Há 5 anos, Era Uma Vez em… Hollywood nos envolvia em um sonho californiano

Cena de Era Uma Vez em… Hollywood. Brad Pitt segue Leonardo DiCaprio por sua garagem com dois carros ao fundo enquanto o personagem de DiCaprio gesticula com os braços abertos.
Segundo Brad Pitt, Tarantino é “tão purista que não há imagens computadorizadas em suas obras” (Foto: Sony Pictures)

Bianca Costa

Era Uma Vez em… Hollywood, a nona e mais recente obra de Quentin Tarantino, está completando cinco anos de estreia. Com dez indicações ao Oscar 2020, o longa ganhou as estatuetas douradas de Melhor Direção de Arte, assinada por Barbara Ling, e de Melhor Ator Coadjuvante para Brad Pitt. O filme é uma envolvente viagem no tempo para uma idealizada e ensolarada Califórnia na década de 1960, onde o diretor utiliza calmamente o cotidiano para expressar seu amor pela Sétima Arte, retratando um cenário que respira Cinema.

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Há 10 anos, Questão de Tempo redefiniu os rumos de uma comédia romântica através de viagens no tempo

Cena do filme questão de tempo. Na imagem está o ator Domhall Gleeson, um homem jovem, magro e de pele branca com cabelos ruivos sentado em uma mesa com um olhar de desespero. Logo atrás dele, está um casal se beijando. Um homem alto, branco de cabelos pretos e uma mulher baixa de cabelos castanhos na altura do ombro, ambos estão com casacos verdes em uma cafeteria.
Richard Curtis é o roteirista de comédias românticas famosas como Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) e Simplesmente Amor (2003) [Foto: Universal Pictures]
Henrique Marinhos

Lançado em 2013, Questão de Tempo foi um experimento muito bem-vindo. Dirigida e roteirizada por Richard Curtis, a comédia romântica, que completa uma década em 2023, explora as possibilidades e os limites das viagens no tempo, tanto como um recurso narrativo quanto uma metáfora para as escolhas e os arrependimentos da vida. O maior acerto do clássico moderno e despretensioso é não se preocupar em explicar mirabolantemente as ciências da viagem no tempo, mas usar seu espaço para relacionar a temporalidade – que quase se personifica – aos afetos dos personagens e suas relações com o mundo.

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10 anos de O Lobo de Wall Street: eis que a caça vira o caçador

Cena do filme O Lobo de Wall Street. Na imagem, Leonardo DiCaprio interpreta Jordan Belfort em um iate. Ele, um homem branco de cabelos escuros e olhos claros, veste uma camisa polo branca e calça bege com cinto preto. Em uma de suas mãos, Belfort carrega uma taça e, na outra, ostenta um relógio. A câmera o captura a partir do joelho, com o enquadramento também mostrando a bandeira dos Estados Unidos e um grande edifício ao fundo.]
The Wolf of Wall Street arrecadou mais de 400 milhões de dólares em bilheteria (Foto: Paramount Pictures)

Nathalia Tetzner

Poucos diretores sabem explorar o lado mau dos homens como Martin Scorsese e, no campo dos atores, são raros aqueles que, à la Leonardo DiCaprio, sabem se despir para viver na pele uma figura ‘8 ou 80’. Na floresta do capitalismo selvagem, O Lobo de Wall Street surge, em 2013, sem escrúpulos ou moralismo para retratar a trajetória de Jordan Belfort pelos edifícios carnívoros do distrito financeiro mais cobiçado do mundo.

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O Desmoronar da Casa dos Sonhos em Barbie

A foto é uma cena do filme Barbie. Nela, temos a atriz Margot Robbie centralizada. Ela é loira, tem olhos claros e usa um chapéu branco de cowboy, além de uma bandana rosa amarrada no pescoço e um brinco prata. Ela está com uma feição séria e uma lágrima escorre do seu olho direito. O frame possui um ângulo fechado, e só é possível ver no fundo desfocado o que aparenta ser um subúrbio.
“Graças à Barbie, todos os problemas do feminismo foram resolvidos” (Foto: Warner Bros Pictures)

Amabile Zioli e Clara Sganzerla

Desde o começo dos tempos, quando a primeira garotinha surgiu, existem bonecas. Porém, elas eram sempre, e para sempre, bebês… Até a chegada da Barbie. Feita de plástico, com cabelos loiros, cintura fina e olhos azuis, a criação de Ruth Handler mudou o inexorável destino da maternidade e expandiu os horizontes – fique tranquila, você também pode brincar de ser designer de moda, astronauta, cantora ou jogadora de futebol. 60 anos nos separam desse marco histórico e Margot Robbie embarca em Barbie para um dos maiores triunfos de sua carreira, nos mostrando que o brinquedo mais famoso do mundo tinha uma história para contar.

