A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é autêntico e memorável

Banner de divulgação do filme A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas. A cena é uma animação, com a família dentro de um carro laranja, voando, e o logo do filme aparecendo ao lado. A Família está em fonte branca, Mitchell em laranja, E a Revolta das em branca, e Máquinas azul. Ao fundo, vemos uma cidade, o céu cristalino e vários objetos flutuando a órbita do veículo.
Linda, Aaron, Katie e Rick, da esquerda para a direita, e Munchi, o cão, na frente (Foto: Netflix)

Flora Vieira

A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2021) é o mais novo resultado de um acordo realizado entre as empresas Netflix e Sony: nele, foi decidido que os filmes da Sony e suas subsidiárias (isso inclui a Sony Pictures, produtora do filme), seriam lançados não só no cinema, mas também no serviço de streaming. Esse em específico estava planejado para ser distribuído apenas no cinema, mas uma pandemia entrou no caminho, e a Netflix ganhou no catálogo uma animação cheia de identidade, um drama bem construído e uma comédia de primeira. O mote ‘para todos os públicos’ se faz valer aqui: da criança pequena ao adulto calejado, qualquer um se diverte assistindo a essa obra prima.

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Como comédia, O Auto da Boa Mentira é uma ótima homenagem a Ariano Suassuna

Cena do filme O Auto da Boa Mentira. A imagem traz o personagem de Jackson Antunes caracterizado de palhaço, com gravata grande, roupas de cores fortes e maquiagens extravagantes.
Cena do filme O Auto da Boa Mentira, onde retrata o palhaço Romeu, vivido por Jackson Antunes (Foto: Globo Filmes)

Guilherme Teixeira

 “Eu gosto do mentiroso que mente por amor à arte”, declarou nosso saudoso Ariano Suassuna (1927-2014) no trecho de uma entrevista inserida logo no início do filme que tem como base, a mentira. Dirigido por José Eduardo Belmonte e saudando as boas histórias do escritor pernambucano, O Auto da Boa Mentira conta em quatro esquetes, as histórias de Helder (Leandro Hassum), Fabiano (Renato Góes), Pierce (Chris Mason) e Lorena (Cacá Ottoni). O que eles têm em comum? A mentira. A boa mentira. Os quatro contos mostram as diferentes maneiras com que a lorota atua na vida de cada personagem individualmente. O time que forma o elenco do filme ainda conta com Nanda Costa, Cássia Kis, Jesuíta Barbosa, Luís Miranda e outros grandes nomes da Arte brasileira.

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Aquamarine e a evolução das comédias adolescentes

Cena do filme Aquamarine. Cena de dia em um ambiente externo mostrando três amigas do joelho para cima. No canto esquerdo Claire, uma garota branca com cabelo castanho claro na altura dos ombros, está de pé virada com o corpo pra frente com as mão apoiadas no guidão de uma bicicleta à sua esquerda. Ela está sorrindo com o rosto virado para a direita e usa uma regata rosa e uma saia verde com flores rosas. No centro da imagem Aquamarine, uma garota branca com longos cabelos loiros está andando para a frente usando um vestido frente único curto azul claro. No lado direito, Hailey, uma menina branca com cabelos castanhos presos em um rabo baixo, está sentada na bicicleta, com as mão apoiadas no guidão olhando para a esquerda. Ela usa uma camisa amarela com estampa verde, uma calça marrom e um cinto branco. No fundo é possível ver uma vegetação verde desfocada.
Claire, Aquamarine e Hailey conversam sobre o plano de ajudar a sereia a encontrar seu verdadeiro amor (Foto: Storefront Pictures)

Marcela Zogheib

Das profundezas dos anos 2000, emerge o filme que mistura seres mitológicos, drama adolescente e músicas do Weezer, e faz dar certo. Aquamarine conta a história de Claire (Emma Roberts) e Hailey (JoJo), duas amigas que moram numa cidade praiana e, antes do verão acabar, encontram uma sereia (Sara Paxton). Agora, ambas precisam ajudá-la a realizar seu plano para que ela as recompense com um desejo.

