Maitê Proença transforma sua vida em texto e seu divã em peça (Foto: Reprodução)
Mateus Conte
Na noite de 13 de maio, um Teatro Municipal lotado recebeu, em Botucatu, a atriz Maitê Proença em seu monólogo O Pior de Mim. Redigida pela própria atriz e dirigida por Rodrigo Portella, a obra aborda de forma áspera a vida e a carreira da ex-global, que por diversas vezes percorreu os palcos do interior paulista com suas apresentações.
Lançado em 2017, Conversas entre amigos completa 5 anos no mês de lançamento da série adaptada (Foto: Editora Alfaguara)
Vitória Lopes Gomez
Frances e Bobbi são melhores amigas que já namoraram. Frances tem uma queda por Nick, e Bobbi, por Melissa. Nick e Melissa são casados. É partindo desse emaranhado que Sally Rooney, em seu livro Conversas entre amigos,encontra terreno fértil para dissecar relacionamentos contemporâneos e seus envolvidos, assim como as dinâmicas sociais e de poder das relações interpessoais modernas. Se a irlandesa escreve, essencialmente, sobre pessoas normais vivendo sua realidade – mesmo que seja uma realidade inventada, somente baseada na vida real da autora ,- essa obra de estreia mostra que, mesmo antes do fenômeno Pessoas normais, Rooney já mostrava a potência de suas histórias fictícias reais.
Mesmo sendo seu debut, o disco ainda é o carro chefe dos ingleses (Foto: Noah Kalina)
Guilherme Veiga
Quando o mais novo álbum do alt-J, The Dream, estava prestes a ser lançado, muito se esperava que a banda britânica voltasse às suas raízes, mais especificamente as de uma década atrás. A razão disso é que seu registro de 2012, An Awesome Wave, vencedor do Mercury Prize, prêmio de Melhor Álbum Britânico daquele ano, é irretocável e até hoje é o cartão de visitas do grupo, que naquela época se tornou um expoente do indie britânico.
Conduzido por uma direção inédita e uma trilha sonora composta por nomes como Elza Soares, Rincon Sapiência, Baco Exu do Blues, Cartola e Liniker, Medida Provisória chega aos cinemas quebrando paradigmas, emocionando e alarmando para um futuro não tão distante (Foto: Elo Company)
Gabriel Gomes Santana
Em um Brasil distópico, mas não muito distante da presente realidade, resgatar as origens deixa de ser uma opção e passa a ser uma lei. É diante desse bizarro cenário que Medida Provisória, primeiro longa dirigido por Lázaro Ramos, se desenvolve e quebra recordes de bilheteria nacional. O filme trata de uma tragicomédia, que aborda o que há de pior em nosso jeitinho brasileiro de mascarar problemas profundos dos porões racistas e cordiais, nos quais Gilberto Freyre de maneira dualista e polêmica tanto criticou em Casa Grande e Senzala.
Conforto e escapismo ditam o tom da comédia romântica estrelada por Sandra Bullock e Channing Tatum (Foto: Paramount Pictures)
Nathan Nunes
Desde que nos entendemos por gente, somos ensinados a não julgar um livro pela capa. Esse ensinamento é válido em diversos contextos, e um deles é o Cinema. Uma prova recente disso é a comédia Cidade Perdida, cujo pôster principal possui duas imagens pavorosamente retocadas e artificiais dos protagonistas Channing Tatum e Sandra Bullock na parte superior, além de uma colagem dos coadjuvantes Brad Pitt, Oscar Nunez e Da’Vine Joy Randolph em meio a um efeito de explosão que parece saído do pacote mais básico do Photoshop.
Não bastasse isso, seria fácil olhar com desdém para um filme como esse baseando-se em sua premissa, que já foi retratada diversas vezes no Cinema e cujas batidas se repetem: o romance desenvolvido em meio a uma trama de arqueologia, o casal que não se gosta no começo e vai se aproximando ao decorrer do filme, o vilão caricato, entre outros. De fato, Cidade Perdida não se distancia de nenhuma dessas convenções e nunca tenta reinventar a roda desse subgênero, assumindo-se como pleno entretenimento escapista do início ao fim; e é justamente por isso que funciona tão bem.
