Estante do Persona – Maio de 2022

Em maio, o Clube do Livro do Persona ferveu no Rio de Janeiro de Lola e João, o centro narrativo de Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, a última obra de Elvira Vigna publicada em vida (Foto: Reprodução/Arte: Nathália Mendes/Texto de Abertura: Raquel Dutra)

“a vida é crua, não, moço?”

– Hilda Hilst

Depois de um mês de Abril marcado pelas muitas reflexões que a vida, obra e morte de Lygia Fagundes Telles nos provocaram, o Clube do Livro do Persona sabia que o mês de Maio era de seguir adiante no processo de explorar os substantivos femininos expressos na Literatura brasileira. E como a única regra continua sendo não fugir da complexidade natural que acompanha esse universo, a escolha da vez foi a última obra que Elvira Vigna publicou em vida: Como se estivéssemos em palimpsesto de putas.

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O mergulho subversivo de Lygia Fagundes Telles em A Estrutura da Bolha de Sabão

Arte em rosa claro com a imagem do livro A Estrutura da Bolha de Sabão no centro. Capa do livro A Estrutura da Bolha de Sabão da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles. Na imagem, há uma arte com diversas texturas e formatos, entre eles, contornos de flores. A arte vibra nas cores azul, vermelho, verde, marrom, roxo e rosa. No canto inferior esquerdo, um quadro branco com o nome da autora escrito em preto, o nome do livro escrito em roxo e o nome da editora, Companhia das Letras, escrito em azul. No topo à esquerda, vemos o olho do Persona com a íris rosa e no canto inferior direito está o logo do Clube do Livro do Persona.
A Estrutura da Bolha de Sabão foi a leitura do Clube do Livro do Persona durante o mês de abril de 2022 (Foto: Companhia das Letras/Arte: Ana Clara Abbate)

Nathalia Tetzner

O cenário é um café-da-manhã entre esposa e marido. Ele conta de um amigo físico que mora nas construções góticas de Paris e estuda a estrutura da bolha de sabão. Ela se espanta com a possibilidade de alguém se dedicar em investigar algo que conhece desde seus primeiros anos de vida e que, por isso, sabe que não possui estrutura alguma. O tempo passa e quando o gato do casal sobe na mesa dela, finalmente há uma resposta para sussurrar: “a bolha de sabão é o amor”. Nascia nesse momento A Estrutura da Bolha de Sabão, uma coletânea de contos escrita pela dama da Literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles. 

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Bobbi amava Frances que ama Nick que ama Melissa

Moldura vermelha retangular. No canto superior esquerdo e no canto inferior direito, vemos o logotipo do Persona, o desenho de um olho com um símbolo de play ao centro. Ao centro do retângulo, vemos a capa do livro Conversas entre amigos. A capa tem o fundo verde azulado. Na parte superior central, vemos a palavra "conversas" em uma fonte branca sem serifa, alinhada à esquerda. Abaixo, vemos a palavra "entre" na mesma fonte, alinhada à direita. Abaixo, vemos a palavra "amigos" centralizada. Centralizada na capa, vemos as palavra "Sally Rooney", na mesma fonte, na cor preta. Na parte inferior da capa, vemos uma mulher branca de cabelos castanhos lisos, de costas, à esquerda. À direita, vemos uma mulher branca de cabelos pretos presos em um rabo de cavalo e usando óculos rosa, de perfil.
Lançado em 2017, Conversas entre amigos completa 5 anos no mês de lançamento da série adaptada (Foto: Editora Alfaguara)

Vitória Lopes Gomez

Frances e Bobbi são melhores amigas que já namoraram. Frances tem uma queda por Nick, e Bobbi, por Melissa. Nick e Melissa são casados. É partindo desse emaranhado que Sally Rooney, em seu livro Conversas entre amigos, encontra terreno fértil para dissecar relacionamentos contemporâneos e seus envolvidos, assim como as dinâmicas sociais e de poder das relações interpessoais modernas. Se a irlandesa escreve, essencialmente, sobre pessoas normais vivendo sua realidade – mesmo que seja uma realidade inventada, somente baseada na vida real da autora ,- essa obra de estreia  mostra que, mesmo antes do fenômeno Pessoas normais, Rooney já mostrava a potência de suas histórias fictícias reais.

