In Treatment: você precisa de terapia, e a Uzo Aduba também

A imagem é uma cena da série In Treatment. Na imagem, Uzo Aduba, que interpreta Brooke Taylor, está atrás de uma porta de vidro, em que é possível ver reflexos de luzes da cidade. Brooke é uma mulher negra, de cabelos pretos, lisos e acima dos ombros; ela veste uma blusa preta e um kimono estampado. É possível ver dos seus seios para cima.
Produzida pela HBO e indicada ao Emmy 2021, a quarta temporada de In Treatment é um reboot da própria série, após um hiatus de mais de 10 anos (Foto: HBO)

Vitória Silva

Uzo Aduba é maior do que podemos imaginar. Nascida no dia 10 de fevereiro de 1981, em Boston, Uzoamaka Nwaneka Aduba é filha de imigrantes nigerianos. Criada em Medfield, ela se formou na Medfield High School, em 1999. Apesar de ter crescido com o sonho de se tornar advogada, seus rumos começaram a mudar quando uma professora a incentivou a cantar mais, e, após performar I Will Always Love You em uma audição, Aduba passou a considerar um futuro mais artístico. Assim veio sua formação em canto lírico, pela Boston University. 

Aos 21 anos de idade, em 2003, a norte-americana subiu de vez aos palcos teatrais. Dois anos depois, ela debutou no meio cinematográfico, pelo curta-metragem Notes. Mas a carreira de Uzo Aduba iria, de fato, se iniciar para o grande público apenas em 2013, ao dar vida à personagem Crazy Eyes, em uma das primeiras produções originais da Netflix, Orange is the New Black. Ao interpretar a divertida e complicada Suzanne, Uzo cravou seu nome em Hollywood, conseguindo se destacar em meio ao conturbado presídio de Litchfield. A concretização de seu sucesso viria com sua primeira indicação e vitória no Emmy Awards, como Melhor Atriz Convidada em Série de Comédia. 

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Shameless: essa família é muito unida e também muito ouriçada

William H. Macy é o único ator de Shameless nomeado no Emmy 2021 (Foto: Showtime)

Ana Júlia Trevisan

Não vamos mais contar o que rolou semana passada” “Acabou”, “Não vai rolar”, “É um insulto”: dessa maneira se encerra o ciclo de onze anos da série que recepcionava com um atrativo recap e finalizava seus episódios com uma cena pós-créditos nível Marvel. Shameless é uma comédia com todos os modos de um bom drama. A produção gira em torno dos Gallagher: uma família disfuncional de seis irmãos, onde a mãe tem bipolaridade e abandonou o lar e o pai é um bêbado, drogado e negligente. Assim como grandes séries vide The Office e Skins, Shameless é um remake americano da série britânica de mesmo nome.

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The Handmaid’s Tale finalmente reduz seus bastardos a cinzas

Imagem retangular é uma cena da série The Handmaid 's Tale. Centralizada na parte de baixo vemos Elisabeth Moss, uma mulher branca, jovem, loira de cabelos curtos até a altura do ombro. A imagem está afastada e vemos ela um pouco menor, sentada sobre uma bancada branca que cruza o canto inferior da imagem. Ela usa uma blazer preto sobre um vestido curto preto, e possui as mãos sobre as pernas. Atrás há um tablado de madeira mais clara.
Das 21 indicações de The Handmaid’s Tale ao Emmy 2021, 10 reconheceram a atuação do elenco (Foto: Hulu)

Caroline Campos

Foram 42 episódios. 42 longos, dolorosos e excruciantes episódios distribuídos em quatro longas, dolorosas e excruciantes temporadas para June Osborne dar o primeiro passo oficialmente fora de Gilead. Depois de rastejar até o seu quarto ano, já era hora de The Handmaid’s Tale tomar coragem e assumir uma nova perspectiva fora do pesadelo autoritário do país que um dia foi os Estados Unidos. No entanto, quando se trata de O Conto da Aia, até a tão sonhada liberdade é capaz de deixar um gosto amargo na boca.

