A verdadeira jornada de Guardiões da Galáxia Vol.3 é valorizar os amigos que fazemos pelo caminho

Cena do filme Guardiões da Galáxia Vol.3  Na imagem, o personagem, em close-up, Rocket Raccoon está olhando para a frente com uma expressão triste.  Ele é um guaxinim criado digitalmente, possui pêlos castanhos e pelos brancos ao redor dos olhos e focinho, seus olhos são castanhos, o focinho é preto. O fundo da imagem está desfocado.
O longa arrecadou US$ 845,6 milhões nas bilheterias mundiais, o segundo mais lucrativo da trilogia (Foto: Marvel Studios)

Davi Marcelgo

Abdicar sonhos pelo bem maior, ser incorruptível, simbolizar a honra e bondade humana. Muitos filmes de heróis, desde Superman (1978), representam protetores benevolentes que transpiram sacrifícios. Os feitos desses mitos incluem girar a Terra em sentido anti horário e alterar o tempo, parar um trem desgovernado, salvar o Natal. Dentre os chavões do subgênero há a jornada em busca do que te faz um paladino. Ser tentado a usar os poderes para o próprio benefício, encarar dilemas, matar ou não seus inimigos e por aí vai. Homem-Aranha 2 (2004) debateu as responsabilidades da vida de vigilante, nuances foram inseridas nos quadrinhos ao longo dos anos, afastando os homens que usam colã de uma noção maniqueísta. Mas o caminho de se tornar um herói pode ser apenas consequência de um objetivo muito mais nobre: o de se relacionar. 

Em 2014, uma equipe de criminosos traumatizados foi introduzida na história de Hollywood, os Guardiões da Galáxia. Diferente dos outros super-poderosos, eles não são dotados de proezas ou nobreza. São interesseiros, faziam serviços em troca de pagamento e salvaram a galáxia só porque pereceriam se não impedissem os planos de Ronan, o Acusador (Lee Pace). Depois dos eventos contra os Kree, se aproximaram do formato de uma equipe à la Vingadores. Porém, em Guardiões da Galáxia Vol. 3 (2023), terceiro e último encontro dos heróis dirigido por James Gunn, salvar a família é o mais importante, e no meio da jornada, talvez dê tempo de se tornar um herói. 

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Pacificador redime o anti-herói com muito humor ácido, ação e abraços reconfortantes de águias

A imagem é uma cena da abertura da série e mostra o elenco de Pacificador reunido em pose em um estúdio escuro com luzes neon. A câmera os retrata em um ângulo distante e de baixo para cima. Todos usam os trajes da série e permanecem ao fundo. No centro, em destaque, está o Pacificador, interpretado por John Cena. John é um homem branco, alto e musculoso, na casa dos quarenta anos. Ele usa uma calça branca e uma camiseta justa vermelha: seu uniforme. Além disso, usa botas pretas, luvas azuis e um capacete prateado que cobre seus olhos. Ele está com uma expressão séria e carrega em um dos ombros o personagem Judomaster, interpretado por Nhut Le. Nhut tem descendência asiática, uma aparência jovem, é baixo, magro e usa um uniforme inteiramente verde, da cabeça aos pés. Ele também usa um capuz verde sobre a cabeça, que só não cobre a boca e seus olhos. Um pouco a frente dos dois está Eagly, a águia de estimação do Pacificador.
A trilha sonora marcante de Clint Mansell e Kevin Kiner é um dos grandes destaques de Pacificador, que recebeu uma indicação ao Emmy 2022 (Foto: HBO Max)

Mariana Nicastro 

Após décadas de filmes de super-heróis, obras subversivas desse tema nascem como algo novo, diferente das fórmulas surreais representadas sob o véu puro e íntegro das produções Disney. Porém, mais interessante do que assistir à jornada já conhecida de heróis quase perfeitos, de super-homens, é acompanhar o desenvolvimento, conflitos e contrastes de um anti-herói, sem pudor, honra ou valores e objetivos generosos. Afinal, dualidades e fortes conflitos internos os fazem mais humanos e reais.

