Não é sempre que uma comédia esportiva consegue sair dos dramas de seu nicho e conquistar a grande audiência. O costumeiro é que as histórias se restrinjam aos jargões do gênero, repetindo estereótipos sexistas. Ted Lasso, original da Apple TV+, dribla todos esses problemas e marca um golaço. Jason Sudeikis protagoniza as aventuras de um treinador de futebol americano que se muda para o Reino Unido a fim de comandar uma equipe da Premier League. O problema? Ele não manja nada do futebol convencional.
O ano era 2019 e os fãs da série One Day at a Time se revoltavam noTwitter por conta do cancelamento feito pela Netflix. Após muitos pedidos para a renovação, foi entregue uma bem sucedida terceira temporada mostrando que o streaming ainda tinha força e conteúdo para continuar produzindo a queridinha dos assinantes. O cancelamento parecia improvável pois, além dos motivos já citados, o terceiro ano se finaliza com um gancho perfeito para uma nova temporada da série que foi abandonada.
Finalmente chegou na Netflix a tão esperada continuação de Big Mouth. A série animada de comédia estreou em 2017, surfando nessa onda nova de animações para adultos nas plataformas de streaming. Ela conta com a participação de nomes relevantes no gênero, como seu co-criador Andrew Goldberg, que já participou do roteiro de Uma Família da Pesada. O criador da série, e amigo de infância de Andrew, Nick Kroll, também não é um novato nessa área, ele fez parte do elenco deFesta da Salsicha, que é – de fato – uma predecessora das animações esteticamente infantis, de gosto duvidoso e explicitamente sexuais.
O amor em tempos modernos. As primeiras trocas de olhares foram substituídas por matches em aplicativos de relacionamento. As conversas deram espaço para emojis e figurinhas do Whatsapp. Chegamos num ponto em que até ouvir a voz da outra pessoa se tornou um grande ato de intimidade à primeira vista. Essa digitalização do romance é apenas mais um exemplo de como nos reconstruímos no meio virtual e somos cada vez mais dependentes dele para criar e manter nossas relações.
Há quem diga que essa mediação tecnológica não é tão vantajosa quanto parece, Fernanda Young e Alexandre Machado decidiram mostrar isso. O casal de roteiristas que deu origem a séries grandiosas, como Os Aspones e Os Normais, decidiu encarar uma comédia-romântico-dramática no contexto dos tempos atuais. Quase que sucessores da dupla Vani e Rui, surgiram Rita (Tatá Werneck) e Enzo (Eduardo Sterblitch). E, dessa combinação, nasceu Shippados.
Quando Jorge, personagem de Leandro Hassum, acorda no dia 24 de dezembro de 2010, tudo parece errado para ele, que se levanta e passa o dia resolvendo todas as pendências para a festa de Natal daquela noite, enfrentando calor, trânsito e lugares lotados. Depois de uma introdução em que o protagonista expõe toda sua complicada relação com a festa, que coincide com seu aniversário, o filme faz um bom trabalho em apresentar o conflito entre Jorge, a data e as relações familiares que o permeiam. Tudo Bem no Natal Que Vem é um filme que mistura todos os clichês natalinos com a típica comemoração brasileira.
No longínquo ano de 2006, um jornalista cazaque recebia a missão de gravar um documentário em solo americano, com o intuito de trazer costumes e conhecimentos de uma nação “mais avançada” para seu país natal. No entanto, digamos que os resultados não saíram conforme o esperado. Em Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que só foi lançado no Brasil em 2007,nosso querido jornalista, mais conhecido como Borat Sagdiyev, sofreu algumas represálias diante o fracasso nacional da produção, desde humilhação em público, cassação de seu direito jornalístico e até o sentenciamento à prisão perpétua nos gulags do Cazaquistão.
(In)felizmente, suas missões não pararam por aí. Borat: Fita de Cinema Seguinte, fruto da Amazon Prime Video, vem, em 2020, nos mostrar o porquê do personagem interpretado – ou melhor dizendo, vivido – por Sacha Baron Cohen precisar viajar para os EU e A novamente, dessa vez para aproximar seus líderes ao glorioso McDonald Trump: o responsável por restaurar todos os valores do americano de bem. E, mais uma vez, lá ia nosso esquisito repórter em direção as terras ianques, levando consigo o Ministro da Cultura, Johnny the Monkey – exatamente, um macaco – como presente para aproximar os dois países em níveis diplomáticos.
Nova York, Natal e dois jovens totalmente opostos é uma ótima receita para um clichê. E é nessa ambientação que Dash & Lily, a mais nova aposta da Netflix, se desenvolve. Com a produção executiva assinada por Shawn Levy (diretor e produtor de Stranger Things) e Nick Jonas, o caçula dos Jonas Brothers, a série é um aconchego para este fim de ano. Além das músicas muito bem escolhidas, o cenário e a fotografia sabem explorar o que se tem de melhor nos romances adolescentes.
Oriunda de um país com histórico político pouco convencional, a comédia suíça O Caminho para Moscou, exibida na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, não se isenta ao relembrar o vazamento de documentos da polícia que revelavam a invasão à privacidade de 900 mil pessoas. Ainda assim, a História é apenas pano de fundo para a narrativa que se destaca frente a esse cenário.
15 anos atrás, Ted Mosby começava uma longa história sobre como conheceu a mãe de seus filhos. A partir daí, pode se dizer que How I Met Your Mother é um eterno filler, mas no bom sentido. A sitcom fez sua estreia pela CBS em 2005, e aproveitava o momento para adotar os órfãos de Friends, que acabara um ano antes. Com aquela mesma fórmula sobre um quinteto jovem em Nova York, mas dessa vez aproveitando os dias em um pub. Contudo, apesar das ressalvas, foram nove temporadas incríveis que acompanharam o amadurecimento (ou não) de personagens muitos cativantes.
Lançada em novembro de 2019 pela Netflix e dirigida por Daniel Rezende, a série Ninguém Tá Olhando usa o humor para discutir temas existenciais, lembrando um pouco a aclamada The Good Place. No entanto, enquanto a produção americana explora a vida após a morte, a brasileira foca na vida mundana. Contando com a atuação de nomes bem conhecidos pelos jovens, entre eles Kéfera, que interpreta a personagem Miriam e Projota, que dá vida a Richard. Entretanto, o protagonista é o carioca Victor Lamoglia, intérprete de Úli, um anjo da guarda novato do Sistema Angelus De Proteção Aos Humanos.