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Após 30 anos, o clássico Thelma & Louise continua atual e necessário

Cena do filme em que Geena Davis, uma jovem branca de cabelos claros e ondulados, e Susan Sarandon, uma jovem branca de cabelos ondulados, com óculos de sol e lenço, se juntam para tirar uma selfie.
A primeira selfie do cinema foi protagonizada por Geena Davis e Susan Sarandon no clássico Thelma & Louise (Foto: Metro Goldwyn Mayer)

Gabriel Gatti

Muitos filmes hollywoodianos seguem um padrão comum em suas produções, quase como uma receita de bolo. Neles é perceptível uma maioria esmagadora de personagens masculinos como protagonistas. Em contrapartida, a história criada pela roteirista Callie Khouri propunha uma ruptura nos clichês da indústria cinematográfica. Desse modo, ao receber o roteiro em mãos, o diretor Ridley Scott deu vida ao icônico Thelma & Louise.

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Nem pão, nem brioches: Maria Antonieta foi muito mais do que isso

Cena da sequência de abertura de Maria Antonieta. Nela está Kirsten Dunst, que interpreta a rainha, uma mulher branca de cabelos loiros claros; usando um vestido branco de babados e uma pena branca como adorno na cabeça. Ela está deitada voltada para o lado direito, e uma mulher branca de cabelos pretos com um vestido preto, avental e chapéu branco está massageando seus pés. Elas estão cercadas por vários bolos.
Maria Antonieta no estado “se não tem bolo, que comam brioches”, porém Sofia Coppola deixa bem claro que a monarca nunca disse isso (Foto: Columbia Pictures)

Layla de Oliveira

Ah, a Revolução Francesa. Marcada em nossas memórias do Ensino Médio como o momento de estrelato da guilhotina, mas ela é claramente muito mais do que isso. A grande desigualdade social e econômica resultou em um nível de pobreza nunca antes visto no país, enquanto os aristocratas esbanjavam em festas e novos palacetes. Resultando na Queda da Bastilha, um símbolo da opressão francesa, a Revolução determinou o fim da monarquia absolutista na França, e influenciou muitos outros países a seguirem o exemplo, além de dar início à Idade Contemporânea na história ocidental.

Mas Sofia Coppola não poderia ligar menos para tudo isso. O filme Maria Antonieta, que completa 15 anos desde sua estreia (conturbada) no Festival de Cannes neste 24 de maio, não conta a história de Maria Antonieta (Kirsten Dunst), a rainha absolutista e Madame Déficit como muitos outros filmes, séries, livros e documentários fazem; ela simplesmente nos faz acompanhar a vida de Maria Antonieta, uma jovem de 14 anos que foi obrigada a adaptar-se em um novo ambiente, com muitas expectativas e deveres a rondando sempre. E muitas cores pastéis, também.

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Manu Gavassi, eu é que me sinto bem com você

Cena do filme Me sinto bem com você. Nela, vemos Manu Gavassi deitada com um papel em mãos. Ela é magra, branca e tem os cabelos loiros na altura do ombro. Ela veste uma camiseta listrada vermelha e branca.
Manu Gavassi e elenco repleto de talentos navegam pela quarentena no sensível filme pandêmico Me sinto bem com você (Foto: Amazon Prime Video)

Vitor Evangelista

Uma coisa é certa: a experiência da pandemia no Brasil é diferente de qualquer outro lugar do globo. Seja pelo descaso governamental ou pelo descuido populacional, enfrentar o isolamento social em CEP nacional é doloroso, desolador e qualquer antônimo de alegria que comece com a letra D. É claro que Matheus Souza não ia deixar esse caos coletivo viver apenas no mundo real, resolvendo catapultar a angústia de estar quarentenado e, para piorar, apaixonado, desapaixonado e em algum lugar perdido entre os dois.

Me sinto bem com você, assim, direto, é o título que abrange 5 microcontos, relacionando o afeto, o desafeto e a neurose que habita a mente de quem não sai de casa desde março do ano passado. O próprio diretor e roteirista protagoniza o mais sincero dos excertos, ao lado da produtora, cantora, ex-BBB e musa Manu Gavassi. Eles vivem um não-casal, separados há anos, mas ligados por aquele fio invisível tema de tantos poemas e poesias de adoração que lemos por aí.

