50 anos de Blue e o seu legado definitivo pela Música

Capa com filtro azulado na qual a cantora está cantando com os olhos fechados. Joni, uma mulher branca, na época tinha aparência jovem e cabelos loiros.
Lançado em 1971, Blue representou a consolidação de Joni Mitchell como uma das gigantes de seu tempo (Foto: Warner Music)

Carlos Botelho

50 anos depois e as pessoas finalmente o  entenderam. Isso me deixa muito feliz”. Assim agradece Joni Mitchell, atualmente uma simpática senhorinha de tranças, em um vídeo publicado em sua conta oficial do Twitter, sobre o aniversário de meio século de seu disco Blue. É de se estranhar, em um primeiro momento, que a dona de um dos álbuns mais influentes da história dê essa declaração, porém faz mais sentido se pensarmos que artistas femininas como FKA twigs, Taylor Swift e Olivia Rodrigo têm recepções controversas até hoje por suas canções em tom confessional.

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50 anos de Construção: Deus lhe pague, Chico Buarque

A foto de Chico foi tirada por Carlos Leonam e enquadrada na arte de Aldo Luz, que também assinou a capa de Krig-ha, Bandolo de Raul Seixas (Foto: Philips)

Caroline Campos

 O roteiro das aulas sobre a ditadura militar, traçado nas salas de Ensino Médio e cursinhos ao longo do país, é padronizado: em algum momento, quando introduzido os malabarismos para escapar da censura e as músicas de protesto contra o regime, Chico Buarque de Hollanda será citado. Será, no mínimo, mencionado – pode anotar. Não é para menos, afinal, Chico integra a gama de artistas brasileiros que sofreram com a repressão e a tesourada em suas composições para que se adequassem aos bons princípios dos governos militares. Mas o carioca tem um quê especial.

Perseguido pelos milicos em meio aos devaneios do “milagre econômico” da trupe de Médici, a situação se tornou insustentável a ponto de, em 1969, Chico Buarque deixar o Brasil e se instalar na Itália, em um autoexílio que durou pouco mais de um ano. O resultado de toda essa história completa 50 anos em 2021; quando o músico enfim retornou, no início da longa década de 70, trouxe com ele as letras daquele que se tornaria seu primeiro manifesto político. Nascia Construção.

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50 anos de Pearl: ainda não há nada como a pérola de Janis Joplin

Janis Joplin, uma mulher branca em torno dos seus 27 anos, está sentada em uma poltrona estampada. Ela está com as pernas cruzadas, o braço apoiado no encosto e dá uma gargalhada. Ela usa uma calça solta e vermelha, sapatos de bico fino vermelhos, uma blusa roxa de mangas compridas e plumas vermelhas no cabelo. O fundo é azul e há um copo com um líquido amarelado no chão.
Seja no soul, no blues ou no rock: Pearl é sinônimo de genialidade (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

Há séculos, cometas têm passado pela Terra. Seus suspiros de vida são breves, mas igualmente fortes. Tão fortes que ecoam gerações adiante mesmo após sua passagem. Janis Joplin, a selvagem primeira dama do rock n’ roll, foi um cometa – desses que desestabilizam e transformam os poucos sortudos que podem presenciá-los. Apesar do tempo da cantora nesse plano ter sido curto, é possível entrar em contato com um pedacinho de sua alma ao ouvir Pearl, sua obra-prima. O disco foi lançado em janeiro de 1971, três meses depois de Janis ter sido encontrada morta em seu quarto de hotel. Passados 50 anos, a certeza ainda é uma: nunca existiu ninguém como Janis Joplin.

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