Cineclube Persona – Setembro de 2021

Arte retangular horizontal azul-metálico com o olho do persona centralizado, com a íris no mesmo tom de azul. No canto superior esquerdo está escrito "cineclube" em branco e embaixo "persona" em branco com texto vazado. No canto inferior direito está escrito "setembro de 2021" com letras pretas. Ao longo da imagem vemos quatro quadros de moldura preta com fotos de Simu Liu (homem amarelo, canadense de origem chinesa), Carla Diaz (mulher branca) e Leonardo Bittencourt (homem branco), Asa Butterfield (homem branco) e Mimi Keene e Andy Samberg (homem branco) e Andre Braugher (homem negro).
Destaques de Setembro de 2021: Shang-Chi, 8ª temporada de Brooklyn Nine-Nine, 3ª temporada de Sex Education e A Menina que Matou os Pais (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Marcela Zogheib)

O mês de setembro sediou a 73ª edição do Emmy, e a cobertura do Persona comentou sobre incontáveis produções indicadas e vencedoras do prêmio mais importante da Televisão, além de conteúdos com informações sobre as categorias e quem ficou de fora. Mas nem só de tapete vermelho vive um mês, e chegou a hora de comentar sobre as novidades de setembro no Cinema e na TV.

Grandes nomes do Cinema marcaram presença em lançamentos. A começar por Clint Eastwood que, no auge dos seus 91 anos, dirigiu e estrelou o filme Cry Macho, lançado nos cinemas e no HBO Max americano, trazendo uma perspectiva diferente de antigos papéis de sua carreira. Temos também My Son, thriller com a vencedora do Emmy Claire Foy e James McAvoy, que filmou o longa inteiramente sem ler o roteiro, experienciando todos os momentos junto à audiência, acompanhando a investigação do desaparecimento do filho do casal.

O HBO Max também foi o palco de Ryan Reynolds, Taika Waititi e Joe Keery, que compõem o elenco recheado de estrelas de Free Guy. A história de aventura conta a história de Guy, um caixa de banco que descobre ser um personagem de videogame. Indo da comédia para o mistério, M. Night Shyamalan dirige Gael Garcia Bernal, Eliza Scanlen e outros grandes atores no longa Tempo (Old), sobre uma praia deserta onde os visitantes envelhecem repentinamente.

Para já ir se preparando para o Halloween, os lançamentos de terror chegam em peso. Candyman, produzido pelo Jordan Peele e dirigido por Nia DaCosta, propõe uma volta ao clássico do gênero, e Maligno, novo filme de James Wan,  presta homenagem ao Cinema de Terror.

A Netflix, por sua vez, traz opções para todos os gostos, lançando Kate, filme de ação protagonizado por Mary Elizabeth Winstead, e Confissões de uma Adolescente Excluída, comédia baseada na obra de mesmo nome de Thalita Rebouças. Na onda de filmes sobre adolescência, Meu Nome é Badgá chega aos cinemas trazendo uma perspectiva diferente dessa fase, pelos olhos de uma skatista de 17 anos da periferia de São Paulo.

O Amazon Prime Video também chegou forte esse mês, com as duas partes que acompanham o julgamento do caso Richthofen, O Menino que Matou Meus Pais, contando a versão de Suzane, interpretada por Carla Diaz, e A Menina que Matou os Pais, acompanhando a perspectiva de seu namorado, Daniel Cravinhos. Além desses, The Voyeurs, inspirado em Janela Indiscreta,  entra no catálogo do streaming da Amazon, estrelando Justice Smith e Sydney Sweeney.

Apostando na música, o Prime também traz uma repaginada da clássica história de Cinderella, com covers de músicas pop interpretadas por sua protagonista Camila Cabello. E a terceira edição do desfile da Rihanna, Savage X Fenty Show Vol. 3, coloca grandes nomes nas passarelas, como Troye Sivan, Thuso Mbedu, e Symone e Gottmik de RuPaul’s Drag Race. E falando de drag, Todos Estão Falando Sobre Jamie conta, através de um musical, a jornada de um garoto que quer se tornar drag queen.

Já no streaming da Disney, a música ficou por conta de Billie Eilish e Happier Than Ever: Uma Carta de Amor para Los Angeles, que acompanha um show da artista, além de trazer uma animação através de suas canções. E quando podemos ensaiar uma volta aos cinemas com a vacinação avançando na nossa população – e mantendo o uso de máscaras, não custa reforçar -, a Marvel está de volta às telonas com Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, primeiro filme com um herói asiático do estúdio.

