“Crucificados Pelo Sistema”: um documento histórico relançado

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Gabriel Leite Ferreira

Tempos turbulentos originam manifestações culturais turbulentas. Em 1984, a palavra de ordem no Brasil era “crise”. A Ditadura Militar chegava aos vinte anos desestabilizada pela inflação e o povo, já com certa liberdade se comparado aos primórdios do regime, sentia-se ainda mais impelido a combater as autoridades. Daí o movimento das “Diretas Já”, que reivindicava o voto direto para presidente e serviu de prenúncio da redemocratização posterior.

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Arte e Arquitetura: um debate interminável

Luccas Pinheiro

Quando me ofereceram este espaço para comentar um pouco sobre a comparação entre arquitetura e arte, confesso que vi na minha frente uma grande dificuldade em dissertar. Esse não é um assunto simples. Durante todo esse tempo que estive na faculdade vejo meus professores debatendo e discordando sobre a questão.  Não só no âmbito acadêmico como no profissional: há um tempo o Archdaily (um dos maiores portais de arquitetura) postou uma matéria a respeito do assunto. Entendendo todos esses pontos, afirmo que este presente texto não passa de um artigo de opinião de um estudante de arquitetura, e assim deve ser lido e levado em consideração.

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O Segredo de Joe Gould: Sobre a força de um texto

Livro reúne os dois perfis que Joseph Mitchell escreveu para a New Yorker sobre o mendigo culto Joe Gould

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Joe Gould chamava a atenção por suas duas personas extremas: a de escritor culto e emprenhado e a de bêbado exibicionista. Créditos: Culver Pictures.

Lucas Marques

As páginas de O Segredo de Joe Gould (Companhia das Letras) revelam um ilustre conto real sobre a passagem do tempo e a memória. O livro reúne dois perfis jornalísticos escritos por Joseph Mitchell, para a revista New Yorker, sobre o mendigo boêmio Joe Gould – um de 1942 e outro em 1964, após a morte do perfilado. Gould perambulava as ruas de Nova York escrevendo “A História Oral de Nosso Tempo”, o livro que contaria a história contemporânea através de conversas mundanas escutadas pelo autor. Tal empenho chamou a atenção de diversos intelectuais e na escrita de Mitchell se tornou um trabalho jornalístico irretocável. Continue lendo “O Segredo de Joe Gould: Sobre a força de um texto”

Macbeth: ambição, sangue e fúria

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Eli Vagner Rodrigues

“A vida é uma história, contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem sentido algum.” Macbeth, Cena V do Ato V.

A “peça amaldiçoada” de Shakespeare, lançada nos cinemas em 2015, chega ao Netflix como uma opção para quem deseja revisitar a tragédia mais sangrenta do bardo de Stratford-upon-Avon.  

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Game of Thrones – Quinta Temporada: A briga pelo trono é um pormenor a ser superado

Decisiva para dizer qual será o encaminhamento da história no Mundo Conhecido a partir de agora, a quinta temporada foi marcada pela imprevisibilidade

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Créditos: HBO

Matteus Corti

Esta crítica contém spoilers!

A última temporada de Game of Thrones exibida na televisão pode ser considerada uma das mais polêmicas, apesar de uma das mais fracas nos quesitos de roteiro e direção. Os dez capítulos se arrastaram até haver alguma dinâmica de enredo lá por volta dos episódios 8, 9 e 10. Carregando cerca de 6 mortes extremamente relevantes para o Mundo Conhecido, a temporada de mostrou que, a partir de agora, os enredos da série e do livro passam a ser incomparáveis e os arcos de alguns personagens já se mostraram distantes do que foi escrito por George R.R. Martin. Continue lendo “Game of Thrones – Quinta Temporada: A briga pelo trono é um pormenor a ser superado”

Game of Thrones – Quarta Temporada: Caminhos diferentes, momentos pertinentes

Gabriel Fioravante e Tatiany Garcia

O fim da terceira temporada da série de maior sucesso do canal HBO, Game of Thrones, trouxe muitas surpresas para quem a acompanhava – os leitores da obra de George R. R. Martin, por mais que já soubessem o desenrolar da trama, ainda assim se fascinaram pela qualidade do que foi apresentado. Todo esse contexto fez com que a curiosidade pelo que vinha adiante crescesse cada vez mais entre os espectadores e colocasse um senso de responsabilidade na temporada seguinte para que ela estivesse no mesmo nível da qual a precedeu.

