O sonho da Ascensão é uma farsa

Cena do documentário Ascension. Imagem retangular e colorida. Nela, vemos uma garota asiática, sentada de frente para o seu celular, que fica preso sobre um tripé com uma iluminação de luz branca em formato de anel. Ela fala algo enquanto olha para o aparelho e levanta com a mão esquerda um tênis branco na altura de seu rosto.
Indicado a Melhor Documentário no Oscar 2022, Ascension está entre três dos cinco filmes selecionados para a categoria este ano que são dirigidos por mulheres (Foto: MTV Documentary Films)

Enrico Souto

“Trabalhe duro, e todos os seus sonhos se realizarão”. Esse é um tipo de fala muito familiar para nós, que vivemos imersos em um sociedade capitalista que preza por liberdade acima de tudo – inclusive, de nossa própria humanidade. E, afinal, se mesmo Bong Joon-Ho se surpreendeu em como pessoas do mundo inteiro se identificaram com o seu (mais localizado possível) retrato do capitalismo tardio sul-coreano, nossas vivências dentro desse sistema começam a se costurar, transcendendo territórios e aproximando-se de uma experiência universal. Entretanto, essa frase em específico é retirada de uma propaganda de rua do governo chinês. E a China não é capitalista.

A atual conjuntura econômica chinesa é complexa e um fenômeno único na história. Vivendo hoje um “socialismo de mercado”, essa alternativa ao socialismo tradicional surge quando a China, para evitar sofrer boicotes, embargos e barrar seu desenvolvimento produtivo, se viu na necessidade de fundir-se à lógica mundial de comércio capitalista, em concomitante à outras formas coletivas de propriedade. Contudo, o que parecia uma relação mutualística logo revela-se um violento parasitismo, que passa a contaminar cada aspecto de sua sociedade. E, à vista disso, os efeitos desse fenômeno são percebidos com muita sensibilidade por Jessica Kingdon em Ascension, sua estreia como diretora de longa-metragens, que consta entre os indicados a Melhor Documentário do Oscar 2022

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A retórica de Apresentando os Ricardos é alienante e perversa

Cena do filme Apresentando os Ricardos. Imagem retangular e colorida. Nela, um homem e uma mulher se encaram seriamente, como se estivessem no meio de uma discussão. O homem, Desi Arnaz, interpretado por Javier Bardem, é um homem branco, de cabelos curtos e escuros penteados em um topete, que veste uma camisa marrom. Enquanto a mulher, Lucille Ball, interpretada por Nicole Kidman, é uma mulher branca, de cabelos ruivos tingidos que se estendem até seus ombros, vestindo uma camisa verde e levantando a sua mão direita, pintada em esmalte vermelho, até a altura de seu peito, enquanto aponta para Desi. O cenário é o set de gravação de uma série.
Nicole Kidman, Javier Bardem e J. K. Simmons, indicados nas categorias de atuação, já foram concebidos com um Oscar no passado: Kidman ganhou em 2002, por As Horas; Bardem em 2008, por Onde os Fracos Não Têm Vez; e Simmons em 2015, por Whiplash (Foto: Amazon Prime Video)

Enrico Souto

Uma característica não muito sutil do roteirista Aaron Sorkin é seu longo interesse em narrativas históricas. Assinando textos desde o drama esportivo de Moneyball até a trama tecnológica e psicodélica de A Rede Social – responsável pelo seu único Oscar, em Roteiro Adaptado –, era de se esperar que, ao cineasta decidir se arriscar na cadeira de direção, esse padrão continuasse em voga. Assim, depois de dois filmes com recepção razoável, ele aposta no mais apelativo dos Oscar bait e dirige uma cinebiografia irremissivelmente metalinguística. Apresentando os Ricardos, no caso, se insere no anos 50, dentro dos bastidores da série I Love Lucy, a mais relevante e disruptiva sitcom da História da Televisão americana, comentando, no processo, o próprio funcionamento de um seriado. 

