece o nome original do filme em inglês: Dr. Seuss How the Grinch Stole Christmas
“O Grinch não é um Quem, ele é um O Que que não gosta de natal” (Foto: Reprodução)

Carol Dalla Vecchia

Dezembro está de volta, o que significa que os filmes de natal também vão dar as caras o mais rápido possível. Prepare-se para maratonar comédias românticas cheias de neve e pinheiros, animações contando sobre o Papai Noel e seus filhos, ou produções que retratam grandes ceias natalinas. Não é de hoje que os produtores aproveitam essa data para criar e vender histórias emocionantes, afinal, todo mundo parece gostar do natal. Só há uma criatura descontente com esse dia: é o Grinch.

O Grinch é um personagem verde, peludo e mal-humorado que odeia o natal e os Quem. Ele vive em uma caverna nas montanhas apenas com a companhia de seu fiel cão, Max. Lá eles recebem todo o lixo produzido pela vila na base da encosta e o Grinch se alimenta desses dejetos para não precisar comprar alimentos ou socializar. A interação com a vizinhança só é permitida quando ele busca entretenimento em alguma travessura. As histórias desse anti-herói já ganharam várias adaptações, como um especial televisivo em 1966 e uma animação em 2018,  mas aqui focaremos no filme de 2000, que está completando seu aniversário de 20 anos.

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O horror de Os Novos Mutantes

Poster do filme com estética dos anos 1980 no qual aparecem os cinco personagens principais. Ao fundo vemos um desenho estilizado de um urso com olhos vermelhos flamejantes. A frente o nome do filme também em vermelho.
Os Novos Mutantes (The New Mutants) teve sua data de estreia original marcada para abril de 2018 (Foto: Reprodução)

Ana Laura Ferreira

Que a pressa é inimiga da perfeição, todos nós sabemos, mas isso não quer dizer que tempo e qualidade necessariamente caminham juntos, sendo Os Novos Mutantes a prova viva disso. Com quase três anos de atraso para chegar às telas, o longa dirigido por Josh Boone se concretiza como uma amarga volta aos cinemas. Um trailer misterioso e a interminável espera, atrelados ao sedento desejo dos espectadores pela tela grande, foram a receita perfeita para a decepção e para o sentimento de desperdício de bons atores, boas histórias e bons personagens. 

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A nova irmandade das Jovens Bruxas é poderosa, mas não muito carismática

As quatro personagens em um fundo desfocado, da direita para esquerda estão Frankie, Tabby, Lily e Lourdes
O remake de Jovens Bruxas aposta em diálogos marcantes do antigo, como por exemplo o famoso: “we are the weirdos mister” (“nós somos as esquisitas, senhor”) (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Apesar das tentativas de reaver uma fórmula pronta, e muito boa inclusive, a nova irmandade de bruxas adolescentes não é capaz de conquistar o público. Mesmo que bem intencionado, Jovens Bruxas: Nova Irmandade não se sustenta sozinho sem a sombra do original dos anos 90. Dirigido por Zoe Lister-Jones, o longa, que estreou nos cinemas brasileiros no começo de novembro, equilibra a trama de antes a uma originalidade forçada e superficial, até para os padrões de filmes pop.

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Persona Entrevista: Jonathan Cuartas

Diretor de “Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir” conta as influências do filme vampiresco e revela sua paixão pelos Irmãos Coen (e pelo Adam Sandler)

Arte vermelha retangular. No canto superior direito, há o nome do entrevistado, Jonathan Cuartas. A foto dele está na parte inferior central da arte e ele é um homem branco, com cabelo curto na altura da orelha e barba. Ele está vestindo uma blusa preta e a fotografia está em preto e branco. Ao lado direito dele, o poster de seu filme, Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir, que mostra um homem e uma mulher divididos por uma faixa avermelhada. Do lado esquerdo da imagem, foi adicionado o texto "Persona Entrevista" várias vezes, de forma perpendicular à orientação da imagem.
O Persona entrevista o diretor Jonathan Cuartas, responsável pelo sensível e visceral Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Ainda no recém-nascido quadro de entrevistas do Persona, dessa vez a conversa é internacional. Jonathan Cuartas vive em Miami, se formou na faculdade de cinema em 2016 e Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir é o seu filme de estreia. Exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e ovacionado por esse que vos escreve, o longa abre uma porção de debates sobre doença, vulnerabilidade e sobre o amor familiar.