Na TV, RuPaul’s Drag Race All Stars 6 coroa, pela primeira vez, uma mulher trans, a vencedora Kylie Sonique Love. Enquanto isso, a segunda temporada do spin-off europeu Drag Race Holland, chegou repleto de brigas e reviravoltas (e também deu o prêmio à uma mulher trans).

Representando os documentários, Controlling Britney Spears, a continuação de Framing Britney Spears, saiu de surpresa. Mais uma vez produzido pelo The New York Times, o programa continua destrinchando a delicada situação vivida pela princesa do pop.

Setembro também foi o mês de despedida de algumas séries. A oitava e última temporada da amada Brooklyn Nine-Nine vem com mudanças motivadas pelos protestos contra violência policial e o movimento Black Lives Matter. E na Netflix, Lúcifer entrega sua 6ª temporada com um final cheio de significados. 

Para os fãs de comédia romântica, Sen Çal Kapimi, sensação da TV turca, lança a sua segunda temporada. A Hulu também vem com grandes sucessos em setembro. Reservation Dogs, produzida por Taika Waititi e original do FX, conta a história de jovens nativo-americanos que querem deixar a reserva onde vivem. Além dela, a minissérie Nine Perfect Strangers traz Nicole Kidman, Melissa McCarthy, Regina Hall e outros atores conhecidos de Hollywood em uma trama paradisíaca e bem misteriosa.

Animações também integraram o elenco de lançamentos de séries do mês. No Disney+, Monstros no Trabalho, um spin-off de Monstros S.A., mostra a vida de um jovem monstro recém formado que precisa se adaptar ao novo funcionamento da fábrica, que agora faz as crianças rirem. Star Wars: Visions, uma série de antologia em formato de curtas feita por estúdios de anime, brinca com o universo da franquia de George Lucas, enquanto Rick & Morty, no HBO Max, chega com sua 5ª temporada explorando ainda mais a conturbada relação de seus protagonistas.

A Netflix não brincou em setembro, e além dos filmes, o streaming trouxe muitas séries, começando por Q-Force, que acompanha um espião gay e sua equipe LGBTQIA+. Retornam Sangue e Água, depois do sucesso da primeira temporada, e Sex Education, que chega em sua terceira temporada com novas questões a serem discutidas, e com o primeiro personagem não-binárie da série, interpretado por Dua Saleh. 

O streaming também tem bastante conteúdo pra quem gosta de ação: o volume 1 da parte final de La Casa de Papel, uma das séries mais famosas da produtora, chega com episódios intensos e um desfecho surpreendente. Além de Round 6, produção coreana que é a febre do mês. Perto de assumir o posto de série mais assistida da plataforma, a história acompanha pessoas competindo em um jogo de sobrevivência por um prêmio milionário. Por fim, Missa da Meia-Noite: o novo terror dramático de Mike Flanagan, cheio de tensão e religião. Tudo isso e muito mais você confere no Cineclube de Setembro de 2021, sob a curadoria da Editoria do Persona e de seus Colaboradores

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Cineclube Persona – Julho de 2021