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Os Melhores Filmes de 2021

Arte retangular na cor verde escuro. No canto superior direito está escrito em branco “OS MELHORES FILMES DE 2021”. Na parte inferior esquerda da imagem está uma foto da ovelha, personagem do filme Lamb, usando uma coroa de flores na cabeça. O animal é retratado em preto e branco, com silhueta verde clara ao redor de seu corpo, enquanto ele olha para o lado direito. Ao lado direito da ovelha está a figura da personagem Maribel, mulher protagonista da animação Encanto. Ela tem cabelos cacheados curtos e usa óculos e brincos redondos, além de bata com desenhos. A personagem também está colorida em preto e branco, com silhueta verde escura ao redor de seu corpo. Acima da ovelha e de Maribel está a imagem do personagem Gawain, homem protagonista do filme A Lenda do Cavaleiro Verde. Ele olha para o lado esquerdo com expressão séria e seus cabelos caem em seu rosto barbado. A imagem do personagem também está em preto e branco e, ao seu redor, está uma silhueta de cor verde vibrante. Entre todos os personagens, estão figuras animadas de uma coroa (Gawain), várias borboletas (Maribel) e alguns traços (ovelha) aparecendo e desaparecendo. No canto inferior direito, há o logo do Persona, um olho com a íris de cor verde claro.
Entre o melhor do Cinema em 2021, tivemos a estranha fofura de Lamb, a imponência de A Lenda do Cavaleiro Verde e o carisma infinito de Encanto (GIF: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate/Texto de Abertura: Vitória Silva)

Não poderíamos terminar o Melhores do Ano sem falar do setor que retomou os seus dias de glória em 2021: o Cinema. Após a paralisação completa das salas ao redor do mundo em 2020, em decorrência da pandemia de covid-19, o audiovisual precisou se readaptar. Com isso, ano passado foi o momento de observar o efeito da ascensão dos streamings, assim como o retorno da sagrada experiência de subir as escadas para sentar em uma poltrona aconchegante e comer pipoca fresquinha enquanto assiste ao mais novo lançamento cinematográfico na telona. 

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Gold-Diggers Sound: Leon Bridges tem o poder de parar o tempo

Gold-Diggers Sound, terceiro álbum de estúdio de Leon Bridges e figura marcada nas categorias de R&B do Grammy 2022, ainda recebeu versão Deluxe com uma faixa extra (Foto: LisaSawyer63/Columbia Records)

Enrico Souto

“Nós não paramos, mas o tempo sim”. Há uma conduta inusitada nessa afirmação, não? Bem, é assim que Leon Bridges escolhe abrir Motorbike, o segundo single do seu terceiro álbum de estúdio, Gold-Diggers Sound. É comum que o tempo seja entendido, tanto na Arte quanto no inconsciente coletivo, como uma entidade intocável, totalmente fora da nossa compreensão e controle, que existe independente da nossa capacidade de percebê-lo, e que é efêmero por definição. Ou seja, que se vai apaticamente, e quem não o acompanha é fatalmente suprimido. 

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Os Melhores Discos de 2021

Arte retangular na cor azul escuro. No canto superior direito está escrito em branco “OS MELHORES DISCOS DE 2021”. Ao centro na parte inferior da imagem está uma foto da cantora Linn da Quebrada em preto e branco com silhueta azul clara ao redor de seu corpo, enquanto ela olha para frente e tampa o busto com sua mão. Ao lado direito está a figura do cantor Tyler the Creator, também em preto e branco com silhueta azul ao redor de seu corpo, ele está vestindo uma calça, camiseta e um bucket hat. À direita está a imagem da cantora Olivia Rodrigo, segurando um buquê de flores enquanto veste um vestido de festa. Sua maquiagem está borrada aos olhos e seu cabelo está solto na altura do busto. A imagem está em preto e branco e ao redor está também uma silhueta de cor azul escuro. Entre eles estão figuras animadas de estrelas aparecendo e desaparecendo. Um coração sendo partido e refeito e riscas indicando movimento. No canto inferior esquerdo há o logo do Persona, um olho com a íris de cor azul claro.
Entre o melhor da Música em 2021, tivemos os discos de Linn da Quebrada; Tyler, The Creator; e Olivia Rodrigo (GIF: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate/Texto de Abertura: Raquel Dutra)

É um clichê introduzir uma lista de melhores do ano dizendo que o tal período foi “muito rico” ou “memorável” ou “maravilhoso” para a determinada área que a seleção em questão se propõe a registrar. Mas ao fim de 2021, não resta outra conclusão: o ano foi realmente muito especial. É uma série de motivos que sustentam a afirmação para além de uma expressão comum, e o Persona, que acompanhou cada Nota Musical dos referidos 12 meses, não só pode como deve te explicar o porquê o ano que passou ficará marcado na História da Música. Então, para fazer valer o clichê é que estamos aqui com Os Melhores Discos de 2021.

