Com Scooby!, a memória da infância não tem fim 

A imagem mostra Salsicha e Scooby abraçados em cima de uma cama. Eles usam seus figurinos clássicos, sendo o de salsicha a blusa verde, bermuda cáqui e tênis e de Scooby a coleira azul.
É quase impossível repetir ‘Scooby-Doo, cadê você meu filho?’ sem fazer a voz de Salsicha Rogers (Foto: Reprodução)

Júlia Paes de Arruda

É, turma… Parece que temos um novo mistério nas mãos’. A frase tão emblemática de Fred Jones tornou-se ainda mais nostálgica com a divulgação de um filme em 3D do dogue alemão mais querido por adolescentes e adultos que cresceram assistindo os desenhos do Scooby-Doo. Nem mesmo a pandemia e a tímida reabertura das salas de cinema impediu que os fãs pudessem apreciar a animação Scooby!, que logo conquistou o topo das bilheterias

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The Great Pretender: ser enganado nunca foi tão divertido

Na direita temos quatro dos personagens do anime. De cima para baixo há um garoto de cabelo castanho correndo com uma bolsa de dinheiro. Um homem loiro falando ao telefone. Uma garota em pé mexendo no cabelo e outra ruiva tirando os óculos.
Fingindo que eu estou indo bem, minha necessidade é tanta que eu finjo demais, eu sou solitário mas ninguém pode perceber – Freddie Mercury (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido

Por vários séculos no passado, narrativas como Star Wars e O Senhor dos Anéis basearam-se nos confrontos entre o bem e o mal para construir suas histórias e universos. Muitas vezes, os autores caracterizam a personalidade e modo de viver dos seus personagens com base em um desses dois lados. Por isso, era sempre fácil distinguir o mocinho do vilão e guiar o afeto do público. Até que um dia, ambos os lados convergiram e um novo tipo de personagem nasceu: pessoas que não são heróis nem vilões e mesmo estando ao lado dos mocinhos não compartilham do mesmo jeito de resolver as coisas que eles. Os chamados anti-heróis.

É com essa definição em mente que The Great Pretender constrói seu universo. Um anime criado pela Netflix em parceria com o estúdio Wit, que possui como protagonistas um grupo carismático e divertido de vigaristas internacionais. A segunda parte da história chegou em novembro no catálogo do streaming e conquista os espectadores com seus personagens carismáticos, aventuras divertidas, trilha sonora cativante e uma animação com um estilo deslumbrante.

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evermore: Taylor Swift cria suas próprias regras

Capa do álbum 'evermore' de Taylor Swift. A imagem apresenta Taylor de costas, fotografada da metade das costas para cima. Ela tem a pele branca e seus cabelos loiros, na altura do meio das costas, estão presos numa trança embutida. Ela usa uma blusa de flanela com uma estampa xadrez grande, de fundo azul bem escuro e os quadrados são laranja, amarelo e bege. Ela está de frente para um um gramado e logo à frente uma parede de árvores longas, de troncos finos e folhagens abertas. A paisagem ao fundo da imagem para onde Taylor olha está desfocada.
“Parece que estávamos na orla da floresta folclórica e tínhamos uma escolha: virar e voltar para trás ou viajar adentro da floresta dessa música” (Foto: Beth Gabarrant)

Laís David

Enquanto a população ainda estava se ajustando aos dias melancólicos de quarentena, Taylor Swift lançou folklore, seu oitavo álbum de estúdio. A atmosfera da obra capturou essencialmente o escapismo e o conforto necessário no momento da pandemia. Oscilando entre colaborações inéditas e participações de velhos amigos, ela agradou a crítica especializada e garantiu a vaga (já recorrente) na categoria de Álbum do Ano no Grammy 2021. Mas, para a Swift, isso não foi o suficiente. Assim, nasceu evermore.

