Há quem diga que se tornou modinha falar mal de Grey’s Anatomy. O drama médico da ABC, sem dúvida alguma, tem seu charme encantador que agrada grande parte do público, e ao mesmo tempo, afasta outra boa parte dele. Lançada em 2005, a produção vencedora do Globo de Ouro caminhou por 17 e longas temporadas nos últimos 16 anos, que foram como uma montanha-russa, ou melhor dizendo, um carrossel, para os fãs e espectadores da série.
Talvez o único sentimento tão forte quanto o amor seja o ódio. E é o combo dessas duas emoções que guia, fortalece e, por vezes, até enlouquece Maxine Woods. Sucesso tremendo no booktwitter, o livro nacional Nebulosos é de deixar sem fôlego. Quando se envolve em um mundo de drogas e violência, em busca de vingança pelo irmão, o que Maxine não esperava era se apaixonar por seu maior alvo.
“Parece que o mundo é dividido em dois tipos diferentes de pessoas, as que já experimentaram a dor e as que ainda vão experimentar.” Não conheceria uma maneira mais acertada de começar a falar de Michelle Zauner e seu Japanese Breakfast que não fosse através desse trecho de seu livro de memórias, Crying in H Mart: A Memoir (Knopf Publishing Group, 2021), que virou verso da canção Posing In Bondage, de seu último álbum de estúdio, Jubilee. Michelle teve sua vida adulta marcada pela tragédia pessoal que foi perder a mãe por um câncer, e a dor desse trauma reverberou em todo o catálogo de seu projeto musical, o Japanese Breakfast.
O álbum póstumo de MC Kevin, Passado & Presente, já estava produzido antes dotrágico acidente que tirou sua vida naquele domingo, dia 16 de maio. A obra estreou cinco dias após seu falecimento, reunindo o funk e o trap em uma coletânea de 10 músicas inéditas, com diversas participações e referências, que abordam questões que refletem a realidade na favela e a trajetória de Kevin. Com um clima reflexivo do início ao fim, a mixtape marca uma despedida emocionante para o artista, que já haviamencionado algumas vezes o desejo de ficar um tempo afastado dos palcos e da mídia. O funkeiro viveu apenas 23 anos, mas deixou um legado e será sempre lembrado como uma das maiores referências do mundo do funk.
Invincible chegou em março no Amazon Prime Video, despertando curiosidade e gerando polêmicas dentro do mundo nerd. Mas, afinal, a série é, realmente, tudo isso? Baseada nas HQs de mesmo nome de Robert Kirkman, Invencível é originalmente uma criação em quadrinhos de 2003. Ela foi incluída no catálogo da Amazon,que agora, aparentemente, segue apostando na nova onda de desconstrução de super-heróis iniciada no ano retrasado por The Boys – que, inclusive, também se baseia em HQs lançadas na longínqua década de 2000.
Nos círculos literários, os autores são geralmente mensurados por seus romances. O tempo demandado, a prosa, a estética, o intuito, tudo isso é levado em consideração. Mas diferente dos romances — e parafraseando Julio Cortázar —, os contos não vencem por pontos, e sim por nocaute. Mesmo sem nunca ter escrito um romance, Jorge Luis Borges figura na lista dos maiores escritores de todos os tempos. Falecido em 14 de junho de 1986, a morte do autor completa 35 anos.
Borges nasceu em 24 de agosto de 1899 — fato que permitiu ao escritor classificar-se como “um homem do século 19” —, em Buenos Aires. Antes de aprender o espanhol, foi alfabetizado em inglês. Começou sua carreira como poeta, publicando seu primeiro livro, Fervor de Buenos Aires, em 1923. Depois publicou ensaios e, mais tarde, em 1935, publicou sua primeira coleção de contos, História universal da infâmia. A obra que daria projeção internacional ao autor seria publicada em 1944, cujo nome não poderia ser mais apropriado:Ficções.
Mais uma vez, a Moon Studio não poupou nossas lágrimas. A sensibilidade carregada pela continuação da história de Ori preenche nossos corações e transborda por nossos olhos que, após acompanharem as dores e anseios em Blind Forest, são cativados, novamente, pela trama igualmente encantadora de Ori and the Will of the Wisps.
Não são necessários floreios de apresentação quando se trata de Stephen King. O autor já passou por palhaços do mal, carros do mal, cachorros do mal, garotas do mal, hotéis do mal e, mesmo assim, parece que sua fonte da criatividade não se cansa de jorrar ideias para serem passadas ao papel. Depois, terceiro livro da parceria com a Companhia das Letras, é mais uma de suas empreitadas pelo mundo dos espíritos. Dessa vez, no entanto, pode-se dizer que sua narrativa é mais otimista e divertida do que sombria e aterrorizante para os parâmetros do Mestre do Terror.
Crônica da Casa Assassinada, lançado em 1959, assim como vários romances eternizados, contempla o fim da tradição familiar. Mas, ao contrário de clássicos como Os Buddenbrook e Cem Anos de Solidão, o romance não ficou marcado na literatura brasileira como deveria. A reedição pela Companhia das Letras é apenas o ponto de partida para a reparação que o autor merece. O crédito, muito merecido, de Lúcio Cardoso é visível pela maneira com que ele examina o interior da aristocracia mineira e sua decadência.
Em maio de 2015, Sarah J. Maas apresentou o começo de sua saga Corte de Espinhos e Rosas. Com um universo mágico cheio de personagens fascinantes e romances abrasadores, a escritora conquistou um público gigante no mundo todo. A história se tornou a queridinha dos leitores de fantasia e hoje é difícil um bookstan nunca ter, pelo menos, ouvido falar dela. Anos depois de ter lançado o final da trilogia principal, a autora nos leva de volta para Prythian, em uma sequência que, não apenas fez justiça aos livros anteriores, como também conseguiu superar todos eles.
Desde que as irmãs Archeron voltaram à cena no final de Corte de Névoa e Fúria, Sarah já sabia que, em suas histórias, ainda havia muito para ser contado. A escritora comentou diversas vezes sobre o seu apego emocional por Nestha Archeron, e escolheu a feérica-ex-humana para nos guiar em Corte de Chamas Prateadas. Com bastante presença dos personagens já conhecidos e aparição de novas figuras, Sarah discute as questões mais profundas de cada um e nos presenteia com uma obra linda sobre saúde mental e superação.