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Os Melhores Jogos de 2021

rte retangular na cor dourada. No canto superior direito está escrito em branco “OS MELHORES JOGOS DE 2021”. No lado inferior esquerdo, vemos uma foto em preto e branco da personagem Ratchet, do jogo Ratchet & Clank: Rift Apart, com borda de cor amarelo escuro seguindo a silhueta da imagem. Há também, no canto inferior direito desta foto, um gif em loop com três linhas se deslocando. No lado superior esquerdo, vemos uma foto em preto e branco da personagem Kena, do jogo Kena Bridge of Spirits, com borda de cor amarelo seguindo a silhueta da imagem. Há também, no lado esquerdo desta foto, um gif em loop com dois pontos de interrogação surgindo. Ao centro da imagem, vemos uma foto em preto e branco da personagem Alex Chen, do jogo Life is Strange True Colors, com borda de cor amarelo pastel seguindo a silhueta da imagem. Há também, no lado superior esquerdo desta foto, um gif em loop com três borboletas surgindo uma a uma. No canto inferior direito há o logo do Persona, um olho com a íris de cor amarelo pastel.
Entre o melhor dos Jogos em 2021, tivemos Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão testando a potência do PlayStation 5, o ganhador de Melhor Jogo Independente no The Game Awards, Kena: Bridge of Spirits, e a aguardada continuação Life is Strange: True Colors (GIF: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate/Texto de Abertura: Nathália Mendes)

Cada vez mais, o número de jogadores do Persona cresce, e ainda bem. Em 2021, a Editoria se movimentou com ânsia para dar novos passos dentro do mundo dos Games, e aumentar a produção de conteúdo acerca desse universo. É um caminho árduo, mas trabalhamos e estivemos ligados na Gamescom, a maior feira de jogos digitais que existe, acompanhando os lançamentos mais importantes do meio por 3 dias, das grandes distribuidoras até as independentes. 

Depois, assistimos nossos jogos favoritos no The Game Awards, premiação reconhecida mundialmente, a maior e mais aguardada do universo dos games. Entre polêmicas, franquias retomadas, e boas surpresas, o ano foi apenas o começo do Persona nos Jogos. Assim, inspirados pela nova geração de consoles, apresentamos os Melhores Jogos de 2021. 

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As Melhores Séries de 2021

Arte retangular na cor laranja escuro. No canto superior direito está escrito em branco “as melhores séries de 2021”. No lado inferior esquerdo, vemos uma foto em preto e branco da personagem Monica Rambeau, da série WandaVision, com borda de cor laranja seguindo a silhueta da imagem. Há também, no canto inferior esquerdo desta foto, um gif em loop com três círculos surgindo um a um. No lado superior esquerdo, vemos uma foto em preto e branco da personagem Angel, da série Pose, com borda de cor laranja pastel seguindo a silhueta da imagem. Há também, no lado esquerdo desta foto, um gif em loop com três linhas se deslocando. Ao centro da imagem, vemos uma foto em preto e branco da personagem Mabel Mora, da série Only Murders in the Building, com borda de cor laranja claro seguindo a silhueta da imagem. Há também, no lado superior direito desta foto, um gif em loop com três pontos de interrogação surgindo um a um. No canto inferior direito há o logo do Persona, um olho com a íris de cor laranja pastel.
Entre o melhor da TV em 2021, tivemos as estreias de WandaVision e Only Murders in the Building e o fim de Pose (GIF: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate/Texto de Abertura: Vitor Evangelista)

Não há maneira de iniciar uma lista que compila a nata de 2021 sem antes reconhecer o impacto da pandemia nas produções televisivas. Ainda lidando com os efeitos de atrasos, adiamentos e cancelamentos, a TV mundial se uniu ao redor dos heróis da Marvel no Disney+, das complexas famílias da HBO e, claro, de todo e qualquer original Netflix

Por isso, não se assuste ao ler sobre a expansão dos Vingadores para as telinhas, com a campeã de citações WandaVision, nem com a astúcia de Kate Winslet no papel de uma policial com bastante a resolver, muito menos com as desventuras da puberdade que continuam excitando os personagens de Sex Education. Para esse ano que passou, o Persona aboliu as listas individuais. 

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MONTERO e a poética contradição de Lil Nas X

Capa do álbum MONTERO, de Lil Nas X. Imagem colorida e quadrada. Nela, vemos um cenário surrealista: Um jardim esverdeado, decorado por ipês e colunas de mármore gregas, atravessado no meio por um rio e suspenso em um céu claro e aberto. Gotas de água pairam no ar e borboletas coloridas voam pelo cenário. No exato centro da imagem, suspenso no ar acima do jardim, está Lil Nas X, um homem negro, com cabelos crespos e curtos da cor preta. Ele apresenta-se completamente nu, de barriga para cima e com as costas arqueadas, segurando na ponta de sua mão direita, cujo braço está esticado, uma bolha de água.
Capa de MONTERO, álbum de estreia do rapper Lil Nas X, indicado em três das quatro categorias principais do Grammy 2022: Álbum do Ano, Gravação do Ano e Canção do Ano (Foto: Columbia Records)

