Em 2016, após seu sucesso como comediante no Porta dos Fundos, a atriz, roteirista e também produtora, Clarice Falcão deu uma pausa nas telinhas para dedicar-se ao seu segundo álbum, Problema Meu. Nessa produção, a cantora pernambucana manteve sua figura fofa e sarcástica, que ficou famosa com seu primeiro álbum, Monomania (2013), onde estreou com um compilado de canções monocordicamente mais acústicas e que contavam as vivências de uma garota loucamente apaixonada. O disco que completa 5 anos em 2021 marcou sua carreira por trazer uma temática que aborda diretamente complicações amorosas, autocrítica e o cotidiano, só que de uma forma totalmente trágica e cômica, do jeito que Clarice sabe e gosta de cantar.
Justin Bieber é o queridinho declarado da música pop, e tirar ele desse posto não vai ser tão fácil. Aos 15 anos de idade, o rostinho já conhecido de vídeos do YouTube deu entrada no mundo da música com seu álbum de estreia, My World. Seu carisma e rostinho adorável de imediato desencadearam uma pandemia fanática ao redor do globo terrestre, que, mais tarde, com o My World 2.0, o consagraria como o mais novo ídolo adolescente.
Para aqueles que ainda não conhecem a voz por trás de DEMIDEVIL, aqui vai uma breve introdução: Ashton Nicole Casey nasceu em uma pacata cidade no interior da Carolina do Norte, EUA, e foi ainda na adolescência que escutou, pela primeira vez, as músicas da rapper britânica M.I.A, e, a partir de então, apaixonou-se pelo rap. Porém, aos seus 13 anos, mudou-se com a família para a Estônia e, posteriormente, para a Letônia, onde sua dificuldade com a língua e o conservadorismo do país para com suas composições fez com que viajasse para Londres, aproximando-se cada vez mais da música.
I’m sorry, the old Melhores Discos do Mês can’t come to the phone right now. Why? Oh, ‘cause he’s dead!
Brincadeiras e referências taylorswifitianas à parte, o Melhores Discos do Mês realmente pediu aposentadoria. Porém, não vamos deixar esse buraco sem um substituto: sejam bem-vindos à primeira edição do Nota Musical.
Todo começo de mês publicaremos um listão dos melhores e piores lançamentos musicais do mês que passou. Tem CD, tem EP, música e até clipe. Em textinhos de até três parágrafos, a Editoria e os colaboradores do Persona levam até você os méritos e deméritos do que rolou no mundo da música.
Janeiro abriu a segunda temporada da pandemia com o delicioso COR, da dupla ANAVITÓRIA. Depois foi a vez da internet ficar obcecada com Olivia Rodrigo, sua carteira de motorista, e o drama digno de malhação com seu ex, Joshua Bassett e a loirona Sabrina Carpenter. Selena Gomez mandou um cállate puta e anunciou Revelacíon, um EP totalmente em espanhol.
Arlo Parks, ‘apadrinhada’ por Billie Eilish, presenteou o mundo com o primeiro grande disco do ano: Collapsed in Sunbeams. E no penúltimo dia do mês, perdemos a talentosíssima SOPHIE, um dos grandes nomes da música do século 21. O Nota Musical de Janeiro presta suas homenagens à ela. Ícone trans, gênia da produção eletrônica, e um dos pilares da PC Music. Rest in power.
No longínquo ano de 2011, o programa The X-Factor UK era protagonizado por quatro jovens mulheres: Jade Thirlwall, Leigh-Anne Pinnock, Jesy Nelson e Perrie Edwards, integrantes do recém formado Little Mix. A única girlband a vencer a competição manteve-se no mercado mesmo com o fim do programa, e hoje seu sucesso é comparável às Spice Girls, ícone pop dos anos noventa.
