Sem verrugas e caldeirões, Silenciadas é um deleite de mulheres geniais que resistiram à caça às bruxas

Cena do filme Silenciadas. A imagem é do rosto da personagem Ana, interpretada por Amaia Aberaturi, uma mulher branca de cabelos castanhos ondulados, que encara a câmera. A personagem está em um local fechado e com pouca luz.
O protagonismo de Amaia Aberasturi como Ana Iberguren e seu jogo de expressões em cena com Rostegui (Àlex Brendemüjl) renderam a indicação ao 35º Prêmio Goya de Melhor Atriz (Foto: Reprodução)

Nathália Mendes

Atemporal. Não há como assistir Silenciadas, nova aquisição da Netflix, sem conectar as acusações de bruxaria com os julgamentos que as mulheres sofrem até hoje. Em 1609, no País Basco, extremo norte da Espanha, a Santa Inquisição reprimia a cultura basca e queimava mulheres vivas. Desesperados em conhecer o sabbat, um suposto ritual de invocação do demônio, os inquisidores encontram um grupo de garotas geniais que oferecem a bruxaria que eles ardentemente desejavam assistir. Com a protagonização de Ana (Amaia Aberasturi), a tentativa das garotas em escapar da fogueira é uma performance belíssima. 

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Com sabor de leite com achocolatado, pijaminha e manhã fresca, Shaun, o Carneiro volta para mais uma aventura

Na frente Shaun, uma ovelha magra de pele preta com pelagem branca, segura uma fatia de pizza sorrindo. Atrás está o cão Blitzer, com pelagem amarela e um gorro azul, com cara espantado. Ao fundo está Timmy, uma ovelha bebê igual Shaun, sorrindo e segurando um urso de pelúcia. Todos olham para frente. Estão em uma floresta, iluminada e com muito brilho azul, rosa e roxo.
Shaun, Blitzer, Timmy, Mãe do Timmy e Shirley voltam para a alegria de todos, e trazem consigo uma indicação de Melhor Animação no Oscar 2021 (Foto: Reprodução)

Pedro Gabriel

Um dos motivos para eu acordar cedo quando tinha meus nove anos era sentar na sala, ligar na Cultura, e assistir a todos os desenhos que passavam no Quintal da Cultura. A manhã era recheada de Doug (1991-1999), Madeline (1993-2001), Cocoricó (1996-atualmente no YouTube), Os Sete Monstrinhos (2000-2003) e por uma pequena ovelha aventureira chamada Shaun, o Carneiro (2007-presente). Dez anos se passaram, e cá estou eu revivendo todas essas manhãs após assistir Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca na Netflix. A animação é uma continuação do longa de 2016 e traz Shaun em uma nova aventura. 

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Drag Race UK: o futuro de RuPaul está no Reino Unido

Cena de coroação da 2ª temporada de Drag Race UK. No centro da passarela, está Lawrence Chaney, sorrindo e empunhando seu cetro. Ela é uma drag queen escocesa, branca, gorda e que veste um vestido roxo. Seu cabelo é da mesma cor. Ao fundo, vemos vultos desfocados.
A escocesa Lawrence Chaney é a primeira drag queen gorda a vencer uma temporada de Drag Race presidida por RuPaul Charles (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Não é piada, mas sim um fato, que a segunda temporada de Drag Race UK é a melhor que a competição de RuPaul viu em muitos anos. Dez episódios e uma coroação inédita depois, podemos apreciar os vários altos e poucos baixos do reality. Nessa nova leva teve de tudo, desde eliminações chocantes, desistências icônicas e uma pausa nas gravações por causa da pandemia. Lawrence Chaney ganhou, e o padrão britânico do cenário drag aumentou, e muito.

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Festival Eurovision da Canção é um misto de ridicularização e de felicidade

Cena do filme Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars. No centro da imagem o ator Will Ferrel, um homem alto e branco, vestido com roupas pratas de guerreiro e uma capa marrom e tocando um teclado na cor vermelha. Na sua frente, a atriz Rachel McAdams, mulher jovem e branca com cabelos loiros, também toca um teclado vermelho e veste um vestido branco com detalhes floridos e uma jaqueta prata. O fundo da paisagem é uma praia com o terreno rochoso.
A indicação em Melhor Canção Original é a única de Festival Eurovision da Canção no Oscar 2021 (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Rodrigues

A mistura de reality show e música pode dar ótimos resultados. Por exemplo, o grande sucesso de realities musicais no Brasil, como o The Voice e o Ídolos. Porém, há uma grande competição que não é tão familiarizada fora da sua localização. O Eurovision Song Contest (Festival Eurovisão da Canção) é um grande concurso da União Europeia de Radiodifusão, que não possui ligação direta com a União Europeia. E foi assistindo uma edição desse programa que o ator Will Ferrell teve a ideia de fazer uma comédia sobre o reality. Depois de 20 anos de sua concepção, Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars chegou na Netflix.

