Vermelho, Branco e Sangue Azul tenta fazer história saindo das páginas impressas

Cena do filme Vermelho, Branco e Sangue Azul, na qual Alex (Taylor Zakhar Perez), à direita, e Henry (Nicholas Galitzine), à esquerda, estão no chão, após derrubarem o enorme bolo branco de casamento do irmão de Henry. Ambos estão com as roupas sociais, rosto e cabelos cobertos de bolo, Henry possui a boca aberta esboçando uma feição desacreditada, enquanto Alex permanece estático, com os olhos arregalados ao seu lado. O chão no qual eles se encontram possui uma tapeçaria vermelha, que está coberta pela doce destruído
Quem poderia imaginar que a queda de um bolo milionário seria a responsável por um romance? (Foto: Amazon Prime Video)

Gabriela Bita

O anúncio de adaptação de uma obra literária para as telas é algo que deixa muitos fãs apreensivos. A aposta da Amazon Studios em Vermelho, Branco e Sangue Azul permitiu que os admiradores do livro homônimo – escrito por Casey McQuiston – respirassem, de certa forma, aliviados ao verem seus queridos personagens ganhando vida. Em pouco menos de duas horas, o filme reconta a história de 392 páginas de Alex Claremont-Diaz e o príncipe Henry.

Na trama, Alex (Taylor Zakhar Perez) é filho da presidente dos Estados Unidos e queridinho da mídia americana, enquanto Henry (Nicholas Galitzine) é um dos príncipes da Inglaterra – amado não só por sua nação, mas também pelo mundo todo – e ambos não se suportam. Após um desastre no casamento do irmão mais velho do membro da realeza, que incluiu um bolo milionário sendo destruído, os jovens precisam manter as aparências para o público e fingir que são amigos de longa data. Conforme se aproximam, a mágoa e ressentimento entre os dois dá lugar a um sentimento novo, confuso e intenso, que pode pôr em jogo a reeleição da mãe de Alex e a vida do príncipe britânico na conservadora corte.

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Argentina, 1985 é um grito de basta às mazelas da ditadura

Cena do filme Argentina, 1985, em que Ocampo (à esquerda) e Strassera (à direita) se reúnem em uma lanchonete para discutir sobre as estratégias de acusação que serão utilizadas no julgamento . Na imagem podemos ver as feições de Moreno Ocampo e Júlio Strassera sentados (um de frente para o outro), lado a lado, enquanto pedem dois lanches em uma bancada de restaurante. Ocampo é um jovem branco (aparentemente com os seus 30 anos de idade), ruivo, cabelo e barba encaracolados. Strassera é um senhor no auge de seus 65 anos, branco, cabelo liso preto, possui bigode denso e usa óculos garrafais. Strassera está com um cigarro aceso em mãos fazendo gestos para chamar a atenção de seu colega promotor, Moreno Ocampo. O jovem está com o olhar fixo prestando atenção nas palavras de Júlio.
Mais do que um filme, Argentina, 1985 é uma aula de dever à cidadania e exemplo de compromisso público com a democracia (Foto: Prime Video)

Gabriel Gomes Santana

Eu não sou advogado de ninguém, meu papel como promotor de justiça é acusar”. Assim se impôs Julio Strassera, responsável por um dos julgamentos mais importantes para a democracia ocidental e protagonista de Argentina, 1985. Baseado em fatos reais, o longa dirigido por Santiago Mitre traz à tona o processo que condenou os crimes contra os direitos humanos cometidos pelos ex-comandantes da ditadura no País. Disponível na plataforma de streaming da Amazon Prime, a obra expõe a coragem e persistência de agentes públicos que se comprometeram a enfrentar um sistema repressivo e assassino.

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O drama de My Policeman: Nem meu, nem seu, nem dele mesmo

Cena do filme My Policeman, retratada na década de 1950. David Dawson, que interpreta Patrick, é um homem branco com cabelos curtos e castanhos e veste um terno cinza. Sua mão direita está estendida ao que ele explica uma obra de arte para Emma Corrin, que interpreta Marion, e Harry Styles, que interpreta Tom. Ela é uma mulher branca com cabelos loiros na altura dos ombros que veste um casaco vinho e tem seus olhos direcionados para o lado esquerdo, atenta à explicação. Ele é um homem branco com cabelos curtos e castanhos que veste uma jaqueta azul sob um colete cinza e olha fixamente para frente. Os três estão dentro de um museu, de costas para uma parede roxa em que diversos quadros estão pendurados.]
My Policeman teve sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Toronto e chegou ao Prime Video no dia 4 de novembro de 2022 (Foto: Amazon Studios)

Raquel Freire

Há um ditado popular que diz que mais vale um pássaro na mão do que dois voando, o que, em outras palavras, quer dizer que a garantia é melhor do que a expectativa. Até que ponto isso é real? Qual é o preço a ser pago por escolher contar com aquilo que já se tem e abrir mão da possibilidade do que se pode vir a ter? O futuro é incerto, claro, mas qual é o sentido da vida quando nos conformamos com a nossa realidade? Essas são questões que vivem no subconsciente de Tom Burgess (Harry Styles, em sua versão mais nova, e Linus Roache, na mais velha) em My Policeman, nova obra dirigida por Michael Grandage.

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Tio Frank: o passado ecoa no presente

Cena do filme Tio Frank. Na imagem, vemos três dos personagens do filme dentro de um carro conversível em uma estrada na zona rural. Da esquerda para a direita, vemos Betty, uma mulher branca, de cabelos ruivos curtos, aparentando ter cerca de 15 anos, vestindo uma blusa roxa e óculos escuros e tomando sorvete no banco do passageiro; Frank, um homem branco, com cabelos curtos loiros e bigode, aparentando ter cerca de 40 anos, vestindo uma camisa azul e óculos escuros, no banco de trás; e Wally, um homem muçulmano, de cabelos curtos pretos e barba preta, aparentando ter cerca de 40 anos, vestindo uma camisa marrom e óculos escuros, tomando sorvete enquanto dirige.
Uncle Frank, longa independente adquirido pela Amazon Studios, foi lançado Prime Video e concorre ao Emmy 2021 como Melhor Telefilme (Foto: Amazon Studios)

Vitória Lopes Gomez

Se o Cinema é um modo divino de contar a vida e esta não se preocupa com a originalidade, toda história é inédita. É assim que, em uma Hollywood cheia de premissas batidas, o roteirista ganhador do Oscar Alan Ball se inspirou na vida real e transformou uma sinopse repetida em uma sensível e comovente road movie sobre repressão familiar, pertencimento e aceitação da sexualidade. Em Tio Frank, o passado não fica para trás, mas ecoa no presente.

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