Em Suspiria, é temporada da bruxa

Fotografia do filme Suspiria, A Dança do Medo. Na imagem, sete mulheres estão realizando movimentos com seus braços e pernas, em uma dança contemporânea. Cada uma aponta seus braços para uma direção. A câmera as visualiza de baixo para cima. Elas estão seminuas e utilizam apenas trajes feitos de fios vermelhos. Os fios caem por seus corpos de forma que lembram sangue. No centro do grupo está Susie Bannion, personagem de Dakota Johnson. Dakota é uma mulher branca, de traços finos e cabelos ruivos, um pouco abaixo dos ombros. Ela é a única que olha para frente. A luz na imagem é fraca, tornando o cenário atrás das mulheres escuro.
Em Suspiria: A Dança do Medo, Guadagnino recria e amplia os acontecimentos e significados da obra de Dario Argento (Foto: Amazon Prime Studios)

Mariana Nicastro

Uma renomada companhia de dança alemã guarda um segredo: suas dançarinas são parte de um coven. Suas coreografias, rituais. E sua mais nova aluna, seria ela uma presa fácil? Ou uma bruxa em ascensão? Suspiria: A Dança do Medo é uma contemplação às bruxas contemporâneas através de um Terror psicológico, folk e gore

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Genera+ion trata do amadurecimento na língua da Geração Z

cena da série Generation, com todo o elenco principal da série: Chloe East, Uly Schlesinger, Nathanya Alexander, Haley Sanchez, Lukita Maxwell, Chase Sui Wonders, Justime Smith, e Sydney Mae Diaz. Todos olham na direção do espectador.
Genera+ion retrata um grupo de adolescentes que exploram suas relações e sexualidade enquanto se aproximam dos novos amigos (Foto: HBO Max)

Maju Rosa

Pesquise no Google: como dar à luz?”. É assim que somos apresentados ao caótico episódio piloto da série teen do HBO Max, Genera+ion (escrita dessa forma mesmo). Lançado em março de 2021 (e em junho, no Brasil), é uma aposta para captar o público jovem LGBTQIA+, e levá-lo para a fase que todos passamos em algum momento: os dramas adolescentes sobre dificuldades adolescentes – e que apenas os adolescentes entendem. E apesar de ter conquistado um espectador que se identificou com a história de Chester, interpretado por Justice Smith (também protagonista de Detetive Pikachu e The Get Down), e seus novos amigos, a produção não foi renovada pelo streaming.

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De Top Gun a Elite: o homoerotismo sempre nos colocou de quatro

Muito mudou entre os anos 80 e agora, mas a figura masculina erotizada continua engajante como nunca

Arte retangular com fundo verde. Nela, vemos os personagens Maverick, Louis, Lestat e Patrick. Maverick é um homem branco, usa jaqueta e óculos escuros e posa com um joinha dentro de um avião. Louis é um homem de cabelos compridos castanhos e Lestat é loiro, ambos são vampiros que usam roupas antigas com detalhes em branco, verde e dourado. Patrick é um jovem adulto branco, sem camisa e tem os braços cruzados.
Entre pilotos de avião, vampiros e estudantes do Ensino Médio, a luxúria destes personagens transborda as telas e inunda a sala de quem assiste (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara)

Vitor Evangelista

Não há nada que um homem goste mais do que agradar e impressionar outro homem. Seja numa relação romântica ou apenas na amizade, a Arte explorou, desde o Batalhão Sagrado de Tebas até os garotos bobos de amor de Heartstopper, que eles compartilham esse fascínio, um senso de deslumbramento que os coloca no centro do universo. Quando foi lançado em 1986, o romance entre Maverick e Charlie em Top Gun: Ases Indomáveis era, à primeira vista, o único ponto de tensão no filme. Mas o produto final mostrou um subtexto extra.

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Quem é Hedwig?