Com cerca de dois anos de gravação, Minutes to Midnight satisfaz o desejo do Linkin Park em ir além da replicação dos sucessos (Foto: Warner Bros Records)
Maria Vitória Bertotti
11:58:20. O relógio do juízo final, criado em 1947 e atualizado em 2020, nos dá pouquíssimos minutos antes da meia-noite para repensarmos nossas atitudes antes do fim. Levados por essa simbologia, a banda californiana Linkin Park lançou, em 2007, o Minutes to Midnight, seu terceiro álbum de estúdio que chegou ao público após uma longa espera. Ao contrário dos dois primeiros discos, esse funcionou como uma rachadura, diferenciando com o experimentalismo, o som que a banda já estava acostumada a fazer há 15 anos.
Pautada por mudanças bruscas de posicionamento e fervorosos embates políticos, a polêmica entre Disney e Pixar com a legislação americana pode dizer muito sobre o conteúdo que o estúdio produz
Entre Red: Crescer é uma Fera, Segredos Mágicos, Dois Irmãos e Luca, vivências queer tem sido postas sobre as telas da Pixar de diferentes formas – algumas mais enrustidas que outras (Foto: Pixar Animation Studios/Arte: Jho Brunhara)
Enrico Souto
Em 25 de fevereiro de 2022, o Orlando Sentinel, principal jornal da cidade da Flórida, Estados Unidos, desvendou uma bomba. Legisladores do estado, envolvidos ativamente com uma proposta de lei homofóbica que tramitava no Congresso, receberam doações milionárias da Walt Disney Company, conglomerado multibilionário de mídia. Hoje, quase três meses depois, após a Disney já ter alterado seu posicionamento, a lei ter sido aprovada e outros escândalos revelados, uma questão continua acaçapada. O que uma empresa deste tamanho teria a ganhar financiando um projeto como este?
Nesse mesmo dia, há 20 anos, chegava às telonas brasileiras o primeiro filme do Homem-Aranha (Foto: Sony Pictures)
Nathan Sampaio
O que faz um personagem ser popular? A sua história sofrida ou sua personalidade marcante? O visual icônico ou as falas de impacto? Talvez seja a mistura disso tudo. É o caso do Homem-Aranha, personagem da Marvel que teve seu primeiro filme lançado 20 anos atrás, e que alçou o herói a fama ao unir um roteiro simples, porém muito bem construído, com cenas memoráveis e um visual excepcional.
Destaques de Abril de 2022: Harry Styles, Anitta, Orville Peck e Fontaines D.C. (Foto: Reprodução/Arte: Nathália Mendes)
O quarto mês de 2022 nos trouxe muitos motivos para comemorar junto de um carnaval fora de época. Como de costume para o amplo espectro da Redação do Persona, estivemos seguindo os lançamentos, eventos, notícias e celebrações do mundo da Música, dentro e fora do Brasil, durante os últimos 30 dias. Então, acompanhados de uma Rita Lee curada, Anitta internacionalizada e Harry Styles emplacado, sonhamos com uma São Paulo primaveril e apresentamos o Nota Musical de Abril.
O álbum de estreia do projeto de Thom Yorke, Jonny Greenwood e Tom Skinner foi disponibilizado no dia 13 de maio de 2022 (Foto: Self Help Tapes LLC/XL Recordings)
Bruno Andrade
O sentimento de ambivalência talvez resuma muito bem aquilo que acompanhou Thom Yorke ao longo dos anos. Com o Radiohead, ele alcançou um status mainstream, mas a bem da verdade esse nunca foi o objetivo. É como se duas forças contrárias tivessem o levado ao topo, um possível reflexo de uma cultura que tende a glorificar os inconstantes. Sua indignação ganhou forma poética em canções dolorosas, mas ele nunca esteve sozinho. Ao seu lado, Jonny Greenwood serviu como força motora, dando vida através dos instrumentos aos ruídos melancólicos que Yorke vislumbrava; agora, anos depois, os dois se juntam em um projeto paralelo com Tom Skinner para dar vida ao The Smile, cuja estreia ocorreu em 13 de maio com o lançamento do disco A Light for Attracting Attention.