O jovem cineasta bateu um papo honesto conosco e abriu o próprio coração, contando a sensibilidade de sua criação e o que ele almejava no primeiro trabalho em longa metragem. Como de praxe, ao fim do texto temos um bate-bola mais descontraído, e Jonathan até revela seu time dos sonhos para trabalhar futuramente no cinema.

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A cortesia de Emma. à Jane Austen e à nossa sensibilidade

Três personagens, Emma no centro, Knightley a esquerda e Churchill a direita. E o nome do filme a frente.
“Prometo não planejar nenhum [casamento] para mim mesma, papai. Mas vou fazê-lo para outras pessoas. É a coisa mais divertida do mundo.” (Foto: Reprodução)
Layla de Oliveira

“Bonita, inteligente e rica.” Estes são os adjetivos usados por Jane Austen para definir Emma Woodhouse, a protagonista do romance Emma, publicado em 1815. E eles se encaixam perfeitamente para descrever o filme dirigido por Autumn de Wilde, que adapta a obra de Austen de maneira a trazer uma narrativa do início do século XIX para os tempos atuais com diversão e inúmeros elementos estilísticos para representar toda a pomposidade da aristocracia inglesa da época.

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Persona Entrevista: Moara Passoni

A cineasta, co-roteirista do comentado Democracia em Vertigem, fala sobre sua experiência com a anorexia que motivou Êxtase, seu primeiro longa-metragem e sobre a indicação ao Oscar 2020

O Persona entrevista Moara Passoni, diretora de Êxtase e roteirista de Democracia em Vertigem (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

Semana passada, estreamos uma novidade aqui no site: o Persona Entrevista. O quadro ainda tem o gostinho da nossa cobertura da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo porque traz para seu início conversas que tivemos com alguns diretores de filmes exibidos no festival. A abertura se deu com João Paulo Miranda Maria, diretor de Casa de Antiguidades, filme que representou o Brasil no Festival de Cannes este ano. 

Dessa vez, o Persona recebe Moara Passoni, roteirista de Democracia em Vertigem que, depois de nos representar entre os Melhores Documentários do Oscar 2020, estreia na direção com Êxtase, seu primeiro longa-metragem premiado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) na Mostra SP deste ano. Ela conversou conosco sobre o longo processo de criação do filme que, brincando com a linha tênue existente entre a ficção e a realidade, atravessa a experiência da própria com a anorexia e dá voz a relatos de muitas outras mulheres que participaram de sua concepção compartilhando suas vivências.

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Atenção, babuínos bobocas balbuciando em bando: o Cálice de Fogo completa 15 anos 

A imagem mostra a taça do torneio tribruxo, a qual é transparente com sua base e alças em um prata decorado. Dentro da taça há um líquido azul. Ao fundo há uma grande janela.
Há 15 anos, Harry Potter e o Cálice de Fogo chegava às telas dos cinemas (Foto: Reprodução)

Júlia Paes de Arruda

Não há dúvidas quanto ao sucesso das histórias emocionantes envolvendo o mundo de Harry Potter. O quarto filme da saga britânica, Harry Potter e o Cálice de Fogo, já deixa isso claro 15 anos atrás, quando faturou mais de 100 milhões de dólares em apenas três dias em cartaz nos Estados Unidos. É plausível dizer que essa conquista não veio dos novos cortes de cabelos que os atores, como Daniel Radcliffe e Rupert Grint, adotaram na época. Na verdade, é a partir desse filme que a trama mais sombria adentra no universo mágico com a chegada de Lord Voldemort.

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Os 7 de Chicago: quem tem medo da revolução?