Arte quadrada de fundo na cor roxa. No canto supeior esquerdo, foi adicionado o texto "Julho de 2021”. No centro da imagem, foi adicionado o logo do Persona, e a íris do olho foi pintada na cor lilás. No canto inferior direito, foi adicionado o texto "cineclube persona". Espalhados pela arte, foram adicionadas quatro fotos com molduras na cor azul claro. As fotos são de produções audiovisuais, sendo: a série Loki da Marvel, com uma foto do rosto do ator Tom Hiddleston que o interpreta. Ele é um homem branco de cabelos pretos, olhos azuis e encara com expressão séria e debochada; O fundo é dourado e brilha como uma auréola atrás da cabeça dele. O filme AmarElo - Ao vivo, com uma foto do rapper Emicida, responsável pelo show do filme. Ele é um homem negro, de cabelo black power e barba rente ao roso, e óculos de grau. Ele usa uma camiseta bege com um círculo amarelo no peito, sua expressão é séria e ele tem um braço estendido para cima, serrando o punho como símbolo de luta. Viúva Negra, filme da Marvel, com uma foto de rosto da atriz Scarlett Johanssen que a interpreta. Ela é uma mulher branca de cabelos ruivos ligeiramente presos atrás da cabeça. Sua expressão é meio sorridente e ela esta de lado, curvando o rosto. E Os Ausentes, primeira série brasileira da HBO Max, com a foto do rosto do casal protagonista Raul e Maria Júlia, interpretados por Erom Cordeiro e Maria Flor. Na imagem, ambos estão um do lado do outro, encostados em uma parede de tijolo cinza. Raul é um homem branco de cabelos pretos e barba comprida, ele veste uma jaqueta preta e sua expressão é séria. Maria Júlia é uma mulher branca de cabelos pretos cacheados na altura dos ombros, sua expressão é séria.
Destaques de Julho de 2021: Emicida: AmarElo (Ao Vivo), Viúva Negra, Os Ausentes e Loki [Foto: Reprodução/Arte: Nathália Mendes/Texto de Abertura: Ana Júlia Trevisan e Vitor Evangelista]
O mês de Julho aterrissou nas Olimpíadas de Tóquio. E entre a emoção ver Rebeca Andrade subindo ao pódio em 1º lugar após performar ao som de Baile de Favela e o orgulho de contemplar nossa Fadinha, Rayssa Leal, se tornar prata no skate, sobrou espaço para assistirmos os lançamentos audiovisuais do mês. Pega a pipoca, que o hoje o Persona comenta tudo que teve de melhor e de pior na Televisão e na Sétima Arte. 

A Netflix acertou em cheio ao testar um novo formato de disponibilização de filmes. Apostando no bom slasher, o streaming produziu uma trilogia que foi lançada durante três sextas-feiras. Rua do Medo teve tudo que os clássicos filmes de terror podem oferecer: reviravoltas, clichês, sexo, casal queer, acampamentos e muito sangue.

A queridinha ainda nos presenteou com o show AmarElo do Emicida, eternizando toda energia positiva daquela noite de 2019. Quem também registrou todo seu amor pela Música brasileira foi a cantora Gloria Estefan, que trouxe, para os assinantes do HBO Max, Sangue Iorubá, um documentário explicando todo seu encanto e inspiração pelos nossos ritmos. Além deles, música e documentário também se mesclaram no mais novo – e delirante – trabalho de St. Vicent, que tenta captar a essência de Annie Clark.

Imagina postar uma thread em seu Twitter e ela se transformar num filme? Pois, o que parece absurdo funcionou muito bem com as atuações Riley Keough e Taylour Paige. Incrivelmente, as viagens de Zola agradaram mais que as de Jolt. O filme de baixo orçamento do Prime Video até traz uma premissa interessante, mas faz com que seu roteiro seja uma sucessão de erros. O aviso que fica é: Nunca Confie em Homens!

A Disney foi liberal na economia e conservadora nos costumes. Com o preço da assinatura do streaming mais 70 reais (Não, Mickey, jamais te perdoarei por isso) pudemos abraçar a tradição e assistir Jungle Cruise, uma típica aventura nos parques do mundo encantado. Ainda na exploração capitalista, nos despedimos de Natasha Romanoff da maneira mais frustrante possível. Não que Viúva Negra seja ruim, mas ele deveria ter aparecido no Cineclube de 2013. E não, Marvel, jamais te perdoaremos por isso.

Esse mês, remakes e continuações ganham espaço especial entre os lançamentos. O aguardado Space Jam: Um Novo Legado chegou sem muitas inovações mas carregado de nostalgia para os amantes dos Looney Tunes. Velozes & Furiosos 9 manteve a qualidade da franquia no patamar elevado e Um Lugar Silencioso – Parte II, ajuda a amarrar as pontas que ficaram soltas no filme anterior. Já Caçadores de Trolls: A ascensão dos Titãs, mais cansa o cinéfilo do que cumpre com sua promessa.

Na TV, o resultado foi mais positivo. A salada de frutas da Netflix atirou para todos os lados: Outer Banks voltou tão apetitosa quanto antes, enquanto Resident Evil: No Escuro Absoluto não esquentou o suficiente. Atypical deu tchau deixando saudade, Mestres do Universo: Salvando Eternia chegou com pé na porta e Beastars retornou com potencial.

A querida e estimada Eu Nunca… continua sua jornada como uma das comédias mais importantes da atualidade, esbanjando o frisson juvenil que muito nos conforta em tempos de pandemia. Young Royals nos serviu o suco da aclamação: Suécia, uma família real cheia de problemas e um romance LGBTQIA+ proibido. 

