Ser 100% Charlie Brown Jr é permanecer Abalando A Sua Fábrica, mesmo após 20 anos

Capa do disco 100% Charlie Brown Jr - Abalando A Sua Fábrica. Na parte superior está escrito “100% Charlie Brown Jr” com letras estilo de rua vermelhas. Ao lado direito superior existe uma pequena frase escrita “Abalando A Sua Fábrica” com letras distorcidas e fundo preto. Ao lado da frase, tem o desenho preto de uma fábrica sendo destruída por uma bola de destruição. No centro tem uma imagem com fundo predominante vermelho e amarelo. A imagem é a caricatura dos integrantes da banda. Da esquerda para a direita, está desenhado um homem branco de cabelos loiros e jaqueta azul. Ao lado dele, está desenhado um homem branco de chapéu vermelho e blusa marrom. Ao lado dele, está desenhado um homem branco com chapéu roxo que tampa os olhos e veste blusa marrom. Ao lado dele, está desenhado um homem branco de cabelos castanhos e blusa alaranjada.
Depois do disco Nadando com os Tubarões, a banda Charlie Brown Jr. lançou seu quarto álbum, sendo esse o primeiro sem participações de convidados externos (Foto: EMI/Charlie Brown Jr.)

Leticia Stradiotto

O Começo do Fim do Mundo, em 1982, foi o principal marco do punk rock brasileiro. O festival em São Paulo contou com a participação das primeiras bandas nacionais com foco na contracultura e foi dividido em dois dias, onde grupos como Ratos De Porão e Cólera eram atrações. Porém, logo no segundo dia, a Polícia Militar invadiu o local para queimar documentos relacionados à ditadura. Dessa forma, no fim dos anos 90, com a continuação da tendência punk em 2001 – quase 20 anos depois do evento – o grupo Charlie Brown Jr. lança o seu quarto disco e demonstra que agora, no som nacional, a única coisa a ser queimada é a censura.

O álbum 100% Charlie Brown Jr – Abalando A Sua Fábrica teve importância não só na evolução do conjunto musical, mas também na releitura do punk rock ao modo brasileiro de ser. Com a saída do guitarrista Thiago Castanho, é o primeiro projeto sem a formação original da banda e gravado com todos os instrumentos ao mesmo tempo, no estilo garage rock. Se você acha que o termo “100% Charlie Brown Jr” é uma ironia à separação e possivelmente uma saída do convencional em grupo, você está certo. Afinal, é fato que o vocalista Chorão (Alexandre Magno) era dono de um caráter forte – um tanto quanto rebelde – e queria marcar presença de uma forma específica: Abalando A Sua Fábrica, independente de qual fosse.

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Chegou Quem Faltava veio para mostrar que Um Dia a Gente Se Encontra

Capa do álbum Chegou Quem Faltava da banda Charlie Brown Jr. Desenho de uma lula vermelha, em um fundo com tom de vermelho mais escuro. A lula segura três skates e um microfone, cada qual envolvido em um de seus tentáculos. No canto superior direito está escrito em letras maiúsculas “Chegou Quem Faltava”, em amarelo. No canto inferior direito pode-se ler “Charlie Brown Jr.” na cor branca.
Chegou Quem Faltava, show ao vivo gravado em 2011 chega às plataformas em 2021 em comemoração ao dia mundial do rock (Foto: Sony Music Entertainment Brasil)

Raquel Sampaio

“Charlie Brown não é meu emprego, Charlie Brown é minha vida”. São com palavras diretas como essas, nos intervalos entre as músicas do Chegou Quem Faltava, show gravado em 2011 e publicado em dois volumes em 2021, que Chorão coloca para fora toda a paixão e intensidade dedicadas ao maior projeto de sua história, a banda Charlie Brown Jr.. Carregado de muita nostalgia e um astral contagiante, o disco de 29 faixas chega para celebrar um legado e matar as saudades.

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Um som, um reggae no rock… sei lá: Seja o Que Eu Quiser da banda Lagum completa 5 anos de muita vida

Texto alternativo: Capa do CD Seja o Que Eu Quiser. Fotografia quadrada com fundo de terra e algumas folhas verdes espalhadas. Estão espalhados itens aleatoriamente. Os itens são MP3 antigo, tampa de garrafa de vidro, cabos de som, relógio preto, clipe de papel, palhetas vermelha e azul, rodinha de skate, pulseira, pilha, chaveiro. Na parte inferior direita tem uma gaita prateada escrito Seja o Que Eu Quiser com caneta azul. No canto inferior direito está o logo da banda escrito Lagum na cor branca.
Seja o Que Eu Quiser é o primeiro álbum da banda Lagum, que apesar de jovem, esbanjam originalidade na Música brasileira (Foto: Lagum)

Leticia Stradiotto

É impossível não gostar da Lagum. A chegada da banda ao mundo da Música começou em 2014, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e desde então, os mineiros ganham cada vez mais destaque. A origem foi dada pelo Facebook, com um vídeo da composição de uma canção do vocalista Pedro Calais. Nisso, um amigo promotor de eventos incentivou a criação de uma banda. Amém. Atualmente, o grupo conta também com os integrantes Chico, Jorge e Zani, depois do falecimento do baterista Tio Wilson em 2020, que deixou muitos sons para os fãs. Apesar da perda enorme, a banda cresce cada vez mais e inova o estilo de som brasileiro com muita alegria.

