Um som, um reggae no rock… sei lá: Seja o Que Eu Quiser da banda Lagum completa 5 anos de muita vida

Texto alternativo: Capa do CD Seja o Que Eu Quiser. Fotografia quadrada com fundo de terra e algumas folhas verdes espalhadas. Estão espalhados itens aleatoriamente. Os itens são MP3 antigo, tampa de garrafa de vidro, cabos de som, relógio preto, clipe de papel, palhetas vermelha e azul, rodinha de skate, pulseira, pilha, chaveiro. Na parte inferior direita tem uma gaita prateada escrito Seja o Que Eu Quiser com caneta azul. No canto inferior direito está o logo da banda escrito Lagum na cor branca.
Seja o Que Eu Quiser é o primeiro álbum da banda Lagum, que apesar de jovem, esbanjam originalidade na Música brasileira (Foto: Lagum)

Leticia Stradiotto

É impossível não gostar da Lagum. A chegada da banda ao mundo da Música começou em 2014, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e desde então, os mineiros ganham cada vez mais destaque. A origem foi dada pelo Facebook, com um vídeo da composição de uma canção do vocalista Pedro Calais. Nisso, um amigo promotor de eventos incentivou a criação de uma banda. Amém. Atualmente, o grupo conta também com os integrantes Chico, Jorge e Zani, depois do falecimento do baterista Tio Wilson em 2020, que deixou muitos sons para os fãs. Apesar da perda enorme, a banda cresce cada vez mais e inova o estilo de som brasileiro com muita alegria.

Sem um gênero musical especificado, o som da Lagum é definido como quando o rock’n’roll decidiu ir à praia de skate ouvindo reggae. É difícil de entender, mas basta escutar e tudo faz sentido. A música tem feeling e existe para te acompanhar. Pular do sofá, ir pro mundo, vadiar, conhecer gente nova, viver amores, se decepcionar com os amores e por fim, criar uma coleção de momentos inesquecíveis.

Texto alternativo: Fotografia da banda Lagum. A imagem tem fundo vermelho e laranja, com algumas plantas verdes atrás. Na frente do fundo, existe um sofá vermelho em que estão os integrantes da banda. Na esquerda, está Chico um homem branco de bigode com blusa listrada cinza e branca e calça preta. Embaixo de Chico está Zani, um homem branco com barba, um boné branco, uma blusa de tricô marrom e branca, calça jeans e tênis preto. Do lado de Zani, está Pedro Calais um homem branco de cabelos castanhos com óculos de sol, blusa branca e jaqueta amarela. Do lado de Pedro Calais, está Tio Wilson um homem branco com boné verde, blusa branca, jaqueta jeans, calça bege e tênis preto. Em cima de uma caixa de madeira, está Jorge, um homem branco inclinado para baixo veste uma touca branca, camisa xadrez, calça jeans e tênis branco, vermelho e preto.
Em 2018, a banda lançou a música Deixa com participação da cantora Ana Gabriela, que ficou entre as 20 canções mais ouvidas no Spotify Brasil (Foto: Breno Mayer)

Em 2016, o primeiro álbum da Lagum foi lançado. Ainda em forma de CD, o som era conhecido apenas pela turma que frequentava os bares e eventos em que a banda participava, ou seja, era bem restrito às regiões mais próximas. Felizmente, agora as músicas estão disponíveis nas principais plataformas. De maneira simples, o nome do disco traz toda a essência do grupo. Seja o Que Eu Quiser é para quem curte a vida e, obviamente, gosta de ser o que quiser.

Para os amantes de um bom rock brasileiro, é possível notar a presença de influências externas muito importantes no álbum, como o conjunto Charlie Brown Jr.. Realmente, o vocalista Pedro Calais tem grande admiração e já realizou até uma live em homenagem a banda. E sejamos sinceros, quem não curte CBjr? Seguindo essa base, já dá para esperar muita coisa boa vindo da Lagum.

Texto alternativo: Contracapa do CD Seja o Que Eu Quiser. Fundo de terra com algumas folhas verdes espalhadas, uma baqueta e clipe de papel. No centro superior o logotipo da Lagum bege. No centro lê-se a discografia do álbum em bege. Lê-se as redes sociais da banda na cor marrom. Na parte inferior lê-se dados da ficha técnica.
“Sempre me imaginei assim/Livre pra fazer o que eu ‘tiver afim/Vamos lá e seja o que eu quiser/Que o futuro só pertence a mim” (Foto: Lagum)

Após 5 anos de lançamento, Seja o Que Eu Quiser, apesar de ser o início dos trabalhos da banda, é um disco espetacular e super atual. A escolha da primeira faixa do álbum não poderia ser outra, pois Pra Lá de Bagdá faz parte daquela lista de músicas que te dão uma enorme vontade de viver e enfrentar os problemas da vida. O som é sobre a liberdade, e em conjunto com a voz de Pedro Calais e as guitarras de Jorge e Zani, não existe outro sentimento se não o de ser “livre, pra fazer o que eu tiver afim”.

