Dois Estranhos diz “basta”

Foto retangular que mostra um homem de pé. Joey Badass está à esquerda da imagem. Ele é um homem negro de 26 anos, possui cabelos curtos, crespos e pretos, usa uma calça preta, tênis brancos e uma jaqueta amarela. Sua mão esquerda está no bolso na jaqueta e ele posa com o queixo levantado. Joey está na frente de uma parede levemente amarelada onde podemos ver a frase NO JUSTICE pichada em vermelho.
Joey Bada$$ deslanchou na carreira de ator e protagoniza o curta-metragem indicado ao Oscar 2021 (Foto: Netflix)

Caroline Campos

Eric Garner, Breonna Taylor, George Floyd. Diga o nome deles. Quase um ano depois do assassinato de George Floyd, o ex-policial Derek Chauvin foi declarado culpado pelo júri popular. Exceção, claro, já que pouquíssimos agentes da polícia estadunidense são processados por matar alguém durante uma ação de trabalho. A decisão histórica calhou de acontecer alguns dias antes da cerimônia do Oscar 2021, em que Dois Estranhos, curta da Netflix que denuncia a violência sofrida pela população negra, está cotado como o favorito para levar a estatueta para casa.

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Druk – Mais uma Rodada: movidos por aquela saideira

Cena do filme Druk - Mais uma Rodada. Quatro homens adultos estão andando no meio de uma rua, cercada por carros estacionados dos dois lados, postes de luz acesos e árvores nas calçadas. Da esquerda para a direita, temos: Lars Ranthe, um homem branco de 51 anos com cabelos curtos e castanhos. Ele usa apenas uma cueca marrom e tênis preto, e se cobre com um cobertor verde. Ao seu lado, Mads Mikkelsen, um homem de 55 anos, de cabelos um pouco mais compridos e escuros. Ele usa um sobretudo preto, calça e blusa cinza e tênis preto. Na sua mão esquerda, segura um guarda-chuva. Seguindo, Thomas Bo Larsen, um homem branco de 57 anos, usa um conjunto de moletom preto e azul. Ele possui cabelos curtos e castanhos e segura uma garrafa na sua mão direita. Por último, Magnus Millang, um homem branco de 39 anos, usa uma camisa azul por cima de uma camiseta preta, calça jeans e tênis vinho. Ele tem cabelos e barba castanhos.
Another Round, em inglês, surpreendeu a categoria de Melhor Direção, mas é o favorito em Melhor Filme Internacional no Oscar 2021 (Foto: Nordisk Film)

Caroline Campos

Quer comemorar um grande feito? Uma garrafa de champagne. Afogar as mágoas? Uma latinha de cerveja. E sobreviver aquele domingo melancólico? Uma taça de vinho, claro. O mundo é, basicamente, movido à álcool – e Thomas Vinterberg sabe disso. A partir da relevância da bebida no nosso dia a dia, o diretor dinamarquês de Druk – Mais uma Rodada idealiza, como uma celebração, seu novo longa, que consegue encontrar o equilíbrio perfeito entre o moralismo alheio e a romantização do alcoolismo. 

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O Tigre Branco nos mostra a Índia das carteiras cheias e barrigas vazias

A imagem retangular é uma montagem do filme O Tigre Branco. Da esquerda para direita vemos três pessoas encarando a câmera, com um filtro em preto e branco. Centralizado e à esquerda, Priyanka Chopra, uma mulher indiana de cabelos lisos e curtos e possui um semblante sério. Ela usa um vestido decotado com um cinto na altura da cintura, além de usar um relógio em seu pulso direito e apoiar sua mão direita nos ombros de Adarsh Gourav. À sua direita e centralizado na foto, vemos Adarsh Gourav sentado, ele é um homem indiano de cabelo liso e jogado para o lado com um bigode longo e barba rala. Ele sorri enquanto utiliza uma camisa social clara. À sua direita centralizado à direita da foto vemos Rajkummar Rao, um homem indiano de topete liso com um semblante sério. ele usa uma jaqueta longa e aberta com uma camiseta por baixo. O plano de fundo da foto é um azul vibrante e sobre a cabeça de Adarsh há uma montagem de uma coroa amarela.
O Tigre Branco abocanhou uma indicação na categoria de Melhor Roteiro Adaptado no Oscar 2021 (Foto: Netflix)

Vitor Tenca

O sistema de castas sócio-religiosas perdura em território indiano há mais de 2600 anos. A estranha e embaraçada divisão populacional configura uma sociedade baseada em preconceito e desigualdade, que acaba por perpetuar um privilégio às castas superiores em detrimento da injustiça e regressão às inferiores, independente do fato desses costumes  terem sido erradicados por lei desde 1950. O Tigre Branco, produção original da Netflix dirigida por Ramin Bahrani, nos mostra essa realidade de uma Índia que vive na luz e nas trevas ao mesmo tempo.

