Pequena coreografia do adeus e o que fazemos com nossos corações destroçados

Arte com a capa do livro "Pequena coreografia do adeus". No centro, está a capa do livro, O fundo é rosa e roxo com pétalas rosas. No canto superior esquerdo, está o olho do Persona. No canto inferior direito, está o símbolo azul da Cia das Letras.
A figura que ilustra capa é “Etats modifiés”, de autoria de Louise Bourgeois (Foto: Companhia das Letras/Arte: Caroline Campos)

Caroline Campos

para todos aquele que procuram uma 

Casa dentro de casa

em especial aos que procuram

desesperadamente.

Absorver Pequena coreografia do adeus não é um trabalho fácil. Publicado pela Companhia das Letras em 2021, o novo livro de Aline Bei é como voar bem alto, bater no teto da existência e espiar o que há além. Mais um fruto da parceria do Persona com o grupo editorial, a autora vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura derrama sua ternura e seu carinho pelas próprias criaturas, se transmutando a cada página a fim de se tornar algo tão único que só o leitor perfeitamente quebrado é capaz de dançar em sua companhia.

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Em Nebulosos, o amor e ódio entram em guerra

Em uma mão usando luva preta está o livro Nebulosos. A capa é preta, com a imagem de um homem vestindo jaqueta de couro no fundo. Na frente dele está escrito "NEBULOSOS" em branco, com o desenho de uma cobra vermelha passando entre as letras. Em baixo está a frase "ENTRE O AMOR E O ODÍO ELA ESCOLHEU A VINGANÇA" de branco e "TAY FERREIRA" de vermelho. No fundo, há outras copias do livro.
Tay Ferreira conquista o público de new adult com Nebulosos (Foto: Tay Ferreira)

Mariana Chagas

Talvez o único sentimento tão forte quanto o amor seja o ódio. E é o combo dessas duas emoções que guia, fortalece e, por vezes, até enlouquece Maxine Woods. Sucesso tremendo no booktwitter, o livro nacional Nebulosos é de deixar sem fôlego. Quando se envolve em um mundo de drogas e violência, em busca de vingança pelo irmão, o que Maxine não esperava era se apaixonar por seu maior alvo. 

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Ficções: a obra aberta de Jorge Luis Borges

Foto em preto e branco do escritor Jorge Luis Borges. Ele é um homem caucasiano, de cabelos brancos, veste terno preto, camisa branca e gravata preta. Ele mantém a cabeça ereta, enquanto olha para a frente
Ficções é considerado um dos livros mais importantes na carreira do escritor argentino, que faleceu há 35 anos (Foto: Ferdinando Scianna/Magnum Photos)

Bruno Andrade

Nos círculos literários, os autores são geralmente mensurados por seus romances. O tempo demandado, a prosa, a estética, o intuito, tudo isso é levado em consideração. Mas diferente dos romances — e parafraseando Julio Cortázar —, os contos não vencem por pontos, e sim por nocaute. Mesmo sem nunca ter escrito um romance, Jorge Luis Borges figura na lista dos maiores escritores de todos os tempos. Falecido em 14 de junho de 1986, a morte do autor completa 35 anos.

Borges nasceu em 24 de agosto de 1899 — fato que permitiu ao escritor classificar-se como “um homem do século 19” —, em Buenos Aires. Antes de aprender o espanhol, foi alfabetizado em inglês. Começou sua carreira como poeta, publicando seu primeiro livro, Fervor de Buenos Aires, em 1923. Depois publicou ensaios e, mais tarde, em 1935, publicou sua primeira coleção de contos, História universal da infâmia. A obra que daria projeção internacional ao autor seria publicada em 1944, cujo nome não poderia ser mais apropriado: Ficções.

