Cuidado! Rock escorregadio e Bon Jovi malicioso: 36 anos de Slippery When Wet

Imagem da arte de capa do disco Slippery When Wet do Bon Jovi. A arte consiste na fotografia de um saco de lixo preto molhado em que o título do álbum pode ser lido. Na parte superior, em letras vermelhas com bordas brancas está o nome da banda de rock.
Lançado no ano anterior, Slippery When Wet foi o disco mais vendido de 1987 (Foto: Mark Weiss)

Nathalia Tetzner

O ano era 1986 e Bon Jovi se deixava escorregar por lugares ainda não explorados com Slippery When Wet, o terceiro projeto em estúdio da banda. Marcadas pela sonoridade do hard rock, as 10 faixas transitam com malícia pela euforia e provocam a sensação de congelar o tempo, atos que explicam as 12 milhões de cópias certificadas pela Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA) e a presença na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall Of Fame. Em 2022, 36 anos desde o seu lançamento, o disco prova a sua atemporalidade com as composições que se tornaram clássicas.

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Tell Me That It’s Over: de volta ao indie rock californiano, Wallows propõem um ensaio sobre as desilusões amorosas

Capa do CD Tell Me That It’s Over. Fotografia centralizada dentro de um quadrado com o fundo amarelo claro. Na imagem estão os três integrantes da banda em cima do telhado de uma casa. Dylan está sentado à esquerda, é um homem branco, jovem, de cabelo preto e curto, está vestindo uma calça marrom e um suéter listrado por cima de uma camiseta toda branca . Braeden está em pé no meio, é um homem branco, jovem, de cabelos pretos, está vestindo uma calça bege clara e um suéter preto de manga longa . Cole está sentado à direita, é um homem branco, jovem, de cabelos pretos mais longos e ondulados, está usando uma calça jeans escura, um suéter preto de manga longa e uma blusa vermelha por baixo do suéter. Atrás deles há árvores e um céu azul um pouco estourado devido ao efeito do flash na fotografia. Na parte superior pode-se ler “Wallows”. Na parte inferior pode-se ler “Tell Me That It’s Over”
A Wallows trouxe para referências de artistas como The Beatles, Arcade Fire e Vampire Weekend (Foto: Atlantic Records)

Isabella Lima

A maneira como lidamos com os sentimentos desencadeados pelo fim de um relacionamento diz muito sobre a nossa capacidade de adaptação. Muitas vezes, temos de lutar contra o desejo constante de voltar desesperadamente para alguém que não faz mais sentido manter ao redor. Mesmo estando cientes disso, ainda amamos aquela perigosa ideia de estar perto de algo familiar. Agora junte isso com momentos de epifania, com uma vontade de gritar para o mundo ‘quando esses sentimentos vão acabar?’, riffs de guitarra e o melhor do indie rock. Dessa combinação, temos  os elementos principais do álbum Tell Me That It’s Over, o novo trabalho da banda californiana Wallows. 

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Noturno é a luz, a penumbra e a sombra dos trajetos humanos

Fotografia retangular horizontal de Maria Bethânia. Ao fundo, vemos um ambiente escuro. Maria Bethânia ocupa quase toda a imagem. Ela é uma mulher de cabelos soltos e grisalhos, está sentada, veste roupas principalmente douradas, traz uma pena avermelhada sobre o peito, olha para frente e pendura a mão esquerda sobre o braço de uma poltrona feita aparentemente de madeira.
Dificilmente, um texto estará à altura de Maria Bethânia, mas falar da Abelha Rainha será sempre uma necessidade legítima (Foto: Jorge Bispo)

Eduardo Rota Hilário

Não há ser humano no mundo capaz de trilhar um caminho feito todo de luz. Justamente por sermos humanos, a complexidade nos acompanha dia após dia, guiando-nos sempre diante das surpresas e mistérios da vida. Partindo dessa lógica, nossa existência se faz um eterno e heterogêneo jogo de luzes, penumbras e sombras. Nossa Arte, por sua vez, apenas reflete essa humanidade multifacetada, criando possibilidades e universos únicos, por vezes até mais atraentes do que aquilo que, por convenção, resolvemos chamar de ‘realidade’. De todas essas questões, especificamente da última, Maria Bethânia entende bem.            

