Em THINK LATER, conhecemos a bad girl interior de Tate McRae

Capa do álbum THINK LATER. No centro está a cantora Tate McRae, uma mulher branca de cabelos castanhos escuros, lábios rosados e olhos castanhos. Ela está olhando pro lado e está usando uma regata de alça preta e uma calcinha preta. Em seus pés, utiliza uma espécie de bota acolchoada preta e branco que vai até a altura de seus joelhos e na direita está escrito THINK na vertical e na esquerda LATER, também na vertical, com a cor roxa em ambos os lados.
A nova queridinha da Gen Z lançou seu segundo álbum em 2023 (Foto: RCA Records)

Guilherme Barbosa

A música pop sempre esteve no auge do mundo, principalmente após o início dos anos 2000. A ascensão de nomes como Britney Spears, Beyoncé, Lady Gaga e Rihanna fez com que a régua de exigência em relação a cantoras que iriam surgir a partir dali fosse muito alta. Com o passar do tempo, a forma de se consumir música pela grande massa mudou. O TikTok, a rede social mais usada pela Geração Z, tem grande influência na indústria fonográfica, com o poder de ressuscitar grandes clássicos e fazer pequenos artistas se tornarem globais, como Olivia Rodrigo, por exemplo. Tate McRae também faz parte dessa nova leva de cantores, e isso fica evidente em seu novo álbum de estúdio, THINK LATER.

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Gêmeas – Mórbida Semelhança: uma Rachel Weisz é boa, duas é melhor

Cena da série Gêmeas - Mórbida Semelhança.
Além de dar vida às duas protagonistas da minissérie, Rachel Weisz também é produtora (Foto: Prime Video)

Vitória Gomez

Rachel Weisz nunca pode ser demais e Gêmeas – Mórbida Semelhança sabe disso. Com a atriz britânica na pele das gêmeas Beverly e Elliot Mantle, a releitura do filme (quase) homônimo de David Cronenberg vira do avesso para explorar o outro lado da moeda: o longa original se torna uma minissérie e os irmãos, irmãs. No entanto, a obsessão e a relação doentia um pelo outro se mantém e a produção leva os limites médicos ao extremo, ao mesmo tempo que lida com duas figuras opostas presas em uma só.

Na série, Beverly e Elliot são médicas obstetras insatisfeitas com a maneira como o sistema de saúde lida com mulheres grávidas. Juntas, elas buscam investimento para abrir seu próprio centro de maternidade. A perfeita harmonia das duas beira a insanidade, mas a simbiose funciona no âmbito profissional e pessoal – até a chegada de Genevieve (Britne Oldford). Quando a atriz se envolve com uma das irmãs e elas se veem obrigadas a não mais viver uma para outra, o desequilíbrio leva desde a convivência doméstica até os bastidores da medicina ao extremo.

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Em Rye Lane, o amor é urbano

O longa foi um dos destaques do Festival de Sundance 2023, de onde saiu com os direitos de distribuição adquiridos pela Disney (Foto: Searchlight Pictures)

Nathan Nunes

Três personagens movem a trama de Rye Lane: Um Amor Inesperado, disponível no catálogo da Star+ (em breve Disney+). O primeiro é Dom (David Jonsson), um contador que, nos minutos iniciais, se encontra desolado pela traição da ex-namorada Gia (Karene Peter) com Eric (Benjamin Sarpong-Broni), melhor amigo do rapaz. A segunda é Yas (Vivian Oparah), uma aspirante a figurinista também recém-saída de um término com o pretensioso artista plástico Jules (Malcolm Atobrah). A situação dos dois parece a mesma, mas as personalidades são completamente diferentes. Ele é um ‘filhinho de mamãe’ introvertido, neurótico e com problemas de autoconfiança. Ela é extrovertida, de espírito leve e carisma imbatível. 

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Nem tudo está conectado às teias de Madame Teia

Cena de Madame Teia. Quatro mulheres estão paradas em uma plataforma entre metrôs, todas estão olhando para a frente, assustadas. Da esquerda para a direita: a primeira mulher é uma jovem negra de cabelos presos, fone de ouvido em volta do pescoço e mochila pendurada no ombro direito; ela veste uma calça cinza com bolsos e cós azul claro com um cinto preto, uma camiseta curta com decote em V branca e um casaco esportivo azul com listras vermelhas. A segunda personagem, uma mulher branca e mais velha que as outras, veste uma calça jeans com cinto preto, camisa preta e jaqueta de couro vermelho enquanto segura um skate com a mão direita, ela tem cabelo preto liso e franjas. A terceira figura presente é uma jovem latina de cabelos castanhos longos e lisos, ela veste uma calça jeans de lavagem escura, uma camiseta curta amarela, um casaco curto de veludo marrom claro e um colar e argolas pratas; ela segura uma mochila no ombro direito. A quarta e última mulher veste uma saia com pregas azul, camisa cinza com botões e detalhes pretos e um casaco de moletom cinza; a personagem é branca, loira e usa óculos de grau.
Um vilão, três adolescentes e uma mulher capaz de prever um futuro (quase) incerto fazem parte da teia de Cassandra Webb [Foto: Sony Pictures]
Agata Bueno

O thriller que nos apresenta uma das heroínas mais enigmáticas da Marvel não nos leva a lugar nenhum. Entre os segredos do passado e um futuro que envolve todos na teia de Cassandra Webb, lugar nenhum é um eufemismo perto do abismo em que o filme deixa o espectador. Afinal, Madame Teia prometeu uma viagem tão transcendental assim?