Cena do filme Hedwig: Rock, Amor e Traição exibe uma mulher transgênero cantando, com um microfone em mãos. Ela é branca, usa uma peruca loira, usa sombra azul ao redor dos olhos e um batom vermelho intenso na boca. Ela usa um colar prateado no pescoço. No fundo, desfocados, estão dois membros da banda dela. À direita, vemos um homem branco com cabelo vermelho arrepiado e à esquerda vemos um homem branco com cabelo preto mais longo. Ele usa óculos escuros. Mais ao fundo, podemos ver luzes neon do bar onde estão se apresentando.
Hedwig: Rock, Amor e Traição foi o primeiro filme dirigido por John Cameron Mitchell, lançado em 2001 (Foto: New Line Cinema)

Caio Machado

A primeira divisão binária que um ser humano encontra ao chegar no mundo é a de gênero. Menino e menina. O primeiro brinca de carrinho, a segunda brinca de casinha. Um veste azul, outra usa rosa, como disse uma figura execrável em Brasília certa vez. Mas por que essa divisão existe? Quem foi que a criou? Deus ou o ser humano? São todos questionamentos que permeiam Hedwig: Rock, Amor e Traição (Hedwig and the Angry Inch), filme que quebra esse muro tão precário com ousadia, Música e revolta.  

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The Owl House escancara o dilema da representatividade LGBTQIA+ na Disney

Cena da série The Owl House. Amity, adolescente de cabelo lilás e curto, beija a boca de Luz, adolescente de cabelo castanho e curto. Luz está com seus olhos abertos e apresenta expressão de surpresa. Amity veste um vestido preto e calça vinho. Luz veste uma jaqueta marrom e bege e uma calça bege e tem uma mochila azul nas costas. Ao fundo vemos uma porta de sacada rodeada por galhos verdes e flores rosas.
The Owl House segue padrões bastante similares a Gravity Falls em sua construção e estética (Foto: Disney)

Marina Llata

The Owl House (A Casa Coruja) é uma série animada criada por Dana Terrace. Lançada em janeiro de 2020, acompanha a trajetória de Luz Noceda (Sarah-Nicole Robles), uma adolescente que tem dificuldade de se encaixar e fazer amigos e, ao encontrar um portal para as Ilhas Escaldadas, localizadas em uma dimensão habitada por bruxas e demônios, escolhe passar um tempo nesse mundo fantástico ao invés de ir ao Acampamento de Realidade no verão. Lá, ela encontra Eda (Wendie Malick), uma bruxa rebelde, e seu amigo King (Alex Hirsch), um demônio muito fofo, sendo acolhida pelos dois e se tornando aprendiz de Eda. 

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Com um olhar aconchegante, Crush é uma revolução espontânea dos jovens queer nas telas do cinema

Jovens abertamente queer, medos e um amor fofo preencheram a narrativa de Crush e o coração do telespectador (Foto: Hulu)

Monique Marquesini

Os romances adolescentes nas telas são como deliciosas histórias confortáveis, com seus clichês e casais. Na comédia romântica Crush, a narrativa é centrada em uma receita antiga: aquela em que a personagem busca atenção de sua suposta alma gêmea, quando, na verdade, seu amor está mais perto do que se imagina. Porém, seu grande diferencial é que somos transportados para as aventuras e amores do Ensino Médio ao lado de uma jovem queer.

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As verdades oblíquas de Dickinson

Cena da série Dickinson. Emily (Hailee Steinfeld) está sentada em sua escrivaninha, de frente para uma janela no centro da imagem. É dia, e uma cortina transparente cobre a janela. Emily se vira para a esquerda para observar alguma coisa, preocupada. Ela é uma mulher jovem, caucasiana e magra, de cabelos castanhos-escuros longos amarrados num coque. Ela usa um longo vestido azul marinho de mangas longas. Do seu lado esquerdo, vemos a ponta de um guarda roupa de madeira com alguns livros empilhados no topo e vários outros espalhados ao chão, apoiados num caixote. Ao seu lado direito, mais livros espalhados no chão e outros guardados numa pequena estante que vai até a altura da cintura e outra, acima dela, fixada na parede. Em uma pequena mesa ao seu lado, vemos dois livros maiores apoiados. No canto inferior direito, folhas verdes de uma planta aparecem. O papel de parede do quarto é coberto de flores e folhas sob um fundo bege.
“Conta toda a verdade, mas de viés —/O melhor caminho é o Círculo/Nosso frágil Prazer se ofusca/Se a Verdade vêm de súbito” (DICKINSON, 1872, p. 327)² [Foto: Apple TV+]
Gabriel Oliveira F. Arruda

O que esperamos de histórias biográficas? Quando olhamos para o passado e para as pessoas que viveram nele, buscamos nos identificar com elas? Ou apenas recontextualizar suas vidas e seus modos para inferir sobre nossa própria contemporaneidade? Buscamos fundo em seus registros para demarcar a fidelidade com nossa atual realidade ou apenas nos contentamos em preencher as lacunas de suas vidas para servir às histórias que desejamos contar, usando suas carcaças como figurinos e suas faces como máscaras?