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Os 5 anos de Guardiões da Galáxia Vol. 2 consagram o grupo de heróis no universo Marvel

A imagem é ampla e mostra os personagens em uma nave espacial em tons terrosos, ela é bem cheia de detalhes como ferros, canos, cabos, telas com projeções e poltronas. Da esquerda para a direita temos: Yondu, um homem azul médio, magro e alto careca e com um moicano de material sólido ao meio da cabeça, ele veste camadas de roupas de couro em tons bordô, marrom e roxo, ele está em pé com a mão esquerda apoiada em uma poltrona e a direita segura uma flecha dourada apoiada no ombro direito, ele sorri levemente. Em seguida temos Rocket sentado em uma poltrona, ele é um guaxinim marrom, que usa um macacão azul e sorri para a câmera. Em pé, do outro lado da poltrona, há Nebulosa, uma mulher magra, alta e robótica azul e roxa, com o braço esquerdo cinza ao lado do corpo e o direito apoiado na poltrona, usando um traje de couro com diversos recortes em tons de vermelho, ela encara a câmera séria. Do outro lado da nave, há outro grupo, que começa por Gamora, uma mulher alta, magra e de pele verde médio, ela tem cabelos levemente ondulados castanhos com as pontas rosas, ela veste uma blusa branca com um corpet de couro preto por cima, cobertos por um sobretudo marrom de couro, além de uma calça de couro preta e uma bota preta que vai até abaixo do joelho; Gamora olha séria e aponta para a câmera com a mão direita, enquanto a mão esquerda está apoiada na poltrona de Peter, um homem branco, magro, alto, de cabelo loiro escuro, ele veste uma calça marrom escuro e botas marrom médio, e por cima, uma jaqueta de couro vermelha, ele está olhando para frente de forma atenta e as duas mãos seguram os controles da nave. Logo atrás dele, está Mantis, uma alienígena magra, alta e com traços asiáticos, ela tem cabelo preto liso e duas antenas que começam no topo da testa, ela usa um traje de couro verde musgo médio, ela olha apreensiva para frente. Ao lado dela e de Peter há Drax, um homem alienígena de corpo cinza com desenhos vermelhos, ele é careca, tem olhos claros é alto e forte, ele nao usa camisa, apenas uma calça azul escuro com um cinto de metal; ele está em pé e, com a boca aberta, olha surpreso para frente. Por fim, Groot está no ombro esquerdo de Drax, ele é um pequeno homem-árvore e está em pé gritando.
“Às vezes passamos a vida procurando por alguém que sempre esteve ao nosso lado” (Foto: Marvel Studios)

“Eu sou Groot” – Groot

Júlia Caroline Fonte

A última década foi bem polêmica para a indústria cinematográfica, o boom dos filmes de heróis gerou vários conflitos entre os cinéfilos mais conservadores e os amantes da cultura pop. Os super-heróis foram os responsáveis por lotar as salas de cinema no mundo todo, principalmente devido às grandes mudanças nos Estúdios Marvel. Foi nessa década que heroínas e personagens não convencionais conquistaram seu lugar, como aconteceu com o grupo de deslocados conhecidos como Guardiões da Galáxia, que completa 5 anos de seu segundo filme.

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O Esquadrão Suicida atira primeiro e pergunta depois

Cena do filme O Esquadrão Suicida exibe várias pessoas paradas no meio da selva. O homem no canto direito veste uma camiseta vermelha e azul colada ao corpo, bastante chamativa, usa uma calça branca e um capacete prateado na cabeça. À esquerda, há um homem negro com cabelo muito curto vestindo uma armadura, um tubarão humanoide e uma mulher branca também protegida por uma armadura e com uma máscara de gás na cabeça. Além disso, vemos uma mulher branca, com cabelo preto longo e preso, vestindo uma regata verde-musgo. Atrás dela, dois homens negros observam, como se vissem algo fora do comum. Por último, vemos um homem branco musculoso e com uma tatuagem no braço esquerdo. Ele tem cabelo curto e usa uma camiseta amarela, estampada com o desenho de um coelho segurando uma placa.
O Esquadrão Suicida foi lançado simultaneamente nos cinemas e no HBO Max nos Estados Unidos (Foto: Warner Bros Pictures)

