O Método Kominsky: a festa da salsicha se despede em tom de tristeza

Cena da série O Método Kominsky. Nela, vemos Sandy, papel de Michael Douglas, frente a um púlpito, discursando no velório de Norman. Sandy é idoso, branco, tem um topete grisalho e usa terno preto. Ao fundo, vemos um cartaz com a foto de Norman.
A terceira temporada de O Método Kominsky recebeu 6 nomeações ao Emmy 2021 (Foto: Netflix)

Vitor Evangelista

A terceira temporada de O Método Kominsky, sucesso moderado da Netflix, recebeu a função de finalizar sua curta rodagem pela TV, além de lidar com a saída prematura de um dos protagonistas do elenco. Quando foi noticiado que o boa praça Alan Arkin não retornaria para o papel do pungente Norman, o seriado criado por Chuck Lorre pareceu ter recebido um golpe inesperado. Sem rodeios, é esclarecido que o vovô morreu e que seu melhor amigo, o cafajeste Sandy Kominsky, vai precisar lidar com o luto cru.

Continue lendo “O Método Kominsky: a festa da salsicha se despede em tom de tristeza”

Back To Black: 10 anos sem Amy Winehouse

O dia 23 de julho de 2021 marca uma década da morte de Amy Winehouse (Foto: Reprodução)

Ana Júlia Trevisan e Raquel Dutra

Nós apenas nos despedimos com palavras, quando naquela tarde de 23 de julho de 2011, o mundo soube da morte de Amy Winehouse. A vida de uma das maiores vozes do jazz contemporâneo foi uma das mais difíceis dentre as existências artísticas que o mundo teve a dor e a delícia de acompanhar, chegando ao limite extremo da luta pela sobrevivência em meio ao vício em drogas, transtornos alimentares e doenças psicológicas. O fim veio triste, com aquele gosto amargo de algo que consome cada vestígio de vida e genialidade até não sobrar mais nada, por meio de uma overdose na cidade de Camden, em Londres, quando a jovem artista tinha apenas 27 anos. 

Continue lendo “Back To Black: 10 anos sem Amy Winehouse”

MC Kevin: o menino que encantou a quebrada dá seu adeus com uma obra que jamais será esquecida

A dualidade de MC Kevin na menção ao seu Passado e ao seu Presente na capa da mixtape póstuma (Foto: WMD/Revolução Records)

Matheus Braga

O álbum póstumo de MC Kevin, Passado & Presente, já estava produzido antes do trágico acidente que tirou sua vida naquele domingo, dia 16 de maio. A obra estreou cinco dias após seu falecimento, reunindo o funk e o trap em uma coletânea de 10 músicas inéditas, com diversas participações e referências, que abordam questões que refletem a realidade na favela e a trajetória de Kevin. Com um clima reflexivo do início ao fim, a mixtape marca uma despedida emocionante para o artista, que já havia mencionado algumas vezes o desejo de ficar um tempo afastado dos palcos e da mídia. O funkeiro viveu apenas 23 anos, mas deixou um legado e será sempre lembrado como uma das maiores referências do mundo do funk.

Continue lendo “MC Kevin: o menino que encantou a quebrada dá seu adeus com uma obra que jamais será esquecida”

De artista a xamã: 40 anos da morte de Bob Marley

A imagem retangular está em preto e branco. Ao centro vemos Robert Nesta Marley, um homem negro, de dreadlocks longos na altura do ombro e barba rala e rústica. Ele possui um rosto magro e olha para baixo, enquanto está sentado ele usa uma camiseta de manga longa aberta branca e uma calça jeans. Sobre seu colo ele dedilha uma guitarra modelo Gibson. Ao fundo podemos ver um sofá escuro à esquerda e uma parede branca.
Bob Marley era rejeitado em sua infância pela sua cor de pele mais clara em relação aos demais; muitos dizem que esse fator ajudou a moldar o caráter a lenda do reggae (Foto: WorldWarXP)

Vitor Tenca

Roubado da África, trazido para América. Há exatos 40 anos, no dia 11 de maio de 1981, perdíamos Robert Nesta Marley, o eterno Rei do Reggae. Com apenas 36 anos de vida, a voz mais conhecida de uma nação e de um estilo musical parou de ressoar por conta de um câncer, deixando para trás uma carreira triunfal e um legado de paz, amor e união. O homem-para-raio atraía controvérsias e debates em um período em que as discussões não se incitavam, mas se acabavam – ele ensinou que deveríamos levantar e resistir por nossos direitos, um por um.

