Em The Last of Us, nós continuamos pela família

Cena da primeira temporada de The Last of Us. Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) estão no alto de um edifício em ruínas, olhando na direção da câmera para o nascer do Sol. Joel, à esquerda da tela, é um homem latino de meia idade, com cabelos curtos e barba preta, já com vários fios grisalhos. Ele usa uma jaqueta verde clara por cima de uma camisa cinzenta. Podemos ver as alças de uma mochila passando por seus ombros, além de uma alça transversal que vai de seu ombro esquerdo até sua cintura. Joel segura essa alça com sua mão esquerda, deixando exposto um relógio analógico preso em seu pulso. Ellie, à direita da tela, é uma menina caucasiana de cabelos negros presos em um rabo de cavalo. Ela usa uma jaqueta encapuzada aberta por cima de uma camiseta cinza-clara. Em seu ombro esquerdo, já uma lanterna tubular presa na alça de sua mochila, apontada para frente. A câmera os captura da cintura para cima, e atrás deles podemos ver edifícios arruinados, tomados por vegetação e caindo aos pedaços, e uma massa de água ainda mais ao fundo do horizonte.
“Não pode ser em vão” (Foto: HBO)

Gabriel Oliveira F. Arruda e Nathália Mendes

Ecoando sua celebrada minissérie Chernobyl, Craig Mazin nos inicia em The Last of Us com um prólogo: em um talk show dos anos 1960, acompanhamos um biólogo carismático (John Hannah) que avisa tanto o entrevistador (Josh Brener) quanto a plateia que o verdadeiro perigo para a extinção da raça humana não são vírus ou bactérias, mas os fungos. Quando questionado sobre o que aconteceria no evento destes organismos evoluírem para nos infectar, ele responde com um simples “Nós perderíamos”. E, pelas próximas nove semanas, fomos convidados a imaginar como seria um mundo onde é justamente isso o que aconteceu: nós perdemos.

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O Homem Invisível: quando a ficção encontra a realidade

Cena do filme O Homem Invisível. A personagem Cecília (Elisabeth Moss), de cabelos loiros, está de lado num box de banheiro, enquanto no segundo plano o foco está na mão do Homem Invisível marcada no vidro do box embaçado.
Assim como no mundo real, O Homem Invisível muitas vezes só existe na cabeça das mulheres (Foto: Universal Pictures)

Alberto Borges

Ao sentar para assistir O Homem Invisível de Leigh Whannell, você pode até imaginar que será mais um filme de Terror com perseguição, mortes e muito sangue. Porém, a produção, lançada em 2020, tem camadas muito mais profundas do que as que passam no imaginário do público enquanto estão entretidos durante as mais de duas horas de sequências de ação. Baseado no livro de mesmo nome de Herbert George Wells, lançado em 1897, e na primeira versão do filme de 1933, dirigido por James Whale, a trama se prende na visão da personagem principal, Cecília (Elisabeth Moss), que logo no início do filme mostra qual é seu principal objetivo e seu maior inimigo: fugir daquele que se deita ao seu lado

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