Caio Machado

O primeiro Esquadrão Suicida foi lançado em 2016, ainda numa tentativa de construir um universo cinematográfico dos personagens da DC Comics para rivalizar com a Marvel. O filme dirigido por David Ayer foi um sucesso de bilheteria, mas um fracasso de crítica. Em 2018, o diretor James Gunn, conhecido pelos dois Guardiões da Galáxia, foi contratado pela Warner para fazer um novo filme do grupo de supervilões, com liberdade criativa para tomar rumos diferentes da obra de Ayer. Na época, a contratação ocorreu depois da Disney ter demitido Gunn da direção de Guardiões da Galáxia Vol. 3 devido à polêmica envolvendo tweets antigos do cineasta que faziam piadas de mau gosto envolvendo estupro e pedofilia. Em 2019, Gunn foi recontratado pela Disney, mas o diretor já estava envolvido na produção de O Esquadrão Suicida.

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Cineclube Persona – Agosto de 2021

Destaques de Agosto de 2021: Falecimento de Tarcísio Meira, Gossip Girl, O Esquadrão Suicida e The Green Knight (Foto: Reprodução/Arte: Larissa Vieira/Texto de Abertura: Gabriel Gatti)

Agosto passou voando, mas ainda assim trouxe grandes marcos para esse ano. As Paraolimpíadas, que se iniciaram no final do mês, levaram um holofote para atletas incríveis que trouxeram várias medalhas para o Brasil. Além disso, os preparativos para o Emmy 2021 continuam a todo o vapor, com a cobertura do Persona rolando aqui no site e nas redes sociais. Também neste mês, sentimos a morte do ator Tarcísio Meira e de Paulo José, duas perdas enormes para a teledramaturgia. Entre esses acontecimentos, diversos filmes e séries foram lançados e o Cineclube Persona se reúne para comentar o que saiu de melhor e pior no mês de Agosto de 2021

O oitavo mês do ano se destacou com o lançamento de cinebiografias. Respect é um longa que retrata a história da cantora Aretha Franklin e já aponta  uma possibilidade, mesmo que remota, de indicar Jennifer Hudson ao Oscar 2022 . Quem também ganhou um filme sobre sua vida foi o ator Val Kilmer, representado no longa Val, disponível no Amazon Prime Video. Ainda em agosto, o Globoplay revisitou a história do Brasil com a biografia Doutor Gama, narrando a história de Luiz Gama, um advogado negro que libertou mais de 500 escravos. Além disso, não faltou representatividade LGBT com os documentários Pray Away, produzido por Ryan Murphy, e Luana Muniz – Filha da Lua, sobre a travesti Rainha da Lapa, que o Persona assistiu com exclusividade antes do lançamento e ainda entrevistou os diretores.

Agosto proporcionou dramas para a Sétima Arte, como CODA, comédia dramática sobre uma adolescente ouvinte filha de adultos surdos, que ganhou o Festival de Sundance 2020 e agora está disponível na Apple TV+ nos EUA. Outra novidade deste mês é Stillwater, que teve sua estreia em Cannes e tem como diretor Tom McCarthy, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original em 2016 por Spotlight. Além dos dramas, as animações também se destacaram. A Jornada de Vivo, por exemplo, disponível na Netflix, nos apresenta ao jupará apaixonado que viaja para entregar uma canção, contando com a participação do Lin-Manuel Miranda. Nesse mês, foram lançados alguns animes, como The Witcher: Lenda do Lobo, sobre um bruxo convencido a caçar criaturas por dinheiro, e Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon a Time, quarto e último filme da série Rebuild of Evangelion, baseado no anime Neon Genesis Evangelion.

