Em Marginal Alado, os dias de luta e glória de Chorão ganham um lugar ao Sol

Foto de Chorão. Ele, um homem branco, cruza os braços enquanto exibe as suas tatuagens. Uma delas escreve “marginal alado”, nome do documentário sobre sua vida.
“O fato de eu ter tatuado em mim, no meu braço, “marginal”, não quer dizer que eu sou um marginal que faz várias fitas, que assalta os outros, não. Quer dizer que eu estou à margem de muita coisa que eu acho que é hipócrita, que é mentirosa”, disse Chorão durante um show (Foto: Roberto Selton)

Nathalia Tetzner

“O Chorão era tipo uma carreta, com um monte de problema que ele ia carregando, está ligado? De várias pessoas, assim. Nessa carreta, velho, cheia de problema, eu não sei se sobrava espaço para os dele, velho”. A declaração de Glauco Veloso, a quem o músico ajudou a ser liberto da prisão, resume a narrativa sobre os dias de luta e glória do vocalista da banda Charlie Brown Jr., presente no documentário Chorão: Marginal Alado. Esse tipo de apelo emocional faz o espectador desconsiderar os defeitos técnicos da direção de Felipe Novaes, que acabou se perdendo na riqueza dos arquivos pessoais disponibilizados pela equipe de Alexandre Magno Abrão.

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Reviver Elis é melhor que sonhar

Na imagem Andréia Horta está caracterizada como Elis Regina. Ela está de lado, com a mão esquerda sobre um microfone, o qual encosta na lateral do seu rosto. Sua face está virada para a câmera e ela tem um largo sorriso estampado, olhos fechados e os cabelos castanhos escuros cortados bem curtos.
“Porque liberdade e ar são duas coisas que a gente sente que são essenciais para a vida. Sobretudo quando fazem falta” (Foto: TV Globo)

Ana Laura Ferreira e Raquel Dutra

A trajetória da música brasileira transpassa a história do país. Os fatos, a política e o social moldaram a forma e o conteúdo dos nossos produtos culturais, que muitas vezes combateram na linha de frente os regimes abusivos, denunciaram e registraram as experiências de cada período. No nascimento de um dos gêneros musicais mais brasileiros dentre os nascidos em terras tupiniquins não seria diferente, como ilustra a minissérie Elis – Viver é Melhor que Sonhar e seu retrato da origem da Música Popular Brasileira protagonizada pela Pimentinha Elis Regina. A produção indicada a Melhor Minissérie/Telefilme no Emmy Internacional 2020 mergulha no cenário efervescente da música nacional entre os anos de 1960 e 1980 ao mesmo tempo em que fragmenta a gaúcha, mãe da MPB, em muitas mulheres para além da artista.

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