No HBO Max, chegou a primeira produção nacional, Os Ausentes. Além disso, a joia rara genera+ion finalmente foi disponibilizada aqui, dando vasta visibilidade para essa turminha do barulho, que navega em problemas adolescentes do jeito mais identificável possível: quebrando a cara.

Na casa do rato, Loki adiou suas conclusões a fim de nos apresentar o Multiverso, em adição ao maior personagem da Marvel de 2021, o Loki Jacaré. A segunda temporada de High School Musical: A Série: O Musical (ufa) acabou meio sem pé nem cabeça, totalmente incerta da história que queria contar. 

Na Rede Globo, acabou No Limite e nem a merecida vitória de Paula ganhou as manchetes. Na internet, o xodó The Bold Type encerrou sua jornada na TV de maneira tímida, e a versão espanhola da competição de drags de RuPaul, Drag Race España, divertiu mais que qualquer outra coisa.

Pulando de streaming em streaming, a Editoria do Persona passeia pelos grandes lançamentos de Julho de 2021 e dá as dicas imperdíveis do que de melhor está borbulhando no meio audiovisual. Se prepara para mergulhar em animações instigantes, filmes de terror imperdíveis e até mesmo em uma das melhores produções do ano passado (spoiler: envolve uma vaquinha chegando nos Estados Unidos).

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Viúva Negra: nem perto da despedida que Natasha Romanoff merece

Cena do filme Viúva Negra. Na imagem, em frente a destroços, vemos as personagens Natasha Romanoff, à esquerda, e Yelena Belova, à direita, lado a lado, olhando para frente. Natasha é uma mulher branca, de cabelos ruivos e longos presos em uma trança, vestindo um uniforme preto. Yelena é uma mulher branca, de cabelos loiros e longos presos, vestindo um uniforme branco.
Viúva Negra foi lançado nas salas físicas e no streaming ao mesmo tempo, inaugurando a Fase 4 da Marvel nos cinemas (Foto: Marvel Studios)

Vitória Lopes Gomez

Mais de uma década depois de sua primeira aparição no Universo Cinematográfico da Marvel, e ao som de Smells Like Teen Spirit, finalmente vemos Natasha Romanoff virar a Viúva Negra. Nos 11 anos desde a estreia da personagem em Homem de Ferro 2, o estúdio não aproveitou o que tinha em mãos e renegou a assassina de aluguel à coadjuvante, mas deu mais tempo (e motivo) para que a injustiçada conquistasse o público. Com a pandemia e o fechamento das salas de cinema, a enrolação da empresa adicionou mais 14 meses à espera até inevitavelmente ceder ao Disney+. Antes tarde do que nunca, Viúva Negra ainda é pouco para a despedida que a Vingadora merece.

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O glorioso propósito de Loki é não ser aquilo que você espera

Cena da primeira temporada de Loki. Sylvie (Sophia Di Martino) e Loki (Tom Hiddleston) se encaram preocupados em Lamentis-1, um planeta prestes a ser destruído. Sylvie, caucasiana e cabelo loiro e que vai até os ombros, usa um uniforme de couro de combate preto com poucos adereços dourados, por baixo de um sobretudo negro. Loki, caucasiano e cabelo negro que vai até os ombros, usa uma camisa social futurista com as golas coladas no peito, com uma gravata no pescoço e as mangas dobradas até os cotovelos. Atrás deles, uma cadeia de montanhas se ergue desfocada. A cena toda está iluminada por uma cor lavanda profunda.
Os tons púrpuras de um planeta em extinção enquadram uma história de amor capaz de desafiar o destino (Foto: Disney/Marvel)

Gabriel Oliveira F. Arruda

A mais recente da primeira leva de séries do Disney+ produzidas pela Marvel Studios, Loki chega com a proposta de resgatar a personagem titular dos eventos trágicos de Vingadores: Guerra Infinita, utilizando a viagem no tempo de Ultimato como ponto de partida para sua trama de ficção científica old school. Contudo, se tem uma coisa que o Deus da Mentira de Tom Hiddleston nos ensinou ao longo de sua década no Universo Cinematográfico Marvel, foi nunca confiar nas aparências.

