Festival Eurovision da Canção é um misto de ridicularização e de felicidade

Cena do filme Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars. No centro da imagem o ator Will Ferrel, um homem alto e branco, vestido com roupas pratas de guerreiro e uma capa marrom e tocando um teclado na cor vermelha. Na sua frente, a atriz Rachel McAdams, mulher jovem e branca com cabelos loiros, também toca um teclado vermelho e veste um vestido branco com detalhes floridos e uma jaqueta prata. O fundo da paisagem é uma praia com o terreno rochoso.
A indicação em Melhor Canção Original é a única de Festival Eurovision da Canção no Oscar 2021 (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Rodrigues

A mistura de reality show e música pode dar ótimos resultados. Por exemplo, o grande sucesso de realities musicais no Brasil, como o The Voice e o Ídolos. Porém, há uma grande competição que não é tão familiarizada fora da sua localização. O Eurovision Song Contest (Festival Eurovisão da Canção) é um grande concurso da União Europeia de Radiodifusão, que não possui ligação direta com a União Europeia. E foi assistindo uma edição desse programa que o ator Will Ferrell teve a ideia de fazer uma comédia sobre o reality. Depois de 20 anos de sua concepção, Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars chegou na Netflix.

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Nota Musical – Março de 2021

Arte retangular de fundo na cor laranja terroso. Do lado esquerdo, foi adicionado o texto "nota musical - março de 2021". Foi adicionado também a logo doPersona, estilizada para que a íris do olho fique laranja terroso. Do lado direito foi adicionado um acrílico de CD com um disco dentro. Dentro do disco foram adicionadas 4 fotos: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Bruno Mars junto com Anderson Paark.
Destaques do mês de março: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Silk Sonic (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Ana Laura Ferreira)

Março foi recheado de comebacks e performances de tirar o fôlego. Não é para menos, afinal estamos falando sobre o mês em que o maior evento da música ocidental ocorreu, trazendo para nós o Santo Graal das composições – ou pelo menos é isso que eles dizem. Contudo, após uma noite de esnobados e merecidos, o bafafá se perpetuou mesmo através de nomes como Megan Thee Stallion e Cardi B, que trouxeram a brasilidade do funk para o palco do Grammy.

Voltando à questão dos comebacks, foram tantos que é difícil enumerar. Bruno Mars retomou sua carreira, parada desde 24K Magic de 2016, com a parceria ao lado de Anderson .Paak. Outro nome que volta a entregar canções inéditas – para o delírio dos fãs – é Lana Del Rey, que traz toda a estética dos country clubs, tipicamente americanos, para sua atmosfera sóbria e melodramática, pela qual todos a conhecem. Sem deixar de lado o pop mainstream, Nick Jonas também reinicia seu trabalho solo com Spaceman.

Na música nacional, o rap foi destaque com a voz de Rico Dalasam e Djonga, que trouxeram suas vivências da forma mais crua possível. Elza Soares foi outra estrela que nos presenteou com a canção Nós, dedicada especialmente ao Dia Internacional da Mulher, que é comemorado no dia 8 de março. E foram realmente as mulheres que reinaram neste mês, ao sermos presenteados com a remasterização do álbum Elis, de Elis Regina, e em uma mesma tomada, com o rearranjo de dois singles de sua filha, Maria Rita, ao lado de Quintal de Prettos. Trazendo o saudosismo das memórias jamais desfrutadas do carnaval de 2021, a união dos vocais de Rita e do grupo paulista nos lembram da esperança de dias melhores.

Não poderíamos nos esquecer, ainda, da preciosidade em forma de EP que Selena Gomez entregou ao colocar em pauta toda a sonoridade latina em músicas na língua espanhola. Bem como é bom ficar de olho no mais novo compilado de Joshua Bassett, que com seu pop frenético trouxe a íntegra de sua versão da conturbada história com Olivia Rodrigo e Sabrina Carpenter. E é em meio a uma polêmica indicação ao gramofone de ouro – merecidamente perdido – que Justin Bieber lança seu sexto álbum, intitulado Justice.

Assim, em um mês de altos e baixos, no qual completamos um ano presos em casa, a Música conseguiu transparecer todos os sentimentos que gritamos entre quatro paredes. Da campanha #fuckthegrammys à realidade distorcida confidenciada por Demi Lovato, Março de 2021 conseguiu ser alvo de altos e baixos intensos que serão lembrados por muito tempo. Por isso, a Editoria do Persona, ao lado de seus colaboradores, comenta tudo isso e ainda mais sobre o que aconteceu no mundo da Música entre os CDs, EPs, singles, clipes e performances que mais marcaram os últimos 31 dias.