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20 anos de A Sociedade do Anel: lá e de volta outra vez

Cena do filme O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel. Um plano médio captura os  nove membros da Sociedade do Anel. Da esquerda para a direita, Aragorn (Viggo Mortensen), Gandalf (Sir Ian McKellen), Legolas (Orlando Bloom), Boromir (Sean Bean) e, na frente deles, Sam (Sean Astin), Frodo (Elijah Wood), Merry (Dominic Monaghan), Pippin (Billy Boyd) e Gimli (John Rhys-Davies). Aragorn é um homem caucasiano, magro, de cabelos castanhos-escuros e longos e uma barba rala, usando uma túnica cinza escura. Gandalf, um mago caucasiano e magro, possui cabelos e barba longos e grisalhos e um robe cinzento, segurando um cajado de madeira com sua mão direita. Legolas é um elfo caucasiano, magro, de orelhas pontudas e cabelos longos e loiros, usando uma túnica prateada. Boromir é um homem caucasiano, magro, de cabelos ruivos e longos, usando um colete preto por cima de uma túnica vermelha com detalhes em dourado. Os quatro hobbits, com cerca de metade da estatura deles, estão na frente de Gandalf e Legolas: Sam, magro e caucasiano, de cabelos loiros encaracolados, usando uma blusa cinza por cima de uma camisa branca; Frodo, magro e caucasiano, de cabelos pretos encaracolados, usando um colete rubro por cima de um paletó marrom; Merry, magro e caucasiano, de cabelos loiros encaracolados, usando um colete amarelo por baixo de um paletó verde e Pippin, também magro e caucasiano, de cabelos castanhos encaracolados, usando uma camisa branca por cima de um paletó verde. Na frente de Boromir, Gimli, um anão de barba e cabelos longos e ruivos, usando uma túnica vermelha por cima de malha de ferro, segurando o topo de seu machado com as duas mãos. Atrás de Gandalf e Boromir, podemos ver outros membros do Conselho, um elfo e um homem, ambos caucasianos. Folhagem verde preenche o fundo da tela, que é iluminada de amarelo pela luz do Sol. Todos os membros da Sociedade olham para a esquerda da tela, virados de frente.
“Nove companheiros…” (Foto: New Line Cinema)

Gabriel Oliveira F. Arruda

É muito difícil imaginar o que seria do Cinema, especialmente o gênero de fantasia blockbuster, quase sempre pautado em emoção e espetáculo, sem O Senhor dos Anéis. A trilogia de adaptações comandadas por Peter Jackson e produzidas pela New Line Cinema foi um dos maiores gambitos da história da Sétima Arte, custando quase 300 milhões de dólares e 8 anos de produção, criando uma nova cultura de turismo na Nova Zelândia e assomando juntos dezessete estatuetas no Oscar. Baseados no épico de J.R.R. Tolkien, – por muito dado como inadaptável – os filmes deram nova vida à fantasia e inspiraram uma geração de cineastas a desafiarem os limites técnicos de suas obras.

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As realidades do 27º Festival É Tudo Verdade

Arte retangular horizontal de fundo azul com estrelas azul claro. Lê-se o texto: “as realidades do 27º Festival É Tudo Verdade It’s All True”. Foi adicionado o olho do Persona no canto inferior direito, com a íris em azul claro.
Entre os dias 31 de março e 10 de abril, o Persona acompanhou o 27º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de abertura: Raquel Dutra)

Está aberta a temporada de festivais na cobertura do Persona. Entre os dias 31 de março e 10 de abril, a realização do 27º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade inaugurou o ano para as nossas aventuras cinematográficas. Depois de um 2021 marcado pelo Cinema das mulheres, da cidade maravilhosa, das experimentações e fantasias, 2022 se inicia com a única coisa da qual não podemos fugir: a realidade.

Mas na verdade, o espectro contemplado pelo maior festival de documentários do mundo era muito desejado para integrar o horizonte das nossas experiências. Dessa vez, o anseio se tornou possível graças ao formato de realização do É Tudo Verdade, que aconteceu de forma totalmente gratuita e híbrida, sendo presencialmente nos cinemas das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, e virtualmente através da plataforma de streaming do festival e das dos parceiros Itaú Cultural Play e Sesc Digital. 

A seleção é tão vasta quanto o tema que a define: 70 filmes, que entre curtas, médias e longas-metragens, se dividiram nas mostras competitivas e nas demais categorias de exibição (Foco Latino-Americano, Sessões Especiais, O Estado das Coisas, Clássicos É Tudo Verdade). Trazendo o Cinema documental realizado em mais de 30 países, o alcance do É Tudo Verdade é reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, de forma a classificar diretamente os filmes vencedores dos prêmios dos júris nas Competições Brasileiras e Internacionais de Longas/Médias e de Curtas Metragens para apreciação ao Oscar do ano que vem.

À distância, o Persona selecionou 25 títulos a fim de compreender a seleção de 2022, que elegeu como os homenageados da vez Ana Carolina e Ugo Giorgetti, dois dos nomes mais importantes do Cinema de não-ficção brasileiro. As obras de abertura propuseram uma reflexão sobre o passado, presente e futuro da Sétima Arte, enquanto o encerramento do festival ficou na responsabilidade de um dos premiados pelo público e pelo júri da edição mais recente do Festival de Sundance.