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The Underground Railroad circunscreve o cruzamento entre o bruto e o sensível

Cena da minissérie The Underground Railroad. A cena mostra dois jovens negros agachados e encostados um no outro. Cora é uma mulher, de cabelo preso num coque e Caesar é um homem de olhos claros, barba e cabelos pretos e veste roupas marrons.
Disputando em 2 importantes categorias na noite principal do Emmy 2021, The Underground Railroad merecia muito mais (Foto: Amazon Prime Video)

Vitor Evangelista

Quando um premiado cineasta decide migrar para as telinhas, é sinal de que sua Arte está em expansão. Não apenas no escopo narrativo, já que a TV abre espaço para histórias volumosas e intrincadas, mas também no campo da linguagem, considerando também que o formato seriado testa limites, que vão desde a criação de personagens e ritmo até sua inevitável conclusão. Por isso, o deleite de assistir Barry Jenkins anunciar seu envolvimento em The Underground Railroad apenas premeditou aquele que seria o trabalho mais coerente, sufocante e crucial de 2021.

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Não há espaço para heróis em Mare of Easttown

A imagem é uma cena da série Mare of Easttown. Nela, Kate Winslet, que interpreta Mare, está sentada na cozinha colocando queijo cheddar em um biscoito. Mare é uma mulher branca, de cabelos loiros presos em um coque baixo, ela veste uma camisa xadrez.
Mare of Easttown foi indicada em 16 categorias no Emmy 2021, e é um dos principais nomes cotados para dar o xeque-mate em O Gambito da Rainha na disputa pela estatueta de Série Limitada (Foto: HBO)

Vitória Silva

Não há isca melhor para prender o telespectador do que uma boa história de suspense. Crie uma morte inesperada e um núcleo de possíveis suspeitos, ainda por cima, ambiente-a em uma cidade interiorana pequena. Pronto, tem aí a fórmula perfeita para causar um burburinho necessário. Mas não o suficiente para, de fato, ter uma narrativa interessante, em meio a tantas outras que utilizam os mesmos ingredientes, e muitas que acabam se perdendo

Mare of Easttown se apoia no gênero para criar sua trama. Ambientada na pequena cidade da Pensilvânia presente no título da série, a obra acompanha Mare Sheehan (Kate Winslet), uma policial durona de meia-idade, que se ocupa diariamente com a solução de diversos crimes que atingem a população local. Entre ter que resolver pequenos problemas de demais habitantes, como a implicância da senhora Carroll (Phyllis Somerville) com seu vizinho delinquente, a detetive também lida com a investigação do desaparecimento da jovem Katie Bailey (Caitlin Houlahan), caso até então não solucionado.

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This Is Us é maior que nós

A uma temporada de se despedir da TV, This Is Us alcançou três indicações nas categorias principais do Emmy 2021 (Foto: NBC)

Raquel Dutra

Ao longo de quatro anos, This Is Us se encarregou de retratar as dores e delícias da vida a partir de crônicas da família Pearson. Com seus personagens profundos e reais, explorados numa história livre e sem amarras, a produção da NBC criou seu maior encanto em sua humanidade radical e melodramática, que gerava fortes relações com seu público ao passo em que criava as mais diversas catarses dentro e fora da tela. Alcançando o clamor da crítica e do público com sua fórmula completamente singular, This Is Us não escapou de viver, como qualquer outra narrativa seriada, seus altos e baixos, e com sua bagagem, chegou ao seu quinto e penúltimo ano. 

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Hacks: quanto vale entrar para a História?

Indicada a Melhor Série de Comédia, Hacks vai bater na trave da primorosa Ted Lasso (Foto: HBO Max)

Ana Júlia Trevisan

Deborah Vance é uma comediante de quase 70 anos, pioneira do gênero no stand-up e com shows intocáveis em um grande cassino nas noites de Las Vegas. Suas piadas beiram a autodepreciação, escancarando o machismo e a misoginia por trás da comédia. Ava Daniels é uma jovem, roteirista, recém-cancelada e desempregada. Os sonhos de Ava em Los Angeles vão por água abaixo após um tweet de teor homofóbico envolvendo o filho de um senador. Já Deborah tem seu show fixo em um cassino de Las Vegas finalizado, contra sua vontade, após 2500 apresentações.

