Hebe: a minissérie nacional é linda de viver!

A imagem é uma fotografia de uma cena da minissérie. Na imagem, Andréa Beltrão está caracterizada como Hebe, no palco do programa de auditório. A atriz está no centro da imagem sorrindo para a câmera. Ao fundo da imagem, há uma plateia e a equipe de filmagem em desfoque.
De origem humilde e interiorana, Hebe chegou a ter 70% da audiência do país (Foto: Reprodução)

Jamily Rigonatto 

Hebe Maria Monteiro de Camargo foi uma personalidade autêntica, sua alegria e carisma marcaram a história da comunicação e da televisão brasileira. Em homenagem ao impacto da apresentadora, a minissérie Hebe, que segue a linha de projetos como Maysa e Dercy de verdade, foi lançada para a plataforma Globoplay em julho deste ano.  

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Reviver Elis é melhor que sonhar

Na imagem Andréia Horta está caracterizada como Elis Regina. Ela está de lado, com a mão esquerda sobre um microfone, o qual encosta na lateral do seu rosto. Sua face está virada para a câmera e ela tem um largo sorriso estampado, olhos fechados e os cabelos castanhos escuros cortados bem curtos.
“Porque liberdade e ar são duas coisas que a gente sente que são essenciais para a vida. Sobretudo quando fazem falta” (Foto: TV Globo)

Ana Laura Ferreira e Raquel Dutra

A trajetória da música brasileira transpassa a história do país. Os fatos, a política e o social moldaram a forma e o conteúdo dos nossos produtos culturais, que muitas vezes combateram na linha de frente os regimes abusivos, denunciaram e registraram as experiências de cada período. No nascimento de um dos gêneros musicais mais brasileiros dentre os nascidos em terras tupiniquins não seria diferente, como ilustra a minissérie Elis – Viver é Melhor que Sonhar e seu retrato da origem da Música Popular Brasileira protagonizada pela Pimentinha Elis Regina. A produção indicada a Melhor Minissérie/Telefilme no Emmy Internacional 2020 mergulha no cenário efervescente da música nacional entre os anos de 1960 e 1980 ao mesmo tempo em que fragmenta a gaúcha, mãe da MPB, em muitas mulheres para além da artista.

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Um pouco mais de Amor e Sorte vai bem em 2020

Gilda e Lúcia, mãe e filha quarentenadas (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

2020 definitivamente não foi um ano fácil para o audiovisual brasileiro. Pela primeira vez em mais de 50 anos, as gravações das novelas da Rede Globo foram interrompidas, o que levou a emissora a reprisar obras já conhecidas pelo público. Mesmo com a retomada das gravações no último mês de agosto, só saberemos o desfecho dessas histórias em 2021 – Lurdes está mais perto de encontrar Domênico do que nós estamos da vacina. E é nesse contexto que surge Amor e Sorte, minissérie filmada de maneira 100% remota com atores e atrizes que dividem esse período de pandemia.

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I Know This Much Is True é uma ferida necessária

Produção da HBO traz temática sobre salvação de forma devastadora (Foto: Reprodução)

Vitória Silva

A realidade nunca foi tão assustadora. A pandemia do Covid-19, unida à diversas tragédias recorrentes no nosso dia-a-dia, tornou até o hábito de assistir o noticiário algo doloroso. Diante desse cenário, filmes e séries viraram uma espécie de refúgio, especialmente aqueles com conteúdo animador, que possa nos revitalizar em meio à tanta tristeza. Se é isso que você procura no momento, I Know This Much Is True não é para você.

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Watchmen é um testemunho atemporal

O tempo passa e, cada vez mais, Watchmen se mostra uma obra do agora, independente de quando e quem assistir (Foto: Reprodução)

Henrique Gomes

Watchmen é a série de quadrinhos definitiva. Criada por Alan Moore e Dave Gibbons, a HQ se baseia na problematização da realidade, em que cidadãos vestem máscaras e combatem o crime por conta própria. Temas como a salvação da humanidade, as fraquezas dos homens e a existência de um deus entre nós são abordados. Cada detalhe e cada referência na construção desse mundo é um reflexo da nossa sociedade como um todo. Os quadrinhos já faziam com maestria essa discussão política e social, e a minissérie de 2019 resgata e revigora isso.