A curadoria do Persona conferiu todos eles, além das obras vencedoras e demais títulos que chamaram a atenção de Bruno Andrade, Enrico Souto, Raquel Dutra e Vitor Evangelista. O resultado dessa aventura você pode conferir abaixo, e em meio a experiências milagrosas, figuras históricas, lutas urgentes e muitas reflexões filosóficas, vale o aviso: não se esqueça que é tudo verdade.

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Noturno é a luz, a penumbra e a sombra dos trajetos humanos

Fotografia retangular horizontal de Maria Bethânia. Ao fundo, vemos um ambiente escuro. Maria Bethânia ocupa quase toda a imagem. Ela é uma mulher de cabelos soltos e grisalhos, está sentada, veste roupas principalmente douradas, traz uma pena avermelhada sobre o peito, olha para frente e pendura a mão esquerda sobre o braço de uma poltrona feita aparentemente de madeira.
Dificilmente, um texto estará à altura de Maria Bethânia, mas falar da Abelha Rainha será sempre uma necessidade legítima (Foto: Jorge Bispo)

Eduardo Rota Hilário

Não há ser humano no mundo capaz de trilhar um caminho feito todo de luz. Justamente por sermos humanos, a complexidade nos acompanha dia após dia, guiando-nos sempre diante das surpresas e mistérios da vida. Partindo dessa lógica, nossa existência se faz um eterno e heterogêneo jogo de luzes, penumbras e sombras. Nossa Arte, por sua vez, apenas reflete essa humanidade multifacetada, criando possibilidades e universos únicos, por vezes até mais atraentes do que aquilo que, por convenção, resolvemos chamar de ‘realidade’. De todas essas questões, especificamente da última, Maria Bethânia entende bem.            

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Vitorianas Macabras: histórias de medo sempre foram coisa de mulher

A imagem é uma colagem de imagens em preto e branco contornadas por rosa, em frente a um fundo preto. A foto da esquerda é uma mulher branca, aparentando cerca de 50 anos, vestindo um casaco. A foto do meio é uma mulher branca, aparentando cerca de 50 anos, usando uma coroa de rainha, jóias no pescoço e um traje de rainha. A foto da direita é uma mulher branca, de cerca de 30 anos, vestindo um vestido de manga longa preto, e com uma coruja branca apoiada sob seu ombro esquerdo.
Vitorianas Macabras foi publicado pela Darkside Books em 2020, e é o primeiro de três livros do selo Macabra (Arte: Ana Clara Abbate)

Vitória Lopes Gomez

Se ser mulher na era Vitoriana já era uma tarefa difícil, tornava-se ainda mais penosa para as que desafiavam o status quo. Um dos traços marcantes do período vitoriano é a luta pela emancipação das mulheres e pelo voto feminino”. É assim que Vitorianas Macabras, coletânea de contos de autoras de suspense e terror da era vitoriana, lembra de suas inspirações. Em uma época marcada pelo fantasmagórico e pelo mórbido, pela precariedade da qualidade de vida e por uma predileção pelo macabro, as escritoras representaram o “entusiasmo pelo progresso”, com contribuições marcantes para a época, desde a literatura até a luta pela emancipação feminina, inclusive com o movimento sufragista.

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Quem são as mães das filhas perdidas?

Cena do filme A Filha Perdida. Nela, a atriz Jessie Buckley, que interpreta Leda, está abraçando duas meninas, em que não é possível ver seus rostos. Jessie é uma mulher branca, de cabelos castanhos claros.
Após levar o Leão de Ouro de Melhor Roteiro em Veneza, A Filha Perdida garantiu 3 indicações no Oscar 2022 (Foto: Netflix)

Vitória Silva

Dos tipos de representações que temos em relação à maternidade no Cinema e na TV, podemos citar vários. A mãe superprotetora, a mandona, a descolada, e, é claro, a clássica mãe que abdica de todas as suas vivências pessoais pelas conquistas dos filhos, ou até mesmo para encontrá-los no mundo. Pense em quantas personagens mães você conhece, e quantas delas não estão associadas diretamente ao papel materno que as nutre. E, quando o renegam, na maior parte das vezes são movidas por uma maldade sobrenatural ou pela construção de um aspecto vilanesco de sua personalidade. Afinal, que tipo de mãe não amaria seus filhos incondicionalmente?

Transpondo para a realidade, a retórica continua a mesma. Em A Filha Perdida, a misteriosa Elena Ferrante mergulha por inteiro neste que é apenas um dos papéis da feminilidade presentes em sua Literatura. E Maggie Gyllenhaal decide abraçar a mesma narrativa para construir o que seria a sua primeira obra na direção. A trama do filme homônimo segue Leda, interpretada pela magnífica Olivia Colman, que decide passar um período em uma ilha paradisíaca da Grécia, após deixar suas duas filhas, Bianca e Martha, com o ex-marido no Canadá.

