Made in Honório é uma propaganda que emociona

foto do pôster do documentário Anitta: Made In Honório, vemos a cantora Anitta, cantora branca, de perfil para a esquerda. Ela está com a língua para fora usando óculos escuros, brinco de argola brilhante e rabo de cavalo. Ao fundo há uma parede de luzes refletindo a artista.
Após promessas, série documental mostra outras faces de Anitta (Foto: Reprodução)

Maju Rosa

Números, muitos números. É assim que somos introduzidos à Anitta no primeiro episódio do documentário Anitta: Made in Honório. As visualizações, seguidores e parcerias internacionais aparecem na tela, mostrando de forma orgulhosa as conquistas da cantora durante sua carreira, praticamente um currículo.  

Depois do sucesso de Vai Anitta, a Netflix decidiu repetir a dose e apresentou para os seus assinantes mais uma série biográfica da cantora pop brasileira mais famosa da atualidade. Essa dose, assim como na primeira vez, veio batizada com algumas pitadas de autopromoção, basta saber se foi uma estratégia que se camuflou o bastante para não ser notada.

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A Dama e o Vagabundo segue a sina de A Bela e a Fera

Com poucas mudanças em relação ao filme original, o remake ainda possui tempero o bastante para cativar o público (Foto: Reprodução)

Maju Rosa

Quem é que não gosta de um amor clichê? Acompanhar em duas horas o desenvolvimento de desconhecidos que se tornam amigos e se apaixonam é uma reconfortante dose de fuga da realidade. Narrativas românticas são um coringa em qualquer obra, ela pode ser protagonista ou secundária, mas sempre conquistará seguidores que depositam suas esperanças para que o final feliz aconteça. E está enganado quem acredita que a trajetória cativante acontece apenas no universo humano! A Dama e o Vagabundo, que foi originalmente lançado pela Disney em 1955 e transformado em live action ano passado, já retratava o amor inesperado… Entre cães.

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Os Piores Lançamentos de 2020

Arte com fundo roxo. No canto superior esquerdo, foi adicionado os escritos "OS PIORES LANÇAMENTOS DE 2020" em letras roxas e possui um fundo retangular de cor preta, para destaque. Ao lado direito, foi adicionado o logo do Persona. O logo do Persona é o desenho de um olho com um botão de play no lugar da pupila, e com a íris de cor roxa. Foi adicionado na parte inferior da arte as imagens de personagens de alguns lançamentos de 2020. As imagens foram divididas em duas fileiras. Na fileira superior, em ordem: uma mulher branca e suja de sangue, Laurel da série How to Get Away With Murder, uma mulher latina de pele clara e cabelos escuros, Coriolanus Snow de Cantigas de Pássaros e Serpentes. Já na parte inferior, foram adicionados: Sabrina de O Mundo Sombrio de Sabrina, Justin Bieber e Katy Perry.
Gosto é pessoal: só porque alguma obra está na lista, não quer dizer que é horrível ou não possui nada de aproveitável; o Persona sempre indica que tudo seja consumido, ouvido, assistido e apreciado (Foto: Reprodução)

Conseguir a alcunha de ‘pior do ano’ em 2020 é um feito e tanto. Em meio à pandemia e ao isolamento social, a arte se transformou em confidente e melhor amiga. Assistimos séries repetidas e começamos novas, maratonamos filmes de tudo que é gênero. Foi o momento de reacender a chama da nostalgia, o momento de descobrir novos artistas e se apaixonar por canções inéditas. 

Então, se algo conseguiu desagradar nessa hora de tanta empatia e conforto com os clichês, o erro parece ter sido crasso. Antes de fechar o amaldiçoado 2020 com as tradicionais listas de Melhores do Ano, a Editoria do Persona se reuniu para prestar a última condolência, jogar a última pá de terra no que teve de mais assombroso (mas nem sempre descartável) nos 12 meses que, por si só, já merecem o título de tenebrosos.

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Drag Race Holland é um teste para cardíaco

Na foto vemos quatro drag queens. Da esquerda para a direita: Miss Abby OMG está toda de preto, com um espartilho roxo, Ma'ma Queen usa uma roupa azul e verde, com plumas e asas que lembram o carnaval, seu cabelo é azul claro e ela tem um adereço na cabeça, Envy Peru está de preto com uma grande pluma na cabeça e Janey Jacké veste vermelho, um maiô com meia calça e asas de anjo no mesmo tom de vermelho.
Além do título e da Coroa, a vencedora de Drag Race Holland levou para casa um vestido horroroso, mas avaliado em milhares de euros (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Pela primeira vez em 2020, Drag Race premiou quem mereceu a Coroa desde o dia um. Não contestando as brilhantes vitórias de Jaida Essence Hall e Shea Couleé, nem mesmo a coroação de Priyanka, mas o que mudou em Drag Race Holland foi o favoritismo avassalador que a estonteante e belíssima Envy Peru exerceu na órbita de suas concorrentes. A drag queen latina clamou para si o título de Primeira Super Estrela Drag da Holanda, numa temporada com mais altos do que baixos, e que definitivamente colocou o público numa montanha-russa emocional.