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A nova era da Marvel começa a tomar forma em Falcão e o Soldado Invernal

A imagem retangular é uma cena de Falcão e o Soldado Invernal. Vemos dois homens de perfil apertando as mãos próximo a altura do peito. À esquerda vemos Anthony Mackie, um homem negro de 42 anos de idade. Ele possui um cabelo preto raspado e usa barbicha e bigode. Ele está com uma camiseta de manga longa de cor cinza. À sua direita vemos Sebastian Stan, um homem branco de 38 anos. Ele possui um cabelo preto de topete e uma barba rala. Ele também usa uma camiseta de manga longa de cor azul escuro. Ao fundo é possível ver uma casa, uma árvore e folhagem desfocada.
The Falcon and the Winter Soldier foi submetido ao Emmy como Melhor Série Dramática, mas as chances de uma segunda temporada ainda são pequenas (Foto: Disney/Marvel)

Caroline Campos

Depois de WandaVision arriscar uma visão mais ousada e menos linear para a primeira experiência televisiva dos estúdios Marvel, as expectativas em cima de Falcão e o Soldado Invernal borbulhavam pelas cabecinhas conspiratórias dos fãs do Universo Cinematográfico iniciado em 2008. Ao longo de seis episódios lançados semanalmente pela Disney+, a série comandada por Malcolm Spellman dos dois maiores parceiros de Steve Rogers retrata as consequências humanitárias de um mundo pós-blip, despreparado para lidar com o reaparecimento de metade da população depois dos eventos de Vingadores: Ultimato, mas não foge da fórmula ação-comédia já conhecida das telonas.

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Cineclube Persona – Março de 2021

Arte retangular em cor rosa bebê. No canto superior esquerdo foi adicionado o texto cineclube persona em fonte branca. Ao centro está o logo do persona. No canto inferior direito está escrito março de 2021 em cor preta. Espalhadas pela arte, foram adicionadas quatro fotografias em molduras de cor azul: uma foto do filme Cabras da Peste, uma foto da série WandaVision, uma foto do filme Godzilla vs Kong e uma foto de Oprah Winfrey.
Destaques de Março de 2021: WandaVision, Cabras da Peste, Godzilla vs Kong e a entrevista de Oprah com Meghan Markle e príncipe Harry (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/Texto de Abertura: Caroline Campos)

Mais um mês se foi e, com ele, o pior março de nossas vidas. A pandemia ainda assombra o cotidiano brasileiro e, mais do que nunca, é necessário ficar em casa. Assim, para sobreviver à solidão das paredes dos nossos lares, contamos com o abraço reconfortante da cultura. E, neste mês, as doses foram intensas. Primeiro, elas finalmente chegaram: as indicações ao Oscar 2021. A grande maioria dos nomes já eram esperados e conhecidos, mas março trouxe consigo o filme que faltava para riscarmos de nossas checklists. Meu Pai, protagonizado por Anthony Hopkins e Olivia Colman, garantiu a vaga em 6 categorias da estatueta dourada e conta com uma das melhores interpretações da carreira de Hopkins.

A 26ª edição do Critics Choice Awards também deu suas caras. Nomadland foi o grande vencedor da noite, conquistando Melhor Filme e Melhor Direção para a talentosa Chloé Zhao. Chadwick Boseman e Carey Mulligan levaram para casa as consagrações em atuação principal, e Daniel Kaluuya e Maria Bakalova nas categorias de coadjuvantes. No mundo televisivo, The Crown seguiu premiadíssima, ao lado de Ted Lasso e O Gambito da Rainha. Será que a escolha dos críticos vai seguir a vontade dos votantes da Academia? Só abril nos dirá.

Além dos prêmios, o mundo do Cinema veio recheado. Depois das súplicas ensurdecedoras dos fãs, o Snyder Cut está entre nós. A versão esquecida de Zack Snyder de sua Liga da Justiça veio, por bem ou por mal, para preencher nossos corações. O Disney+ também arriscou no modelo de aluguel e lançou Raya e o Último Dragão pela facada de R$ 69,90 na mensalidade do serviço. Do outro lado dos streamings, a concorrente Netflix não poupou seus lançamentos: tivemos produção nacional em Cabras da Peste, documentário do ícone Notorious B.I.G., Silenciadas e suas bruxas modernas e até um jovem grito feminista com as meninas de Moxie.