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Em Marginal Alado, os dias de luta e glória de Chorão ganham um lugar ao Sol

Foto de Chorão. Ele, um homem branco, cruza os braços enquanto exibe as suas tatuagens. Uma delas escreve “marginal alado”, nome do documentário sobre sua vida.
“O fato de eu ter tatuado em mim, no meu braço, “marginal”, não quer dizer que eu sou um marginal que faz várias fitas, que assalta os outros, não. Quer dizer que eu estou à margem de muita coisa que eu acho que é hipócrita, que é mentirosa”, disse Chorão durante um show (Foto: Roberto Selton)

Nathalia Tetzner

“O Chorão era tipo uma carreta, com um monte de problema que ele ia carregando, está ligado? De várias pessoas, assim. Nessa carreta, velho, cheia de problema, eu não sei se sobrava espaço para os dele, velho”. A declaração de Glauco Veloso, a quem o músico ajudou a ser liberto da prisão, resume a narrativa sobre os dias de luta e glória do vocalista da banda Charlie Brown Jr., presente no documentário Chorão: Marginal Alado. Esse tipo de apelo emocional faz o espectador desconsiderar os defeitos técnicos da direção de Felipe Novaes, que acabou se perdendo na riqueza dos arquivos pessoais disponibilizados pela equipe de Alexandre Magno Abrão.

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Cineclube Persona – Abril de 2021

Capa do Cineclube Abril. Nela, consta a frase "Cineclube Persona" em branco no canto superior esquerdo da imagem. Abaixo está um quadro verde com duas participantes da 13ª temporada de RuPaul's Drag Race. Ao lado, um quadro verde com o personagem Falcão da série Falcão e o Soldado Invernal, ele é um homem negro vestido com uma fantasia de super heroi com destalhes em azul, branco e vermelho. Ao lado no canto superior, um quadro verde com uma foto do filme Fuja, nela está presente uma mulher branca abraçando uma menina, a mulher, vivida por Sarah Paulson, possui pele clara e cabelos ruivos. Ao lado, no canto inferior direito, está um quadro verde na horizontal com uma foto da Telenovela Amor de Mãe. Em baixo, a seguinta frase: "Abril de 2021". No centro está também o logo do Persona, e o fundo da página contém um tom de roxo escuro.
Destaques de Abril de 2021: 13ª temporada de RuPaul’s Drag Race, Falcão e o Soldado Invernal, Amor de Mãe e Fuja (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Isabella Siqueira)

Ainda vivenciando a pandemia, Abril carregou nas costas a premiação mais falada do ano: o Oscar 2021. Entre as vitórias e perdas do evento estão a consagração justa de Chloé Zhao, primeira mulher asiática a vencer na categoria Melhor Direção, por Nomadland. Outros nomes que brilharam no mês foram os experientes Frances McDormand e Anthony Hopkins, este último venceu pela brilhante performance em Meu Pai. Mas, passada a euforia dos filmes indicados, vencedores ou não, é hora de falar dos lançamentos do cinema, da televisão e dos streamings.

A Netflix, como sempre, lotou o público de novas produções para acompanhar. No quesito terror, os longas Fuja e Vozes e Vultos merecem destaque. Falando em ficção científica, o streaming apostou no filme Passageiro Acidental. Rosamund Pike agora protagoniza o drama histórico Radioactive, vivendo dessa vez a cientista Marie Curie. Na categoria Séries, a plataforma apostou na adaptação literária Sombra e Ossos, e na produção documental O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos

No Amazon Prime Video, teve a comédia Breaking News In Yuba Count, composta por um elenco cheio de rostos conhecidos, e a produção animada Invencível, baseada na HQ homônima. Marcando não só o Disney+, Falcão e o Soldado Invernal veio para dar início a nova fase do Universo Marvel, junto também ao longa Mortal Kombat que comemora o icônico jogo de videogame na HBO Max. Entre as produções documentais estão: Chorão: Marginal Alado, que retrata a vida do cantor brasileiro membro da banda Charlie Brown Jr. e Demi Lovato: Dancing With The Devil, produção corajosa que marca a nova fase da cantora pop. 

Ainda fugindo do mundo dos streamings, Shiva Baby marca a estreia da roteirista e diretora Emma Seligman. Na televisão brasileira, mais uma eliminação do Big Brother Brasil deu o que falar, agora do cantor sertanejo Rodolffo, junto também ao documentário sobre a jornada de redenção da eliminada Karol Conká. E, ainda, o final apressado da novela Amor de Mãe, cuja transmissão e gravações acabaram interrompidas por conta da pandemia. A décima terceira temporada de RuPaul’s Drag Race terminou esse mês, e trouxe a comemorada vitória da queen Symone. Na HBO Max, chegou ao fim a primeira parte da temporada 1 da série de comédia dramática Genera+ion. E, enfim, a eterna The Walking Dead marcou presença com a estreia dos episódios finais da 10ª temporada.

Em Abril de 2021, não faltaram produções para acompanhar semanalmente ou assistir de uma vez. O Cineclube deste mês compactou os lançamentos amados e odiados do momento, com opiniões, críticas, amores e ódios selecionados a dedo pela própria Editoria e seus colaboradores.

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