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Quatro lendas do movimento negro, mas apenas Uma Noite em Miami para entender seu local na luta racial

Poster do filme Uma Noite em Miami.... Em primeiro plano temos o quarteto principal do filme. Na ponta esquerda, Jim Brow virado de costas, com a cabeça olhando para trás de relance, usando um terno preto. Ele é um homem de pele negra retinta, barba e cabelo curto preto. Ao lado, Malcolm X, olhando para a frente, com as costas virada para Jim. Ele é um homem de pela negra mais clara, com cabelos mais castanhos, usa óculos quadrado e um terno cinza. A sua direita está Sam Cooke, mais baixo que Malcolm, com um leve sorriso em seus lábios. Ele é um homem negro de pela mais retinta, cabelo preto, terno vinho, e está virado para frente de costas para Malcolm. A sua direita está Cassius Clay, virado com seu corpo para frente de Sam, olhando para a câmera. Ele é um homem negro de pele mais retinta, cabelo preto, musculoso, usando uma calça social cinza, camisa azul e segurando o blazer de mesma cor da calça, com a mão apoiada no ombro. Ao fundo, um típico hotel americano, com palmeiras ao canto da tela, e um pôr do Sol acontecendo.
Kemp Powers, roteirista do filme, está indicado na categoria de Melhor Roteiro Adaptado por Uma Noite em Miami…, além de sua co-direção por Soul, favorito a Melhor Animação (Foto: Prime Video)

Pedro Gabriel

Miami, 1964. Após uma vitória espetacular de Cassius Clay (Eli Goree) sobre o campeão dos pesos-pesados Sonny Liston, um grupo de amigos se junta para comemorar o feito. Essa noite poderia ser apenas mais uma história de diversão, com uma festa regada a bebidas alcoólicas. Mas isso não ocorre. O grupo citado é formado pelo ativista Malcolm X (Kingsley Ben-Adir), o pai do soul Sam Cooke (Leslie Odom, Jr.), o jogador de futebol americano Jim Brown (Aldis Hodge) e o campeão Cassius Clay, que futuramente seria chamado de Muhammad Ali.

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Evelyn Hugo: a lenda que ganharia o Oscar (se ela existisse)

Colo de uma mulher branca de cabelos curtos, vestindo um colar de pérolas e um vestido de lantejoulas e usando um batom escuro. Um efeito deixa a imagem inteira na cor verde. Em sobreposição, está o título Os sete maridos de Evelyn Hugo, em branco.
O livro Os sete maridos de Evelyn Hugo, publicado pela editora Paralela e traduzido por Alexandre Boide, é o queridinho dos fãs de literatura sáfica (Foto: Reprodução)

Beatriz Luna

Em tempos de Oscar, é preciso conhecer os candidatos, até mesmo os inexistentes. Em meio ao drama da Hollywood do século 20, Evelyn Hugo veio para ficar. Escrito por Taylor Jenkins Reid, autora de Daisy Jones & The Six e Amor(es) Verdadeiro(s), o romance histórico Os sete maridos de Evelyn Hugo traz 360 páginas de uma envolvente trama LGBTQIA+, e emoções são o que não faltam. E alerta de gatilhos: o livro aborda assuntos como violência doméstica, abuso psicológico, homofobia, suicídio e alcoolismo, além de contar as dificuldades e preconceitos vivenciados pela jovem atriz latina. 

