O Enigma de Outro Mundo: os 40 anos do clássico de John Carpenter

Cena do filme O Enigma de Outro Mundo. Tem uma pessoa na imagem que aparece do joelho pra cima. No centro da foto tem MacReady, um homem branco, ele tem cabelo comprido castanho e cacheado, ele tem uma barba castanha e olhos azuis. Ele usa uma jaqueta de couro marrom, luvas pretas e calça. Na sua mão esquerda tem um lampião e na sua mão direita tem uma escopeta. No fundo tem um galpão tomado pelo gelo e neve.
Uma das melhoras obras de Carpenter, O Enigma de Outro Mundo completa 40 anos em 2022 (Foto: Universal Studios)

Nathan Sampaio 

O que faz um filme se tornar clássico? No caso de …E o Vento Levou (1939) foi sua popularidade e bilheteria. Já Titanic (1997), além dos fatores anteriores, conta com vitórias em importantes premiações. Por fim, há aqueles que revolucionaram o Cinema, como fez Cidadão Kane (1941). O Enigma de Outro Mundo não se encaixa em nenhuma dessas categorias, mas se estabelece como um clássico por ser o retrato exemplar do gênero de Horror e por se manter influente na cultura pop mesmo após 40 anos do seu lançamento, em 1982. 

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Harry‘s House faz qualquer um se sentir em casa

Capa do álbum Harry 's House. É vista uma sala de estar simples e retrô de cabeça para baixo, são predominantes os tons de bege e marrom claro. No centro da parte inferior da imagem há um pequeno lustre de luz branca aceso e, ao seu lado direito está Harry, um homem branco e com cabelo castanho, próximo aos trinta anos. Harry tem sua mão esquerda na cintura e a direita no queixo; veste uma blusa branca, com três listras horizontais na cor rosa e mangas bufantes; também veste uma calça jeans escura e larga, e sapatilhas brancas. Ao lado esquerdo de Harry há uma janela aberta e, acima de si, uma cadeira com assento simples bege e braços de ferro. Seguindo a sequência da cadeira, da esquerda para a direita estão: um vaso de tulipas cor de rosa, um sofá marrom claro de dois lugares e com braços de ferro, e uma pequena mesa marrom escura com pés de ferro. Sobre a mesa estão um abajur redondo amarelo claro e um prato branco. Na parede oposta à janela, há uma porta bege com formato de arco, e, à sua esquerda, um pequeno quadro quadrado.
Deixando a Gucci de lado por um instante, Harry usa na capa do álbum um dos looks da última coleção de verão da designer inglesa Molly Goddard (Foto: Columbia Records)

Gabrielli Natividade da Silva 

Não é segredo que Harry Styles sabe fazer uma boa Música. Já tendo acumulado mais de cinco anos de carreira solo e alguns grandes prêmios (incluindo um Grammy), o cantor lançou, no dia 20 de maio, seu novo álbum, Harry’s House, formando sua santíssima trindade perfeita. Se Harry Styles narra um amor trágico e Fine Line é um equilíbrio entre quedas e acertos, o caçula é revigorante como a trilha sonora de um clássico filme romântico. São treze novas faixas muito empolgantes e aconchegantes que refletem otimamente que o britânico está em sua melhor fase, cada vez mais seguro de si, de sua vida e, claro, de sua Música. 

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10 anos de Valente: a escolha pelo nosso destino só depende de nós