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Nota Musical – Março de 2021

Arte retangular de fundo na cor laranja terroso. Do lado esquerdo, foi adicionado o texto "nota musical - março de 2021". Foi adicionado também a logo doPersona, estilizada para que a íris do olho fique laranja terroso. Do lado direito foi adicionado um acrílico de CD com um disco dentro. Dentro do disco foram adicionadas 4 fotos: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Bruno Mars junto com Anderson Paark.
Destaques do mês de março: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Silk Sonic (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Ana Laura Ferreira)

Março foi recheado de comebacks e performances de tirar o fôlego. Não é para menos, afinal estamos falando sobre o mês em que o maior evento da música ocidental ocorreu, trazendo para nós o Santo Graal das composições – ou pelo menos é isso que eles dizem. Contudo, após uma noite de esnobados e merecidos, o bafafá se perpetuou mesmo através de nomes como Megan Thee Stallion e Cardi B, que trouxeram a brasilidade do funk para o palco do Grammy.

Voltando à questão dos comebacks, foram tantos que é difícil enumerar. Bruno Mars retomou sua carreira, parada desde 24K Magic de 2016, com a parceria ao lado de Anderson .Paak. Outro nome que volta a entregar canções inéditas – para o delírio dos fãs – é Lana Del Rey, que traz toda a estética dos country clubs, tipicamente americanos, para sua atmosfera sóbria e melodramática, pela qual todos a conhecem. Sem deixar de lado o pop mainstream, Nick Jonas também reinicia seu trabalho solo com Spaceman.

Na música nacional, o rap foi destaque com a voz de Rico Dalasam e Djonga, que trouxeram suas vivências da forma mais crua possível. Elza Soares foi outra estrela que nos presenteou com a canção Nós, dedicada especialmente ao Dia Internacional da Mulher, que é comemorado no dia 8 de março. E foram realmente as mulheres que reinaram neste mês, ao sermos presenteados com a remasterização do álbum Elis, de Elis Regina, e em uma mesma tomada, com o rearranjo de dois singles de sua filha, Maria Rita, ao lado de Quintal de Prettos. Trazendo o saudosismo das memórias jamais desfrutadas do carnaval de 2021, a união dos vocais de Rita e do grupo paulista nos lembram da esperança de dias melhores.

Não poderíamos nos esquecer, ainda, da preciosidade em forma de EP que Selena Gomez entregou ao colocar em pauta toda a sonoridade latina em músicas na língua espanhola. Bem como é bom ficar de olho no mais novo compilado de Joshua Bassett, que com seu pop frenético trouxe a íntegra de sua versão da conturbada história com Olivia Rodrigo e Sabrina Carpenter. E é em meio a uma polêmica indicação ao gramofone de ouro – merecidamente perdido – que Justin Bieber lança seu sexto álbum, intitulado Justice.

Assim, em um mês de altos e baixos, no qual completamos um ano presos em casa, a Música conseguiu transparecer todos os sentimentos que gritamos entre quatro paredes. Da campanha #fuckthegrammys à realidade distorcida confidenciada por Demi Lovato, Março de 2021 conseguiu ser alvo de altos e baixos intensos que serão lembrados por muito tempo. Por isso, a Editoria do Persona, ao lado de seus colaboradores, comenta tudo isso e ainda mais sobre o que aconteceu no mundo da Música entre os CDs, EPs, singles, clipes e performances que mais marcaram os últimos 31 dias.

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Toca passa mensagem sobre isolamento em meio à história de livros infantis

Imagem do filme Toca. Na imagem uma coelhinha bege segura uma pá cinza com um cabo de madeira. Ao seu lado direito ela tem um lampião e ao fundo é possível ver o caminho de terra cavado por ela.
Indicado ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, Toca (Burrow) é uma história de dormir para crianças (Foto: Reprodução)

Larissa Vieira

Toca (Burrow) é mais uma das produções SparkShorts do Disney+, a série de curtas-metragens de animação independentes, criada por funcionários temporários dos estúdios Pixar. A produção conta a história de uma aventureira coelhinha que procura cavar a toca ideal para ela morar, porém, ao se deparar com vizinhos, ela decide ir explorando cada vez mais a fundo até que se mete em problemas e tem que recorrer a pedir ajuda à quem ela estava fugindo. 