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Carolina Maria de Jesus e o Quarto de despejo persistem

Montagem com a capa do livro Quarto de despejo: Diário de uma favelada. Ao centro, em frente a um fundo amarelo, vemos a capa azul clara. No topo, vemos grafismos em branco, que aparentam imitar a silhueta das casas de uma favela. Ao centro, vemos a palavra “QUARTO” e, abaixo, “de DESPEJO”, em branco, uma letra sem serifa, estilizada. Logo abaixo, vemos as palavras “Diário de uma favelada”, em branco. Abaixo, vemos as palavras “CAROLINA MARIA DE JESUS”, em caixa alta, em uma fonte serifada e branca. Na parte inferior central, vemos o logo da editora Ática e, logo abaixo, as palavras “editora ática”, em caixa baixa e em branco.
Quarto de despejo foi o livro debatido em Fevereiro pelo Clube do Livro do Persona; hoje, 14 de março, sua autora completaria 108 anos (Foto: Editoria Ática)

Vitória Lopes Gomez

Das confissões mais íntimas de Carolina Maria de Jesus, surge Quarto de despejo. Mesmo com mais de 1 milhão de cópias vendidas – 10 mil só na primeira semana -, tendo ganhado traduções para 13 idiomas e sendo comercializado em mais de 40 países, o nome da autora não significava tanto, à época, quanto agora – que ainda é pouquíssimo, se comparado aos devidos créditos merecidos. Mulher negra, mãe solo, moradora da favela, antes de ter seus diários publicados, a luta do dia a dia de Carolina era por comida. Seus escritos sempre foram importantes para ela, mas nunca mais do que os filhos e o árduo trabalho diário, o único meio de alimentá-los.

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Estante do Persona – Fevereiro de 2022

Arte retangular de cor amarela. Ao centro há uma estante branca com três prateleiras. A primeira prateleira é dividida ao meio, a segunda prateleira é dividida em três e a terceira prateleira é dividida em três. Na parte superior lê-se em preto 'estante’, na primeira prateleira lê-se em preto 'do persona', à direita nessa prateleira está a logo do Persona, um olho com íris amarela. Na segunda prateleira, ao meio, está a capa do livro “Quarto de despejo”. Na terceira prateleira, à direita, está o troféu com a logo do persona. Na parte inferior lê-se em branco ‘fevereiro de 2022'.
Conversando com o Mês da Mulher, a quinta edição do Estante do Persona foi ambientada pela leitura do Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus (Foto: Reprodução/Arte: Vitor Tenca/Texto de Abertura: Vitória Lopes Gomez)

Fevereiro oficializou uma tradição do Clube do Livro: se no começo não passava de um mero acaso, cinco meses depois, os membros da Editoria não conseguiram mais negar que são as autoras que dominam nossas leituras em grupo. Com o Mês da Mulher em mente, a decisão pela obra da segunda rodada do ano não poderia ser diferente. A escolhida? Carolina Maria de Jesus e seu impactante Quarto de despejo.

Contemplando, também, o mês de aniversário da escritora, o Clube mergulhou em sua primeira história não-ficcional, e uma das produções mais doloridas lidas em conjunto até então. Publicado em 1960, o livro foi um achado do jornalista Audálio Dantas, que se deparou com Carolina e seus diários ao reportar o cotidiano da favela do Canindé, na cidade de São Paulo. Por sorte, Dantas reconheceu o poder daquela documentação e revelou ao mundo o simples, mas potente, dom da autora de contar sua história. Da vida de Carolina Maria de Jesus, nasceu Quarto de despejo: Diário de uma favelada.

No encontro único de Fevereiro, os membros do projeto literário do Persona se chocaram com os relatos crus e cruéis da obra. Também, exercitaram seu entendimento das vivências do outro, investigaram o título do trabalho, se impressionaram com a figura articulada e à frente de seu tempo que foi Carolina, além de discutirem o valor das narrativas não-ficcionais. De acordo, o Clube compreende que a importância de uma história verídica é documentar e fazer entender a realidade de quem escreve.

Depois de se surpreenderem com as similaridades das Pessoas normais com nosso mundo, os membros mergulharam na vida real, de fato. Firme e forte em suas leituras, renovadas no mês dedicado a Quarto de despejo, o Persona continua empenhado em expandir seu escopo de gêneros e obras. 

Nisso, o projeto aproveitou o gás dos encontros mensais e emplacou a renovação da colaboração com a Companhia das Letras: agora, o projeto ganha o crachá de Parceria Fixa. Enquanto os próximos conteúdos do mundo literário não chegam, o Estante do Persona segue com seus comentários e com as Dicas do Mês, de obras escritas exclusivamente por autoras, em homenagem ao Mês da Mulher.

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