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Na segunda temporada, a amizade de Pen15 vai além da vergonha alheia

Cena da série Pen15. Em um corredor de escola, do lado esquerdo da imagem, vemos a personagem Anna, uma mulher branca, de cabelos loiros, lisos e longos, vestindo uma blusa com listras em tons de azul, verde e bege, com uma mochila pendurada nas costas e usando um colar com metade de um coração. Ao lado dela, do lado direito da imagem, vemos a personagem Maya, uma mulher amarela, com cabelos castanhos lisos acima do ombro, vestindo uma camiseta marrom e usando um colar com metade de um coração, com a boca aberta, como se gritasse.
Indicada em três categorias no Emmy 2021, Pen15, do Hulu, está disponível no Brasil no Paramount+ (Foto: Hulu)

Vitória Lopes Gomez 

Antes mesmo da internet implicar com os ‘cringes’, Pen15 já abusava da vergonha alheia. Na série escrita e estrelada pelas atrizes Maya Erskine e Anna Konkle, as duas mulheres voltam à pior fase da vida, a pré-adolescência, para reviverem todos os terrores, estranhezas e também os prazeres de se ter 13 anos. Só tem um pequeno detalhe: as intérpretes das adolescentes, na verdade, já estão na casa dos 30.

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Girls5eva: nem todo mundo pode surfar na onda dos comebacks

Cena da série Girls5eva. Ambiente interno com iluminação artificial onde quatro personagens estão centralizadas olhando para a frente com expressões de espanto. Summer é uma mulher de cabelos loiros longos, ondulados e soltos. Ela está de mãos dadas com Wickie, uma mulher negra de cabelos pretos e cacheados, presos em um rabo de cavalo alto, ela está com a mão repousada no ombro esquerdo de Dawn. Dawn é uma mulher branca de cabelos castanhos na altura dos ombros, ela está usando um boné para trás na cor roxa e ao seu lado esquerdo está Glória, uma mulher de meia idade, branca de cabelos brancos e lisos, com a parte de cima presa. No fundo, é possível ver uma sala com um sofá branco, três portas e paredes claras.
Indicado ao Emmy 2021, o retorno menos esperado de todos os tempos: senhoras e senhores, Girls5eva (Foto: Peacock)

Marcela Zogheib

Spice Girls, TLC, Destiny’s Child, o que não faltava nos anos 90 eram girlbands para a gente admirar e sonhar com um reencontro. A série Girls5eva traz essa realidade para o grupo fictício de mesmo nome e conta a história dos dias atuais de quatro mulheres que um dia fizeram muito sucesso com seu grupo musical, mas hoje vivem realidades bem diferentes. 

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A caricatura grotesca do noir em Perry Mason

Cena da primeira temporada de Perry Mason. Perry Mason (Matthew Rhys) olha está virado para a esquerda, observando um pedaço de papel iluminado por uma lanterna em suas mãos. Atrás de Mason, tudo está escuro. Mason é um homem caucasiano de meia idade usando uma jaqueta velha de couro marrom por cima de uma camisa branca velha com uma gravata amassada. Ele usa um chapéu de aba que obscurece seus cabelos e tem uma expressão surpresa no rosto.
Indicado ao Emmy 2021, o retorno de Perry Mason à televisão vem mergulhado em mistérios sombrios e violência (Foto: HBO)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Ao escolher contar a história de origem do famoso advogado da literatura e televisão americana, de investigador deprimido até advogado de defesa altruísta, a versão da HBO de Perry Mason acabou com a difícil missão de construir um mistério noir clássico e transformá-lo num drama jurídico. Infelizmente, na mudança de um gênero para outro, a primeira temporada da produção nunca acha um ritmo certeiro para o desenvolvimento do caso e de seus personagens, apesar de ter garantido quatro indicações no Emmy 2021.

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