Kandinsky: As cores do gigante

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Paula F. Vermeersch, docente em História da Arte e da Arquitetura no FCT/Unesp

Exposta no ano passado no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, nos Centros Culturais do Banco do Brasil, a mostra “Kandinsky: Tudo começa num ponto” trouxe, para o público brasileiro, a primeira oportunidade de ver não só quase toda a trajetória do gigante Wassily Kandinsky (1866-1944), mas também dos artistas ucranianos, russos e alemães que circularam nas vanguardas do início do século XX, além de artefatos sacros e cotidianos, que atestam a ligação destes artistas modernos com tradições figurativas ancestrais.

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Quando as mulheres se tornam protagonistas de suas histórias

Mais necessário do que nunca, estão finalmente surgindo personagens femininas prontas para abrir discussões sobre violências .

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Danielle Cassita

Quantas vezes houveram personagens femininas liderando uma série? Poucas, possivelmente, se levarmos em conta a imensidão existente dessas produções. 

A Netflix ajudou a dar um ar mais otimista a esse quadro com Jessica Jones, heroína da Marvel. Na história, Jessica é traumatizada por um relacionamento abusivo que teve com o vilão Kilgrave, e segue seus dias tentando superar os fantasmas de seu passado e simplesmente levar uma vida mais tranquila sem depender tanto de seus poderes. Ela passa a trabalhar como investigadora em Nova York, mas os clientes que lhe aparecem logo a ligam de volta a Kilgrave. Continue lendo “Quando as mulheres se tornam protagonistas de suas histórias”

Fuller House e os bons tempos que não voltam… Será?

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Camila Ramos

Full House, ou Três é Demais, é uma série de televisão americana que começou em 1987 e teve seu fim em 1995, um total de oito temporadas. Criada por Jeff Franklin, Full House conta a história de um pai recentemente viúvo que vai viver com o cunhado e um amigo para cuidar de suas três filhas. Durante as temporadas, a série conquistou o amor de várias pessoas, juntando novos personagens e lições de convivência em família, já que a cada episódio há um problema que é solucionado pela união e amor de todos.

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Batman – O Cavaleiro das Trevas III: mais um retrato da paranoia de Frank Miller

Continuação do quadrinho clássico começa bem, mas é logo barrado pela cruzada antiterrorista do autor.

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Após uma sequência ruim de obras, Miller retorna a sua série mais conhecida. (Créditos: DC Comics)

Lucas Marques dos Santos

O primeiro Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, lançado em 1986, é um inegável marco nas histórias de quadrinhos ao situar os super-heróis em um ambiente político, de violência explicita e midiatizado. Junto com Watchmen, de Alan Moore, os quadrinhos de super-heróis começaram um movimento de conquista de um público que ia além do infanto-juvenil masculino já estabelecido. Hoje, 40 anos depois do original, O Cavaleiro das Trevas III está sendo publicado – por enquanto somente nos EUA com o título Dark Knight III: The Master Race. Entretanto muita coisa se passou e Frank Miller não é o mesmo. Continue lendo “Batman – O Cavaleiro das Trevas III: mais um retrato da paranoia de Frank Miller”

Batman Vs Superman: Uma batalha perdida

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João Pedro Fávero

Uma das adaptações mais esperadas pelos fãs de quadrinhos finalmente estreou. Quase três anos depois do seu anúncio na San Diego Comic-Con e depois de várias mudanças na sua data de estreia, “Batman Vs Superman: A Origem da Justiça” tem a missão de ser além de uma sequência para “O Homem de Aço”, uma adaptação da aclamada minissérie de quadrinhos “The Dark Knight Returns”, de Frank Miller, e o pontapé inicial para o universo cinematográfico apresentando os heróis da DC Comics. Um filme ambicioso, mas que, mesmo com as milhares de ideias que poderiam surgir para criar uma história coesa e empolgante, acaba sendo um longa-metragem desleixado e chato.

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Batman vs Superman: Uma lição de Umberto Eco sobre os mitos contemporâneos

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Eli Vagner F. Rodrigues

A estreia da semana “Batman vs Superman” consolida tanto a disputa DC vs Marvel no calendário anual dos blockbusters derivados dos quadrinhos quanto recoloca em cena dois dos mais lucrativos heróis da história do cinema. O filme, mais uma vez, vai dividir o público, não somente entre os que torcerão para o homem-morcego, herói sem poderes adquiridos, que conta apenas com sua força humana, notável inteligência e obstinação e os que torcem para o virtuoso alienígena semideus, dotado de força quase ilimitada, poderes ultra-humanos. Continue lendo “Batman vs Superman: Uma lição de Umberto Eco sobre os mitos contemporâneos”

Belchior: quarenta anos de um delírio com coisas reais

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Nilo Vieira

A ditadura militar, imposta no ano de 1964 e acabando só mais de duas décadas depois, foi um dos períodos mais sinistros da história brasileira: direitos humanos violados, inflação quebrando recordes e censura geral sobre imprensa e manifestações artísticas são alguns exemplos dos males da época – e apenas para ficar nos mais conhecidos. Entretanto, é curioso reparar que grande parte dos discos tidos como os mais representativos da cultura brasileira foram produzidos e lançados justamente nesses anos de chumbo. Continue lendo “Belchior: quarenta anos de um delírio com coisas reais”

BadBadNotGood no Nublu Festival: a nova geração do Jazz

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Matheus Fernandes

Ainda que o jazz possa parecer morto para os que não acompanham, o ritmo continua se transformando, como fez em toda sua história, das Big Bands ao Bebop, do Free Jazz e do Fusion à decadência artística (comercialmente bem-sucedida) do Smooth Jazz.

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Better Call Saul, não Walter White

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Victor Pinheiro

Se você assistiu Breaking Bad, Better Call Saul pode ser uma ótima série para você. Se não assistiu, também. O mais novo seriado de Vince Gilligan e Peter Gould, produzido pelo Netflix, conta a história do advogado corrupto Saul Goodman (Bob Odenkirk), ainda conhecido por James McGill, seis anos antes de conhecer Walter White (Bryan Criston) em Breaking Bad. No entanto, apesar de BCS, de certo modo, aproveitar-se do saudosismo e empolgação dos fãs de BrBa, a série possui sua própria identidade.

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Anomalisa: o mundo de Kaufman

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Matheus Fernandes

Há pouco mais de uma década, o roteirista Charlie Kaufman era um dos principais nomes no cinema americano, com obras autorais que fugiam do padrão hollywoodiano e abordavam temas complexos e surreais. Junto do diretor Spike Jonze, fez “Being John Malkovich”, sobre a possibilidade de entrar na mente do famoso ator, e “Adaptation”, um filme meta-referencial sobre bloqueio criativo, seguindo a herança de “8 ½”. O ponto alto de sua carreira veio em 2004, com “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, dirigido por Michel Gondry, romance de ficção científica que ocorre dentro de uma  mente humana em processo de apagamento, em uma das melhores representações do funcionamento cerebral já feitas, muito antes de “Divertida Mente” abordar o tema.

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