Cena do filme de animação Valente. No centro em destaque há Merida, uma mulher branca, jovem, de estatura média, quadril largo, de longos cabelos ruivos cacheados e bagunçados, ela está vestindo um vestido verde escuro, com pequenos detalhes e um tecido branco bufante nas mangas, preso em um cinto de couro marrom em sua cintura há um suporte com algumas flechas. Ela está em pé e segura uma espada prateada com as duas mãos, seu corpo está movimentando como se jogasse a espada para a esquerda do corpo, e o tecido de seu vestido e seu cabelo acompanham o movimento. Sua feição é de desafio ao proteger o urso preto atrás dela, que é sua mãe Elinor, e está com o corpo rente ao chão presa por cordas grossas, olhando pedindo ajuda para Merida. Ao fundo, à esquerda da imagem, segurando as cordas e algumas armas, há alguns homens, em destaque está Lorde Dingwall, um homem branco, gordo, de braços finos, baixo, de cabelos brancos espetados, ele veste um kilt em tons de verde, ele está em pé, parado olhando Merida. Atrás dele há um homem branco, magro, de estatura média, cabelos castanhos, e usa um kilt vermelho e marrom, ele segura uma das cordas. Ao lado quase saindo da imagem há um homem grande, alto e forte, de pele levemente bronzeada, que usa um kilt e está sem camisa, ele segura uma lança e tem três espadas penduradas nas costas. Todos os personagens estão dentro de um círculo de pedras verticais, mas apenas duas aparecem na imagem, o chão é formado por uma grama baixa e ao fundo há o céu quase noturno e cinzento, com a silhueta de árvores altas, com muito galhos e uma quantidade média de folhas. Tanto Merida quanto o cenário ao fundo são iluminados por chamas amarelas que não aparecem na imagem
“Dizem que nosso destino está ligado à nossa terra. Que ela faz parte de nós, assim como fazemos dela” (Foto: Pixar Animation Studios)

“Nosso destino vive dentro de nós. Você só tem que ser valente o suficiente para vê-lo.”

Júlia Caroline Fonte

Qualquer criança nas últimas décadas, com certeza, em algum momento, sonhou em viver em um castelo e encontrar um príncipe encantado, mas hoje sabemos que as coisas não são bem assim. Há 10 anos, a primeira e única princesa dos estúdios Pixar veio para mostrar isso: Merida (Kelly Macdonald), a corajosa protagonista de Valente, protagoniza uma história empoderadora sobre liberdade e amadurecimento, que mergulha em uma aventura mística e afetiva.

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Sonic 2: ele não tem um roteiro inovador, não tem boa edição, mas ele tem o povo

Cena do filme Sonic 2. Sonic, uma criatura azul e de olhos verdes, que se parece com um ouriço, se posiciona em cima das asas de uma nave vermelha. Ao fundo existem montanhas com neve e mata.
Sonic 2 – O Filme estreou exclusivamente nos cinemas no dia 7 de abril (Foto: Paramount)

Ana Nóbrega

Em 2020, a maior parte do público não esperava muito de Sonic – O Filme. Afinal, o longa já havia passado por um baita de um rebuliço ao liberar o seu trailer e não agradar nada os fãs com o design “diferente” do ouriço azul mais conhecido do mundo. No entanto, o filme – que praticamente encerrou o funcionamento de cinemas no início da pandemia – ganhou o coração da audiência com um bom redesign e uma ótima trama. Desta forma, sua sequência não poderia ser diferente.  

Sonic 2 – O Filme, dirigido por Jeff Fowler, chegou aos cinemas dois anos, e uma pandemia, depois do primeiro longa-metragem, e conseguiu trazer a fórmula de sequências do MCU direto para as adaptações de games. Desta vez, muito mais focado no desenvolvimento do universo do Sonic (Ben Schwartz), do que no planeta Terra. Assim, a produção entrega para seus espectadores tudo que há de bom no mundo dos jogos, a animação, o enredo, o plot line e as referências.

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Beyond Van Gogh borra a linha entre exposição e imersão

Foto da sala principal da exposição. Nela há pessoas sentadas no chão ou em pé, vendo as projeções das obras nas paredes e no chão, na projeção aparece uma parte de uma pintura de Van Gogh na qual se vê várias folhas e uma floresta criando um ambiente esverdeado.
Imagem da sala principal durante a apresentação do vídeo (Foto: Eva Serra Aprilanti)

Eva Aprilanti

Beyond Van Gogh é uma exposição que ocorreu em São Paulo no Morumbi Shopping desde o dia 17 de março até o dia 03 de julho de 2022, e chegou ao Brasil este ano em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. A instalação é imersiva, pois o público vivencia a experiência entre as telas e multimídias a vida do artista holandês como se estivesse mergulhando na sua história e nas suas obras.