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Lute por sua vida, Babilônia

O filme tem como base a bíblia de fofocas dos primórdios da Sétima Arte: Hollywood Babylon (Foto: Paramount)

Ana Júlia Trevisan

Babilônia é sinônimo de grandeza. Uma das sete Maravilhas do Mundo Antigo, seus jardins também são os mais indecifráveis da história. Na alçada da Sétima Arte, Babilônia remete a um livro com suas páginas alimentadas por fofocas escandalizantes do Cinema nas décadas de 20 e 30, quando os roteiros ainda não imaginam ser preenchidos por diálogos. Bebendo da fonte dessa obra, o diretor e roteirista Damien Chazelle concebe seu mais novo trabalho, Babylon, ambientado em uma Hollywood em movimento de transição e abastecida a sexo e drogas. 

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Há 5 anos, Margot Robbie fez tudo ser sobre ela em Eu, Tonya

Cena do filme Eu, Tonya. Na imagem, a atriz Margot Robbie olha diretamente para o gelo sob os seus pés. Ela é uma mulher branca de olhos e cabelos claros. A câmera capta a protagonista de baixo para cima, com apenas os seus ombros e face aparecendo. Robbie veste um figurino de patinação no gelo preto com listras e outros detalhes em dourado. Ao fundo, o cenário é o teto de um rinque de patinação escuro.
No ano de 2022, o longa I, Tonya celebra o seu quinto aniversário (Foto: Neon)

Nathalia Tetzner

Em 1991, Tonya Harding entrou para a história da patinação no gelo ao se tornar a primeira mulher estadunidense a cravar o salto triple axel em competição. Porém, o brilho dos troféus e o estouro dos confetes logo foram apagados e silenciados. No imaginário popular, ela não está marcada pelo momento de maior glória de sua carreira, mas pelo ato hediondo cometido contra a sua principal rival dentro do rinque, Nancy Kerrigan. Há 5 anos, o diretor Craig Gillespie enxergou em Harding uma jornada de anti-herói digna de filme e, em Margot Robbie, a atriz perfeita para eternizá-la. Assim, (re)nasceu Eu, Tonya

Afiada como as lâminas dos seus patins, Tonya Harding sempre foi tida como o Patinho Feio do universo de movimentos graciosos. A sua força e músculos somente deixaram de ser um problema quando a congelaram no ar durante três rotações e meia, pela primeira vez derretendo os corações dos jurados e de sua nação, ambos extremamente contaminados pelo tradicionalismo. De certa forma, a responsável por interpretá-la mostrou ter o mesmo olhar cortante; Robbie nunca tentou quebrar a perna de outra atriz para além do desejo de boa sorte, mas em cena, carregou consigo um bastão invisível que fez tudo ser sobre ela.

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Os M’s de Maid: maternidade, machismo e meritocracia

Cena da série Maid, na imagem Alex e Maddy passeiam por uma floresta. A mãe branca e de cabelo preto veste um colete de tom roxo escuro por cima de uma blusa de manga comprida no tom azul escuro. Ela também usa um gorro azul enquanto carrega a sua filha no ombro. A criança tem a pele branca e o cabelo loiro, ela veste uma jaqueta cinza com estampa infantil acompanhada de um suéter amarelo mostarda
Em entrevista, Margaret Qualley falou sobre como foi importante passar tempo com Riley além do momento das gravações, para que conseguissem capturar uma essência mais autêntica como mãe e filha (Foto: Netflix)

Nathalia Tetzner e Thuani Barbosa

Retratando um cenário particular que reflete as diferentes realidades da maternidade, Maid exibe com fidelidade o machismo e a falta de oportunidade vivenciada por mães que sofrem com algum tipo de violência. A minissérie original da Netflix estreou arrebatando emoções e nos obrigando a preparar os lencinhos. Jovem, Alex (Margaret Qualley) larga os estudos e o sonho de ser escritora para cuidar da filha Maddy (Rylea Nevaeh Whittet), mal sabendo que no futuro, o conjunto de registros realizados durante o seu trabalho como faxineira a salvariam. 