Enrico Souto

Lil Nas X surgiu em 2019 já transgressor, explodindo com um hit chiclete que mesclou country e hip-hop, dois gêneros praticamente antagônicos, e ainda reivindicando-se como parte de ambos, apesar da insistente relutância da indústria. Old Town Road, sua primeira empreitada musical, desafiou as fronteiras arbitrárias impostas entre gêneros e enfrentou uma tradição racista e homofóbica que domina a música country até hoje. Ao mesmo tempo, claro, que tornou-se um viral instantâneo

Ainda que críticos tenham alegado que não passava de uma moda passageira, o artista provou que tinha muito mais a oferecer. Depois de sair do armário no seu auge de popularidade, sua proposta disruptora só se fortaleceu. Desde então, quanto mais o desprezam e deslegitimam por sua sexualidade, mais ele faz questão de enviadescer aos holofotes. O ápice dessa rebeldia é MONTERO, o álbum de estreia de Nas X, revelando já no título, que carrega seu nome real, o caráter íntimo e autoral da obra, atravessada por temas como amor, sexo, homofobia, depressão e autoestima.

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Ao fim de Chegamos Sozinhos em Casa, Tuyo encontra lar no outro

Texto alternativo: Capa do CD “Chegamos Sozinhos em Casa”, da banda Tuyo. Fotografia quadrada e colorida. Nela, vemos três pessoas em frente a um grande rancho, com telhados marrom e pintura branca. O céu é limpo e azul, e eles se apresentam em pé, num gramado verde-escuro. Os três olham para a câmera, com um semblante sério. Primeiro, à esquerda, está Jean. Um homem negro, de barba cheia, com cabelos crespos da cor preta, raspados nas laterais e com um grande volume no topo, que se divide em dois. Ele veste um sobretudo azul escuro, uma camiseta branca, uma calça azul-escuro e tênis brancos. Ao seu lado, no centro, está Lay. Uma mulher negra, de cabelos crespos raspados e tingidos em loiro. Ela veste uma espécie de quimono azul-escuro, com grandes ombreiras nos braços, e com uma saia que se estende apenas até as coxas. Além disso, ela também veste meias de cano longo brancas e tênis brancos. Por fim, ao lado direito, está Lio. Uma mulher negra, de cabelos crespos volumosos da cor preta. Ela veste um grande vestido azul-escuro de mangas longas, que se estende até seus pés, e que se divide no meio em botões fechados. Nos pés, ela também usa tênis brancos.
Depois dos magnânimos Pra Doer (2017) e Pra Curar (2018), Tuyo retorna com um projeto extraordinário, cuja ousadia foi contemplada por uma indicação ao Grammy Latino de 2021 [Foto: Tuyo]
Enrico Souto

Não há medo mais apavorante do que o da solidão. Construímos nosso entendimento de mundo baseado em nossas conexões afetivas e, logo com a chegada da vida adulta, nos deparamos com a instância de trilhar um caminho tortuoso por conta própria. Nesse temor pelo desconhecido e por não pertencer, Machado, Lay e Lio – ou Tuyo, como os conhecemos juntos – encheram sua casa de gente, para não se sentirem sozinhos. Diante disso, Chegamos Sozinhos em Casa, o novo projeto artístico da banda, imerge na psique de seus integrantes, explorando o instante em que essas pessoas voltam para onde vieram, ou criam seus novos espaços, e o que sobra da gente quando, enfim, estamos sós. 

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A arte berra em Ziraldo – Uma Obra que Pede Socorro

Imagem retangular e colorida retirada do documentário ‘Ziraldo - Uma Obra que Pede Socorro’. Nela, vemos em foco Ziraldo, um homem de idade avançada, pele parda, cabelos e sobrancelhas brancos, que veste uma camisa branca com um colete bordado bege e preto. Ele olha para cima, pensativo, enquanto coloca o dedo indicador da mão direita sobre a boca, em sinal de reflexão.
Ziraldo – Uma Obra que Pede Socorro, exibido pela 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, é a única produção da seção Apresentação Especial disponibilizada online (Foto: Elo Company)

Enrico Souto

“Arte não é um privilégio do artista, é um direito do ser humano”. É com essa e outras contestações que abre-se Ziraldo – Uma Obra que Pede Socorro, parte do acervo da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O ponto de partida é Ziraldo, “o Michelangelo da boemia carioca”, um dos artistas mais geniais da história contemporânea do Brasil. Aprendemos um pouco mais sobre seu talento e ofício, agora por entre lentes pouco exploradas. Todavia, o documentário vai muito além da pessoa Ziraldo. Além de um panorama singular sobre sua obra, o que se apresenta aqui é um comentário amplo sobre a urgência da atual situação das artes no Brasil e como a cultura do país é constantemente negligenciada em diferentes esferas sociais. O resultado é uma poderosa denúncia e um clamor por socorro.

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