What We Do in the Shadows ainda bebe do sangue mais fresco da comédia

Foto de uma das cenas do seriado. Nela os personagens estão enfileirados em um ambiente externo com uma névoa no fundo esquerdo e uma casa no fundo direito. Da esquerda para a direita: Guillermo, um homem latino, baixo e de cabelos pretos, veste um terno com camisa branca e calça social e usa um óculos redondo. Nandor, um homem branco com feições persas, alto, de cabelos e barba longos e pretos. Ele usa uma túnica e chapéu remetentes ao império persa. Colin Robinson, um homem branco e careca, usa sobretudo bege, colete e gravata borboleta marrons, camisa branca e boina cinza. Nadja, uma mulher caucasiana e de cabelos pretos usa vestido longo preto, luvas pretas e chapéu com véu também preto. Lazlo, um homem mediano e branco, usa sobretudo, camisa, calça e chapéu também pretos. Os cincos olham para o canto superior direito.
O terceiro ano do mockumentary tem um punchline que te acerta direto na jugular (Foto: FX)

Guilherme Veiga

Feche as cortinas, esconda as cabeças de alho e cubra os crucifixos. Os vampiros mais excêntricos de Staten Island pedem permissão para entrar em sua casa mais uma vez. Depois de uma grande aceitação da crítica, que rendeu oito indicações ao Emmy no segundo ano, a série retorna para dar continuidade à trama, além de expandir o universo criado em 2014 por Taika Waititi e Jemaine Clement com o filme homônimo.

Em um período de indecisão quanto ao gênero de comédia na TV com os fins de grandes produções como Modern Family e The Good Place, e de queridinhas da crítica que vão de Fleabag à Schitt’s Creek, WWDITS figura na forma de um respiro para o segmento, ao lado de novas surpresas dessa entressafra como, por exemplo, Ted Lasso. Sendo uma das poucas que ainda funciona no formato de falso-documentário, a obra prova que tal escopo ainda está estabelecido no mercado, além de se consolidar como uma das melhores comédias da atualidade.

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Sex Education: identidade e irreverência pautam excelente terceira temporada

Cena da série Sex Education. Asa Butterfield e Mimi Keene como Otis e Ruby. Otis é um homem branco de estatura média. Seus cabelos são pretos, ele veste uma jaqueta branca e vermelha e está virado olhando para Ruby. Virada levemente para a direta e olhando para Otis, Ruby veste uma jaqueta amarela e um vestido colorido. Seus cabelos estão presos para trás com uma fivela lilás. Ela usa brincos coloridos em formato de pêra.
Terceira temporada chegou no fim de setembro na Netflix e liderou o Top 10 do Brasil (Foto: Netflix)

Laís David

Com centenas de lançamentos por mês, é cada vez mais fatigante encontrar uma série adolescente interessante na Netflix. De clichês entediantes até os cancelamentos iminentes, a plataforma luta para conversar com esse público da maneira correta. Um dos maiores acertos dos últimos anos, no entanto, foi a excelentíssima Sex Education. Com sua despretensiosa narrativa teen e complexa gama de personagens, a obra conseguiu conquistar seu espaço na lista de melhores produções do streaming e, em 2021, entrega sua terceira temporada com ainda mais encanto.

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Round 6: jogos infantis nunca foram tão perigosos

Cena da série Round 6. Ao centro é possível ver um dos funcionários dos jogos, vestindo um macacão vermelho e uma máscara que cobre todo o seu rosto, é preta e tem um triângulo branco desenhado, ele está carregando um rifle. Atrás de si estão vários jogadores de costas e enfileirados, todos vestem um conjunto de moletom verde escuro e com listras brancas laterais, também são vistos outros funcionários. Ao fundo na imagem, pode-se ver um muro pintado com um céu azul e nuvens e alguns brinquedos de playground bem maiores que o normal.
Ocupando o 1º lugar na Netflix de quase 100 países, Round 6 é o novo fenômeno da plataforma (Foto: Netflix)

Gabrielli Natividade da Silva 

Round 6, a nova série original da Netflix, foi lançada no dia 17 de setembro e já conta com uma legião de fãs e recordes de audiência. A história narra como 456 pessoas afundadas em dívidas aceitaram participar de uma sequência de seis jogos, onde o vitorioso levaria um prêmio bilionário e os perdedores morreriam. Claro, jogos de sobrevivência não são novidade – alguns sucessos como Jogos Vorazes, Jogos Mortais e Escape Room já retrataram isso antes –, contudo as semelhanças param por aí. Squid Game tem um roteiro muito original, que oferece não só ação como um conceito e uma crítica muito importantes por trás de tudo, além de uma estética nova que mistura um pouco da realidade com elementos surreais. 