Eddie Murphy resolveu, depois de 33 anos, retornar ao papel da realeza de Zamunda e Um Príncipe em Nova York 2 deu mais um original para a Amazon Prime chamar de seu. Sobrou até para os monstros: Adam Wingard botou King Kong e Godzilla para brigar e, infelizmente, ainda não podemos assistir o confronto da tela do cinema. Não que a TV esteja nos decepcionando – WandaVision se despediu, mas já estamos nos habituando com as cenas de ações de Falcão e o Soldado Invernal. Oprah pautou mais uma polêmica do mundo dos famosos e sua entrevista com o príncipe Harry e Meghan Markle rendeu mais intrigas para a família real britânica. 

Ficou curioso? O Cineclube Persona de Março juntou tudo isso e muito mais entre os principais lançamentos audiovisuais que chegaram até nós. Opiniões, críticas, palmas e muita gritaria nas palavras minuciosamente escolhidas pela Editoria e pelos colaboradores do Persona no maior post do mês. Confere aí!

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O feitiço de WandaVision se dissipa rápido demais

Cena da série WandaVision. Nela, vemos Elizabeth Olsen no papel de Wanda e Kathryn Hahn no papel de Agnes. Elas estão uma ao lado da outra, olhando para a frente. Wanda é uma mulher branca, adulta, ruiva e que veste um moletom vermelho. Agnes é uma mulher branca, adulta, de cabelos pretos e que veste roupas escuras. Ela está com a mão direita no queixo e tem um olhar de dúvida.
Agatha Harkness mandou avisar que WandaVision é minissérie e não tem planos para uma eventual segunda temporada (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Antes mesmo de lançar sua primeira série de TV, o Universo Cinematográfico da Marvel já usava a estrutura da telinha para contar histórias. Kevin Feige, a mente por trás do império, ligava os filmes entre si, como capítulos na grade semanal. Por conta disso, ao anunciarem a migração do início da Fase 4 para o Disney+, a empresa suscitou a curiosidade: como eles se comportariam frente ao formato propriamente dito? A Marvel seria capaz de sustentar uma narrativa difusa e não condensada nas duas horas e meia que acostumou o público a assistir, com óculos 3D e um baldão de pipoca com manteiga? O fim de WandaVision responde algumas dessas questões.

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O horror de Os Novos Mutantes

Poster do filme com estética dos anos 1980 no qual aparecem os cinco personagens principais. Ao fundo vemos um desenho estilizado de um urso com olhos vermelhos flamejantes. A frente o nome do filme também em vermelho.
Os Novos Mutantes (The New Mutants) teve sua data de estreia original marcada para abril de 2018 (Foto: Reprodução)

Ana Laura Ferreira

Que a pressa é inimiga da perfeição, todos nós sabemos, mas isso não quer dizer que tempo e qualidade necessariamente caminham juntos, sendo Os Novos Mutantes a prova viva disso. Com quase três anos de atraso para chegar às telas, o longa dirigido por Josh Boone se concretiza como uma amarga volta aos cinemas. Um trailer misterioso e a interminável espera, atrelados ao sedento desejo dos espectadores pela tela grande, foram a receita perfeita para a decepção e para o sentimento de desperdício de bons atores, boas histórias e bons personagens. 

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Homem-Aranha: Longe de Casa dá férias a Marvel nos cinemas

Homem-Aranha: Longe de Casa é o oitavo filme do herói a ser lançado nos cinemas (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

O segundo capítulo da saga do Homem-Aranha veio cedo demais. Menos de três meses depois da avalanche Vingadores: Ultimato, a Marvel trazer de volta o Cabeça de Teia é uma jogada arriscada. Sim, podemos combinar que não dependia só deles, a parceria com a Sony exigia um filme do Teioso no catálogo neste verão americano. 

É amargo o gosto que fica na boca depois de assistir o épico contra Thanos e absorver suas consequências para a franquia, lembrando que logo menos Peter Parker e cia iam voltar a se balançar por teias na Europa. Com isso estabelecido, Longe de Casa aceita a posição de epílogo da Saga do Infinito e semeia pistas para as futuras estações da Marvel nos cinemas.

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Vingadores: Ultimato acena para o futuro mas prioriza o passado

Vai existir um mundo pré e pós-Ultimato (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista 

Ultimato é o apogeu do cinema de heróis. Saúda o americanismo e reverencia tudo que a Marvel lançou as telonas nos últimos onze anos. O quarto capítulo dos Vingadores, aliás, pode (e deve) ser avaliado em duas correntezas: em primeiro lugar, o arco final dos mascarados, a finalização da Saga do Infinito; e, num segundo olhar, o filme é um grande manicômio criativo vomitado dos gibis. E nada poderia ser melhor.

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