Os coiotes em pele branca de cordeiro de Assassinos da Lua das Flores

Cena de Assassinos da Lua das Flores. Nela vemos, da esquerda para a direita, Mollie Burkhart, uma mulher de indígena americana, de cabelos pretos lisos e Ernest Burkhart, um homem de cabelos loiros e olhos azuis. Mollie veste um poncho de sua tribo na cor bege, com listras vermelho terra, preto e verde; uma camisa roxa, um colar em prata e um cachecol preto. Ernest veste um terno azul marinho, camisa cinza e gravata marrom. Eles estão sentados sobre uma mesa e Molly, na esquerda da imagem, olha para Ernest, que está olhando para cima. Ao fundo, uma cozinha de época com móveis em madeira e acessórios em porcelana e prata.
Uma das cenas mais esperadas do ano também é uma das mais lindas (Foto: Apple TV+)

Guilherme Veiga

“Fundamentalmente é algo que, por alguma razão, permanece. Algo que você pode ver anos depois ou 10 anos depois você irá ver e será diferente. Em outras palavras, há algo a mais para aprender sobre si próprio e sobre a vida”

Foram com essas palavras que Martin Scorsese definiu sua percepção sobre Cinema. Fatores como sua própria filmografia ou seu instituto The Film Foundation, responsável por restaurar mais de 1000 filmes, colocam o diretor como uma espécie de guardião vivo da Sétima Arte.

O próprio idealizador já afirmou que foram os filmes que moldaram sua percepção da vida enquanto criança, por isso, nada mais justo que florescesse nele o ímpeto por contar e eternizar histórias. Isso resultou em uma carreira ímpar, primorosa e incontestável, fazendo que somente Scorsese fosse a única pessoa possível para, desta vez, dar voz a toda a vivência de um povo através de sua nova obra-prima, Assassinos da Lua das Flores.

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10 anos de O Lobo de Wall Street: eis que a caça vira o caçador

Cena do filme O Lobo de Wall Street. Na imagem, Leonardo DiCaprio interpreta Jordan Belfort em um iate. Ele, um homem branco de cabelos escuros e olhos claros, veste uma camisa polo branca e calça bege com cinto preto. Em uma de suas mãos, Belfort carrega uma taça e, na outra, ostenta um relógio. A câmera o captura a partir do joelho, com o enquadramento também mostrando a bandeira dos Estados Unidos e um grande edifício ao fundo.]
The Wolf of Wall Street arrecadou mais de 400 milhões de dólares em bilheteria (Foto: Paramount Pictures)

Nathalia Tetzner

Poucos diretores sabem explorar o lado mau dos homens como Martin Scorsese e, no campo dos atores, são raros aqueles que, à la Leonardo DiCaprio, sabem se despir para viver na pele uma figura ‘8 ou 80’. Na floresta do capitalismo selvagem, O Lobo de Wall Street surge, em 2013, sem escrúpulos ou moralismo para retratar a trajetória de Jordan Belfort pelos edifícios carnívoros do distrito financeiro mais cobiçado do mundo.

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Não Olhe para Cima, seu imbecil!

Com estrelas e meteoros, Não Olhe para Cima chega ao Oscar 2022 nas listas de Melhor Filme, Roteiro Original, Trilha Sonora Original e Montagem (Foto: Netflix)

Nathália Mendes

O que você faria se descobrisse um meteoro vindo em sua direção? Diminuindo a distância que o separa do planeta Terra a cada vez que você respira, ou na medida em que lê essas palavras? O diretor Adam McKay achou que seria apropriado rir das nossas caras de tacho. E assim, nasceu Não Olhe para Cima (Don’t Look Up), com seu elenco estrelado vomitando o iminente fim da humanidade. O que você faria então, mediante tamanho desastre? Desviaria o olhar, vestiria seu uniforme de imbecil, e abriria o TikTok para ser feliz novamente vendo vídeos de cachorros fofos, com certeza.

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