Em Suspiria: A Dança do Medo, Guadagnino recria e amplia os acontecimentos e significados da obra de Dario Argento (Foto: Amazon Prime Studios)
Mariana Nicastro
Uma renomada companhia de dança alemã guarda um segredo: suas dançarinas são parte de um coven. Suas coreografias, rituais. E sua mais nova aluna, seria ela uma presa fácil? Ou uma bruxa em ascensão? Suspiria: A Dança do Medo é uma contemplação às bruxas contemporâneas através de um Terror psicológico, folke gore.
Genera+ion retrata um grupo de adolescentes que exploram suas relações e sexualidade enquanto se aproximam dos novos amigos (Foto: HBO Max)
Maju Rosa
“Pesquise no Google: como dar à luz?”. É assim que somos apresentados ao caótico episódio piloto da série teen do HBO Max, Genera+ion (escrita dessa forma mesmo). Lançado em março de 2021 (e em junho, no Brasil), é uma aposta para captar o público jovem LGBTQIA+, e levá-lo para a fase que todos passamos em algum momento: os dramas adolescentes sobre dificuldades adolescentes – e que apenas os adolescentes entendem. E apesar de ter conquistado um espectador que se identificou com a história de Chester, interpretado por Justice Smith (também protagonista deDetetive Pikachu e The Get Down), e seus novos amigos, a produção não foi renovada pelo streaming.
Muito mudou entre os anos 80 e agora, mas a figura masculina erotizada continua engajante como nunca
Entre pilotos de avião, vampiros e estudantes do Ensino Médio, a luxúria destes personagens transborda as telas e inunda a sala de quem assiste (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara)
Vitor Evangelista
Não há nada que um homem goste mais do que agradar e impressionar outro homem. Seja numa relação romântica ou apenas na amizade, a Arte explorou, desde o Batalhão Sagrado de Tebas até os garotos bobos de amor de Heartstopper, que eles compartilham esse fascínio, um senso de deslumbramento que os coloca no centro do universo. Quando foi lançado em 1986, o romance entre Maverick e Charlie em Top Gun: Ases Indomáveis era, à primeira vista, o único ponto de tensão no filme. Mas o produto final mostrou um subtexto extra.
Hedwig: Rock, Amor e Traição foi o primeiro filme dirigido por John Cameron Mitchell, lançado em 2001 (Foto: New Line Cinema)
Caio Machado
A primeira divisão binária que um ser humano encontra ao chegar no mundo é a de gênero. Menino e menina. O primeiro brinca de carrinho, a segunda brinca de casinha. Um veste azul, outra usa rosa, como disse uma figura execrável em Brasília certa vez. Mas por que essa divisão existe? Quem foi que a criou? Deus ou o ser humano? São todos questionamentos que permeiam Hedwig: Rock, Amor e Traição (Hedwig and the Angry Inch), filme que quebra esse muro tão precário com ousadia, Música e revolta.
The Owl House segue padrões bastante similares a Gravity Falls em sua construção e estética (Foto: Disney)
Marina Llata
The Owl House (A Casa Coruja) é uma série animada criada por Dana Terrace. Lançada em janeiro de 2020, acompanha a trajetória de Luz Noceda (Sarah-Nicole Robles), uma adolescente que tem dificuldade de se encaixar e fazer amigos e, ao encontrar um portal para as Ilhas Escaldadas, localizadas em uma dimensão habitada por bruxas e demônios, escolhe passar um tempo nesse mundo fantástico ao invés de ir ao Acampamento de Realidade no verão. Lá, ela encontra Eda (Wendie Malick), uma bruxa rebelde, e seu amigo King (Alex Hirsch), um demônio muito fofo, sendo acolhida pelos dois e se tornando aprendiz de Eda.
Jovens abertamente queer, medos e um amor fofo preencheram a narrativa de Crush e o coração do telespectador (Foto: Hulu)
Monique Marquesini
Os romances adolescentes nas telas são como deliciosas histórias confortáveis, com seus clichês e casais. Na comédia romântica Crush, a narrativa é centrada em uma receita antiga: aquela em que a personagem busca atenção de sua suposta alma gêmea, quando, na verdade, seu amor está mais perto do que se imagina. Porém, seu grande diferencial é que somos transportados para as aventuras e amores do Ensino Médio ao lado de uma jovem queer.
“Conta toda a verdade, mas de viés —/O melhor caminho é o Círculo/Nosso frágil Prazer se ofusca/Se a Verdade vêm de súbito” (DICKINSON, 1872, p. 327)² [Foto: Apple TV+]Gabriel Oliveira F. Arruda
O que esperamos de histórias biográficas? Quando olhamos para o passado e para as pessoas que viveram nele, buscamos nos identificar com elas? Ou apenas recontextualizar suas vidas e seus modos para inferir sobre nossa própria contemporaneidade? Buscamos fundo em seus registros para demarcar a fidelidade com nossa atual realidade ou apenas nos contentamos em preencher as lacunas de suas vidas para servir às histórias que desejamos contar, usando suas carcaças como figurinos e suas faces como máscaras?
Clara Alves contou em entrevista que Conectadas foi o livro que ela escreveu mais rápido, em cerca de dois meses (Foto: Editora Seguinte)
Ana Nóbrega
Clichê de reparação. Clara Alves dispõe em seu livro Conectadas, publicado em 2019 pela Editora Seguinte, tudo que qualquer menina queer sonhou enquanto assistia à comédias românticas adolescentes em sua infância. Jogos, romance, juventude, cultura pop e a realidade de muitas garotas são alguns dos pontos abordados por Clara em sua obra, feita para garotas jovens que ainda estão se descobrindo em um mundo tão violento, e também para mulheres adultas que foram roubadas de seus clichês juvenis.
Pautada por mudanças bruscas de posicionamento e fervorosos embates políticos, a polêmica entre Disney e Pixar com a legislação americana pode dizer muito sobre o conteúdo que o estúdio produz
Entre Red: Crescer é uma Fera, Segredos Mágicos, Dois Irmãos e Luca, vivências queer tem sido postas sobre as telas da Pixar de diferentes formas – algumas mais enrustidas que outras (Foto: Pixar Animation Studios/Arte: Jho Brunhara)
Enrico Souto
Em 25 de fevereiro de 2022, o Orlando Sentinel, principal jornal da cidade da Flórida, Estados Unidos, desvendou uma bomba. Legisladores do estado, envolvidos ativamente com uma proposta de lei homofóbica que tramitava no Congresso, receberam doações milionárias da Walt Disney Company, conglomerado multibilionário de mídia. Hoje, quase três meses depois, após a Disney já ter alterado seu posicionamento, a lei ter sido aprovada e outros escândalos revelados, uma questão continua acaçapada. O que uma empresa deste tamanho teria a ganhar financiando um projeto como este?
O boneco que foi o pesadelo de uma geração volta em sua melhor versão na série presente no catálogo do Syfy (Foto: Syfy)
Ma Ferreira
Em 1988, surgia um novo ícone do Cinema de Terror, uma figura dócil, mas, ao mesmo tempo, demoníaca: Chucky, o brinquedo assassino. Aterrorizando sonhos de muitas crianças dos anos 1990, o boneco entrou para o rol dos psicopatas da cultura pop e ganhou uma franquia de oito longas, um curta-metragem e, atualmente, uma série, que já está renovada e sua segunda temporada sai este ano. A história original de Don Mancini foi ressuscitada e aprofundada no seriado Chucky, voltando às origens do assassino Charles Lee Ray, mostrando sua trajetória até o que se tornou e seus atuais planos.