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Nada Ortodoxa é reconstrução e celebração

Na cultura dos judeus ultra-ortodoxos, a mulher, pouco antes de se casar, raspa a cabeça como forma de eliminar sinais de vaidade e ‘sensualidade’. O ritual também simboliza recato, modéstia e sinaliza para o mundo que ela é casada, ‘protegendo-a’, assim, dos olhares de outros homens (Foto: Reprodução/Netflix)

Raquel Dutra

Deus esperava demais de mim” responde decididamente Esther Shapiro (Shira Haas) ao ser perguntada sobre o porquê de repentinamente ter deixado sua comunidade judaica ultra-ortodoxa situada em Nova Iorque, evento que inicia Nada Ortodoxa, da Netflix. Apresentando o passado e o presente da jovem que com apenas 19 anos encarava um casamento arranjado e frustrado com Yanky Shapiro (Amit Rahav), a narrativa explora sua profunda sensação de não-pertencimento diante da comunidade onde cresceu e sua conflituosa jornada em busca da sua liberdade.

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A comovente Unbelievable é a minissérie mais necessária da temporada

A minissérie é uma adaptação de uma reportagem de 2015, publicada nas organizações ProPublica e Projeto Marshall (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

A minissérie Unbelievable (no Brasil traduzida como Inacreditável), é o true crime mais inquietante do momento. Indicada ao Emmy 2020, a produção da Netflix que foi lançada ano passado, é tão poderosa, quanto sensível. Com grandes atuações e diálogos que partem o coração, a obra escancara um sistema que a décadas vitimiza milhares de mulheres pela segunda vez.

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Self Made tenta honrar o grande legado de Madam C. J. Walker

“Todos nós vamos morrer. Eu não controlo isso. Mas eu posso controlar como serei lembrada, o que deixarei para trás” (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido 

Madam C. J. Walker foi a primeira mulher negra a se tornar milionária por conta própria na história dos Estados Unidos. Filha de escravos, nascida poucos anos depois da abolição e mãe aos 18 anos, Sarah Breedlove – nome de nascença da empresária – fez sucesso ao vender produtos para cabelos negros numa época onde o racismo e o machismo ditavam o cotidiano de uma população.

Essa tão aclamada e importante figura de empoderamento negro e feminino só foi ganhar uma adaptação de sua história esse ano pela Netflix. Produzida por DeMane Davis, Eric Oberland e Lena Cordina, a minissérie Self Made, que ganhou o título nacional A Vida e a História de Madam C. J. Walker,  chegou para levar a história de Sarah ao mundo televisivo. A produção foca em sua jornada empreendedora e utiliza de vários recursos do drama para trazer uma linda história de superação e luta, atando-se a alguns pontos verdadeiros da obra original, mas deixando muitos outros de lado.

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Normal People retrata o amor através da distância e do tempo

Com personagens muito fáceis de se identificar, a obra explora as incertezas do mundo jovem-adulto (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Algumas histórias apelam para fantasias impossíveis, enquanto outras buscam as emoções presentes na normalidade. Normal People, minissérie do streaming Hulu em parceria com o canal britânico BBC, encanta justamente por falar de um romance digno de pessoas reais. Indicada ao Emmy desse ano, a história é uma adaptação do best-seller da autora irlandesa Sally Rooney. O livro é mencionado como fenômeno literário da década pelo jornal The Guardian, e a adaptação para a TV não fica atrás no quesito qualidade.

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I May Destroy You vai além dos múltiplos olhares sobre violência sexual

Michaela Coel cria narrativa necessária baseada em sua vivência (Foto: Reprodução)

Giovanne Ramos

Em 2018, a atriz, roteirista, poeta, cantora, compositora e – ufa! – dramaturga britânica, Michaela Coel, revelou enquanto palestrava no Festival de Televisão de Edimburgo ter sido estuprada em 2015. O relato chamou ainda mais atenção por ter ocorrido durante as filmagens de Chewing Gum, comédia lançada em 2016 no Brasil pela Netflix e, em parte, responsável pela popularização do seu nome no mundo do entretenimento. De acordo com os relatos, Coel tirou um intervalo do trabalho para se encontrar com uma amiga que estava por perto para um drinque. Quando se deu conta, estava novamente em frente ao computador, sem lembrar do que ocorreu na última noite. Após um flashback, a atriz lembrou de ter sido violentada por um grupo de homens.

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