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Blue Neighbourhood e a segunda adolescência LGBTQ+

A imagem mostra o desenho de Troye Sivan, de frente. Ele olha para a esquerda. Em tons pastéis, ao fundo podemos ver os dois lados de uma rua e um céu do entardecer, em tons azuis e laranjas. Acima de Troye foi adicionado o escrito Blue Neighbourhood em letras cursivas. Acima do escrito, foi adicionado TROYE SIVAN em letra de forma.
Capa do álbum (Foto: Reprodução)

Jho Brunhara

Quando eu era adolescente, tinha medo de me expressar por ser gay. Tinha medo ir em festas, ficar bêbado com meus amigos e revelar acidentalmente que não era hétero. Pela necessidade de esconder minha sexualidade por proteção, tinha medo de vestir as roupas que gostava, de dizer o que que pensava, de colocar um “nós” antes de “pessoas LGBTQ+”.

Eram, de certa forma, problemas banais, mas ao mesmo tempo questões muito importantes no ecossistema do colégio e na mente de alguém com 15 anos. Não me sentia verdadeiramente seguro em casa, nem na escola, nem em nenhum lugar. Me assumi nos últimos meses do Ensino Médio, um pouco antes de completar 18 anos. Enquanto a maioria das pessoas da minha idade que eu conhecia já tinham vivido suas próprias aventuras, eu pude, pela primeira vez, me sentir livre, e experimentar a adolescência que idealizava na minha cabeça.

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Dançando no Escuro: 20 anos do musical mais triste do mundo

Cena do filme Dançando no Escuro. A imagem mostra Björk vestida de funcionária de fábrica, no meio de um corredor com aparência industrial. Ela veste um avental preto, touca branca e óculos.
Björk no set de Dançando no Escuro (Foto: Reprodução)

Humberto Lopes

Dançando no Escuro, Dancer in the Dark no idioma original, completa 20 de anos de legado como o musical mais triste de toda a história do cinema. A obra lançada em 2000 é a primeira produção do gênero da carreira de Lars Von Trier, polêmico diretor dinamarquês que assinou o roteiro e direção do longa-metragem estrelado pela cantora islandesa Björk.

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2020 Nunca Mais é o derivado mais óbvio de Black Mirror

Lisa Kudrow, uma mulher loira na faixa dos 50 anos, olha com desdém para a câmera. À sua frente vemos um microfone, e atrás dela a bandeira dos EUA
O filme encontra uma brecha divertida para prever 2021: mutações por conta da vacina e a posse da presidente Harris são dois pontos levantados por 2020 Nunca Mais (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Alguns anos atrás, quando as tramoias de Frank Underwood não chocavam tanto quanto as de Donald Trump, percebemos que a modernidade não deve nada aos roteiros de Hollywood. São muitos os fatores que colocam 2020 num radar dramático e narrativo para a ficção se esbaldar. No contexto da pandemia e das eleições norte-americanas, Charlie Brooker e Annabel Jones decidiram que não liberariam uma temporada nova de Black Mirror no momento, mas eles fizeram melhor: optaram por lançar um especial de comédia recapitulando o ano. Eis que surge 2020 Nunca Mais.

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Bravura Indômita: um tributo aos clássicos do western, mas único em seu realismo cruel

Trecho do filme Bravura Indômita. Na imagem, três pessoas estão montadas em três cavalos, que cavalgam na neve. No primeiro cavalo da frente, um homem usa um tapa-olho. No cavalo do meio, um homem veste roupa de cowboy normal. No último cavalo quem está em cima é uma garotinha.
Bravura Indômita (em inglês True Grit) carrega tons cômicos finos, mas é o tempo todo regado de um tom de realidade cruel, trazendo um conjunto de cenas que chegam a ser brutais (Foto: Reprodução)

Vinícius Siqueira 

Coragem. Sangue. Orgulho. Vingança. Crueldade e, finalmente, bravura. Palavras que carregam significados tão profundos. Termos que carregam histórias – sejam elas boas ou cruéis. Palavras que carregam em si cargas emocionais muitas vezes incompreensíveis, que contaram uma história de vingança, de perseguição, de derrocada moral e de justiça. Palavras essas que, por fim, teceram o primor da trama de Bravura Indômita (True Grit, no original).