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Billie Eilish nos deixou mais felizes do que nunca

Capa do álbum Happier Than Ever. Nela, a cantora Billie Eilish está com os braços ao redor do seu corpo e o olhar voltado para cima, o fundo possui tom creme. Billie é uma jovem branca, loira, de cabelos lisos e compridos, ela veste uma blusa branca de mangas compridas, e está com os ombros aparentes. No seu rosto, lágrimas escorrem em suas bochechas. Ao lado direito, um pouco acima de sua cabeça, está escrito Happier Than Ever em letra cursiva branca.
Não surpreendendo ninguém, Billie Eilish vem com força no Grammy 2022, com 7 indicações ao todo (Foto: Darkroom)

Vitória Silva

O céu não é o limite para Billie Eilish. Aos 20 anos, a jovem californiana já coleciona 7 gramofones dourados, incluindo o da almejada categoria de Álbum do Ano, por seu disco de estreia. Mais recentemente, ainda celebrou um prêmio da Academia para a sua prateleira, sendo a primeira artista nascida nos anos 2000 a conseguir esse feito. No show business desde 2016, tudo que Billie Eilish Pirate Baird O’Connell toca vira ouro – e não é nem brincadeira. Sua grande máquina de sucessos, movimentada em conjunto com seu irmão FINNEAS, foi a responsável por lhe render a aclamação de WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?. 

Após percorrer o lado mais sombrio de seus próprios pensamentos e sonhos perturbadores, Billie finalmente aterrissa em terra firme. Se emancipando dos delírios da juventude e a pose irreverente da adolescência, a cantora de fato assimilou a entrada da vida adulta em Happier Than Ever. E o ponto de partida do novo disco já apresenta essa comprovação: “Estou ficando mais velha, acho que estou bem/Gostaria que alguém tivesse me dito que estaria fazendo isso sozinha”

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Shockwave: Marshmello está inerte em uma euforia viciante

Foto da capa do álbum Shockwave do DJ Marshmello. Na imagem, seu capacete branco de marshmallow está no centro, com os desenhos de olhos em formato de x e sorriso pintados em um roxo brilhante. Líquido branco está pulando detrás do capacete, respingando por todo o quadrado da imagem. No canto superior direito está escrito “Parental Advisory Explicit Content” em letras brancas claras.
O DJ americano vai ao Grammy 2022 com Shockwave indicado à Melhor Álbum Dance/Eletrônico (Foto: Joytime Collective)

Nathália Mendes

Shockwave é o primeiro álbum em que Marshmello cria uma concepção do começo ao fim. Depois da série de edições Joytime I, II e III,  Chris Comstock construiu uma obra para trabalhar sua identidade e contrariar quem superestima seu sucesso. O DJ de fato mostrou o entusiasmo frenético de sua essência, junto da habilidade em conversar com mais de um gênero eletrônico e estilo musical. Mas, seu disco indicado ao Grammy 2022 também está preso em um ciclo imutável de euforia – e isso é, na verdade, uma boa característica. 

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Quem sintoniza na rádio 103.5 Dawn FM aproveita a passagem pelo purgatório ao lado do vovô The Weeknd

Capa do álbum Dawn FM de The Weeknd. O cantor de pele negra e olhos escuros aparece envelhecido enquanto olha profundamente para a lente da câmera. O seu cabelo e barba grisalhos se destacam no fundo preto, em que uma luz fraca parece o iluminar por trás.
Viciado em surpreender o público com as artes de seus álbuns, a versão envelhecida de The Weeknd estampa a capa do Dawn FM (Foto: Matilda Finn)

Nathalia Tetzner

Depois de uma noite muito louca em Las Vegas, onde arrebentou o rosto e apareceu enfaixado após cirurgias plásticas que o desfiguraram, The Weeknd está de volta com uma nova face. De narrativas fictícias elaboradas para os seus projetos, ele já mostrou que entende. Mais uma vez, não foi só a sua caracterização que sofreu uma grande mudança, mas a sua sonoridade também. O seu quinto álbum de estúdio, Dawn FM (2022), transmite uma estação de rádio EDM no purgatório.

