Todo Tempo Que Temos é receita para filme conforto

Cena do filme Todo Tempo Que Temos. Na imagem, Tobias, Almut e a filha do casal estão juntos em um jardim. Eles estão enfileirados, a criança está no colo de Tobias, olhando para trás, o rosto dela não está visível. Atrás de Tobias, na direita, está Almut. Eles estão felizes, sorrindo. Ela é uma mulher na faixa dos 30 anos, de pele clara e cabelos loiros, lisos e compridos. Ela está vestindo uma camisa social de botões na cor branca com listras pretas na vertical. Tobias é um homem branco, na faixa dos 40 anos, de cabelos curtos na cor castanho claro. Ele usa um suéter azul marinho. A criança também possui pele clara, cabelos castanhos com um penteado de tranças nos dois lados da cabeça. Ela usa uma jaqueta jeans e calça moletom na cor verde escuro. Na mão direita ela segura um ursinho de pelúcia com o corpo branco e orelhas e rabo na cor preta. O jardim possui muitas árvores secas, grama verde e flores vermelhas. No canto esquerdo há um espaço para descanso, com sofá com almofadas e uma cadeira de madeira.
O longa é uma produção de Benedict Cumberbatch (Foto: Imagem Filmes)

Davi Marcelgo

Ao assistir a um filme, a atividade é inconsciente. O cérebro vai interpretando através do olhar, dos ouvidos e das convenções e elementos em cena que são familiares. Uma pessoa andando sozinha em uma noite escura é sinal de que o assassino vem aí, já um parceiro novo em uma franquia de ação, na certa, é um agente duplo. Na Comédia romântica, clichês não faltam, mas são justamente eles que fazem tantas pessoas terem como confort movie 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999), por exemplo. Nesse sentido, Todo Tempo que Temos é o mais novo candidato para entrar na lista de filmes que assistimos quando precisamos. 

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Em um deserto de expectativas, Duna: Parte 2 é um milagre de adaptação

Aviso: Lisan al Gaib profetiza que haverá spoilers no texto a seguir

Cena do filme Duna: Parte 2: Paul Atreides, interpretado por Timothée Chamalet, caminha sobre as areais do deserto de Arrakis em direção à câmera. Paul é um jovem branco de cabelo curto liso. Na cena, ele utiliza um trajestilador, uma roupa cinzenta e justa com cabos e placas lisas que cobrem o corpo inteiro. Paul utiliza um capuz preto e uma capa cinzenta translúcida. O personagem está no centro da imagem com um sol batendo acima dele e montanhas atras de si. O céu é de um amarelo quase bege e não há nuvens. Os olhos de Paul nesta imagens são azuis.
O universo de Duna revolucionou a Literatura de ficção científica e, agora, revoluciona o Cinema do gênero (Foto: Warner Bros. Pictures)

Íris Ítalo Marquezini e Nathan Sampaio

Um dos exemplos mais utilizados em escolas para representar o conceito de uma história épica é A Odisseia, de Homero. A trama de voltar para casa, ficar distante da família e reclamar dos sacrifícios que são de heróis por direito fundou muito do que se entende pelo ocidente hoje. Acontece que não só de histórias monumentais viviam os gregos. As tragédias, compostas por pessoas paralisadas pelas teias do destino e de erros fatais irreparáveis, colocavam a audiência na linha tênue entre entretenimento e choque pelo que era representado nos palcos dos teatros. 

Ésquilo, em A Casa de Atreus, demonstra um exemplo de como determinadas crenças, ganância e crueldade podem condenar gerações de uma família a sofrer um ciclo de violência interminável. Duna: Parte 2 continua a mostrar a tragédia que acomete essa mesma linhagem dezenas de milhares de anos depois. A graça do filme é o diretor Denis Villeneuve somar o épico e o trágico igualmente, de uma forma que, como alguns diriam anos atrás, seria impossível. Para uma história com tanto peso na religião, Duna: Parte 2 faz a audiência acreditar que é possível ir ao cinema para presenciar um milagre.

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Oppenheimer: a explosão e os destroços de uma mente brilhante

Herói ou vilão? Algumas pessoas riram, outras choraram, mas a maioria ficou em silêncio (Foto: Universal Pictures)

Pâmela Palma 

O novo filme de Christopher Nolan (Tenet) estreou de um jeito diferente de tudo produzido pelo cineasta até hoje. Oppenheimer chegou às telas com um teor crítico e extremamente didático, algo raramente produzido por outros grandes nomes da atualidade. De forma densa, realista e rica em detalhes, a obra nasce com a intenção de retratar biograficamente a vida do físico e cientista J. Robert Oppenheimer, responsável pelo Projeto Manhattan e pelas duas grandes bombas atômicas utilizadas pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki como ultimato para cessar a Segunda Guerra Mundial em 1945.

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Don’t Worry Darling: nós não nos preocupamos o suficiente

A imagem mostra Florence Pugh, mulher branca, de cabelos loiros e olhos claros, em um close. Seu rosto está enquadrado bem ao centro da imagem e suas duas mãos aparecem na frente. Ela tem os cabelos bagunçados e suados.
Não Se Preocupe, Querida chegou aos cinemas brasileiros no dia 22 de setembro (Foto: Warner Bros.)