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30 anos de O Silêncio dos Inocentes: os cordeiros gritam mais alto do que nunca

Atenção: o texto contém imagens sensíveis de violência explícita

Cena do filme O Silêncio dos Inocentes. O personagem de Anthony Hopkins está no centro da imagem, preso em uma camisa de força. Ele está de pé, num carrinho, e usa uma máscada de couro do nariz para baixo. Seu olhar é vidrado, sem expressões. Ao seu redor, vemos três policiais desfocados.
A máscara icônica foi criada especialmente para o filme de 1991 (Foto: Orion Pictures)

Caroline Campos

Aconteceu Naquela Noite (1934), de Frank Capra, Um Estranho no Ninho (1975), de Milos Forman e O Silêncio dos Inocentes (1991), de Jonathan Demme, são o trio de ouro do Oscar. Os três integram o seleto grupo Big Five, dedicado aos filmes que levaram para casa as principais estatuetas da premiação – Melhor Filme, Ator, Atriz, Direção e Roteiro. No entanto, quando Elizabeth Taylor anunciou o último prêmio daquela noite de 1992 para a obra de Demme, ela também consagrou o primeiro Oscar de Melhor Filme para um longa de terror na história da cerimônia até então. Passados 30 anos, o impacto de O Silêncio dos Inocentes na cultura cinematográfica continua incontestável e não há nada que apague a reputação de Hannibal Lecter e Clarice Starling do imaginário popular.

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Oxigênio: aquela familiar sensação de esquecimento

Cena do filme Oxigênio. Na imagem, a personagem Elizabeth, interpretada por Mélanie Laurent está deitada com um circulo roxo de energia acima de seu rosto. Elizabeth é uma mulher branca de cabelos loiros e olhos claros, ela veste uma roupa branca com furos e olha diretamente para cima.
Alexandre Aja, diretor do longa, foi responsável por filmes de terror como o remake de Piranha (2010) e Predadores Assassinos (2019) (Foto: Netflix)

Isabella Siqueira

Claustrofobia e mistério ajudam a definir a nova coprodução francesa e estadunidense da Netflix, Oxigênio (tradução de Oxygen). Ao mesclar o futuro da Terra com um confinamento tecnológico, o longa pode até ser entendido como um episódio alternativo para a pandemia do novo coronavírus. A personagem de Mélanie Laurent nem sabe seu próprio nome, muito menos um jeito de sair da cápsula criogênica de onde acordou de repente, isolada e sem memória.

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Cineclube Persona – Abril de 2021

Capa do Cineclube Abril. Nela, consta a frase "Cineclube Persona" em branco no canto superior esquerdo da imagem. Abaixo está um quadro verde com duas participantes da 13ª temporada de RuPaul's Drag Race. Ao lado, um quadro verde com o personagem Falcão da série Falcão e o Soldado Invernal, ele é um homem negro vestido com uma fantasia de super heroi com destalhes em azul, branco e vermelho. Ao lado no canto superior, um quadro verde com uma foto do filme Fuja, nela está presente uma mulher branca abraçando uma menina, a mulher, vivida por Sarah Paulson, possui pele clara e cabelos ruivos. Ao lado, no canto inferior direito, está um quadro verde na horizontal com uma foto da Telenovela Amor de Mãe. Em baixo, a seguinta frase: "Abril de 2021". No centro está também o logo do Persona, e o fundo da página contém um tom de roxo escuro.
Destaques de Abril de 2021: 13ª temporada de RuPaul’s Drag Race, Falcão e o Soldado Invernal, Amor de Mãe e Fuja (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Isabella Siqueira)

Ainda vivenciando a pandemia, Abril carregou nas costas a premiação mais falada do ano: o Oscar 2021. Entre as vitórias e perdas do evento estão a consagração justa de Chloé Zhao, primeira mulher asiática a vencer na categoria Melhor Direção, por Nomadland. Outros nomes que brilharam no mês foram os experientes Frances McDormand e Anthony Hopkins, este último venceu pela brilhante performance em Meu Pai. Mas, passada a euforia dos filmes indicados, vencedores ou não, é hora de falar dos lançamentos do cinema, da televisão e dos streamings.