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Inesgotáveis são os dramas que conduzem as seis décadas de Tangos

Capa do álbum Tangos. Fotografia quadrada, com fundo bege. No canto superior esquerdo, vemos o brasão do selo Imperial, formado pelo título Imperial, um fundo preto, um pássaro e uma coroa. No lado direito da parte superior, lemos Dalva de Oliveira em letras azuis. Abaixo, lemos Tangos em letras cor-de-rosa. Ainda mais embaixo, lemos Francisco Canaro em letras pretas. A letra G, de Tangos, tem uma seta voltada para a esquerda, apontando para o nome de Canaro. Mais ou menos no centro, vemos uma fotografia da cantora Dalva de Oliveira. Trata-se de um retrato oval, com uma espécie de filtro cor-de-laranja. Dalva tem cabelos curtos, sorri e está com a mão esquerda próxima do pescoço. Ao lado de seu retrato, lemos, em letras pretas, a lista de faixas pertencentes ao álbum Tangos.
Assim como o Jubileu de Prata, Tangos completa 60 anos em 2021 (Foto: EMI Music Brasil)

Eduardo Rota Hilário

Se um segmento popular da Música brasileira é rotulado em consenso, hoje em dia, como sofrência, isso é sinal de que o público mais novo desconhece totalmente os tangos outrora gravados – e dramatizados – por Dalva de Oliveira. Brincadeiras à parte, em 1961, mesmo ano em que lançaria seu Jubileu de Prata, a grande estrela do rádio investigava magistralmente alguns dramas humanos, principalmente os passionais, reunindo-os de forma bastante coesa em outro daqueles seus álbuns mais memoráveis de toda a carreira: o quase teatral Tangos. Esta abertura, por sinal, pode até parecer exagerada, mas uma única reprodução do mencionado LP consegue comprovar nítida e facilmente o contrário.      

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Com Savage, Aespa se consagram as maiores da 4ª geração do K-Pop

Capa variante do álbum Savage, do grupo aespa. Na imagem, o quarteto aespa em pé. O ângulo da imagem está ajustado de modo que as vemos de baixo para cima. Da esquerda para a direita estão: Giselle, usando uma macacão azul marinho com tons de azul mais claro, cabelo preso, usando anéis, com as unhas grandes e pintadas de azul e botas acopladas ao macacão; Karina, também de cabelo preso, usando um macacão preto com cordas enroladas no braço direito, usando uma pulseira e a unha pintada de branco, suas botas vão até o joelho com detalhes em branco parecido com teias de aranha; Winter, com um macacão preto e detalhes amarelos, usando anéis, unhas pintadas de preto, meia calça e bota preta até o joelho; NingNing, com um top de manga longa preta e detalhes verdes, shorts curto preto com detalhes verdes, e uma bota preta até o joelho com detalhes em pelos preto, verde e branco, o cabelo está amarrado. Com exceção de NingNing que está ruiva, todas estão com cabelo preto. O fundo é branco e acima da cabeça das integrantes está o nome do álbum, ‘Savage’, em cinza e detalhes metálicos, centralizado. Abaixo, o nome do grupo em fonte branca e as informações do primeiro álbum.
Com uma produção caprichada, Aespa entrega em novo álbum uma narrativa futurista (Foto: SM Entertainment)

Giovanne Ramos

Para quem não está habituado com as gerações do K-Pop, aqui vai uma rápida aula. A primeira lição é: não há consenso entre os recortes entre as gerações do ritmo, mas elas realmente existem. Esse bloco temporal foi construído analisando o perfil sociocultural, visual, conceitual e, principalmente, o estilo musical de grupos em determinados períodos. Popularmente, é dito que existam 4 gerações, sendo a primeira delas a que fundou o gênero e a última a mais instável e de difícil definição, mas certamente é na qual Aespa está localizada e ditando as tendências com o seu mini-álbum de estreia, Savage.

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Nota Musical – Novembro de 2021

Arte retangular na cor vermelha. Do lado direito está a caixa de um CD, este decorado por uma foto de quatro artistas: Adele, Summer Walker, Manu Gavassi e Marília Mendonça. Já ao lado esquerdo, está escrito em branco na área superior “nota musical” ao centro o logo do persona, um olho com a íris na mesma cor do fundo, e logo abaixo o texto em preto “novembro de 2021”
Destaques do mês de novembro: Adele, Summer Walker, Manu Gavassi e Marília Mendonça (Foto: Reprodução/Arte: Nathália Mendes/Texto de Abertura: João Batista Signorelli)

A gente piscou, 2021 passou, e o fim do ano chegou. Mas antes de cantar hinos natalinos e adentrar no ano da mais aguardada e temida eleição da história do país, o Persona processa o mês de novembro, marcado pela já tradicional alta da inflação, pela pertinente reflexão sobre o racismo despertada pelo Dia da Consciência Negra, e pela discussão em busca de encontrar formas de combater as mudanças climáticas na COP-26. Não podemos deixar de notar também o ressurgimento dos cinemas, que voltam em peso com os lançamentos de Eternos, Marighella e Encanto. 