Agora, pela primeira vez na gravadora Columbia Records, é lançado o álbum de estúdio da banda, Confetti. Com uma estética disco e toques dopop chiclete, o CD aborda temas como amor próprio, superação, renovação, independência e clichês da indústria musical. Contudo, 2020 trouxe aos fãs do Little Mixnão apenas uma nova obra, mas também o fim da formação original da banda.
Há séculos, cometas têm passado pela Terra. Seus suspiros de vida são breves, mas igualmente fortes. Tão fortes que ecoam gerações adiante mesmo após sua passagem. Janis Joplin, a selvagem primeira dama do rock n’ roll, foi um cometa – desses que desestabilizam e transformam os poucos sortudos que podem presenciá-los. Apesar do tempo da cantora nesse plano ter sido curto, é possível entrar em contato com um pedacinho de sua alma ao ouvir Pearl, sua obra-prima. O disco foi lançado em janeiro de 1971, três meses depois de Janis ter sido encontrada morta em seu quarto de hotel. Passados 50 anos, a certeza ainda é uma: nunca existiu ninguém como Janis Joplin.
Post Malone é um hitmaker de mão cheia. Essa máxima vem sendo comprovada desde 2016, com o lançamento do seu primeiro disco, o Stoney, quando emplacou a faixa Congratulations no topo das paradas. Em 2018, o sucesso se manteve com Better Now e rockstar, que permanecem em alta até hoje, dando a sensação de terem surgido apenas a dias atrás.
Ao mesmo passo que Austin Richard Post (nome de batismo do cantor) produzia grandes hits, também revelava letras sem muita profundidade ou diferencial para o meio. Mulheres, festas, drogas, bebidas e luxos da fama, una esses tópicos a batidas dançantes de trap e você tem quase a discografia completa do nova iorquino. E, para quem esperava ouvir apenas mais do mesmo, Hollywood’s Bleeding chega a ser surpreendente.
Seguindo a tendência da vez do mundo do pop, Miley Cyrus volta às décadas de 70 e 80 para construir Plastic Hearts, seu sétimo álbum que, numa direção diferente dos trabalhos nostálgicos mais bem-sucedidos de 2020, se aloca entre as muitas possibilidades do rock.
Raquel Dutra
Ela finalmente veio. Depois de muito passear entre diversos gêneros e eventualmente se perder entre tentativas de expressar sua arte, Miley Cyrus está de volta aos nossos ouvidos com um trabalho que faz jus à artista que é. Prenunciada pelo single Midnight Sky e acompanhada pelo baixo determinado da primeira faixa de Plastic Hearts, Miley não só chega exatamente do jeito que prometeu por muito tempo como também do exato jeito que ansiamos por vê-la. Isto é, experimentando expressar sua catártica rebeldia com seus vocais roucos nas vestes potentes do rock.
‘É, turma… Parece que temos um novo mistério nas mãos’. A frase tão emblemática de Fred Jones tornou-se ainda mais nostálgica com a divulgação de um filme em 3D do dogue alemão mais querido por adolescentes e adultos que cresceram assistindo os desenhos do Scooby-Doo. Nem mesmo a pandemia e a tímida reabertura das salas de cinema impediu que os fãs pudessem apreciar a animação Scooby!, que logo conquistou o topo das bilheterias.
Uma sirene corta a noite, enquanto carros buzinam no que parece ser uma rua movimentada. Mas não é só o ruído urbano que se ouve. Vem vindo um compasso, seco e sintetizado, que se aproxima aos poucos. Logo, a cidade é engolida pela batida eletrônica. Estamos na pista de dança. É assim que é introduzida I Love New York, faixa 5 do décimo disco de estúdio de Madonna, Confessions on a Dance Floor (2005). A música homenageia não só a cidade que acolheu a aspirante a dançarina, quando ali ela desembarcou – com apenas 35 dólares no bolso, reza a lenda -, mas também o tipo de estado de espírito noturno e eufórico que resiste nas ruas e explode sob a luz de estrobo.