Os meios podem até justificar os fins, mas a primeira temporada de RuPaul’s Drag Race Down Under demorou a sedimentar sua narrativa. O spin-off do show americano foi filmado na Nova Zelândia durante a pandemia, colocando australianas e kiwis na Corrida pelo título de Super Estrela Drag e por trinta mil dólares. O custo foram oito enfadonhos e alongados capítulos, um elenco nada cativante e uma porção de polêmicas racistas, tanto dentro do Ateliê quanto fora dele.
As adaptações são uma grande polêmica do mundo audiovisual, algumas chegam ao patamar da perfeição, já outras decepcionam o fandom. Sweet Tooth com certeza se encaixa no primeiro grupo. Lançada em 4 de junho, a nova série da Netflix, que vem ganhando cada vez mais destaque da crítica, é produzida por Robert Downey Jr. e Susan Downey e traz uma proposta um pouco diferente da graphic novel que a originou, levando-a a ser uma das séries mais assistidas da plataforma em diversos países.
Já se perguntou por que o anjo caído decidiu começar uma revolução no Paraíso que o levou a ser castigado e a comandar o Inferno pela eternidade? A segunda parte da 5ª temporada deLucifer, série da Netflix desenvolvida por Tom Kapinos e comandada por Joe Henderson, coloca o Diabo à frente de seus problemas com seu pai, Deus (Dennis Haysbert), e mostra que na verdade a família celestial é tão desconfigurada e problemática como qualquer outra.
Há quem diga que se tornou modinha falar mal de Grey’s Anatomy. O drama médico da ABC, sem dúvida alguma, tem seu charme encantador que agrada grande parte do público, e ao mesmo tempo, afasta outra boa parte dele. Lançada em 2005, a produção vencedora do Globo de Ouro caminhou por 17 e longas temporadas nos últimos 16 anos, que foram como uma montanha-russa, ou melhor dizendo, um carrossel, para os fãs e espectadores da série.
Invincible chegou em março no Amazon Prime Video, despertando curiosidade e gerando polêmicas dentro do mundo nerd. Mas, afinal, a série é, realmente, tudo isso? Baseada nas HQs de mesmo nome de Robert Kirkman, Invencível é originalmente uma criação em quadrinhos de 2003. Ela foi incluída no catálogo da Amazon,que agora, aparentemente, segue apostando na nova onda de desconstrução de super-heróis iniciada no ano retrasado por The Boys – que, inclusive, também se baseia em HQs lançadas na longínqua década de 2000.
Como todo 2021 até agora, Maio foi um mês difícil. Dentro de casa, é impossível medir o tamanho da perda que foi o falecimento do brilhante Paulo Gustavo e das tantas vítimas da pandemia, ainda descontrolada no país. Partiu também a atriz Eva Wilma, face marcante da arte nacional, em decorrência de um câncer de ovário. Outra presença marcante e histórica do mês foi o centenário de Ruth de Souza, a primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema (Melhor Atriz em Veneza, por Sinhá Moça) e primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal.
Revelando o caráter frágil da manutenção da Arte no Brasil, a Suíça nos incluiu em um fundo para cineastas de países com democracia ameaçada, lado a lado com Sudão, Ucrânia, Irã, Iraque, Síria e Turquia. Enquanto o Governo tenta liquidar qualquer opinião que não concorde com a sua, o Cineclube Persona de Maio de 2021 segue na cruzada de defender a Arte e suas diversas manifestações. No texto abaixo, a Editoria e seus Colaboradores mergulharam no Cinema e na TV deste que é o último mês de elegibilidade para o Emmy, marcado para acontecer no meio de setembro.
Com fome do prêmio máximo das telinhas, a Netflix apostou em algumas frontes distintas. Halston retomou a parceria do streaming com Ryan Murphy, de praxe dando a Ewan McGregor o flamboyant necessário para elevar o drama histórico que entrelaça fama e Moda. Special finalizou sua sorridente trama, O Método Kominsky fechou as portas sem sua dupla dinâmica completa e Master of None deu um cavalo-de-pau e entregou uma trama diferente e ainda mais madura, com direito a subtítulo chique (Moments in Love) e um foco principal na personagem de Lena Waithe.
No Amazon Prime Video, Barry Jenkins se dedicou à The Underground Railroad, uma minissérie exorbitante, polida e bem cuidada, encabeçada por uma novata de ouro e um elenco de apoio que sustenta a trama violenta e poética. A HBO apostou em Mare of Easttown, seu programa semanal de domingo, que finalizou sua rodagem no fim do mês. Tem Kate Winslet, Jean Smart e a receita para ficar na boca do povo por um bom tempo. O suprassumo da TV ainda investiu em Oslo, telefilme com o charmoso Andrew Scott, também de olho no Emmy.