Para o mundo da Música, o mês começou com o gosto amargo de duas terríveis tragédias. A primeira foi o acidente aéreo no dia 5 de novembro, que levou a vida da mulher que revolucionou a Música Sertaneja. Marília Mendonça será sempre lembrada por abrir as portas para as mulheres dentro do gênero musical, fundando o movimento batizado de Feminejo, e conquistando milhões de brasileiros. Da Rainha da Sofrência, jamais seremos capazes de esquecer

Ainda no mesmo dia, um tumulto durante um show de Travis Scott realizado em Houston, no Texas, causou 10 mortes, dentre as quais a de um menino de 9 anos, além de várias outras vítimas terem sido hospitalizadas. O rapper, que já tinha um histórico de incentivar tumultos em seus shows, e a organização do festival são alvo de dezenas de processos que já somam bilhões de dólares, e a situação pareceu ainda mais indigesta com o lançamento de ESCAPE PLAN no mesmo dia da tragédia, uma canção que parece estranhamente falar sobre o caos que ele ajudou a criar. 

Outro destaque musical de novembro foi, claro, a divulgação da lista de indicados ao Grammy 2022, que fez Olivia Rodrigo ter seu nome nas 4 categorias principais, e Jay-Z tornar-se o artista mais indicado na história da premiação, com 83 nomeações. Mas quem se sobressaiu este ano foi Jon Batiste, que depois de vencer o Oscar pela trilha sonora de Soul, ficou à frente de nomes como Justin Bieber, H.E.R. e Doja Cat ao acumular indicações em 11 categorias. Billie Eilish, Kanye West e Lil Nas X também se destacaram, enquanto Lana Del Rey, Miley Cyrus e Lorde ficaram de fora.

Com um olho no Grammy 2022 e outro no de 2023, o último mês também trouxe um primoroso trabalho que já tem grandes chances de se destacar entre as obras que serão indicadas no ano que vem. Estamos falando de 30, o quarto álbum de estúdio de Adele, que após 6 anos de espera, finalmente volta para mais uma vez emocionar nossos corações. E se pouco mais de meia década pareceu muito tempo, imagina os 40 anos que separavam o disco anterior do ABBA de Voyage? O álbum marca o retorno do quarteto sueco, dando fim a um dos mais longos hiatos da história da Música. 

O retorno das vozes por trás de Dancing Queen e Waterloo não foi o único destaque de artistas da velha guarda no último mês. A Rainha da Voz Dalva de Oliveira e o camaleão do rock David Bowie também foram relembrados, através dos lançamentos póstumos de Rio Claro Diva e Toy. Além desses, outros artistas mais recentes resolveram revisitar sua carreira com relançamentos e compilações, reunindo materiais antigos já conhecidos com faixas inéditas, como é o caso de Radiohead, Little Mix e The Wanted.

Como se as 27 faixas e quase duas horas de Donda não fossem suficientes, Kanye West volta agora com a versão Deluxe, ainda mais extensa. Mas quem vai realmente ficar pra história ao retrabalhar sua obra é Taylor Swift, que vem realizando uma série de regravações de seus primeiros trabalhos com o objetivo de recuperar os direitos sobre as canções, e quebrou o recorde de canção mais longa a atingir o primeiro lugar do Hot 100 da Billboard, com a versão de 10 minutos de All Too Well.

E por falar em recordes, outro nome que aparece nas conquistas do mês é Summer Walker, que vem chamando a atenção na cena do R&B. A cantora, com seu disco STILL OVER IT, tornou-se a segunda artista feminina a ter 18 canções simultaneamente na mesma lista da Billboard, alcançando a própria Taylor Swift com seu Red (Taylor’s Version).

Outro destaque do gênero foi o disco do supergrupo Silk Sonic, que reúne Bruno Mars e Anderson .Paak. Enquanto isso, FKA twigs canta para o lançamento do próximo filme da série Kingsman, em uma parceria com o rapper londrino Central Lee, e Beyoncé para o filme King Richard com Be Alive, que pode lhe render uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original no próximo ano. Ainda no mundo do pop, Avril Lavigne volta às suas raízes do pop punk em Bite Me, e Christina Aguilera ofusca as polêmicas recentes com seu novo single Somos Nada, em que volta a cantar em espanhol.