Transante tem gingado, com uma mistura de efeitos scratch no disco (muito utilizado por DJs). A letra é sobre aquela paixãozinha do começo de um relacionamento. Porém, esse detalhe passa totalmente despercebido, afinal o ritmo da banda é tão contagiante que a música também é ótima para os desapegados. Seguido por Fifa, com um tom mais calmo, que retrata aquele sentimento sereno de acabar de conhecer alguém e já querer levar pra vida toda.

Lagum é sobre sentir. Ambas as músicas, Transante e Fifa, possuem a mesma letra perto do encerramento. As últimas frases são iguais, mas as sensações de cada uma, em cada obra, são extremamente diferentes. Transante emite um sentimento de desapego e tranquilidade,  enquanto em Fifa é um conforto, é saber entender as mudanças e conviver com elas. E isso é muito f*da!

Texto alternativo: Fundo marrom. Integrantes da esquerda para a direita. Pedro Calais um homem branco de bigode castanho, blusa estampada, boné branco e calça cinza. Jorge um homem branco de bigode e barba castanhos veste uma roupa preta. Tio Wilson um homem branco de cabelo castanho claro, bigode e barba, veste uma roupa preta. Chico um homem branco de bigode e barba castanhos e blusa listrada cinza e preta. Zani um homem branco de barba, usa boné preto, blusa preta, jaqueta camuflada e calça jeans escuro.
Últimos trechos das músicas Transante e Fifa: “Passa o tempo, mas o vento não parou de soprar/Pensamento contra sentimento, só pra contrariar” (Foto: Alexandre Stehling)

O álbum também realiza um movimento de abrir a janela e apreciar os momentos da vida, que é tão efêmera. Último dia foi escrita pelo baterista Tio Wilson, e essa foi um dos legados mais bonitos que ele deixou para os fãs e futuros ouvintes da banda. É incrível a maneira que a realidade e a composição se encaixam perfeitamente. O resultado é uma das lembranças eternas do baterista recheada de carinho e incentivo para ser o que você quiser sempre.

Aos ansiosos de plantão, 2026 demonstra que você não está sozinho. Acompanhado de uma pegada mais pesada do rockn’roll, o som dá grande destaque aos jovens que piram de tanto pensar no dia de amanhã, ou melhor, em agosto de 2026. Agora em 2021 com a quarentena, todo mundo está louco pra sair de casa, né? Então, Sei Lá te dá um abrigo, e com um groove puxando um reggaeton fica evidente o desejo de sair da rotina e curtir um pouco o mundo.

Texto alternativo: Fotografia da bateria da Lagum num cenário de campo. Existe uma vegetação rasteira com neblina ao fundo. Na frente, existe uma bateria prata com o tambor preto escrito Lagum com letra verde.
Com a grande perda de Tio Wilson, a banda faz questão de homenagear o baterista e utilizar os sons deixados por ele, como no clipe de NINGUÉM ME ENSINOU (Foto: DuMonte/Sony Music)

Olha foi escrita pelo vocalista Pedro Calais a partir de uma briguinha boba de banheiro de festa. A letra retrata que curtir a vida, passear e conhecer gente nova é legal, mas na realidade nem tudo são flores. De qualquer forma, a faixa contém uma vibe acolhedora com um som de gaita delicioso. E no fim, aprender a lidar com os problemas da vida escutando Lagum, isso sim, são flores.

Acompanhando o álbum inteiro na íntegra e agora chegando ao final, é fácil pensar que não tem como ficar melhor, mas estamos enganados. A última faixa vem para surpreender e dar aquele gosto de quero mais. Sem Hora inicia com um solo do baixista Chico junto com os guitarristas Jorge e Zani com uma entrada extremamente expansiva. É complicado definir o som, é o rock do jeitinho da Lagum, e assim, Seja o Que Eu Quiser se encerra totalmente dedicado a quem ama viver.

exto alternativo: Imagem animada do clipe Hoje Eu Quero Me Perder. Fundo com nuvens. Todos os integrantes da banda Lagum usam peruca preta de franja e chanel. Da esquerda para a direita, Jorge um homem branco tocando guitarra. Tio Wilson um homem branco tocando bateria. Pedro Calais o vocalista, um homem branco e está performando a música. Chico um homem branco tocando baixo. Zani um homem branco tocando violão.
O grupo continua inovando o som brasileiro com novos álbuns e videoclipes, misturando diversas tendências e criando um estilo próprio, o da Lagum (GIF: Belle Mello)

O álbum é sobre uma vida cheia de liberdade e contém músicas para ouvir a qualquer hora, seja viajando, curtindo a vida, tendo um dia ruim ou até mesmo como forma de se declarar para alguém. É interessante perceber que cada vez mais o papel da Lagum no som brasileiro ganha destaque, não apenas porque eles oferecem música boa, mas também porque oferecem sensações aos ouvintes, e é isso que dá a originalidade característica da banda.

Seja aquela vontade de ofender alguém em um lindo dia, ou só fazer o que estiver afim. Viver mais momentos reais e deixar a gratidão registrada. Não é preciso muito, uma gaita pra trocar, uma gata pra abraçar, fazendo um som, um reggae no rock, sei lá. No filme da vida, não existe melhor soundtrack se não Seja o Que Eu Quiser.

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