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O passado vem Depois no novo livro de Stephen King

Arte do livro Depois. O fundo é vermelho, com a ilustração de uma mulher e um garoto ao lado de um carro replicada nos cantos direito e esquerdo. No centro, a palavra DEPOIS está escrita em amarela, acima do nome STEPHEN KING em branco. No canto superior esquerdo, está o olho do persona. No canto superior direito, está o símbolo da parceira com a Cia das Letras.
Apague a luz se for chorar e Uma família quase perfeita foram os dois primeiros livros resenhados na parceria com a Cia das Letras (Foto: Companhia das Letras/Arte: Caroline Campos)

Caroline Campos

Não são necessários floreios de apresentação quando se trata de Stephen King. O autor já passou por palhaços do mal, carros do mal, cachorros do mal, garotas do mal, hotéis do mal e, mesmo assim, parece que sua fonte da criatividade não se cansa de jorrar ideias para serem passadas ao papel. Depois, terceiro livro da parceria com a Companhia das Letras, é mais uma de suas empreitadas pelo mundo dos espíritos. Dessa vez, no entanto, pode-se dizer que sua narrativa é mais otimista e divertida do que sombria e aterrorizante para os parâmetros do Mestre do Terror

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Crônica da Casa Assassinada explicita os desejos reprimidos da aristocracia mineira

Capa do livro Crônica da Casa Assassinada. Na imagem consta uma capa estampada por formas marrom e preto, com o nome do autor, Lúcio Cardoso, no canto superior. O título do romance está abaixo em uma caixa cortada preta, onde está escrito: Crônica da Casa Assassinada. Acima, está o logo da editora Companhia das Letras.
Em abril, foi lançada a nova edição de Crônica da Casa Assassinada pela Companhia das Letras (Foto: Companhia das Letras)

Isabella Siqueira

Crônica da Casa Assassinada, lançado em 1959, assim como vários romances eternizados, contempla o fim da tradição familiar. Mas, ao contrário de clássicos como Os Buddenbrook e Cem Anos de Solidão, o romance não ficou marcado na literatura brasileira como deveria. A reedição pela Companhia das Letras é apenas o ponto de partida para a reparação que o autor merece. O crédito, muito merecido, de Lúcio Cardoso é visível pela maneira com que ele examina o interior da aristocracia mineira e sua decadência.

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Corte de Chamas Prateadas nos mostra o que há de mais humano em personagens mágicos

Foto do livro Corte De Chamas Prateadas, em sua versão original. Em uma superfície branca e lisa, o livro cinza esta apoiado. Na capa há um desenho laranja de uma mascará que segue até a parte de trás. No canto superior até o centro da capa está escrito, em letras brancas, " A Court Of Silver Flames". No canto inferior, também em branco, está o texto 'Sarah J. Maas #1 New York Times bestselling author".
Sarah J. Maas finalmente publica o tão esperado Corte De Chamas Prateadas (Foto: Bloomsbury)

Mariana Chagas

Em maio de 2015, Sarah J. Maas apresentou o começo de sua saga Corte de Espinhos e Rosas. Com um universo mágico cheio de personagens fascinantes  e romances abrasadores, a escritora conquistou um público gigante no mundo todo. A história se tornou a queridinha dos leitores de fantasia e hoje é difícil um bookstan nunca ter, pelo menos, ouvido falar dela. Anos depois de ter lançado o final da trilogia principal, a autora nos leva de volta para Prythian, em uma sequência que, não apenas fez justiça aos livros anteriores, como também conseguiu superar todos eles.

Desde que as irmãs Archeron voltaram à cena no final de Corte de Névoa e Fúria, Sarah já sabia que, em suas histórias, ainda havia muito para ser contado. A escritora comentou diversas vezes sobre o seu apego emocional por Nestha Archeron, e escolheu a feérica-ex-humana para nos guiar em Corte de Chamas Prateadas. Com bastante presença dos personagens já conhecidos e aparição de novas figuras, Sarah discute as questões mais profundas de cada um e nos presenteia com uma obra linda sobre saúde mental e superação.