A imagem mostra uma das cenas de protestos do filme. Nela, há uma multidão de ativistas em pé, encarando o horizonte assustados. À frente dessa multidão, vemos, da esquerda para a direita, os personagens Rennie Davis, Jerry Rubin, David Dellinger e Abbie Hoffman.
A produção que marca o retorno de Aaron Sorkin na direção é um testemunho sobre a importância do ativismo social (Foto: Reprodução)

Vitória Silva

Nenhuma mudança é feita sem luta social. Em 1789, a população de Paris se organizou para a tomada revolucionária da Bastilha, que marcaria o fim do Antigo Regime na França. Tempos depois, em 2010, o Oriente Médio e a região norte da África foram recepcionados por uma série de revoltas populares contra regimes ditatoriais no que ficou conhecido como Primavera Árabe

Algo não muito destoante ocorreu na cidade de Chicago, em 1968. Ao passo que a Guerra do Vietnã se desenrolava do outro lado do Oceano Pacífico, diversos grupos contrários ao conflito se reuniram em um protesto na cidade, onde acontecia a Convenção Nacional Democrata. Após uma série de tumultos e conflitos com a polícia, os líderes da manifestação tiveram que responder judicialmente. E é aí que a trama de Os 7 de Chicago se inicia.

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Persona Entrevista: João Paulo Miranda Maria

Diretor de “Casa de Antiguidades” comenta suas inspirações e o impacto do filme, único brasileiro na seleção de Cannes 2020, no exterior 

Arte com fundo vermelho, no lado esquerdo as palavras PERSONA ENTREVISTA aparecem na vertical, intercalando entre letras pretas e brancas, uma cor por linha, ao lado das 4 linhas, está uma colagem em preto e branco do diretor, seu busto, ele é um homem branco que usa óculos de grau e uma camiseta polo com os botões abertos. Ao lado do homem, está o pôster do filme Casa de Antiguidades, que tem o desenho de um homem usando uma cabeça de touro preta, acima do pôster, em letras pretas está escrito o nome do diretor, João Paulo Miranda Maria
O Persona entrevista João Paulo Miranda Maria, diretor do filme Casa de Antiguidades (Foto: Reprodução)

Caroline Campos e Vitor Evangelista

Como parte da cobertura da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o Persona entrevistou realizadores de alguns dos filmes presentes no festival. Nos próximos dias, os leitores do site poderão ter acesso na íntegra a essas conversas exclusivas (coordenadas pela nossa equipe), e que foram realizadas através de videochamadas. Assim, mesclamos o texto clássico narrativizado do Persona com as perguntas e respostas em forma de pingue-pongue, chegando à uma leitura mais fácil e menos carregada.

Se ficou curioso, é só acompanhar abaixo o resultado da nova empreitada da editoria: apresentamos o Persona Entrevista. E, para iniciar com o pé direito, que tal conhecer um pouco mais sobre o filme e o diretor que representaram o Brasil virtualmente em Cannes neste ano?

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Há 15 anos, o clássico de Jane Austen estreava no cinema com orgulho, mas sem preconceito

“É estranho pensar que todas as grandes mulheres da ficção tenham sido, até o advento de Jane Austen, não só retratadas pelo outro sexo, mas apenas de acordo com sua relação com o outro sexo”.   (Virginia Woolf)

Na foto vemos cinco mulheres numa sala, com a protagonista, Elizabeth Bennet, na frente
Da esquerda para a direita: Kitty, Sra. Bennet, Elizabeth, Lydia, Jane e Mary, ao fundo (Foto: Reprodução)

Vanessa Marques

Orgulho e Preconceito (2005), dirigido por Joe Wright, é a adaptação para o cinema da obra famosa de Jane Austen. Sob uma capa de aparente inocência, a trama retrata os costumes rígidos e patriarcais da aristocracia rural inglesa do século 19. Estrelado por Keira Knightley (Elizabeth Bennet) e Matthew Macfadyen (Darcy), o longa-metragem, que retornou ao catálogo da Netflix em seu ano de debutante, mergulha o espectador numa estética delicada e sensorial, fruto da tríade indicada ao Oscar — produção, direção de arte e trilha sonora.

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