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Moxie: quando borboletas quebram casulos

Poster do filme Moxie, com fotografia dos personagens muito próximos gritando ao fundo, em preto e cinza. Da esquerda para a direita: Cláudia está mais acima que todas as personagens e Emma embaixo, seguidas por Kiera, Lucy, Vivian com Kaitlynn e CJ acima, Amaya abaixo delas e Seth ao final e acima. Em primeiro plano há o título Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta centralizado em vermelho.
“Acho que só estou com raiva; Estou com raiva e quero gritar” (Foto: Reprodução)

Júlia Caroline Fonte

Uma lagarta, para se tornar borboleta, passa por uma metamorfose que irá mudar totalmente a sua vida e o mundo ao seu redor. Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta, novo filme da Netflix que chegou no dia 3 de março, conta sobre a transformação de Vivian (Hadley Robinson), uma garota do Ensino Médio que não pôde ficar em silêncio diante das situações misóginas que aconteciam em seu colégio, e passa a enfrentá-las usando o fanzine Moxie, que foi capaz de romper o casulo de diversas meninas a sua volta.

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White Eye desmonta a dignidade humana

Cena do curta White Eye. À esquerda, Dawit Tekelaeb, um homem negro de cabelos curtos, crespos e preto, está de pé. Dawit está do peito para cima na imagem, de perfil e virado para a direita. Ele usa uma camisa branca e azul, com gola, e um avental por cima. Dawit olha para a direita, na direção de Daniel Gad. Daniel está no canto direito da foto, olhando para baixo. Daniel é um homem branco com cabelos escuros e barba e bigode. Ele usa uma touca preta, jaqueta preta e um agasalho preto por baixo. Ao fundo, desfocado, está uma bicicleta e o cenário de uma rua.
White Eye concorre ao Oscar 2021 ao lado de Feeling Through e The Letter Room na categoria de Melhor Curta-Metragem em Live Action (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

São necessários apenas 20 minutos para White Eye estruturar e acusar a sociedade de classes em que se insere. O curta-metragem israelense dirigido por Tomer Shushan é um retrato potente do privilégio social e da noção agressivamente individualista de propriedade privada, utilizando uma esquina de Tel Aviv como seu epicentro. Indicado ao Oscar 2021, o roubo de uma bicicleta é a força narrativa que movimenta um completo desmantelamento da figura humana.

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Cineclube Persona – Março de 2021

Arte retangular em cor rosa bebê. No canto superior esquerdo foi adicionado o texto cineclube persona em fonte branca. Ao centro está o logo do persona. No canto inferior direito está escrito março de 2021 em cor preta. Espalhadas pela arte, foram adicionadas quatro fotografias em molduras de cor azul: uma foto do filme Cabras da Peste, uma foto da série WandaVision, uma foto do filme Godzilla vs Kong e uma foto de Oprah Winfrey.
Destaques de Março de 2021: WandaVision, Cabras da Peste, Godzilla vs Kong e a entrevista de Oprah com Meghan Markle e príncipe Harry (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/Texto de Abertura: Caroline Campos)

Mais um mês se foi e, com ele, o pior março de nossas vidas. A pandemia ainda assombra o cotidiano brasileiro e, mais do que nunca, é necessário ficar em casa. Assim, para sobreviver à solidão das paredes dos nossos lares, contamos com o abraço reconfortante da cultura. E, neste mês, as doses foram intensas. Primeiro, elas finalmente chegaram: as indicações ao Oscar 2021. A grande maioria dos nomes já eram esperados e conhecidos, mas março trouxe consigo o filme que faltava para riscarmos de nossas checklists. Meu Pai, protagonizado por Anthony Hopkins e Olivia Colman, garantiu a vaga em 6 categorias da estatueta dourada e conta com uma das melhores interpretações da carreira de Hopkins.

A 26ª edição do Critics Choice Awards também deu suas caras. Nomadland foi o grande vencedor da noite, conquistando Melhor Filme e Melhor Direção para a talentosa Chloé Zhao. Chadwick Boseman e Carey Mulligan levaram para casa as consagrações em atuação principal, e Daniel Kaluuya e Maria Bakalova nas categorias de coadjuvantes. No mundo televisivo, The Crown seguiu premiadíssima, ao lado de Ted Lasso e O Gambito da Rainha. Será que a escolha dos críticos vai seguir a vontade dos votantes da Academia? Só abril nos dirá.

