É como se a fita amaldiçoada da Samara de O Chamado (2002) sofresse uma transfusão sanguínea da IST mortal que assola Corrente do Mal(It Follows, 2015). Não há maneira simples de descrever o sorriso mortal que intitula a estreia em longas do cineasta Parker Finn. Na simples e direta trama de Sorria (Smile), uma psicóloga testemunha um suicídio e vê a própria vida se tornar um labirinto nefasto, em que só há saída na morte.
Há cinco anos, nos cinemas, Bill, Beverly, Ben, Eddie, Richie, Stanley e Mike deram as mãos em círculo e selaram a promessa de que voltariam a Derry se Pennywise também retornasse. O tal The Losers Club, Clube dos Perdedores ou Clube dos Otários ensinou valores como amizade, lealdade e coragem, e It – A Coisa marcou a cultura pop com um filme que equilibra medo e encanto com maestria.
O que faz um filme se tornar clássico? No caso de …E o Vento Levou(1939) foi sua popularidade e bilheteria. Já Titanic(1997), além dos fatores anteriores, conta com vitórias em importantes premiações. Por fim, há aqueles que revolucionaram o Cinema, como fez Cidadão Kane(1941). O Enigma de Outro Mundo não se encaixa em nenhuma dessas categorias, mas se estabelece como um clássico por ser o retrato exemplar do gênero de Horror e por se manter influente na cultura pop mesmo após 40 anos do seu lançamento, em 1982.
De um lado, um subgênero cinematográfico que floresce da repressão sexual. De outro, uma obra cujo título se inspira na indicação etária de filmes adultos. Com o nome adaptado da classificação XXX, a destinada aos conteúdos para maiores de idade, X – A Marca da Morte quebra as regras do slasher e, ao invés de tratar o tesão como o perigo a ser temido, coloca o sexo como ponto de partida. Sem vangloriar a pornografia, a produção dirigida e roteirizada por Ti West inverte a ordem do subgênero do Horror e se revela digna de ser chamada de subversiva.
Depois de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) ter apagado a memória da existência de Peter Parker (Tom Holland), em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, e Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) ter libertado a cidade de Westview de sua manipulação, em WandaVision, ambos se encontraram para uma batalha intensa que atravessou universos. Em maio de 2022, foi lançado Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, um filme com muita ação e adrenalina, como é de se esperar de uma produção Marvel. A obra, porém, deixa a desejar, quebrando as expectativas de fãs que estavam ansiosos por esse momento.
O cenário é uma floresta gelada da Noruega. Pai e filha, de no máximo 6 anos, avistam um cervo durante a caçada. A arma na mão do pai se volta do animal à pequena Thelma, que nunca chega a notar a movimentação. Ele continua firme ali, arma em riste apontada para a menina, até o cervo se dispersar. Dos poucos, mas longos minutos, o filme corta para outra cena e uma Thelma crescida está enfrentando seus primeiros dias na faculdade. É assim que Thelma se inicia: ensurdecedora, impactante e misteriosa, a obra de Joachim Trier exagera para preparar o terreno para o que vem a seguir.
Uma renomada companhia de dança alemã guarda um segredo: suas dançarinas são parte de um coven. Suas coreografias, rituais. E sua mais nova aluna, seria ela uma presa fácil? Ou uma bruxa em ascensão? Suspiria: A Dança do Medo é uma contemplação às bruxas contemporâneas através de um Terror psicológico, folke gore.
Em 1988, surgia um novo ícone do Cinema de Terror, uma figura dócil, mas, ao mesmo tempo, demoníaca: Chucky, o brinquedo assassino. Aterrorizando sonhos de muitas crianças dos anos 1990, o boneco entrou para o rol dos psicopatas da cultura pop e ganhou uma franquia de oito longas, um curta-metragem e, atualmente, uma série, que já está renovada e sua segunda temporada sai este ano. A história original de Don Mancini foi ressuscitada e aprofundada no seriado Chucky, voltando às origens do assassino Charles Lee Ray, mostrando sua trajetória até o que se tornou e seus atuais planos.
“Se ser mulher na era Vitoriana já era uma tarefa difícil, tornava-se ainda mais penosa para as que desafiavam o status quo. Um dos traços marcantes do período vitoriano é a luta pela emancipação das mulheres e pelo voto feminino”. É assim que Vitorianas Macabras, coletânea de contos de autoras de suspense e terror da era vitoriana,lembra de suas inspirações. Em uma época marcada pelo fantasmagórico e pelo mórbido, pela precariedade da qualidade de vida e por uma predileção pelo macabro, as escritoras representaram o “entusiasmo pelo progresso”, com contribuições marcantes para a época, desde a literatura até a luta pela emancipação feminina, inclusive com o movimento sufragista.
Apenas escute a melodia do trânsito na cidade! Carros e táxis passam o tempo todo, grupos diversos de pessoas riem e conversam em voz alta, e música ecoa de bares, pubs e casas de shows. As luzes dos teatros e das lojas iluminam as ruas largas. O título de um filme clássico pisca no letreiro do cinema. Quantos sonhos, promessas e ilusões vivem nos grandes – e famosos – centros urbanos, repletos de cultura, moda e fama? Bom, Noite Passada em Soho evidencia o que acontece quando alguns desses sonhos são arruinados, confrontados com uma realidade que pode ser cruel, brutal e assustadora.
Dirigido por Edgar Wright e roteirizado por ele, em parceria com Krysty Wilson-Cairns, o longa chegou aos cinemas brasileiros em 18 de novembro de 2021. Antes disso, foi exibido nos Festivais de Veneza, Toronto e Londres, chegando ao Brasil pela 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O diretor, conhecido por seu estilo ágil, astuto e criativo, revelado em obras como Em Ritmo de Fuga (2017), aqui apresenta o gênero abordado como novidade: um suspense psicológico e retrô, com toques de inspiração do Terror dos anos 60 e 70. Esse fator, somado a uma temática instigante, curiosa e com uma premissa original, joga holofotes sobre Last Night in Soho, que, como resposta, entrega ao espectador uma experiência assombrosa, envolvente e singular.