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O ódio que você semeia: uma história sobre o preço de ser preto hoje em dia 

Fotografia do livro O ódio que você semeia, em formato brochura e com a capa na cor branca com a atriz Amandla Stenberg na capa, segurando um cartaz com o título do livro. Amanda é uma mulher negra, com cabelos pretos e longos, ela veste um moletom vermelho, uma calça escura e tênis brancos. Ao lado do livro, há uma xícara de café e flores vermelhas ao lado; é possível ver a lombada de outro livro, com o título A Hora da Virada.
Angie Thomas inspirou-se em Oscar Grant para criar o personagem Khalil; ele era um negro de 22 anos, assassinado a tiros no Ano Novo, em 2009, por um policial de trânsito de Oakland (Foto: Reprodução)

Kayane Cavalcante 

Em um mundo que rotula as pessoas, que as faz se sentirem estranhas, mal vistas e menosprezadas por serem quem são, levantar sua voz e usá-la como uma arma é um ato de coragem. Nesse contexto, o livro O ódio que você semeia, da magnífica autora afro-americana Angie Thomas, me deu uma lição que vou levar pelo resto da minha miserável vida de leitora, que é: minha voz é importante e não devo permitir que alguém tente me silenciar, pois quando nos calamos permitimos que um ciclo de injustiças criado pela sociedade elitizada continue e evolua. Assim, quando vamos às ruas em manifestações e escrevemos tweets cobrando pelos nossos direitos como seres humanos,  estamos quebrando esse ciclo preconceituoso que já dura séculos.

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The Letter Room e a violação dos sentimentos alheios

Cena do filme The Letter Room. Na foto consta um homem, vivido pelo ator Oscar Isaac, que possui pele morena, cabelos escuros em um topete e um bigode escuro longo. Ele está vestido com uniforme cinza de guarda prisional americano e segura um telefone, olhando fixamente para a frente. O cenário é formado por uma parede amarela clara, com uma lousa branca atrás com escritos em caneta preta, e um porto casacos ao lado.
The Letter Room concorre ao Oscar 2021 na categoria Melhor Curta-Metragem em Live Action (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

A questão que envolve o sigilo da correspondência versus a segurança da comunidade, é o pano de fundo em The Letter Room. No curta-metragem indicado ao Oscar 2021, a curiosidade pelos sentimentos alheios traz à tona a falta de privacidade que existe no sistema prisional americano. Dirigido por Elvira Lind, conhecida anteriormente pelo documentário Bobbi Jene, a produção consegue dizer muito em apenas meia hora, e pelos olhos de um agente carcerário, vivido pelo talentoso Oscar Isaac, encontra-se um outro lado de uma estrutura já explorada pelo audiovisual.

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The World’s a Little Blurry e a individualidade cativante de Billie Eilish

Capa de divulgação do documentário 'The World's a Little Blurry'. O rosto de Billie Eilish está virado para o lado, e seus olhos estão quase fechados, em uma expressão séria. Seu cabelo é preto com raízes verdes.
Documentário mostra o crescimento da carreira de Eilish de forma impressionante (Foto: Reprodução)

Laís David

Foi impossível sair de 2019 sem escutar sobre Billie Eilish. A jovem dominou todas as paradas com seu álbum de estreia e conquistou uma legião de fãs em todo o mundo. Sua personalidade misteriosa, letras obscuras e energia magnética a colocaram como uma das maiores artistas dos últimos anos. Como um glorioso coming of age de Greta Gerwig, o documentário The World’s A Little Blurry detalha a ascensão de Billie Eilish de forma minuciosa e emocionante.

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Sex Education: na segunda temporada, é preciso amadurecer

 Imagem promocional da segunda temporada de Sex Education. Na imagem, vemos nove personagens da trama. Da esquerda para a direita, está Adam, um homem branco de cabelos raspados. Está sentado em uma mala e tem um cachorro ao seu lado; Aimee é uma mulher branca de cabelos louros e está de pé ao seu lado. Ela segura um taco de beisebol, está usando uma jaqueta vermelha e calça jeans; Maeve, mulher branca de cabelos escuros, está sentada com a mão direita segurando o rosto. Ela usa uma jaqueta escura com franjas e meia-calça preta; Otis é um homem branco de cabelos castanhos, está de costas, usando uma jaqueta azul e vermelha e tem lenços brancos no bolso traseiro de sua calça; Eric, homem negro com cabelo raspado, está segurando o ombro de Otis com expressão de surpresa. Ele usa uma jaqueta azul e uma calça xadrez; Jean, uma mulher branca de cabelos louros, está ao seu lado, com um caderno em mãos. Ela está usando um vestido azul; Ola é uma mulher negra com cabelos cacheados e curtos, ela está agachada à frente. Usa uma jaqueta verde e uma blusa listrada colorida; Lily está ao seu lado, deitada de lado em um banco. Ela é uma mulher branca, com cabelos castanhos, em dois coques. Ela usa camiseta colorida e calça laranja; Jackson é um homem negro retinto de cabelo raspado. Ele está de pé atrás de Lily, usando uma jaqueta vermelha com um M, símbolo da escola Moordale, e uma tipoia no braço.
A segunda temporada de Sex Education é madura e inovadora (Foto: Reprodução)

Ana Marcílio

Após o imenso sucesso da primeira temporada, Sex Education tinha uma grande missão a ser cumprida: manter o mesmo nível, sem perder a essência. Ter um enredo adolescente e não ser mais do mesmo é um desafio e tanto. Apesar disso, a criação de Laurie Nunn conseguiu ser inovadora, trazendo o amadurecimento do roteiro para os seus personagens. 

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