A parte 2 da temporada cinco de Lucifer finalmente foi disponibilizada, reafirmando o poder da Netflix em explodir em audiência suas franquias mais famosas. O gênero do true crime encontrou novidades em Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração e The Circle US ganhou uma nova leva de capítulos Castlevania continua impressionando no quarto ciclo, e o Volume 2 de Love, Death + Robots foi menor que o esperado, mas sem perder a acidez característica da antologia.
Na TV aberta dos Estados Unidos, This Is Us chutou a porta com o gancho que encerrou a quinta temporada, fazendo com que a audiência não pare de pensar em quem vai casar até 2022, data marcada para o retorno do sexto e último ano das crônicas da Família Pearson. Zoey e Sua Fantástica Playlist continua crescendo em audiência e falatório, carregada pelo talento de Jane Levy. O elenco de Friends se reuniu por quase duas horas, chorou o que tinha para chorar e deu adeus, ao lado dos mais diversos convidados, indo de Justin Bieber à BTS (vai entender).
O sucesso do mês foi a Cruella de Emma Stone, espevitada e elétrica, um show de qualidades e de looks icônicos. A Netflix acertou com o dramático Monstro, e errou feio com o Frankenstein A Mulher na Janela (Amy Adams, pisque duas vezes se você não estiver bem, por favor). Na correria de Maio, sobrou tempo para Zack Snyder brincar com zumbis e Angelina Jolie fugir de fogo.
No Brasil, teve produção excelente (Onde Está Meu Coração) e teve o fim do infinito Big Brother Brasil 21. O Persona dá um geral em tudo que teve de mais impactante nos últimos trinta e um dias, revelando os destaques e as bombas, com espaço reservado para o enaltecimento da melhor figura que 2021 nos deu: volte sempre, Gil do Vigor.
É inegável que Friends é uma das maiores séries já produzidas. A sitcom, que teve início em 1994 e foi finalizada com esplendor em 2004, continua carregando uma legião de fãs fiéis, mesmo depois de quase 20 anos do término. O que faz Friends tão popular? Pode ter sido seu contexto rotineiro, suas piadas fáceis e funcionais, seus personagens carismáticos. Mas, principalmente, a química entre os seis atores principais, que construíram uma amizade verdadeira além dos sets de filmagem e garantiram um entrosamento singular entre o grupo de amigos, fazendo as personagens funcionarem de maneira independente e em conjunto.
Talvez seja muito cedo para dizer que o ano é dele, mas o fato é: Zack Snyder virou um fenômeno. Em seus 15 anos dedicados à DC,o diretor, roteirista e produtor tem seu nome creditado em obras memoráveis, como Watchmen, Homem de Aço,Esquadrão Suicida,Batman vs. Superman, Aquaman… A lista é longa e ficou difícil não associá-lo às adaptações de quadrinhos. Ainda, com os pedidos de fãs pela sua versão de Liga da Justiça e a chegada do tão esperado Snyder Cut, o multitarefa consagrou sua visão na DC, que ele tanto lutara para construir e estabelecer, e sua influência no gênero. Em seu segundo lançamento em dois meses, Snyder deixa os heróis de lado e retorna às suas origens com Army of the Dead: Invasão em Las Vegas.
No Brasil, nós temos o costume de assistir novelas e séries como forma de entretenimento. Na Turquia, eles assistem as famosas dizis, que são basicamente novelas/séries com bölüns (episódios) que tem em média duas horas de duração. Os programas passam semanalmente e alcançam um grande público, tanto nacional quanto internacionalmente. Uma dessas tantas dizis é Bay Yanlis (Senhor Errado), uma comédia romântica protagonizada pelo ator Can Yaman e a atriz Özge Gürel, que já fizeram par romântico em Dolunay (Lua Cheia), outra produção muito famosa.
Após muito tempo das grandes sagas literárias longe das telas, Sombra e Ossos, nova série da Netflix, chegou suprindo as necessidades dos leitores que passaram a adolescência vidrados em fantasias e distopias nas páginas dos livros. A série conta a história de Alina Starkov (Jessie Mei Li), uma órfã que descobre ser a Conjuradora do Sol, e, dotada de grandes poderes, pode ser a salvação de seu mundo. Em seus primeiros dias de estreia, Sombra e Ossos ficou no top 10 das produções de maior audiência na plataforma de streaming, apresentando uma obra única que conquistou um grande público e marcou o forte retorno do gênero ao audiovisual.