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O Esquadrão Suicida atira primeiro e pergunta depois

Cena do filme O Esquadrão Suicida exibe várias pessoas paradas no meio da selva. O homem no canto direito veste uma camiseta vermelha e azul colada ao corpo, bastante chamativa, usa uma calça branca e um capacete prateado na cabeça. À esquerda, há um homem negro com cabelo muito curto vestindo uma armadura, um tubarão humanoide e uma mulher branca também protegida por uma armadura e com uma máscara de gás na cabeça. Além disso, vemos uma mulher branca, com cabelo preto longo e preso, vestindo uma regata verde-musgo. Atrás dela, dois homens negros observam, como se vissem algo fora do comum. Por último, vemos um homem branco musculoso e com uma tatuagem no braço esquerdo. Ele tem cabelo curto e usa uma camiseta amarela, estampada com o desenho de um coelho segurando uma placa.
O Esquadrão Suicida foi lançado simultaneamente nos cinemas e no HBO Max nos Estados Unidos (Foto: Warner Bros Pictures)

Caio Machado

O primeiro Esquadrão Suicida foi lançado em 2016, ainda numa tentativa de construir um universo cinematográfico dos personagens da DC Comics para rivalizar com a Marvel. O filme dirigido por David Ayer foi um sucesso de bilheteria, mas um fracasso de crítica. Em 2018, o diretor James Gunn, conhecido pelos dois Guardiões da Galáxia, foi contratado pela Warner para fazer um novo filme do grupo de supervilões, com liberdade criativa para tomar rumos diferentes da obra de Ayer. Na época, a contratação ocorreu depois da Disney ter demitido Gunn da direção de Guardiões da Galáxia Vol. 3 devido à polêmica envolvendo tweets antigos do cineasta que faziam piadas de mau gosto envolvendo estupro e pedofilia. Em 2019, Gunn foi recontratado pela Disney, mas o diretor já estava envolvido na produção de O Esquadrão Suicida.

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Bela Vingança incomoda e você sabe o porquê

Cena do filme Bela Vingança. A foto tem um formato retangular com cores fortes e quentes e iluminação baixa. A cena é em um ambiente interno. Ao fundo, no canto superior, ocupando parte da foto, temos um espelho que reflete imagens de uma boate, com alguns elementos de brilho e reflexos de algumas pessoas. A esquerda, em desfoque, um homem de idade mediana e cabelos curtos escuros veste uma camisa branca de manga longa acompanhada de um terno social da cor cinza. Logo ao centro, com um foco de luz, a personagem Cassie, de trinta e cinco anos, com os cabelos loiros claros presos em coque e uma franja solta, veste uma camisa social branca de mangas longas, um terno e saia femininos da cor cinza escuro acompanhados de um salto alto preto. A personagem está sentada em um sofá de couro vermelho que se estende por toda a foto e apresenta um semblante exaustivo.
O chute nas bolas de Hollywood foi tão bem dado por Emerald Fennell que conquistou 5 indicações ao Oscar 2021 (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

“A culpa não é minha se ela bebeu demais. A mulher tem que se dar ao respeito, se garantir. Aí, se acontece alguma coisa, vem reclamar. Ela foi até para casa comigo, vai dizer que não queria? Se arrependeu? Assim é fácil… fazem de tudo para acabar com a vida de caras como eu. Eu sou um menino do bem. Um cara legal. Tenho mãe, sabe. Óbvio que respeito as mulheres. Ela queria, eu tô te falando. Aquele ‘para, por favor’ foi só para pagar de difícil”. Familiar, não é? Você sabe que já ouviu isso

A sensação é de impotência. É de ira. Um poço grande e fundo até a boca de solidão. Alguém aí para escutar nossa versão? Ficar do nosso lado? Bela Vingança sim. O primeiro filme dirigido pela britânica Emerald Fennell, também atriz (The Crown) e roteirista (Killing Eve), é uma resposta doce ao sexismo e a cultura do estupro, que abraçam e protegem a frágil figura masculina. Doce, sim, mas com ressalvas. A personagem de Carey Mulligan, a mais pop da temporada de premiações, está atolada até a cabeça de amargura e apatia, traumatizada pelos desdobramentos de um estupro, assistido e aplaudido, que sua amiga Nina sofreu.

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Arlequina e as Aves de Rapina em: o feminismo liberal

Como a luta das mulheres mascara o caráter mercadológico das produções

O colorido mosaico de Aves de Rapina explode em tela a loucura e extravagância de suas personagens (Foto: Warner Bros.) 

Julia Paes de Arruda

Empresas como Avon, O Boticário e Marisa têm as mulheres como seu público-alvo. Recentemente, elas vêm integrando o movimento feminista aos seus produtos. O exemplo clássico é a adesão de um girlpower nas camisetas. Porém, isso não fica restrito à beleza e vestuário. O Cinema também acompanha essa onda. Não é à toa que Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, a nova produção da DC Studios, ganhou esse título. 

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