Além dos prêmios, o mundo do Cinema veio recheado. Depois das súplicas ensurdecedoras dos fãs, o Snyder Cut está entre nós. A versão esquecida de Zack Snyder de sua Liga da Justiça veio, por bem ou por mal, para preencher nossos corações. O Disney+ também arriscou no modelo de aluguel e lançou Raya e o Último Dragão pela facada de R$ 69,90 na mensalidade do serviço. Do outro lado dos streamings, a concorrente Netflix não poupou seus lançamentos: tivemos produção nacional em Cabras da Peste, documentário do ícone Notorious B.I.G., Silenciadas e suas bruxas modernas e até um jovem grito feminista com as meninas de Moxie.

Eddie Murphy resolveu, depois de 33 anos, retornar ao papel da realeza de Zamunda e Um Príncipe em Nova York 2 deu mais um original para a Amazon Prime chamar de seu. Sobrou até para os monstros: Adam Wingard botou King Kong e Godzilla para brigar e, infelizmente, ainda não podemos assistir o confronto da tela do cinema. Não que a TV esteja nos decepcionando – WandaVision se despediu, mas já estamos nos habituando com as cenas de ações de Falcão e o Soldado Invernal. Oprah pautou mais uma polêmica do mundo dos famosos e sua entrevista com o príncipe Harry e Meghan Markle rendeu mais intrigas para a família real britânica. 

Ficou curioso? O Cineclube Persona de Março juntou tudo isso e muito mais entre os principais lançamentos audiovisuais que chegaram até nós. Opiniões, críticas, palmas e muita gritaria nas palavras minuciosamente escolhidas pela Editoria e pelos colaboradores do Persona no maior post do mês. Confere aí!

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Sem verrugas e caldeirões, Silenciadas é um deleite de mulheres geniais que resistiram à caça às bruxas

Cena do filme Silenciadas. A imagem é do rosto da personagem Ana, interpretada por Amaia Aberaturi, uma mulher branca de cabelos castanhos ondulados, que encara a câmera. A personagem está em um local fechado e com pouca luz.
O protagonismo de Amaia Aberasturi como Ana Iberguren e seu jogo de expressões em cena com Rostegui (Àlex Brendemüjl) renderam a indicação ao 35º Prêmio Goya de Melhor Atriz (Foto: Reprodução)

Nathália Mendes

Atemporal. Não há como assistir Silenciadas, nova aquisição da Netflix, sem conectar as acusações de bruxaria com os julgamentos que as mulheres sofrem até hoje. Em 1609, no País Basco, extremo norte da Espanha, a Santa Inquisição reprimia a cultura basca e queimava mulheres vivas. Desesperados em conhecer o sabbat, um suposto ritual de invocação do demônio, os inquisidores encontram um grupo de garotas geniais que oferecem a bruxaria que eles ardentemente desejavam assistir. Com a protagonização de Ana (Amaia Aberasturi), a tentativa das garotas em escapar da fogueira é uma performance belíssima. 

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Com sabor de leite com achocolatado, pijaminha e manhã fresca, Shaun, o Carneiro volta para mais uma aventura

Na frente Shaun, uma ovelha magra de pele preta com pelagem branca, segura uma fatia de pizza sorrindo. Atrás está o cão Blitzer, com pelagem amarela e um gorro azul, com cara espantado. Ao fundo está Timmy, uma ovelha bebê igual Shaun, sorrindo e segurando um urso de pelúcia. Todos olham para frente. Estão em uma floresta, iluminada e com muito brilho azul, rosa e roxo.
Shaun, Blitzer, Timmy, Mãe do Timmy e Shirley voltam para a alegria de todos, e trazem consigo uma indicação de Melhor Animação no Oscar 2021 (Foto: Reprodução)

Pedro Gabriel

Um dos motivos para eu acordar cedo quando tinha meus nove anos era sentar na sala, ligar na Cultura, e assistir a todos os desenhos que passavam no Quintal da Cultura. A manhã era recheada de Doug (1991-1999), Madeline (1993-2001), Cocoricó (1996-atualmente no YouTube), Os Sete Monstrinhos (2000-2003) e por uma pequena ovelha aventureira chamada Shaun, o Carneiro (2007-presente). Dez anos se passaram, e cá estou eu revivendo todas essas manhãs após assistir Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca na Netflix. A animação é uma continuação do longa de 2016 e traz Shaun em uma nova aventura. 

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