A Saída Está À Nossa Frente: as portas de emergência não se abrem para todos

Cena do filme A Saída Está À Nossa Frente. Na imagem, Tracy Staggs aparece de costas colocando uma mesa desmontável no chão. A personagem é branca e está de pé. Ela veste um conjunto de calça e casaco de moletom, as peças de roupa são cinza com detalhes em rosa e preto. O cabelo é loiro e está preso. Ao redor há grama e uma árvore seca, também aparecem uma bicicleta rosa e uma azul no canto inferior direito. No lado esquerdo há alguns objetos atulhados.
A Saída Está À Nossa Frente aborda a vida norte-americana de uma perspectiva alternativa; o filme fez parte da Competição Novos Diretores na 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Hamilton Film Group)

Jamily Rigonatto 

A narrativa do modo de vida americano presente em comerciais, produtos culturais e campanhas estadunidenses nos mostram uma realidade brilhante – moldada pela visão liberal do que isso significa. A ideia de desenvolvimento e sucesso escondem realidades nas quais o luxo e a tecnologia não estão presentes. Em A Saída Está À Nossa Frente, do diretor Rob Rice, o valor das pessoas que não vivem sob os holofotes de Hollywood caminha em linhas retas, sem possibilidades de pontos de fuga. A produção independente fez parte da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo na Competição Novos Diretores, e com imagens tremidas e baixo orçamento, invade um horizonte tão real quanto cruel. 

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Adele One Night Only parece com um filme e soa como uma canção

Imagem do show especial de Adele, chamado One Night Only, em Los Angeles. Essa é uma foto retangular. No centro da foto, com um foco mais significativo, temos a cantora britânica Adele segurando um microfone e performando, com grande empenho, uma de suas músicas. Ela é uma mulher de idade mediana, branca, de cabelos longos e loiros e seus olhos são verde claro. Seus cabelos estão presos em um coque volumoso e alto com alguns fios soltos, usando um brinco grande dourado de esfera com um arco grande em volta, simulando o planeta Saturno. Ela veste um vestido preto com uma manga princesa volumosa. Ao fundo, temos uma imagem desfocada da entrada do Observatório Griffith.
Adele celebra o lançamento do álbum 30 com um show especial direto de Los Angeles (Foto: CBS)

Vinícius Rodrigues

Shh Silêncio! Adele começou a cantar e o mundo inteiro está afim de ouvir. Exibido em novembro de 2021, no canal estadunidense CBS, e transmitido simultaneamente no Paramount+, Adele One Night Only contou com a interpretação de clássicos da cantora londrina e canções inéditas de seu quarto álbum de estúdio, 30. A apresentação musical ocorreu em outubro do mesmo ano, no Observatório Griffith, localizado em Los Angeles. Ao mesmo tempo, uma entrevista conduzida por Oprah Winfrey abriu as cortinas para o que seria o show de Adele.

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Billie Eilish nos deixou mais felizes do que nunca

Capa do álbum Happier Than Ever. Nela, a cantora Billie Eilish está com os braços ao redor do seu corpo e o olhar voltado para cima, o fundo possui tom creme. Billie é uma jovem branca, loira, de cabelos lisos e compridos, ela veste uma blusa branca de mangas compridas, e está com os ombros aparentes. No seu rosto, lágrimas escorrem em suas bochechas. Ao lado direito, um pouco acima de sua cabeça, está escrito Happier Than Ever em letra cursiva branca.
Não surpreendendo ninguém, Billie Eilish vem com força no Grammy 2022, com 7 indicações ao todo (Foto: Darkroom)

Vitória Silva

O céu não é o limite para Billie Eilish. Aos 20 anos, a jovem californiana já coleciona 7 gramofones dourados, incluindo o da almejada categoria de Álbum do Ano, por seu disco de estreia. Mais recentemente, ainda celebrou um prêmio da Academia para a sua prateleira, sendo a primeira artista nascida nos anos 2000 a conseguir esse feito. No show business desde 2016, tudo que Billie Eilish Pirate Baird O’Connell toca vira ouro – e não é nem brincadeira. Sua grande máquina de sucessos, movimentada em conjunto com seu irmão FINNEAS, foi a responsável por lhe render a aclamação de WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?. 