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Após 30 anos, A Família Dinossauros continua sendo a série jurássica mais atual já feita

Cena da série A Família Dinossauros exibe uma família de quatro dinossauros vestindo roupas em volta de um ovo.
Com répteis gigantes como protagonistas, A Família Dinossauros apresentava a cada episódio uma história nova dos Silva Sauro (Foto: Jim Henson Productions)

Gabriel Gatti 

Há milhões de anos, as formas de vida que habitavam a Terra eram outras. Os registros geológicos chamam de pré-cambriano a fase em que começaram a surgir os primeiros seres vivos. Com o passar do tempo, apareceram outros animais mais complexos, como os dinossauros, répteis gigantes que dominavam o planeta. Esse é o contexto histórico em que se passa a série A Família Dinossauros, criada por Jim Henson, uma sitcom que de arcaica não tem nada. O show jurássico ganhou notoriedade por apresentar de forma humorística a reconstrução do estilo de vida contemporâneo por meio de dinossauros. 

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Mindhunter exterioriza os monstros que vivem dentro de nós

Cartaz da segunda temporada de Mindhunter. Na imagem, Bill e Holden estão de costas um para o outro. Bill está à esquerda e é um homem branco de meia idade com expressão rígida e cabelos cortados baixos. Holden está à direita e é um homem branco mais jovem, com cabelos bem penteados e curtos, e uma expressão dispersa. Ambos estão de terno. A imagem é em preto e branco.
O desempenho ruim na audiência da 2ª temporada de Mindhunter foi o motivo do desprezo da Netflix pela série, que segue ignorando o apelo dos fãs e divulgou em 14 de outubro outro projeto com David Fincher (Foto: Netflix)

Nathália Mendes

Mindhunter te faz um convite: sente-se à mesa com os protagonistas da série para entrevistar uma lista de criminosos repulsivos. A década de 70 nos Estados Unidos foi uma máquina de serial killers, mas a onda de horror causada por Ted Bundy, O Filho do Sam e BTK também foi acompanhada pelo fascínio. Da abominação por esses homens, houve a curiosidade e necessidade de entendê-los. O que pensaram para escolher aquela vítima e matar daquela forma? Por que todas as suas ações seguem um padrão meticuloso, específico, premeditado, mas as vítimas são estranhas? A série mostra os pioneiros em fazer essas perguntas cujas respostas são indigestas, na busca por traçar perfis de assassinos – um trabalho da vida real que revolucionou a Unidade de Ciência Comportamental do FBI. E mesmo assim, sem cancelamento ou continuação, a série está há 2 anos no limbo da Netflix.

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Uma década depois, toda a magia de Once Upon a Time veio com um preço

Capa retangular da série Once Upon a Time. O cenário é uma floresta sombria, com árvores de troncos finos e altos. Ao fundo, sai uma luz azulada clara iluminando o título em letras maiúsculas, ao centro, em prata. A palavra Once está no meio, Upon a está dentro da letra C e Time substitui o traço do meio da letra E.
Os criadores Adam Horowitz e Edward Kitsis escreveram a série em 2004 antes de fazerem parte da equipe de roteiro de Lost, mas só depois da finalização deste seriado que eles se dedicaram ao primeiro projeto (Foto: ABC)

Júlia Paes de Arruda

Em 2011, Once Upon a Time trazia uma premissa em efervescência: a retomada dos contos clássicos. Conhecidas histórias ganharam remakes, como A Garota de Capa Vermelha e A Fera. O clima era promissor para que seu sucesso alavancasse e, sem dúvidas, foi essencial para a constituição das demais temporadas. Porém, como tudo que é bom dura pouco, a ganância falou mais alto, e a série, que já dava indícios de tribulações, viu seu fiasco bater na porta. É por isso que, após 10 anos, lembrar de Era Uma Vez é um misto de tristeza com felicidade. 

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A Grande Família de Clark: Superman & Lois abre espaço para o lado humano do Homem de Aço

Cena da série Superman & Lois. Na imagem é possível ver Clark Kent, um homem alto de pele clara, barba rala, cabelo castanho e óculos, usando uma camisa xadrez vermelha. A esquerda está Lois Lane, uma mulher de altura mediana, cabelos castanhos longos, olhos claros, usando um blazer preto com blusa branca. No fundo da foto se encontra uma caminhonete vermelha e o horizonte com árvores.
Superman & Lois começou a ser exibida no dia 13 de fevereiro de 2021 pela CW Television Network, e chegou ao Brasil no catálogo do HBO Max (Foto: HBO Max)

Ana Nóbrega

Nem mesmo o Superman (Tyler Hoechlin) conseguiu se esquivar das dificuldades da vida real. Demitido de seu trabalho como jornalista no Planeta Diário, Clark Kent decide tomar um novo rumo em sua vida ao lado dos filhos e da esposa em Superman & Lois. A nova série do herói, que está disponível no HBO Max, renova a imagem que vem se formando nos últimos anos do Homem de Aço. A trama se constrói quase como uma versão estadunidense e heróica de  A Grande Família, dividida entre as relações familiares e os empresários que querem dominar o mundo.