Lançado no ano de 2010, mas só chegando aos cinemas brasileiros em 2011, a obra dirigida pelos Irmãos Coen (Ethan Coen e Joel Coen) representa um marco no gênero de faroeste e um grande tributo para os clássicos do gênero. Tendo sido capaz de construir uma trama que foge a grande parte dos clichês e estereótipos comuns ao gênero western (faroeste), Bravura Indômita nos dá um enredo surpreendente e recheado de cenas de tensão, suspense ou pura reflexão. Além de algumas cenas de ação e tiroteio que trazem o charme inerente aos clássicos do cenário do Velho Oeste.

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A Dama e o Vagabundo segue a sina de A Bela e a Fera

Com poucas mudanças em relação ao filme original, o remake ainda possui tempero o bastante para cativar o público (Foto: Reprodução)

Maju Rosa

Quem é que não gosta de um amor clichê? Acompanhar em duas horas o desenvolvimento de desconhecidos que se tornam amigos e se apaixonam é uma reconfortante dose de fuga da realidade. Narrativas românticas são um coringa em qualquer obra, ela pode ser protagonista ou secundária, mas sempre conquistará seguidores que depositam suas esperanças para que o final feliz aconteça. E está enganado quem acredita que a trajetória cativante acontece apenas no universo humano! A Dama e o Vagabundo, que foi originalmente lançado pela Disney em 1955 e transformado em live action ano passado, já retratava o amor inesperado… Entre cães.

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His Dark Materials e o dilema de adaptações

A personagem de Ruth Wilson, Marisa Coulter, está ajoelhada no chão de uma sala com pouca luz. Ela olha direitamente para os olhos de seu daemon, um macaco dourado, que olha de volta. Com sua mão esquerda ela acaricia o rosto do animal.
Marisa e Ozymandias, os maiores (Foto: BBC One/HBO)

Jho Brunhara

Quando George R. R. Martin decidiu escrever o primeiro livro de As Crônicas de Gelo e Fogo, ele não queria apenas mais uma história de ficção. Ele queria um mundo fantasioso tão complexo que seria considerado “infilmável”. Mesmo assim, os terríveis D&D foram atrás do pepino e transformaram a obra na gigantesca Game of Thrones. Se ignorarmos muitos fatores, é uma adaptação ok, que consegue transferir parte da genialidade do livro para as telas.

Fronteiras do Universo, de Philip Pullman, pode não ser um universo tão detalhado quanto o de Martin, mas ainda sim é um desafio de ser adaptado. A Bússola de Ouro (2007) tentou, mas o apelo não foi suficiente para que a trilogia fosse concluída no cinema. Em 2019, a BBC One, em parceria com a HBO, lançou a primeira parte da versão em formato de série, His Dark Materials. Agora, com o fim da segunda temporada, podemos ter uma dimensão um pouquinho melhor dos méritos da adaptação. 

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Em McCartney III, Paul expõe o homem por trás da lenda

Capa do álbum McCartney III. Um fundo preto com um dado ao centro e escrito "McCartney" na parte superior.
Capa de McCartney III (Foto: Divulgação)

Maria Carolina Gonzalez

Junto com a pandemia do novo coronavírus, o ano de 2020 trouxe muita angústia para a maioria de nós. O que começou com uma chance de aproveitar o tempo livre, acabou se transformando em dias longos e repetitivos que parecem não acabar tão cedo. Durante esse período, cada um encontrou a melhor maneira para não se afogar no tormento provocado pelo isolamento. Para Paul McCartney – um senhor extremamente pleno e saudável, mas que não deixa de ser grupo de risco no auge de seus 78 anos – a solução foi passar pela turbulência com a família em sua fazenda em Sussex, na Inglaterra.

Olhando para o gênio, a lenda, o Sir, o beatle, ou qualquer outro nome que lembre de sua grandeza, parece óbvio que sua válvula de escape foi fazer música. E de fato foi. Mas para Paul (e somente Paul, sem o famoso sobrenome) o momento também foi de descobertas, experimentos e aprimoramentos, mesmo para quem dedicou boa parte de sua vida para a música. E o que foi o período de isolamento para ele? A resposta está em McCartney III, novo álbum de estúdio feito em Rockdown que encerra a não planejada trilogia McCartney, iniciada em 1970.

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