Mas nem só de dramas e biografias foi feito o mês. O Esquadrão Suicida, “continuação” do filme fracassado de 2016, agora conta com James Gunn na direção, dessa vez do lado da DC, depois de sua demissão pela Marvel por tweets antigos com pedofilia. Lisa Joy, uma das criadoras de Westworld, foi responsável pela direção de Reminiscence, que retrata um investigador particular da mente que ajuda seus clientes, até uma delas mudar sua vida. Esse mês ainda teve outros lançamentos, como A Nuvem e The Green Knight, baseado no romance Sir Gawain e o Cavaleiro Verde do século 14. O longa, produzido pela A24, foi protagonizado pelo ator Dev Patel e foi dirigido por David Lowery, responsável por A Ghost Story.

Agosto também teve espaço para as produções água com açúcar. O longa Ele é Demais (He’s All That), sobre a transformação de um menino desengonçado no rei do baile, é uma nova versão do filme Ela é Demais, mas que traz os gêneros dos personagens invertidos. Os últimos trinta dias  ainda foram o palco do fim da trilogia de Joey King e Jacob Elordi, A Barraca do Beijo 3, que encerrou sua trama com Elle se preparando para fazer tudo que ainda deseja antes de ir para a faculdade.

O lançamento de Você Nunca Esteve Sozinha, série original do Globoplay, conta a vida da Juliette antes e após vencer o BBB. Ainda aqui na América Latina, foi lançada também Todo va a estar bien (Everything Will Be Fine), uma comédia com o Diego Luna. Na falta de Killing Eve, Sandra Oh assume o comando de The Chair, produzida pela Netflix. Seguindo pelas comédias dramáticas, Kevin Can F**k Himself, original da AMC e distribuído pelo Amazon Prime Video, é o primeiro trabalho da Annie Murphy depois de vencer o Emmy por Schitt’s Creek, em 2020. 

Outra sitcom de agosto foi Grace & Frankie, com a Netflix lançando como degustação quatro episódios da sétima e última temporada, que só chegará na íntegra em 2022. A Apple TV+, por sua vez, se destacou esse mês no humor com Schmigadoon!, uma sátira musical, e Physical, com Rose Byrne. Numa dobradinha entre Nota Musical e Cineclube, Selena Gomez aparece por aqui protagonizando Only Murders in the Building,  ao lado de Steve Martin e Martin Short. A série do Hulu lançou seus primeiros episódios em Agosto, mas só aparecerá na íntegra aqui no Persona quando acabar sua exibição, nos próximos meses.

Já mais voltado para o público adolescente, acompanhamos  o lançamento de Cruel Summer no Amazon Prime Video, e o fim da primeira parte da nova Gossip Girl, com protagonistas da Geração Z no HBO Max. Como uma campanha para o Emmy 2021, o Hulu lançou o episódio Pen15 Animated Special, que faz parte da segunda temporada da série. Outra série animada deste mês é Divirta-se em Casa com o Pateta, formada por curtas com o personagem da Turma do Mickey disponível no Disney+. Em agosto, a nostalgia do revival de iCarly, sem a Sam, chegou ao fim da sua primeira temporada.

O terror também teve espaço nesse mês, com a série da Netflix Brand New Cherry Flavor, que mistura Cinema, sexo e horror, com o pragonismo da Rosa Salazar, e com o fim de American Horror Stories, um spin-off de AHS com uma história diferente a cada episódio. Outra antologia de agosto é a segunda temporada de Modern Love, disponível no Amazon Prime Video, que conta com Kit Harington, de Game of Thrones, e Anna Paquin, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 1994. 

Um dos maiores destaques do mês é a primeira temporada de The White Lotus, nova produção da HBO que mostra a rotina de um resort no Havaí, com o abuso dos funcionários por parte dos hóspedes ricos e com uma morte suspeita. E falando em riqueza, a Netflix estreou a série Cozinhando com Paris, em que a socialite traz seus convidados para jantar, como a Kim Kardashian.

Caminhando por diversos gêneros e streamings, o Persona segue isolado em casa e apresenta as novidades audiovisuais do mês de agosto. Entre  algumas produções muito bem feitas e outras nem tanto, a Editoria e os Colaboradores comentam de tudo um pouco do que acabou de sair do forno do Cinema e da TV no oitavo mês de 2021.

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