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Conectadas não é apenas sobre romance entre jovens da Geração Z

A imagem é a capa do livro Conectadas, o fundo é azul marinho e azul turquesa. Na frente da capa está ilustrada Ayla, uma menina com traços asiáticos, usando um vestido rosa, meia branca e tênis marrom, com cabelo preto e longo. Um pouco mais acima tem uma ilustração de cabeça para baixo de Raíssa, uma menina de pele escura, cabelo cacheado, usando uma camisa verde turquesa, uma calça jeans e um tênis vermelho. Raíssa segura um notebook com a imagem de um menino branco, de cabelo preto e blusa turquesa. Um pouco acima está escrito o nome da obra, Conectadas, e da autora, Clara Alves
Clara Alves contou em entrevista que Conectadas foi o livro que ela escreveu mais rápido, em cerca de dois meses (Foto: Editora Seguinte)

Ana Nóbrega

Clichê de reparação. Clara Alves dispõe em seu livro Conectadas, publicado em 2019 pela Editora Seguinte, tudo que qualquer menina queer sonhou enquanto assistia à comédias românticas adolescentes em sua infância. Jogos, romance, juventude, cultura pop e a realidade de muitas garotas são alguns dos pontos abordados por Clara em sua obra, feita  para garotas jovens que ainda estão se descobrindo em um mundo tão violento, e também para mulheres adultas que foram roubadas de seus clichês juvenis. 

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Disney, Pixar e ‘Don’t Say Gay’: por que financiam nossos armários?

Pautada por mudanças bruscas de posicionamento e fervorosos embates políticos, a polêmica entre Disney e Pixar com a legislação americana pode dizer muito sobre o conteúdo que o estúdio produz

Entre Red: Crescer é uma Fera, Segredos Mágicos, Dois Irmãos e Luca, vivências queer tem sido postas sobre as telas da Pixar de diferentes formas – algumas mais enrustidas que outras (Foto: Pixar Animation Studios/Arte: Jho Brunhara)

Enrico Souto

Em 25 de fevereiro de 2022, o Orlando Sentinel, principal jornal da cidade da Flórida, Estados Unidos, desvendou uma bomba. Legisladores do estado, envolvidos ativamente com uma proposta de lei homofóbica que tramitava no Congresso, receberam doações milionárias da Walt Disney Company, conglomerado multibilionário de mídia. Hoje, quase três meses depois, após a Disney já ter alterado seu posicionamento, a lei ter sido aprovada e outros escândalos revelados, uma questão continua acaçapada. O que uma empresa deste tamanho teria a ganhar financiando um projeto como este?

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Chucky: sátira à sociedade americana e exaltação do terror queer dominam

Cena da série Chucky. Na imagem há um garoto, Jake, vestido com uma moletom em tom de preto manchado com branco, vestindo uma jaqueta de moletom acinzentada por cima. Em suas costas ele carrega uma mochila preta e atrás dele há a imagem de um corredor desfocado com um garoto branco, loiro, vestindo azul ao seu canto direito. Jake tem uma expressão triste. Ele é um adolescente branco, de cabelos encaracolados e médios. Ele carrega consigo um boneco de cabelos ruivos, olhos azuis, que veste uma blusa listrada em tons de vermelho e azul e veste um macacão jeans, o brinquedo Chucky.
O boneco que foi o pesadelo de uma geração volta em sua melhor versão na série presente no catálogo do Syfy (Foto: Syfy)

Ma Ferreira

Em 1988, surgia um novo ícone do Cinema de Terror, uma figura dócil, mas, ao mesmo tempo, demoníaca: Chucky, o brinquedo assassino. Aterrorizando sonhos de muitas crianças dos anos 1990, o boneco entrou para o rol dos psicopatas da cultura pop e ganhou uma franquia de oito longas, um curta-metragem e, atualmente, uma série, que já está renovada e sua segunda temporada sai este ano. A história original de Don Mancini foi ressuscitada e aprofundada no seriado Chucky, voltando às origens do assassino Charles Lee Ray, mostrando sua trajetória até o que se tornou e seus atuais planos.

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