A Netflix, como sempre, lotou o público de novas produções para acompanhar. No quesito terror, os longas Fuja e Vozes e Vultos merecem destaque. Falando em ficção científica, o streaming apostou no filme Passageiro Acidental. Rosamund Pike agora protagoniza o drama histórico Radioactive, vivendo dessa vez a cientista Marie Curie. Na categoria Séries, a plataforma apostou na adaptação literária Sombra e Ossos, e na produção documental O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos

No Amazon Prime Video, teve a comédia Breaking News In Yuba Count, composta por um elenco cheio de rostos conhecidos, e a produção animada Invencível, baseada na HQ homônima. Marcando não só o Disney+, Falcão e o Soldado Invernal veio para dar início a nova fase do Universo Marvel, junto também ao longa Mortal Kombat que comemora o icônico jogo de videogame na HBO Max. Entre as produções documentais estão: Chorão: Marginal Alado, que retrata a vida do cantor brasileiro membro da banda Charlie Brown Jr. e Demi Lovato: Dancing With The Devil, produção corajosa que marca a nova fase da cantora pop. 

Ainda fugindo do mundo dos streamings, Shiva Baby marca a estreia da roteirista e diretora Emma Seligman. Na televisão brasileira, mais uma eliminação do Big Brother Brasil deu o que falar, agora do cantor sertanejo Rodolffo, junto também ao documentário sobre a jornada de redenção da eliminada Karol Conká. E, ainda, o final apressado da novela Amor de Mãe, cuja transmissão e gravações acabaram interrompidas por conta da pandemia. A décima terceira temporada de RuPaul’s Drag Race terminou esse mês, e trouxe a comemorada vitória da queen Symone. Na HBO Max, chegou ao fim a primeira parte da temporada 1 da série de comédia dramática Genera+ion. E, enfim, a eterna The Walking Dead marcou presença com a estreia dos episódios finais da 10ª temporada.

Em Abril de 2021, não faltaram produções para acompanhar semanalmente ou assistir de uma vez. O Cineclube deste mês compactou os lançamentos amados e odiados do momento, com opiniões, críticas, amores e ódios selecionados a dedo pela própria Editoria e seus colaboradores.

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Persona Entrevista: Felipe M. Guerra

Diretor comenta sobre a reedição de seu clássico do cinema amador para o Fantaspoa XVII e da realidade dos cineastas independentes no Brasil

Arte do Persona Entrevista. À esquerda, as palavras PERSONA ENTREVISTA estão contínuas em quatro linhas brancas e brancas. O cineasta Felipe M. Guerra está no centro da arte, em preto e branco no fundo vermelho. Ao seu lado, o poster do filme Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-Feira 13 do Verão Passado, com FELIPE M GUERRA em preto acima.
Depois de nomes como Lemohang Jeremiah Mosese e Moara Passoni, o Persona Entrevista volta para um bate-papo com o cineasta independente Felipe M. Guerra (Foto: Necrófilos Produções Artísticas/Arte: Jho Brunhara)

Caroline Campos

A 17ª edição do Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, que ocorreu no último mês de abril, rendeu o acesso a muitas obras internacionais até então inéditas no Brasil. Depois da cobertura do Fantaspoa XVII pelo Persona, o quadro de entrevistas do site retorna para conversar com Felipe M. Guerra, o diretor de um dos filmes mais comentados do evento: Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-Feira 13 do Verão Passado

No aniversário de 20 anos do longa, Guerra, também jornalista, conta um pouco sobre seu processo de criação e a recepção do público durante o Fantaspoa, que marca a primeira vez que o filme foi disponibilizado online e sem restrições. Simpático, o gaúcho ainda comenta sobre a relação do Cinema com as novas tecnologias e o papel da arte independente. Sentiu saudade do Persona Entrevista? Então, acompanhe abaixo o papo que tivemos com o responsável por um dos maiores mitos do cinema amador.

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