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Entre os mais rasos, Asteroid City é o mais belo

 Imagem do filme Asteroid City. A atriz Scarlett Johansson, interpretando a personagem Midge Campbell. Ela está com os braços apoiados na janela de um banheiro, e apoia o rosto na mão esquerda. A atriz é uma mulher branca, possui cabelos curtos e castanhos, olhos azuis e lábios corados, e olha para frente com sobrancelhas levemente curvadas. Ao fundo, dentro do banheiro, ve-se uma banheira na cor azul tiffany, que está em partes cobertas por um biombo de madeira. A moldura da janela é branca e é possível ver a paisagem do pôr do sol, no canto esquerdo da imagem.
Asteroid City é uma comédia, quase romântica, de ficção científica (Foto: Universal Pictures)

Costanza Guerriero

No primeiro semestre de 2023, as redes sociais foram invadidas por vídeos de composições simétricas, cores pastéis, filtros saturados e rostos inexpressivos. Ao som de Obituary, do compositor Alexandre Desplat, os internautas retratavam  os  seus dias cotidianos, no que parecia ser uma viralização do estilo característico do diretor Wes Anderson. O fascínio da mídia espontânea pelo visual característico do cineasta prova o encantamento que suas produções podem causar no telespectador, por meio da intrínseca relação que suas  narrativas encontram com sua estética. Asteroid City, a última obra de Anderson, entrega um pouco desse fascínio. 

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Do parque para as telas, a Mansão Mal-Assombrada está de volta

Cena do filme. Cinco personagens do filme, na esquerda vemos uma criança, ao lado uma mulher de roupão rosa segurando uma lanterna, o personagem principal um pouco atrás, um homem de pijama e gorro vermelho e uma mulher que também segura uma lanterna e veste pijamas. Todos com feição de preocupação em uma casa escura.
Em um clima menos cômico que o do filme anterior, os personagens voltam a explorar uma casa cheia de fantasmas (Foto: Disney+)

Laura Sipoli

Em 2003, Mansão Mal-Assombrada foi dos parques para os cinemas estrelando o icônico Eddie Murphy, no que viria a se tornar um dos clássicos do Halloween infanto-juvenil. No filme, que foi baseado em uma das atrações mais famosas dos parques da Disney, o protagonista fica preso em uma casa mal-assombrada com a família e tenta quebrar a maldição que prende fantasmas no local, enquanto lutam para sobreviver. Para os personagens que a adentram, uma mensagem assustadora; para quem assiste ou vai aos parques, um ingresso para diversão.

Duas décadas depois da estreia, temos o prazer de vivenciar o comeback nostálgico da mansão cheia de espíritos nas telas do cinema, com o remake de Mansão Mal-Assombrada. Nesta versão, a comédia de horror carrega o mesmo nome de seu antecessor e conta com uma história completamente diferente. Apesar de cheia de referências na tentativa de despertar a memória afetiva dos fãs do original, a narrativa não tem conexão com o anterior, mas a proposta permanece a mesma: uma casa com 999 fantasmas procura mais almas para aprisionar.

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Spill Your GUTS! Olivia Rodrigo convida você a uma viagem pela juventude contemporânea

Capa do CD Guts. Fotografia quadrada com o fundo roxo. Na capa, está Olivia Rodrigo, mulher de descendência filipina. Ela está deitada e coloca o dedão na boca, enquanto os outros quatro dedos possuem cada um a letra do seu álbum, formando a palavra Guts. Ela usa um batom vermelho e delineado preto.
Olivia Rodrigo retornou ao mundo da Música com o poderoso GUTS (Foto: Larissa Hofmann)

Guilherme Machado Leal

Um artista, ao lançar o seu primeiro álbum de estúdio, possui a difícil tarefa de se superar no trabalho seguinte. Isso porque a mídia, quando encontra alguém novo na indústria, tende a se perguntar ‘será ele(a) one hit wonder?’ ou afirmar ‘o sucesso dele(a) é passageiro’. Nesse sentido, exceções mais recentes – como o Future Nostalgia, de Dua Lipa, e o Vício Inerente, de Marina Sena –, são bons exemplos de que um cantor pode ampliar a bagagem de mundo do fã que o acompanha. O ano de 2021, por esse lado, foi um divisor de águas para Olivia Rodrigo; ao mesmo tempo em que a colocou no estrelato, também testemunhou o seu íntimo, a levando para outro patamar. 

