Identidade: quanto vale o pertencimento?

Cena do filme Identidade. Na imagem aparecem os rostos das personagens Irene Redfield, interpretada por Tessa Thompson, e ao seu lado Clare Bellew, interpretada por Ruth Negga. A fotografia é em preto e branco e as duas estão de perfil, Irene usa um chapéu com tons escuros e Clare usa um com cores claras, ao fundo a comunidade do Harlem aparece embaçada.
Identidade foi lançado pela Netflix em 2021 e marca a estreia de Rebecca Hall como diretora (Foto: Netflix)

Jamily Rigonatto 

Em uma sociedade que precifica os seres humanos e os valoriza de forma desigual, vale a pena vender sua própria veracidade por dignidade plastificada? Caso esse não seja o principal questionamento inspirado por Passing – traduzido no Brasil como Identidade – com certeza é um de seus pilares. O longa-metragem lançado em novembro de 2021 na Netflix é um retrato delicado do quanto a sua própria pele pode ser sufocante em uma sociedade estruturada pelo racismo. O filme é a adaptação audiovisual do livro de mesmo nome escrito por Nella Larsen, e é também o trabalho de estreia da atriz Rebecca Hall como diretora.

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black-ish: quando se é negro, é melhor rir para não chorar

Cena de black-ish. Nela está um garoto negro vestindo blusa preta segurando um bebe no colo, olhando e sorrindo para este. Ao seu lado esquerdo, uma mulher negra com o cabelo preso em tranças e uma blusa amarela beija a cabeça do bebê. Na direita um homem negro de blusa vermelha olha para os três com um sorriso no rosto.
A sétima temporada de black-ish chega com tudo nas indicações do Emmy 2021 (Foto: ABC)

Mariana Chagas 

Representatividade importa. Mesmo hoje sendo uma obviedade, tal fato só me foi percebido quando entendi que existia um motivo pelo qual eu, meu irmão e meu pai passávamos tanto tempo assistindo Todo Mundo Odeia O Chris. É claro que a gente ria das falas absurdas da Senhorita Morello, afinal também já tivemos de lidar com professoras racistas em nossas vidas.

No mundo das sitcoms, Chris Rock é apenas um dos nomes que criou comédia evidenciando situações ridiculamente absurdas que a população negra sofre diariamente. Um Maluco no Pedaço (1990) e Eu, a Patroa e as Crianças (2001), também fizeram história. Alguns anos mais tarde, no outono americano de 2014, estreou black-ish. A família composta por Dre, Bow, Zoey, Junior, Jack, Diane, Ruby e Pops é grande, mas muito unida pelas dificuldades que passam, sendo os únicos negros em um bairro branco de classe média alta. 

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Em um Bairro de Nova York sonha alto demais

Cena do filme Em um Bairro de Nova York. Anthony Ramos e Melissa Barrera estão no centro da imagem, de mãos dadas e olhando um para o outro. Ambos são latinos de pele clara com cabelos escuros. Ao fundo, muitas pessoas exibem expressões de animação.
Temos uma bandeirinha brasileira no filme! (Foto: Warner Bros)

Caroline Campos

Não tem como negar que Lin-Manuel Miranda é um fenômeno. Desde que surgiu no mundo da Broadway nos anos 2000, o artista multifacetado de origem porto-riquenha já acumula um Pulitzer, três Grammys, um Emmy, três Tonys e não demorou muito para cair nas graças de Hollywood. Depois de Moana, Mary Poppins, a gravação de Hamilton pelo Disney+ e até uma participação em Brooklyn 99, chegou a vez de Miranda retornar às origens e levar às grandes telas aquele que foi seu primeiro musical. No entanto, é com o protagonismo de Anthony Ramos que Em um Bairro de Nova York chega ao HBO Max e aos cinemas do mundo todo cercado de polêmicas e críticas controversas a respeito da trama.

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