Pearl sangra até o próprio estrelato

Cena do filme Pearl. Na imagem, uma mulher branca de cabelos castanhos presos para trás. Ela possui rímel escorrendo em direção à parte de baixo do rosto e uma expressão de raiva, além de usar um vestido vermelho em renda, com mangas bufantes. Suas mãos seguram um machado de tons terrosos ao topo de sua cabeça. Ao fundo, um céu azul e uma árvore de galhos verdes desfocada.
Gravada em sigilo midiático, a segunda parceria entre Ti West e Mia Goth estreou em Setembro de 2022, no 79º Festival Internacional de Cinema de Veneza (Foto: A24)

Henrique Marinhos e Vitória Vulcano

Favorecido pela liberdade do anonimato, o território dos pensamentos não vive para impor limites no dilema “ser ou não ser”; ele simplesmente é. A introspecção, nessa toada, pode ser a principal contextualização da oficina do diabo, especialmente no fantasioso universo do Terror. Direcionando seu tato experiente no gênero cinematográfico à agente dos assassinatos de X: A Marca da Morte, o diretor e produtor Ti West se une novamente à atriz Mia Goth em Pearl, filme-sequência concentrado em estudar a mente de uma mulher que cansou de existir plenamente apenas no mundo das ideias. 

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X: a primeira vez é inesquecível

Cena do filme X. Na cena, os personagens estão no interior do que aparenta ser uma van, e vemos eles da frente do carro para trás. No banco do motorista, dirigindo, vemos um homem branco, aparentando cerca de 40 anos, vestindo uma camisa branca, calça marrom, chapéu de cowboy branco e óculos de sol. No banco do passageiro, vemos uma mulher branca, aparentando cerca de 25 anos, vestindo shorts e camiseta. Na parte de trás da van, vemos quatro pessoas sentadas junto a malas.
Lançado em março nos Estados Unidos, X só chega ao Brasil em 11 de agosto (Foto: A24)

Vitória Lopes Gomez

De um lado, um subgênero cinematográfico que floresce da repressão sexual. De outro, uma obra cujo título se inspira na indicação etária de filmes adultos. Com o nome adaptado da classificação XXX, a destinada aos conteúdos para maiores de idade, X – A Marca da Morte quebra as regras do slasher e, ao invés de tratar o tesão como o perigo a ser temido, coloca o sexo como ponto de partida. Sem vangloriar a pornografia, a produção dirigida e roteirizada por Ti West inverte a ordem do subgênero do Horror e se revela digna de ser chamada de subversiva.

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Em Suspiria, é temporada da bruxa

Fotografia do filme Suspiria, A Dança do Medo. Na imagem, sete mulheres estão realizando movimentos com seus braços e pernas, em uma dança contemporânea. Cada uma aponta seus braços para uma direção. A câmera as visualiza de baixo para cima. Elas estão seminuas e utilizam apenas trajes feitos de fios vermelhos. Os fios caem por seus corpos de forma que lembram sangue. No centro do grupo está Susie Bannion, personagem de Dakota Johnson. Dakota é uma mulher branca, de traços finos e cabelos ruivos, um pouco abaixo dos ombros. Ela é a única que olha para frente. A luz na imagem é fraca, tornando o cenário atrás das mulheres escuro.
Em Suspiria: A Dança do Medo, Guadagnino recria e amplia os acontecimentos e significados da obra de Dario Argento (Foto: Amazon Prime Studios)

Mariana Nicastro

Uma renomada companhia de dança alemã guarda um segredo: suas dançarinas são parte de um coven. Suas coreografias, rituais. E sua mais nova aluna, seria ela uma presa fácil? Ou uma bruxa em ascensão? Suspiria: A Dança do Medo é uma contemplação às bruxas contemporâneas através de um Terror psicológico, folk e gore

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A cortesia de Emma. à Jane Austen e à nossa sensibilidade

Três personagens, Emma no centro, Knightley a esquerda e Churchill a direita. E o nome do filme a frente.
“Prometo não planejar nenhum [casamento] para mim mesma, papai. Mas vou fazê-lo para outras pessoas. É a coisa mais divertida do mundo.” (Foto: Reprodução)
Layla de Oliveira

“Bonita, inteligente e rica.” Estes são os adjetivos usados por Jane Austen para definir Emma Woodhouse, a protagonista do romance Emma, publicado em 1815. E eles se encaixam perfeitamente para descrever o filme dirigido por Autumn de Wilde, que adapta a obra de Austen de maneira a trazer uma narrativa do início do século XIX para os tempos atuais com diversão e inúmeros elementos estilísticos para representar toda a pomposidade da aristocracia inglesa da época.

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