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Toca passa mensagem sobre isolamento em meio à história de livros infantis

Imagem do filme Toca. Na imagem uma coelhinha bege segura uma pá cinza com um cabo de madeira. Ao seu lado direito ela tem um lampião e ao fundo é possível ver o caminho de terra cavado por ela.
Indicado ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, Toca (Burrow) é uma história de dormir para crianças (Foto: Reprodução)

Larissa Vieira

Toca (Burrow) é mais uma das produções SparkShorts do Disney+, a série de curtas-metragens de animação independentes, criada por funcionários temporários dos estúdios Pixar. A produção conta a história de uma aventureira coelhinha que procura cavar a toca ideal para ela morar, porém, ao se deparar com vizinhos, ela decide ir explorando cada vez mais a fundo até que se mete em problemas e tem que recorrer a pedir ajuda à quem ela estava fugindo. 

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O ódio que você semeia: uma história sobre o preço de ser preto hoje em dia 

Fotografia do livro O ódio que você semeia, em formato brochura e com a capa na cor branca com a atriz Amandla Stenberg na capa, segurando um cartaz com o título do livro. Amanda é uma mulher negra, com cabelos pretos e longos, ela veste um moletom vermelho, uma calça escura e tênis brancos. Ao lado do livro, há uma xícara de café e flores vermelhas ao lado; é possível ver a lombada de outro livro, com o título A Hora da Virada.
Angie Thomas inspirou-se em Oscar Grant para criar o personagem Khalil; ele era um negro de 22 anos, assassinado a tiros no Ano Novo, em 2009, por um policial de trânsito de Oakland (Foto: Reprodução)

Kayane Cavalcante 

Em um mundo que rotula as pessoas, que as faz se sentirem estranhas, mal vistas e menosprezadas por serem quem são, levantar sua voz e usá-la como uma arma é um ato de coragem. Nesse contexto, o livro O ódio que você semeia, da magnífica autora afro-americana Angie Thomas, me deu uma lição que vou levar pelo resto da minha miserável vida de leitora, que é: minha voz é importante e não devo permitir que alguém tente me silenciar, pois quando nos calamos permitimos que um ciclo de injustiças criado pela sociedade elitizada continue e evolua. Assim, quando vamos às ruas em manifestações e escrevemos tweets cobrando pelos nossos direitos como seres humanos,  estamos quebrando esse ciclo preconceituoso que já dura séculos.

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The Letter Room e a violação dos sentimentos alheios

Cena do filme The Letter Room. Na foto consta um homem, vivido pelo ator Oscar Isaac, que possui pele morena, cabelos escuros em um topete e um bigode escuro longo. Ele está vestido com uniforme cinza de guarda prisional americano e segura um telefone, olhando fixamente para a frente. O cenário é formado por uma parede amarela clara, com uma lousa branca atrás com escritos em caneta preta, e um porto casacos ao lado.
The Letter Room concorre ao Oscar 2021 na categoria Melhor Curta-Metragem em Live Action (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

A questão que envolve o sigilo da correspondência versus a segurança da comunidade, é o pano de fundo em The Letter Room. No curta-metragem indicado ao Oscar 2021, a curiosidade pelos sentimentos alheios traz à tona a falta de privacidade que existe no sistema prisional americano. Dirigido por Elvira Lind, conhecida anteriormente pelo documentário Bobbi Jene, a produção consegue dizer muito em apenas meia hora, e pelos olhos de um agente carcerário, vivido pelo talentoso Oscar Isaac, encontra-se um outro lado de uma estrutura já explorada pelo audiovisual.

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The World’s a Little Blurry e a individualidade cativante de Billie Eilish

Capa de divulgação do documentário 'The World's a Little Blurry'. O rosto de Billie Eilish está virado para o lado, e seus olhos estão quase fechados, em uma expressão séria. Seu cabelo é preto com raízes verdes.
Documentário mostra o crescimento da carreira de Eilish de forma impressionante (Foto: Reprodução)

Laís David

Foi impossível sair de 2019 sem escutar sobre Billie Eilish. A jovem dominou todas as paradas com seu álbum de estreia e conquistou uma legião de fãs em todo o mundo. Sua personalidade misteriosa, letras obscuras e energia magnética a colocaram como uma das maiores artistas dos últimos anos. Como um glorioso coming of age de Greta Gerwig, o documentário The World’s A Little Blurry detalha a ascensão de Billie Eilish de forma minuciosa e emocionante.