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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura se revela um filme de terror que deu errado

Cena de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. No centro da imagem está Doutor Estranho, um homem branco na faixa dos 40 anos, com cabelos castanhos penteados em um topete e um cavanhaque também castanho. Ele está em pé, com a perna esquerda à frente da direita e os braços levantados na altura do peito, com as palmas das mão viradas para cima. Veste seu traje de super herói - botas marrons, calça e blusa com mangas longas azuis e capa vermelha. Ao redor de si estão luzes redondas vermelhas e fumaça preta. Ao fundo são vistas duas janelas, uma redonda atrás do doutor e outra retangular no canto esquerdo da imagem. Também são vistas muitas velas ao redor do personagem.
A nova produção faz com que a Marvel mergulhasse de cabeça em sua era das trevas (Foto: Disney)

Gabrielli Natividade da Silva 

Depois de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) ter apagado a memória da existência de Peter Parker (Tom Holland), em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, e Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) ter libertado a cidade de Westview de sua manipulação, em WandaVision, ambos se encontraram para uma batalha intensa que atravessou universos. Em maio de 2022, foi lançado Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, um filme com muita ação e adrenalina, como é de se esperar de uma produção Marvel. A obra, porém,  deixa a desejar, quebrando as expectativas de fãs que estavam ansiosos por esse momento. 

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O amor não é óbvio é o retrato de um primeiro amor entre garotas

capa do livro O amor não é óbvio. No meio, em frente a um fundo rosa escuro, está a capa. A ilustração do livro, está em preto e branco, de duas garotas, no estilo colagem. A da direita tem o cabelo longo, liso e repicado, ela usa óculos redondos e está segurando um binóculo com as mãos. Ao lado dela está uma garota de cabelos curtos e lisos, vestida com uma jaqueta jeans cheia de bottons. Ainda, na parte superior, está o nome da autora e o do livro.
A capa de O amor não é óbvio, um dos principais romances lésbicos do país, também foi ilustrado pela talentosa autora Elayne Baeta (Foto: Editora Record)

Monique Marquesini

Da busca por registrar e contar histórias felizes de amor entre garotas, origina-se O amor não é óbvio. Publicada em 2019, a obra é a estreia da admirável autora baiana Elayne Baeta e marca o primeiro best-seller lésbico nacional a atingir a lista de mais vendidos do país. Anteriormente lançado em formato digital de forma independente, o romance  ganhou espaço na Literatura brasileira e foi lançado pela Editora Record, sob o selo Galera. A escritora, ilustradora e poeta só escreve sobre o que já sentiu no peito, e talvez por isso, suas narrativas sejam nada óbvias.

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A face por trás de Confissões de uma máscara

Capa do livro Confissões de uma máscara, do autor Yukio Mishima, retratando um leque sobre um fundo azul com o título e o nome do autor ao centro
De maneira bastante intimista, Confissões de uma máscara explora temas de autoconhecimento e rejeição (Foto: Companhia das Letras)

Pedro Yoshimatu

“Pressenti então que neste mundo há um tipo de desejo semelhante à dor pungente. ‘Quero me transformar nele’ foi a vontade que me sufocou ao olhar para aquele rapaz todo sujo: ‘Quero ser ele’”.

Publicado no Japão em 1949 pelo aclamado autor Yukio Mishima, Confissões de uma máscara é um interessante retrato de muitas crises. A crise de seu protagonista, certamente – Koo-chan é um jovem em processo de descoberta da sua própria homossexualidade, em constante conflito com suas crenças pessoais sobre honra, valor próprio e masculinidade -, como também a crise de seu contexto histórico, marcado pela ideologia militarista do Japão Imperial e uma herança cultural em processo de transição e ressignificação. Mas é, principalmente, um livro sobre as crises de seu próprio autor, marcado pelo tom quase biográfico, uma sincera proximidade com o leitor na prosa e uma percepção bastante honesta sobre os dilemas enfrentados por um jovem LGBTQIA+ num período de grande repressão social.