Após percorrer o lado mais sombrio de seus próprios pensamentos e sonhos perturbadores, Billie finalmente aterrissa em terra firme. Se emancipando dos delírios da juventude e a pose irreverente da adolescência, a cantora de fato assimilou a entrada da vida adulta em Happier Than Ever. E o ponto de partida do novo disco já apresenta essa comprovação: “Estou ficando mais velha, acho que estou bem/Gostaria que alguém tivesse me dito que estaria fazendo isso sozinha”

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A caricatura grotesca do noir em Perry Mason

Cena da primeira temporada de Perry Mason. Perry Mason (Matthew Rhys) olha está virado para a esquerda, observando um pedaço de papel iluminado por uma lanterna em suas mãos. Atrás de Mason, tudo está escuro. Mason é um homem caucasiano de meia idade usando uma jaqueta velha de couro marrom por cima de uma camisa branca velha com uma gravata amassada. Ele usa um chapéu de aba que obscurece seus cabelos e tem uma expressão surpresa no rosto.
Indicado ao Emmy 2021, o retorno de Perry Mason à televisão vem mergulhado em mistérios sombrios e violência (Foto: HBO)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Ao escolher contar a história de origem do famoso advogado da literatura e televisão americana, de investigador deprimido até advogado de defesa altruísta, a versão da HBO de Perry Mason acabou com a difícil missão de construir um mistério noir clássico e transformá-lo num drama jurídico. Infelizmente, na mudança de um gênero para outro, a primeira temporada da produção nunca acha um ritmo certeiro para o desenvolvimento do caso e de seus personagens, apesar de ter garantido quatro indicações no Emmy 2021.

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Em Lucifer, os traumas familiares celestiais são tão humanos quanto os seus

Poster de divulgação da série Lúcifer. O poster é retangular, com fundo vermelho. À esquerda, está o rosto de Lúcifer com os olhos vermelhos. Ele é um homem branco, tem barba rala na cor marrom escuro, da mesma maneira que seu cabelo e sua sobrancelha. Há sombreamento vermelho do lado direito de sua face. Logo depois, centralizado, encontram-se os escritos “SIN AND SINNER”, em letreiro de néon vermelho, e "Lúcifer" em dourado. Por fim, à direita do poster, está Miguel, o irmão gêmeo de Lúcifer. Ele possui as mesmas características físicas do Lúcifer, mas com uma cicatriz que começa na testa e termina na bochecha. Há um sombreamento vermelho no lado esquerdo de sua face.
“No princípio, o anjo Lucifer foi expulso do céu e condenado a governar o inferno para sempre. Até que ele decidiu tirar férias” (Foto: Netflix)

Jordana A. Pironti

Já se perguntou por que o anjo caído decidiu começar uma revolução no Paraíso que o levou a ser castigado e a comandar o Inferno pela eternidade? A segunda parte da 5ª temporada de Lucifer, série da Netflix desenvolvida por Tom Kapinos e comandada por Joe Henderson, coloca o Diabo à frente de seus problemas com seu pai, Deus (Dennis Haysbert), e mostra que na verdade a família celestial é tão desconfigurada e problemática como qualquer outra.

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Evelyn Hugo: a lenda que ganharia o Oscar (se ela existisse)

Colo de uma mulher branca de cabelos curtos, vestindo um colar de pérolas e um vestido de lantejoulas e usando um batom escuro. Um efeito deixa a imagem inteira na cor verde. Em sobreposição, está o título Os sete maridos de Evelyn Hugo, em branco.
O livro Os sete maridos de Evelyn Hugo, publicado pela editora Paralela e traduzido por Alexandre Boide, é o queridinho dos fãs de literatura sáfica (Foto: Reprodução)

Beatriz Luna

Em tempos de Oscar, é preciso conhecer os candidatos, até mesmo os inexistentes. Em meio ao drama da Hollywood do século 20, Evelyn Hugo veio para ficar. Escrito por Taylor Jenkins Reid, autora de Daisy Jones & The Six e Amor(es) Verdadeiro(s), o romance histórico Os sete maridos de Evelyn Hugo traz 360 páginas de uma envolvente trama LGBTQIA+, e emoções são o que não faltam. E alerta de gatilhos: o livro aborda assuntos como violência doméstica, abuso psicológico, homofobia, suicídio e alcoolismo, além de contar as dificuldades e preconceitos vivenciados pela jovem atriz latina. 

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Daisy Jones & The Six é a banda que queríamos que existisse

A imagem é uma colagem de diversas capas de álbuns rasgadas. No centro, a capa de Daisy Jones & The Six está escrita em letras pretas, e embaixo está o rosto de uma mulher branca com nariz fino e batom vermelho.
Figuras como Janis Joplin amariam ser amigas de Daisy Jones e Billy Dunne (Foto: Caroline Campos)

Caroline Campos

O mundo nunca foi tão caótico e subversivo quanto nas ruas e bares de Los Angeles em plenos anos 70. Se você estivesse procurando um bom lugar para curtir um som, se drogar ou tentar virar uma estrela internacional, era para lá que você se dirigia. E foi na cidade das estrelas que nasceu uma das maiores bandas de rock ‘n roll que o mundo já havia conhecido: Daisy Jones & The Six. Apesar do premiado e polêmico grupo só poder ser encontrado nas 360 páginas escritas por Taylor Jenkins Reid e traduzidas por Alexandre Boide, sua música e trajetória ecoam por um bom tempo na cabeça dos leitores, e passamos a desejar que tudo não fosse apenas ficção.

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