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Sex Education: na segunda temporada, é preciso amadurecer

 Imagem promocional da segunda temporada de Sex Education. Na imagem, vemos nove personagens da trama. Da esquerda para a direita, está Adam, um homem branco de cabelos raspados. Está sentado em uma mala e tem um cachorro ao seu lado; Aimee é uma mulher branca de cabelos louros e está de pé ao seu lado. Ela segura um taco de beisebol, está usando uma jaqueta vermelha e calça jeans; Maeve, mulher branca de cabelos escuros, está sentada com a mão direita segurando o rosto. Ela usa uma jaqueta escura com franjas e meia-calça preta; Otis é um homem branco de cabelos castanhos, está de costas, usando uma jaqueta azul e vermelha e tem lenços brancos no bolso traseiro de sua calça; Eric, homem negro com cabelo raspado, está segurando o ombro de Otis com expressão de surpresa. Ele usa uma jaqueta azul e uma calça xadrez; Jean, uma mulher branca de cabelos louros, está ao seu lado, com um caderno em mãos. Ela está usando um vestido azul; Ola é uma mulher negra com cabelos cacheados e curtos, ela está agachada à frente. Usa uma jaqueta verde e uma blusa listrada colorida; Lily está ao seu lado, deitada de lado em um banco. Ela é uma mulher branca, com cabelos castanhos, em dois coques. Ela usa camiseta colorida e calça laranja; Jackson é um homem negro retinto de cabelo raspado. Ele está de pé atrás de Lily, usando uma jaqueta vermelha com um M, símbolo da escola Moordale, e uma tipoia no braço.
A segunda temporada de Sex Education é madura e inovadora (Foto: Reprodução)

Ana Marcílio

Após o imenso sucesso da primeira temporada, Sex Education tinha uma grande missão a ser cumprida: manter o mesmo nível, sem perder a essência. Ter um enredo adolescente e não ser mais do mesmo é um desafio e tanto. Apesar disso, a criação de Laurie Nunn conseguiu ser inovadora, trazendo o amadurecimento do roteiro para os seus personagens. 

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ANAVITÓRIA pintou nosso ano com COR

Cena do clipe Amarelo, azul e branco da dupla ANAVITÓRIA. As cantoras estão no centro da imagem, elas são mulheres brancas, com cabelos castanhos presos e vestem juntas um casaco das cores amarelo, azul e branco. Elas estão posicionadas lado a lado, com as mãos unidas, e olham para direções opostas. O fundo da imagem é um marrom claro com um foco de luz no centro.
Amarelo, azul e branco está na trilha sonora do especial Falas Femininas da Globo (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Rodrigues

Quando o relógio bateu meia-noite do dia primeiro de janeiro, todos estávamos com esperança para esse ano. Depois de um 2020 turbulento, a única coisa que pedíamos era paz nesses meses que nos esperam. Só que o duo ANAVITÓRIA conseguiu nos conceder um ótimo discurso para 2021 e, nos primeiros minutos de janeiro, fomos agraciados com COR. De surpresa, as cantoras lançaram ânimo e felicidade para começarmos o ano do melhor jeito possível.

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Poster Girl e a superficialidade maçante de Zara Larsson

Capa do álbum 'Poster Girl' de Zara Larsson. Sentada no chão, Zara está encostada e deita sua cabeça sobre uma cama. Com uma blusa aul e calça jeans, ela olha para a esquerda enquanto uma luz rosa se projeta sobre o quarto. Ao fundo, um poster com uma foto de Zara de pé aparece sobre a parede.
Mergulhada em clichês, Zara Larsson lança seu terceiro álbum de estúdio (Foto: Reprodução)

Laís David

Após dominar 2016 com a refrescante Lush Life e a elétrica Never Forget You, Zara Larsson se encontrou entre uma gravadora ineficiente e uma gama de músicas sem o êxito esperado. Lançando diversos singles na tentativa de engatar um disco e também paralisada pela pandemia, parecia cada vez mais difícil enxergar um lançamento completo para a carreira da sueca. No entanto, em 2021, ela finalmente conseguiu se desvencilhar dos adiamentos com Poster Girl, seu terceiro álbum de estúdio.

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Más fuerte sola: Selena Gomez ganha confiança em Revelación

Selena Gomez, uma mulher branca de cabelo castanho, está em pé, usando um vestido vermelho com babados na cintura. Ela está com uma trança no cabelo. Essa trança está com uma fita vermelha, que vai até as pontas do cabelo e com um caimento de fita abaixo. No chão, existem duas cadeiras, cobertas por um pano vermelho. O fundo da imagem também é todo vermelho.
Totalmente oposta ao Rare, a estética do Revelación está impecável (Foto: Reprodução)

Giovana Guarizo

O nome Selena, além de significar brilho e luz, remete à uma forte influência latina. Quintanilla ou Gomez, duas gerações não tão distantes, mas que representaram e representam toda uma origem. Ambas texanas, nunca deixaram de lado as raízes mexicanas da família. Apesar de uma carreira majoritariamente cantada em inglês, Selena Gomez sempre exaltou sua ascendência mexicana paterna e dessa vez concretizou ainda mais um dos maiores orgulhos de sua vida. Dez anos depois da promessa do disco em espanhol, Revelación finalmente nasceu e está incrível.

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