Ana Laura Ferreira

Para além de roteiro, atuação, direção e produção, parte importante do que faz um filme ser ou não um sucesso quando entra em cartaz é o seu marketing. Mas o que acontece quando aqueles que encabeçam a obra estão tão preocupados com sua imagem na mídia que o longa fica em segundo plano? A resposta para isso pode ser facilmente vista e destrinchada com o desenvolvimento de Não Se Preocupe, Querida, dirigido por Olivia Wilde e protagonizado por Florence Pugh, que tem seus pontos positivos contados nos dedos de uma mão.

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O Gavião Arqueiro já pode se aposentar

Cena da série Gavião Arqueiro. Na imagem, vemos Kate Bishop, à esquerda, e Clint Barton, à direita, sentados lado a lado em um banco de um vagão de metrô. Kate Bishop é uma mulher branca, de cabelos pretos lisos presos, aparentando cerca de 25 anos, vestindo um uniforme roxo com calça preta, e segurando um arco. Clint Barton é um homem branco, de cabelo castanho curto em um topete, aparentando cerca de 40 anos, vestindo casaco e calça preta, e segurando um arco. Ele tem uma aljava preta pendurada em seu ombro direito.
Na Fase 4 do MCU, a tão esperada Kate Bishop finalmente dá as caras nas telas da Marvel em Gavião Arqueiro (Foto: Disney+)

Vitória Lopes Gomez

Comparada a grandiosidade que a Marvel se acostumou a entregar, a premissa de Gavião Arqueiro soa até ordinária. Longe do Multiverso (só aparentemente), das loucuras intergalácticas de um certo titã roxo, e até da linha da fronteira e das ameaças internacionais, uma Nova Iorque decorada com pisca-piscas, guirlandas e papais noéis é palco para Clint Barton… Bem, quase perder as comemorações natalinas. Ao longo dos seis episódios, a quinta série do estúdio no Disney+ introduz às telas personagens inéditos, resgata rostos conhecidos, conecta narrativas passadas e abre portas para novas. Com tudo isso, se o Vingador menos extravagante (como ele mesmo admite) precisa de uma marca pessoal mais chamativa, Gavião Arqueiro lhe dá a chance de sair das sombras e conquistar a luz ao lado da árvore de Natal.

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O solstício de verão nunca foi tão aterrorizante quanto em Midsommar

Cena do filme Midsommar. A foto é retangular e retrata o rosto da personagem Dani, rodeado por flores. Dani é interpretada por Florence Pugh. Florence é uma mulher branca, seus cabelos são loiros e estão presos. Ela tem uma expressão triste. Há uma coroa de flores coloridas enorme em sua cabeça, que rodeia todo seu rosto. Abaixo de seu pescoço também está completamente coberto por flores coloridas.
Utilizando elementos do folk horror com excelência, Ari Aster entrega uma obra completa, incômoda e sinistra (Foto: A24)

Mariana Nicastro

Midsommar – O Mal Não Espera a Noite é a prova de que, quando seu sexto sentido diz que é melhor ficar em casa, ao invés de ir naquele rolê duvidoso, é melhor escutá-lo. Mas, afinal, o que um festival de verão florido, em um campo bonito e agradável, repleto de anfitriões simpáticos e felizes, comidas e bebidas aos montes e tradições pagãs podem oferecer de mau? Talvez, sob um primeiro olhar, nada. Mas nem tudo é o que parece, e uma armadilha macabra pode se esconder muito bem por trás de flores, danças e a promessa de férias tranquilas.

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Viúva Negra: nem perto da despedida que Natasha Romanoff merece

Cena do filme Viúva Negra. Na imagem, em frente a destroços, vemos as personagens Natasha Romanoff, à esquerda, e Yelena Belova, à direita, lado a lado, olhando para frente. Natasha é uma mulher branca, de cabelos ruivos e longos presos em uma trança, vestindo um uniforme preto. Yelena é uma mulher branca, de cabelos loiros e longos presos, vestindo um uniforme branco.
Viúva Negra foi lançado nas salas físicas e no streaming ao mesmo tempo, inaugurando a Fase 4 da Marvel nos cinemas (Foto: Marvel Studios)

Vitória Lopes Gomez

Mais de uma década depois de sua primeira aparição no Universo Cinematográfico da Marvel, e ao som de Smells Like Teen Spirit, finalmente vemos Natasha Romanoff virar a Viúva Negra. Nos 11 anos desde a estreia da personagem em Homem de Ferro 2, o estúdio não aproveitou o que tinha em mãos e renegou a assassina de aluguel à coadjuvante, mas deu mais tempo (e motivo) para que a injustiçada conquistasse o público. Com a pandemia e o fechamento das salas de cinema, a enrolação da empresa adicionou mais 14 meses à espera até inevitavelmente ceder ao Disney+. Antes tarde do que nunca, Viúva Negra ainda é pouco para a despedida que a Vingadora merece.

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