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O Silêncio das Filhas de Jennie Melamed e o preço do sadismo

Foto em preto e branco de uma mulher branca, de cabelos escuros e curtos, dando um meio sorriso, apoiada em seus braços dobrados sob sua perna direita, sentada em uma poltrona.
Antes de começar a resenha, é importante dar um alerta de gatilho: se você é sensível ou sofreu violência sexual, não leia essa critíca e nem este livro; Jennie Melamed, autora de O Silêncio das Filhas (Foto: Jennifer Boyle)

Letícia Paviani

Bom, a primeira coisa que eu posso dizer de O Silêncio das Filhas, que foi traduzido por Léa Viveiros de Castro e lançado no Brasil em 2021 pela Editora Rocco, é que este é um livro duro. Duro. Difícil. Pesado. Mas é necessário. Por quê? Porque nos mostra até onde o fanatismo pode chegar nas mãos de homens sádicos.

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Klara e o Sol: quando a sensibilidade de um robô supera a nossa

Capa do livro Klara e o Sol. O fundo é laranja, o desenho situado no centro é composto por um borrado dourado em cima, um borrão preto embaixo e um círculo falhado em linhas finas pretas no centro. Na parte inferior está o título em branco, e embaixo o símbolo e nome da editora, o nome do autor “Kazuo Ishiguro” em branco consta na parte de acima.
A obra é o oitavo romance do autor britânico de origem japonesa (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Apesar dos ares de preconceito que rodeiam o novo livro de Kazuo Ishiguro, é preciso olhar para Klara e o Sol com a mente aberta. O célebre autor, vencedor do Nobel de Literatura em 2017, lançou neste ano seu oitavo romance, que chegou ao Brasil pela editora Companhia das Letras. O escritor, que muitas vezes teve seu mérito questionado, desenvolve uma trama que é pobre quando se pesa apenas a qualidade da ficção científica, mas satisfatória quando observada através da lente sentimental.

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Evelyn Hugo: a lenda que ganharia o Oscar (se ela existisse)

Colo de uma mulher branca de cabelos curtos, vestindo um colar de pérolas e um vestido de lantejoulas e usando um batom escuro. Um efeito deixa a imagem inteira na cor verde. Em sobreposição, está o título Os sete maridos de Evelyn Hugo, em branco.
O livro Os sete maridos de Evelyn Hugo, publicado pela editora Paralela e traduzido por Alexandre Boide, é o queridinho dos fãs de literatura sáfica (Foto: Reprodução)

Beatriz Luna

Em tempos de Oscar, é preciso conhecer os candidatos, até mesmo os inexistentes. Em meio ao drama da Hollywood do século 20, Evelyn Hugo veio para ficar. Escrito por Taylor Jenkins Reid, autora de Daisy Jones & The Six e Amor(es) Verdadeiro(s), o romance histórico Os sete maridos de Evelyn Hugo traz 360 páginas de uma envolvente trama LGBTQIA+, e emoções são o que não faltam. E alerta de gatilhos: o livro aborda assuntos como violência doméstica, abuso psicológico, homofobia, suicídio e alcoolismo, além de contar as dificuldades e preconceitos vivenciados pela jovem atriz latina. 

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Garota, Mulher, Outras e a sonoridade de cada pessoa

Capa do livro Garota, Mulher, Outras. A capa do livro apresenta um desenho de uma mulher negra que veste uma roupa preta e cinza estampada com flores e plantas. A mulher possui olhos pretos e cabelos pretos curtos, e usa ainda um brinco de pérola. O título do livro está no canto inferior direito em branco, e o nome da autora, Bernardine Evaristo, está na cor verde água. O cenário atrás da mulher é uma parede verde com estampa de folhas, e uma moldura de quadro. O selo da editora, Companhia das Letras, está em escritos brancos no canto superior esquerdo.
Garota, Mulher, Outras foi trazido ao Brasil pela Companhia das Letras com a cuidadosa tradução de Camila Von Holdefer (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

A partir de uma narrativa quase poética e única, Garota, Mulher, Outras já pode (e deve) ser considerado um clássico da literatura britânica. Sua autora, Bernardine Evaristo, traça com cuidado as histórias de 12 protagonistas diferentes, que são ligadas por um fio condutor que compreende todo o século XX no Reino Unido. Indo além da riqueza de referências culturais, políticas e sociais que a obra apresenta, é no âmbito sentimental que a trama floresce.

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