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We Are Who We Are, por mais doloroso que seja

Na foto vemos dois jovens numa rua da Itália. Caitlin é uma menina negra, de 14 anos e cabelos raspados. Ela usa uma calça jeans escura e larga, um moletom cinza e uma jaqueta bege por cima. Fraser é um menino branco de 14 anos, ele tem o cabelo descolorido loiro e usa só roupas pretas. Eles se olham, e estão alguns passos distantes.
We Are Who We Are se passa na Itália no período da disputa eleitoral estadunidense entre Donald Trump e Hillary Clinton (Foto: HBO)

Vitor Evangelista

Para alguém que sempre odiou a própria expressão de gênero e a maneira com que se comporta, assistir We Are Who We Are foi um alívio. Quase um fardo sendo descarregado, eu respirava aliviado pelo menos uma hora na semana, momento em que os longos episódios da criação de Luca Guadagnino tomavam parte. Junto dos jovens habitantes de uma base militar italiana, revisitei o Ensino Médio, os julgamentos e as cobranças da adolescência e os corações partidos. Acima de tudo, enxerguei em Fraser (Jack Dylan Grazer) um espelho do que sempre quis ser, ou melhor, assistir.

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How I Met Your Mother: 15 anos da enrolação mais amada da TV

Ao lado de Naruto, How I Met Your Mother é uma das melhores enrolações já feitas (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

15 anos atrás, Ted Mosby começava uma longa história sobre como conheceu a mãe de seus filhos. A partir daí, pode se dizer que How I Met Your Mother é um eterno filler, mas no bom sentido. A sitcom fez sua estreia pela CBS em 2005, e aproveitava o momento para adotar os órfãos de Friends, que acabara um ano antes. Com aquela mesma fórmula sobre um quinteto jovem em Nova York, mas dessa vez aproveitando os dias em um pub. Contudo, apesar das ressalvas, foram nove temporadas incríveis que acompanharam o amadurecimento (ou não) de personagens muitos cativantes.

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Upload: um alerta sutil e bem humorado de precaução para o futuro

Capa promocional Amazon Prime (Foto: Reprodução)

Leandro Oliveira

Upload, a esperada nova série de Greg Daniels vem para nos dizer que no céu tem Mcdonald’s. Carregando o nome por trás de sucessos como a versão americana de The Office (2005-2013), Parks and Recreation (2009-2015) e a atual Space Force (2020) da Netflix, a série teve todo o seu marketing em torno do seu criador, deixando os fãs com altas expectativas para a comédia do Amazon Prime Video, que estreou em maio. Recheado de críticas sociais, novas tecnologias e debates sobre os rumos das relações humanas, o show nos assusta e nos conforta nessa primeira temporada.

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A jardinagem dita as regras de A Maldição da Mansão Bly

A vibe da Mansão Bly é bem diferente da Residência Hill, então dê o play consciente disso (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

A certo momento da nebulosa e densa atmosfera de A Maldição da Mansão Bly, Jamie mostra a dama-da-meia-noite para uma incrédula Dani. Cada botão da flor, de acordo com a jardineira, só floresce uma vez, e morre em seguida. Seu desabrochar é um evento por si só. Dois anos depois da exuberante Residência Hill, a minissérie de Mike Flanagan retorna, com rostos conhecidos e trama diferente, para se equiparar à flor noturna: pode ser que histórias novas demorem a chegar mas, quando o momento vem, o espetáculo é sem tamanho.

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RESUMÃO: Séries indicadas ao Emmy 2020

A pandemia de coronavírus, que paralisou gravações e embaralhou a janela de lançamentos no cinema, não foi páreo para o Emmy 2020. A 72ª edição da cerimônia que premia o melhor do ‘horário nobre’ da TV vai acontecer virtualmente. Com apresentação de Jimmy Kimmel, os atores, atrizes, diretores e roteiristas participarão da festa à distância, dando seus discursos e agradecimentos do conforto de casa.

Num ano tão conturbado política e socialmente, com as pessoas presas no isolamento social, a TV foi mais importante que nunca. Além, é claro, de entreter sua audiência, as produções que disputam a estatueta dourada têm muito a dizer. E, enquanto o Oscar estipula regras e diretrizes para a inclusão de diversidade, o Emmy 2020 estabeleceu um recorde de artistas negros indicados. Fator que reafirma a maior receptibilidade da TV para com histórias ímpares e das ditas minorias. Tudo está longe do ideal, nem precisamos dizer, mas o futuro parece promissor.

É interessante de sublinhar que a cerimônia do Emmy que acontece no domingo, 20 de setembro, representa apenas uma parcela dos prêmios entregues. Existe, também, o chamado Emmy Criativo (Creative Arts Emmys), que dá atenção às categorias técnicas, como figurino, direção de arte e direção de elenco. Excepcionalmente, por conta da pandemia, o Creative Arts aconteceu ao longo da semana, e os indicados todos gravaram com antecedência discursos de agradecimento. Num ano comum e livre do coronavírus, a premiação secundária acontece na semana anterior à principal, mas não é televisionada. Além das técnicas, o Creative premia as categorias de Atuação Convidadas.

 

A Editoria do Persona se reuniu para criar essa postagem especial e inédita, reunindo numa lista o resumo das principais indicadas da noite. Contando com informações suculentas das séries, minisséries e telefilmes, mas com a qualidade clássica do site. Aliás, as obras com textos individuais estão assinaladas com os devidos links.

Agora só nos resta esperar a cerimônia começar e, enquanto isso, relembrar tudo do Emmy 2020 junto com o Persona.

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A última temporada de Modern Family emociona mais do que faz rir

Sofia Vergara e Ty Burrell na despedida do elenco (Foto: Reprodução/Twentieth Century Fox Television)

Victória Rangel

Depois de 11 anos contando a história de três famílias ligadas pelo magnata dos armários Jay Pritchett (Ed O’Neill), Modern Family chega a seu fim. Criada por Steven Levitan e Christopher Lloyd, a obra de comédia da ABC surgiu em associação com a Twentieth Century Fox Television e está nos streamings da Globoplay, Amazon Prime e Netflix (exceto pela última temporada, da qual vamos falar agora). 

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