Quando lançou o SOUR, o seu primeiro ‘filho’, a ex-Disney deu voz às inseguranças que assolam os adolescentes. Coração partido, sentimento de inveja e a desconexão com o mundo que os cerca foram temas abordados no seu lado azedo. Agora, dois anos depois, ela retorna ainda mais autêntica e ‘segura com o seu taco’ com GUTS. Entendendo que a sua unicidade é um porto-seguro para que os jovens se sintam à vontade de expressar as emoções mais excêntricas, o período de transição entre o Ensino Médio e a vida adulta consegue ser compreendido de uma forma menos dolorosa através da Arte. 

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O enferrujar da Garra de Ferro

Cena do filme Garra de Ferro. Na imagem, vemos cinco homens se abraçando dentro de um ringue. Dois deles usam camisetas, calças e sapatos, enquanto os outros três estão apenas com calções, e dois deles utilizam meias de cano alto e tênis. Um deles possui um cinturão dourado pendurado e outro em uma das mãos. O ringue possui cordas vermelhas e o chão é azul. Ao fundo, diversas pessoas estão na torcida com semblantes alegres, comemorando a vitória. É possível ver uma cartolina laranja escrito “KILL’EM KERRY”.
Lançado em Dezembro de 2023 nos Estados Unidos, Garra de Ferro chegou aos cinemas brasileiros em Março de 2024 (Foto: Califórnia Filmes)

Raquel Freire

Se fôssemos os mais durões, os mais fortes, os mais bem-sucedidos, nada poderia nos atingir”. Esse é o mantra no qual os irmãos Von Erich foram criados. Entre a sala de estar, em que o espaço dedicado às armas do pai é protegido por uma cruz pendurada na parede, e o ringue, onde a pressão e a tensão são duas constantes, não há lugar para a vulnerabilidade. É por isso que esses homens encontram refúgio uns nos outros – e é por isso, também, que eles perdem o controle quando infortúnios acontecem e esse apoio não é o suficiente.

Garra de Ferro, terceiro longa do diretor Sean Durkin, é baseado em uma história real. Von Erich é um sobrenome clássico no ramo da luta livre nos Estados Unidos e a trajetória da família iniciou-se na década de 1950, quando o patriarca fez sua estreia no esporte. Apesar de ter traçado uma jornada de sucesso, Fritz Von Erich (nome comercial de Jack Adkisson) não conquistou seu principal objetivo: o título de maior lutador do país. Então, a forma como ele reage a essa frustração é treinando todos os seus filhos para que eles, ao seguirem seu legado, consigam o que nunca pôde quando jovem.

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Depois da Morte é um guia turístico do além-otimismo religioso

Cena do filme Depois da Morte. Na imagem está um homem branco por volta de seus quarenta anos com cabelo preto liso e bigode espesso sem barba. Ele está vestindo uma camisola hospitalar branca. Sua cabeça está inclinada para cima enquanto encara a luz amarela de uma cortina à sua frente.
Após sofrer um acidente de carro que inspirou o filme 90 Minutos no Paraíso (2015), o pastor Don Piper relata a experiência que o fez encontrar a religião [Foto: Synapse Distribution]
Henrique Marinhos

Para morrer, basta estar vivo. Essa é, até então, a única certeza que temos. Entre cientistas, céticos e religiosos, a experiência de quase-morte é o mais próximo que estamos da noção do pós-vida, cenário em que qualquer metodologia que aproxima a maior dúvida da humanidade de uma resposta é válida. Depois da Morte procura explicitar de um jeito simples, acessível e dinâmico várias experiências em um documentário com uma ótima abordagem, no entanto, nada característica ao gênero e enviesada em sua construção.

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O final de Sex Education tocou nos pontos certos e chegou lá

Cena da quarta temporada de Sex Education. Na imagem, à esquerda, vemos o personagem Eric, um homem negro com cabelo rente à cabeça e que veste uma camiseta de tricô verde, um colete amarelo com flores rosas e carrega uma mochila com a alça marrom nas costas. Ele olha levemente para sua direita enquanto ri com a mão direita em cima de seu peito. À direita, vemos o personagem Otis, um homem branco com cabelos pretos que veste uma camisa xadrez vermelha, uma jaqueta nas cores bege, vermelho e azul, e carrega uma mochila com a alça marrom nas costas. Assim como Eric, ele olha levemente para sua direita enquanto ri com sua mão esquerda dentro do bolso da jaqueta. O fundo da imagem está desfocado; à esquerda, há uma construção e, à direita, algumas árvores.
A quarta e última temporada de Sex Education chegou ao catálogo da Netflix em Setembro de 2023 (Foto: Netflix)

Raquel Freire

Ambientada em uma visão extremamente colorida do ensino médio, Sex Education sempre ancorou sua narrativa em um ditado simples, mas poderoso: o sexo e toda a ansiedade que o envolve são fundamentais para o senso de identidade de cada adolescente. Ao abraçar sem pudores o potencial didático de sua premissa, cumprindo a promessa provocativa do título em cada um de seus episódios, a quarta e última temporada da série encerra organicamente o ciclo e enfatiza que seu espaço no topo foi conquistado desde o início, o que muitos já sabiam.

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