FLETCHER se junta a Hayley Kiyoko, enquanto Charli XCX se alia a Christine and the Queens e Caroline Polachek em duas parcerias chamativas da Música pop. Paralelamente, The Weeknd disputa com Post Malone quem dois dois sofre mais por amor em One Right Now, e brilha ao lado de ROSALÍA em mais uma colaboração bem-sucedida com a espanhola. Explorando a faceta mais indie do pop, Foxes prepara o terreno para o seu novo álbum com um clima de festa-em-casa, a dinamarquesa MØ faz o mesmo com Brad Pitt / Goosebumps, e Gracie Abrams é sincera sobre seus sentimentos em seu disco de estreia, This Is What It Feels Like

Ainda no indie, vimos os sentimentos dilacerantes de Snail Mail, e Mitski fugindo do indie rock, abraçando uma instrumentação oitentista para falar de um amor trágico. Mas quem não vai abandonar o rock é a banda IDLES, que esmaga novamente em um trabalho mais pessoal e denso. Para fechar os artistas internacionais, Aminé traz seu rap com toques de hyperpop, e dois lançamentos ao vivo chamam a atenção: a insanidade de black midi em Live-Cade, e as reinvenções de Twenty One Pilots em Scaled and Icy (Livestream Version).

Pulando do exterior para o território nacional, o pop dominou os lançamentos do último mês, com singles de várias das grandes divas do país: IZA e Pabllo Vittar abraçam a estética futurista cyberpunk em Sem Filtro e Number One. Se estiver buscando uma sonoridade um pouco mais experimental, a produtora e agora cantora BADSISTA chega detonando com seu disco Gueto Elegance, cheio de colaborações de peso e ritmos hipnotizantes.

Manu Gavassi segue os passos de Taylor Swift e Billie Eilish, lançando seu novo disco acompanhado de um filme no Disney+. GRACINHA teve ainda participações especiais de Tim Bernardes, Amaro Freitas, Alice et Moi, dentre outros. E o que não faltou foram parcerias de peso entre os lançamentos nacionais: Lagum se juntou a Emicida e Josyara formou um supergrupo com Anná, Obinrin Trio e Sara Donato. 

Depois de cancelar nossa felicidade, a banda Fresno vai ter que se virar indo além do estilo de seu eterno rótulo, enquanto Tiago Iorc volta para falar mais dele mesmo do que sobre Masculinidade. Tivemos também singles de Ana Gabriela e Jade Baraldo, além dos videoclipes de Sandra Pêra e Ney Matogrosso, que vasculharam o armário para resgatar aquela Velha Roupa Colorida, e de Marina Sena, grande revelação do pop nacional do ano, e que dá agora um tratamento audiovisual para o seu hit Por Supuesto

Se encaminhando para o final do ano, a indústria da Música já vai assentando o seu número de lançamentos, mas nem por isso o Persona deixou de mergulhar fundo em tudo que rolou para apresentar o que o mês trouxe de mais significativo. Bem vindo à décima primeira edição do Nota Musical, onde a Editoria do Persona, em conjunto com os colaboradores, traz o que, por bem ou por mal, bombou no mundo da Música em Novembro de 2021, somado ao que pode ter passado despercebido, mas que com certeza merece uma atenção especial.

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30: o amor é um jogo e parece que Adele finalmente aprendeu a jogar

Capa do álbum 30, de Adele. Essa é uma foto quadrada. À esquerda da foto é apresentado um close-up do perfil da cantora britânica Adele que toma toda a superfície da imagem. Ela é uma mulher de idade mediana, branca, de cabelos longos e loiros e seus olhos são verde claro. Ao fundo, temos uma visão embaçada com as cores azul escuro e preto. A cantora possui um semblante neutro, sem expressões faciais.
Capa de 30, o quarto álbum da cantora inglesa Adele Laurie Blue Adkins (Foto: XL Recordings)

Vinícius Santos

Muito bem, então, estou pronta. assim Adele termina a primeira música do seu novo álbum, 30. Acontece que, além dela, ninguém mais estava preparado para o que viria por aí. Lançado no dia 19 de novembro de 2021, este é o quarto CD da carreira da cantora britânica desde sua estreia em 2008 com o 19. Aclamado pelos críticos, Adele contou à Vogue, em outubro, que a obra era sua maneira de explicar seu divórcio ao filho e estava muito perto de seu coração, dizendo que ela “não estava desistindo deste”.

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