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No palimpsesto de Elvira Vigna, eles não conhecem Courbet

O livro Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, leitura do Clube do Livro do Persona em Maio, publicado pela editora Companhia das Letras, não é sobre garotas de programa, mas sim sobre relações interpessoais e suas tensões (Foto: Companhia das Letras/ Arte: Bruno Alvarenga)

Enzo Caramori

“Nenhuma de nós de fato com uma existência separada. Só traços sobrepostos, confusos, não claros. Como se estivéssemos, todas nós, num palimpsesto.”

Em uma sala, num outro universo que não é, naquele momento, o Rio de Janeiro que estardalhaça do lado de fora, ela está furiosa. Em silêncio, mas nunca quieta. Cautelosamente desajeitada. Uísque caubói, também raivoso, em um copo plástico. Escuta um homem, que nem conhece direito, narrar seus encontros com putas. Mulheres sem nomes, pois são tantas que, no fim, se juntam até se tornarem um único ser com várias cabeças e braços. Rasura. Na verdade, são as estórias que se juntam incessantemente até formarem, gota a gota, gigantes estruturas, como aquelas pedras, em cavernas. Gota a gota. Rígidas. Estalagmites. Que prendem, nos espaços vazios e ocos, o que realmente se quer dizer. E não foi dito.

E é isso – o que não foi dito –  que mais pulsa na escrita visceral de Elvira Vigna no brutal Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (2016), um de seus últimos livros publicados em vida. Em uma crueza avassaladora, que partilha de um humor blasé e de uma catártica raiva feminina, a autora não traz suas discussões necessariamente na superfície de seu enredo e no desenrolar de suas personagens, mas sim em uma psicologia que está atrás dos eventos narrativos – localizada no que realmente move os acontecimentos – criando uma dualidade acerca do que se diz mas, não necessariamente, é o que quer ser dito. Nessa narrativa, a única verdade está naquilo que é engolido pela língua e reside no escuro. Na ausência. No negativo.

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Uma década da viagem inesquecível para a mitológica e misteriosa Gravity Falls

Imagem da série animada Gravity Falls. Tem quatro pessoas na imagem, Da direita para a esquerda aparece Stanley, um homem idoso, brnco, com cabelos grisalhos, olhos pretos e barba grisalha, ele usa um óculos quadrado, um chapéu marrom, uma camisa branca e um colete salva-vidas azul e verde. Ele segura um livro vermelho nas mãos. Ao seu lado aparece Mabel, uma menina, branca, ela tem cabelos longos e castanhos, olhos pretos e usa aparelho nos dentes, ela usa um chapéu escrito “Mabel”, uma blusa rosa, um colete salva-vidas amarelo e uma saia azul. Ela sorri. Do seu lado tem Soos, um homem adulto e branco, ele tem olhos pretos, usa um boné marrom, uma camiseta verde, um colete salva-vidas amarelo e um shorts bege, ele está falando e gesticulando. Soos abraça Dipper. Dipper é um menino, branco, ele tem cabelos castanhos e olhos pretos, ele usa um chapéu bege com seu nome, uma camiseta laranja, um colete salva-vidas amarelo, um shorts verde e tênis preto. Todos estão num barco.
A sensação aconchego que a família Pines traz é tão boa que é fácil se sentir parte dela (Foto: Disney)

Nathan Sampaio

Não há tempo mais mágico do que as férias escolares. Nesse período, podemos conhecer novas pessoas, formar amizades e laços duradouros, sejam com amigos ou familiares, aprender novas atividades e conhecer o mundo. Essa é, com certeza, a época mais agradável para uma criança. Gravity Falls, série que completa 10 anos em 2022, nos faz recordar com carinho das férias escolares no mesmo momento que adentra em uma grande investigação cativante. 

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