Continue lendo “De artista a xamã: 40 anos da morte de Bob Marley”

Opera: a grande máquina chamada sociedade

Imagem do filme Opera. A imagem mostra uma pirâmide com pequenos “setores”, cada setor realiza uma atividade diária. A base é escura e sombria enquanto o topo é iluminado e mais colorido. Ao fundo é possível ver uma tela preta e algumas nuvens ao topo.
Opera, indicado ao Oscar 2021 de Melhor Curta Metragem de Animação, mostra como nós construímos a pirâmide sociedade (Foto: Erick Oh)

Larissa Vieira

Rotina é algo que parece muito particular e que influencia somente no nosso dia a dia mas, é a partir dela que construímos os ciclos de nossas vidas; escola, faculdade, emprego, aposentadoria, etc. E são os nossos, únicos e particulares, estágios de vida que arquitetam o que chamamos de sociedade. A grande e tremenda máquina chamada sociedade.  

Continue lendo “Opera: a grande máquina chamada sociedade”

40 anos sem Cartola: deixe-me ir, preciso andar

Cartola em desfile pela Mangueira, 1978 (Foto: Aníbal Philot)

Caroline Campos

Ainda era cedo, amor, quando, em 30 de novembro de 1980, nos deixava Angenor de Oliveira, o nosso Cartola. Com apenas 72 anos, a maior referência do samba brasileiro e fundador da Estação Primeira de Mangueira perdeu a batalha contra o câncer, deixando apenas quatro discos-solo e um legado repleto de poesia. “Cartola não existiu. Cartola foi um sonho bom que a gente teve”, reflete Nelson Sargento, parceiro musical do cantor. E, mesmo 40 anos depois do seu falecimento, o sonho ainda vive fresco na memória da Música Popular Brasileira, como se nunca tivéssemos acordado.

Continue lendo “40 anos sem Cartola: deixe-me ir, preciso andar”

A força do luto é o que mais assusta em The Outsider

A figura do vilão em The Outsider é sempre uma sombra, escondida e guardada a sete chaves (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

A morte caminha lado a lado com a vida desde que o mundo é mundo. É a única e mais misteriosa certeza da existência humana. Se há morte, há luto – quanto mais amado o falecido, mais dolorosa sua partida. No entanto, o luto se torna um grande banquete na nova série da HBO, The Outsider, sendo saboreado em cada momento de fúria exorbitante ou tristeza contida em seus dez episódios. Baseada na obra homônima de 2018 do mestre Stephen King, a série rodeia o sentimento de perda e suas consequências, impulsionada pelo caráter sobrenatural já conhecido das obras do Rei do Terror.

Continue lendo “A força do luto é o que mais assusta em The Outsider”

Elena: um retrato sensível e necessário para debater suicídio e depressão

Aviso de Gatilho: Elena pode conter elementos prejudiciais àqueles sofrendo com depressão ou pensamentos suicidas.

Cena do filme Elena. A imagem mostra duas mulheres flutuando num rio de águas escuras. As duas mulheres estão do lado esquerdo da imagem, e a primeira está na parte de baixo, na horizontal, com a cabeça para o lado direito e os pés em direção ao centro da imagem, virados para o lado esquerdo; e a segunda na parte de cima, de cabeça para baixo, na diagonal. As duas usam vestidos longos em tons de bege. O fundo é preto.
O documentário Elena mistura realidade e ficção para contar a história de vida da irmã da cineasta Petra Costa, diretora de Democracia em Vertigem (Foto: Busca Vida Filmes)

Raquel Dutra 

O segundo longa-metragem de Petra Costa leva o nome de sua irmã mais velha, a atriz Elena Andrade. Sob a premissa de retratar a história da jovem e os sentimentos que a família conserva por sua memória, Elena toca em debates ultra sensíveis acerca de suicídio e depressão, ao mesmo tempo em que carrega o valor de ser considerada como uma obra marcante da documentarista. No filme, tudo tem um único fim: construir um retrato íntimo e profundo da vida de Elena, que aos vinte anos, tratando de doenças psicológicas e tentado se reerguer de desilusões profissionais, findou a sua própria vida.

Continue lendo “Elena: um retrato sensível e necessário para debater suicídio e depressão”