Com humor e reflexão, Ninguém Tá Olhando mostra que a vida não é aleatória por acaso

Os angelus Úli, Chun, Greta e Fred, mais a humana Miriam, vão te fazer questionar (Foto: Netflix)

Mauê Salina Duarte

Lançada em novembro de 2019 pela Netflix e dirigida por Daniel Rezende, a série Ninguém Tá Olhando usa o humor para discutir temas existenciais, lembrando um pouco a aclamada The Good Place. No entanto, enquanto a produção americana explora a vida após a morte, a brasileira foca na vida mundana. Contando com a atuação de nomes bem conhecidos pelos jovens, entre eles Kéfera, que interpreta a personagem Miriam e Projota, que dá vida a Richard. Entretanto, o protagonista é o carioca Victor Lamoglia, intérprete de Úli, um anjo da guarda novato do Sistema Angelus De Proteção Aos Humanos.

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Em Mosquito, culpa não significa redenção

O longa, uma coprodução de Portugal, Brasil e França, faz parte da Competição Novos Diretores da 44ª Mostra (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o português Mosquito reúne dois importantes componentes dos filmes de guerra. Primeiro, apresenta uma figura central que passa por todos os infortúnios, próprios e dos demais, para chegar ao tão sonhado objetivo, nesse caso alcançar seu pelotão na selvagem Moçambique de 1917, passando por entre as entranhas da Primeira Guerra Mundial. E em segundo lugar, o longa faz uso da mente humana como inimiga de si mesma, pregando peças tanto no protagonista quanto no espectador.

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A ousadia de sobreviver em Lovecraft Country

Horrores cósmicos e sociais perseguem os protagonistas do show, que fez tremer os últimos dez domingos da HBO (Foto: Elizabeth Morris/HBO)

Leonardo Teixeira

Em Lovecraft Country, é constante o diálogo entre passado e futuro. “Quando meu neto nascer, ele será minha fé transformada em carne e osso”, uma personagem diz, em um dos muitos climaxes da trama. Aqui, ícones e referências da cultura negra dão liga a uma trama sobre ancestralidade. Não só sobre as qualidades e ensinamentos passados de mãe para filha, mas também as feridas. A inspiração na obra de um babaca eugenista, em uma história protagonizada por pessoas pretas, adiciona mais força ao texto, que explora a monstruosidade como característica inerente ao ser humano. 

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Upload: um alerta sutil e bem humorado de precaução para o futuro

Capa promocional Amazon Prime (Foto: Reprodução)

Leandro Oliveira

Upload, a esperada nova série de Greg Daniels vem para nos dizer que no céu tem Mcdonald’s. Carregando o nome por trás de sucessos como a versão americana de The Office (2005-2013), Parks and Recreation (2009-2015) e a atual Space Force (2020) da Netflix, a série teve todo o seu marketing em torno do seu criador, deixando os fãs com altas expectativas para a comédia do Amazon Prime Video, que estreou em maio. Recheado de críticas sociais, novas tecnologias e debates sobre os rumos das relações humanas, o show nos assusta e nos conforta nessa primeira temporada.

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Bom dia, Verônica: sangue se paga com sangue

Depois do sucesso de Bom dia, Verônica, Tainá Müller fará mais duas séries policiais (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

Feminicídio, necrofilia, violência doméstica e golpes virtuais. É essa série de crimes que Ilana Casoy e Raphael Montes escolhem para desenvolver o mundo do sistema penal de Verônica Torres, escrivã na Delegacia de Homicídios da cidade de São Paulo. Bom dia, Verônica, o resultado final, foi lançado pela Darkside Books em 2016, quando seus autores ainda se escondiam sob o pseudônimo de Andrea Killmore. Identidades reveladas, não demorou muito para conseguirmos uma adaptação – e ela chegou em outubro de 2020, pelas mãos da Netflix.

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Ninguém é cancelado no Território Lovecraft

Por mais que a publicação de Território Lovecraft seja recente, Matt Ruff revelou que essa ideia germina em sua mente desde os tempos da faculdade (Foto: Fright Like a Girl)

Vitor Evangelista

O termo cultura do cancelamento é tão novo quanto as pessoas que o levam a sério. Atribuído à atitudes consideradas erradas, o ato de cancelar alguém busca anular sua voz, e apagar quaisquer de suas contribuições. O que fazer, entretanto, quando o indivíduo digno de ser cancelado está morto há 83 anos? Para Matt Ruff, autor de Território Lovecraft, o certo é não fazer nada que se assemelhe ao cancelamento. Eis o impensável: ele raciocina e entende, adivinhem só, que nem tudo é simples como dois mais dois são quatro.

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Showgirls: 25 anos de uma transgressão vulgar

O exagero das eróticas cenas de dança e figurinos são apelativos, e também marca registrada do filme (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Mesmo que seja considerado um fracasso, o filme Showgirls merece ser revisitado décadas depois.  A obra, que estreava 25 anos atrás, explora de forma provocadora um mundo corrompido. Dirigido por Paul Verhoeven (Robocop),  conta com cenas de dança marcadas por muita nudez gratuita, podendo ser descrito por muitos como desagradável e incômodo. Contudo, deve ser aclamado, principalmente, por sua grosseria.

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Julie and The Phantoms consegue o melhor de ambos os mundos

“Não desistiremos da música. Nós podemos tocar de novo, esse é um dom que nenhum músico negaria” – Luke (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido 

“You get the best of both worlds,  Chillin’ out, take it slow. Then you rock out the show.” É quase impossível que qualquer um pertencente a geração de crianças dos anos 2000 seja capaz de ler essa frase sem cantá-la. Hoje, produções como essa estão em decadência, sendo substituídas por narrativas que agradam mais as novas gerações que estão chegando e preferem streamings ao bom e velho sofá em frente à TV.

Contudo, uma onda de remakes recentemente começou a trazer séries e filmes de 10-20 anos atrás e adaptá-las a nova realidade onde seu público-alvo se encontra. Julie and The Phantoms é exatamente isso, uma série com os mesmo moldes de Hannah Montana, As Visões da Raven e High School Musical, mas atualizadas para a nova geração de crianças e adolescentes.

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A jardinagem dita as regras de A Maldição da Mansão Bly

A vibe da Mansão Bly é bem diferente da Residência Hill, então dê o play consciente disso (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

A certo momento da nebulosa e densa atmosfera de A Maldição da Mansão Bly, Jamie mostra a dama-da-meia-noite para uma incrédula Dani. Cada botão da flor, de acordo com a jardineira, só floresce uma vez, e morre em seguida. Seu desabrochar é um evento por si só. Dois anos depois da exuberante Residência Hill, a minissérie de Mike Flanagan retorna, com rostos conhecidos e trama diferente, para se equiparar à flor noturna: pode ser que histórias novas demorem a chegar mas, quando o momento vem, o espetáculo é sem tamanho.

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After School: saindo da escola e explorando a vida adulta com Melanie Martinez

Capa do mais recente trabalho de Melanie Martinez lançado dia 25 de setembro, o EP After School (Foto: Atlantic Records)

Ettory Jacob

Desde sua primeira apresentação na televisão aberta estadunidense no programa The Voice, Melanie Adele Martinez ganhou fãs e espaço na comunidade indie. Performando  a música Toxic de Britney Spears com um ritmo mais lento, a jovem de 17 anos mostrou-se uma futura aposta para o sucessos (apesar de ter sido eliminada do programa logo nas primeiras fases). Hoje, oito anos depois, a artista já conta com dois álbuns extremamente bem avaliados pela crítica e público e agora com o lançamento do novo EP After School traz mais histórias.

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