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Game of Thrones – Terceira Temporada: Os reinos do Caos

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Créditos: HBO

Guilherme Reis Mantovani

Este texto contém spoilers da terceira temporada de Game of Thrones.

A terceira temporada da aclamada série televisiva “Game of Thrones” dirigida por David Benioff e D. B. Weiss teve seu primeiro episódio exibido no dia 31 de março de 2013, com o compromisso de adaptar a primeira metade do enorme terceiro livro da saga, “A Tormenta de Espadas”, escrita por George R. R. Martin. Uma missão de extrema dificuldade, uma vez que a “Tormenta de Espadas” foi considerada quase que por unanimidade pela crítica especializada como a melhor obra da épica saga de fantasia “As Crônicas de Gelo e Fogo” até o momento. Continue lendo “Game of Thrones – Terceira Temporada: Os reinos do Caos”

Game of Thrones – Segunda temporada: uma história de muitos lados

Thainá Zanfolin

Game of Thrones, série de TV da HBO baseada nos livros de George R. R. Martin, foi lançada em 2011. Com uma primeira temporada que apresenta todo o universo da história e seus personagens, a série conquistou tanto os leitores dos livros quanto os apaixonados por seriados de TV. Hoje, a produção já é considerada uma das melhores feitas em anos pela HBO, além de ser incluída na lista de melhores produções de todos os tempos por alguns críticos. A segunda temporada, lançada em 1º de abril de 2012, teve tanto sucesso quanto a primeira e seus episódios foram transmitidos simultaneamente em todos os canais HBO do mundo. Essa parte da história dos reinos de Westeros é baseada no livro “A fúria dos reis”, o segundo da série “Crônicas de Gelo e Fogo”.

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O cometa vermelho surge no céu logo no primeiro episódio, após os acontecimentos da primeira temporada. Ele é interpretado de forma diferente por cada personagem da história, criando a ideia de que a história e o passado de cada canto do reino são contadas a partir de seus próprios interesses

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Game of Thrones – Primeira temporada: A beleza está no poder

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Assento dos reis de Westeros, o Trono de Ferro é um símbolo de poder e autoridade do rei. Supostamente foram utilizadas mil espadas para sua construção.

Luana Brigo

Há quase 20 anos uma das maiores sagas ficcionais tomava forma. Em 1996, o autor George R. R. Martin trouxe vida, e por que não dizer a morte, à personagens hoje tão conhecidos. O universo construído em “As Crônicas de Gelo e Fogo” se passa em Westeros, um dos quatro continentes conhecidos desse mundo, composto em sua maior parte pelos Sete Reinos. George R. R. Martin não poupa seus leitores de detalhes minuciosos, trabalhando diferentes pontos de vistas ao longo de seus cinco livros (Guerra dos Tronos, A Fúria dos Reis, A Tormenta das Espadas, O Festim dos Corvos e A Dança dos Dragões ), que compõem um total de mais de 3,6 mil páginas. A adaptação da série para TV, produzida pelo canal HBO,  teve início em 2007, tendo sua estreia em 17 de abril de 2011. Apesar da série de livros ser conhecida por “As Crônicas de Gelo e Fogo”, a série é nomeada a partir do primeiro livro da saga. Outro ponto chamativo da série são suas produções de grandes proporções, diferentes locais de filmagem, extenso elenco e seus gastos. A série teve repercussão extremamente positiva, recebendo 26 Emmy Awards até o momento.

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Do barro ao belo: Cerâmica do Japão – a geração emergente do forno tradicional japonês

JUN

Obra de Kawaguchi Jun

Vinícius Becker de Souza

Vasilhames servem para muitas coisas. Para por flores, servir sopas, beber vinho, guardar cereais, como peso de porta, como enfeite na sala e, também, como expressão artística. Vasilhames é o tema da segunda fase da exposição “Cerâmica do Japão – a geração emergente do forno tradicional japonês” que celebra a cerâmica japonesa, em cartaz até dia 20 de abril no Centro Cultural de Bauru. As obras ali expostas são a prova de que vasilhames vão muito além de suas utilidades – servem de suporte para as expressões artísticas mais diversas. Continue lendo “Do barro ao belo: Cerâmica do Japão – a geração emergente do forno tradicional japonês”