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Bates Motel é bem mais que uma série sobre as consequências de transtornos psiquiátricos

Cena da série Bates Motel. Na imagem, vemos o Motel Bates, pequeno e simples, com paredes feitas com ripas de madeira, uma janela na lateral, com algumas plantas embaixo, e um pouco mais à direita, uma placa escrita “office”, mostrando a direção do escritório dos administradores do local. Há também um pequeno poste de luz próximo à janela, que no momento, está aceso. Do lado esquerdo, há uma escada que sobe para uma pequeno barranco, e direciona para a casa da família Bates, também antiga e simples, toda feita em madeira. Logo mais à frente, há uma placa com os dizeres iluminados em neon na cor azul “Bates Motel”, e abaixo, em laranja está escrito “No Vacancy” (ou, “Sem Vagas”). A imagem é toda em preto e branco, com exceção da placa. O ambiente é ao ar livre, e está de noite.
Vista frontal do “Motel Bates” e ao fundo, a casa da família Bates (Foto: A&E)

Sabrina G. Ferreira

Quem nunca ouviu falar sobre uma história de um filho que tem uma relação complexa, quase incensuosa (ou melhor dizendo, de “estranha proximidade”), com a mãe, que ao perdê-la de forma repentina e trágica, passa a cometer assassinatos ao incorporar a personalidade da mulher? Este é o ponto de partida de Bates Motel, que chama a atenção dos amantes de Terror, principalmente pelo seu nome, que tem como referência uma história contada já a algumas décadas atrás, no clássico filme Psicose (1960), do aclamado diretor Alfred Hitchcock.

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Sejam bem-vindos de volta a Outer Banks

Cena de Outer Banks. Nela, Kiara, mulher negra de cabelo cacheado longo e Pope, jovem negro, estão sorrindo e abraçando Sarah, menina branca e loira, e Jhon B, garoto branco de cabelo loiro escuro. O quarteto está na frente de uma casa de paredes brancas e árvores.
Finalmente podemos matar a saudade dos nossos delinquentes favoritos (Foto: Jackson Davis/Netflix)

Mariana Chagas

O ano era 2020. Mês de abril. Foi nas primeiras semanas presos em casa que a Netflix veio ao nosso resgate com o seguinte convite: viajar para uma ilha paradisíaca com adolescentes decididos a achar um tesouro e quebrar todas as regras possíveis. Para aqueles que aceitaram e deram play na recém-chegada série, a vida nunca mais seria a mesma. Uma vez que você conhece Outer Banks, é impossível sair. Afinal, estamos falando do paraíso na terra, como diria John B. 

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In Treatment: você precisa de terapia, e a Uzo Aduba também

A imagem é uma cena da série In Treatment. Na imagem, Uzo Aduba, que interpreta Brooke Taylor, está atrás de uma porta de vidro, em que é possível ver reflexos de luzes da cidade. Brooke é uma mulher negra, de cabelos pretos, lisos e acima dos ombros; ela veste uma blusa preta e um kimono estampado. É possível ver dos seus seios para cima.
Produzida pela HBO e indicada ao Emmy 2021, a quarta temporada de In Treatment é um reboot da própria série, após um hiatus de mais de 10 anos (Foto: HBO)

Vitória Silva

Uzo Aduba é maior do que podemos imaginar. Nascida no dia 10 de fevereiro de 1981, em Boston, Uzoamaka Nwaneka Aduba é filha de imigrantes nigerianos. Criada em Medfield, ela se formou na Medfield High School, em 1999. Apesar de ter crescido com o sonho de se tornar advogada, seus rumos começaram a mudar quando uma professora a incentivou a cantar mais, e, após performar I Will Always Love You em uma audição, Aduba passou a considerar um futuro mais artístico. Assim veio sua formação em canto lírico, pela Boston University. 

Aos 21 anos de idade, em 2003, a norte-americana subiu de vez aos palcos teatrais. Dois anos depois, ela debutou no meio cinematográfico, pelo curta-metragem Notes. Mas a carreira de Uzo Aduba iria, de fato, se iniciar para o grande público apenas em 2013, ao dar vida à personagem Crazy Eyes, em uma das primeiras produções originais da Netflix, Orange is the New Black. Ao interpretar a divertida e complicada Suzanne, Uzo cravou seu nome em Hollywood, conseguindo se destacar em meio ao conturbado presídio de Litchfield. A concretização de seu sucesso viria com sua primeira indicação e vitória no Emmy Awards, como Melhor Atriz Convidada em Série de Comédia. 

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